PLASMA
DIVINO
Desde
18 de abril de 1857, com o surgimento de O Livro dos Espíritos e, consequentemente,
da própria Doutrina Espírita, tomamos conhecimento da existência de um elemento
primordial que dá origem aos envoltórios perecíveis do Espírito - corpo e períspirito
- e de suas inumeráveis combinações com a matéria, sendo suscetível de produzir
uma variedade infinita de coisas, das quais conhecemos apenas uma pequena
parcela. A esse elemento, os Instrutores Espirituais denominaram fluido cósmico
ou universal, ou primitivo.
No
século passado, os Espíritos Superiores, por intermédio de Chico Xavier, ampliaram
as in formações: o Universo é constituído de um elemento básico, primordial - o
fluido cósmico ou plasma divino, também compreendido como hausto do Criador ou
força nervosa do Todo-Sábio.
O
Universo é projeção da Mente Divina, ensinam.
Sobre
essa substância original, operam os grandes Devas da teologia indu ou os
Arcanjos de outras concepções religiosas, construindo habitações cósmicas,
radiantes ou obscuras, gaseificadas ou sólidas, obedecendo a leis
predeterminadas. É a chamada Co-Criação, em plano maior das Inteligências
Gloriosas agregadas ao Pai, em processo de comunhão indescritível.
Essas
co-criações podem perdurar por milênios e milênios, mas, por fim, desgastam-se,
sofrendo transformações, de vez que o Espírito Criado pode formar ou co-formar,
mas só Deus é o Criador de toda a Eternidade.
É
aí, no seio dessas formações assombrosas, que se estruturam,
inter-relacionados, a matéria, o espaço e o tempo, a se renovarem constantes,
oferecendo campos gigantescos ao progresso do Espírito.
No
século XIX, em mensagem dirigida a Allan Kardec, o espírito de Galileu assim se
expressou: ” Revestida de leis e do impulso inicial inerente à sua própria
formação, a matéria cósmica primitiva deu sucessivamente nascimento a
turbilhões, a aglomerações desse fluido difuso, a acumulações de matéria
nebulosa que se dividiram, elas mesmas, e se modificaram ao infinito, para dar
à luz, nas regiões incomensuráveis da extensão, diversos centros de criações
simultâneas ou sucessivas”.
Referia-se
Galileu à formação do Universo a partir de vários centros de criações simultâneas
sucessivas, ou seja, de vários big-bangs ao mesmo tempo ou um após o outro.
Desde os anos 40, os cientistas aperfeiçoam uma teoria, segundo a qual o
universo nasceu há cerca de 15 bilhões de anos numa explosão colossal, que
catapultou matéria e energia em todas as direções. Com o passar do tempo,
formaram-se as galáxias, estrelas e planetas. Como o universo continua em
expansão, um dia as estrelas consumirão todo o seu combustível e se extinguirão
para mergulhar no espaço em uma eterna escuridão gelada.
Sena
o Big Crunch (em português, o Grande Colapso, uma hipótese, já
descartada,), a
Grande Implosão, o fim da vida.
A
esse estudo se dedicaram Stephen Hawking, Penrose, Fred Hoyle, e tantos outros
físicos de renome.
A
partir de 1983, porém, a teoria do Big-Bang sofreu uma radical mudança. Andrei
Linde, um dos mais importantes astrofísicos da atualidade, trabalhava no
renomado Instituto Levede de Física, quando formulou uma nova e revolucionária
teoria, a da expansão inflacionária do universo. Segundo Linde, o universo é
formado por uma sopa de plasma, onde não existem átomos, nem elétrons, nem galáxias.
A
densidade e a temperatura do plasma são variáveis. Existem regiões do universo
mais ou menos densas e esta densidade também varia com o tempo. Quando um
determinado ponto do universo atinge densidade máxima, este ponto explode num
Big-Bang para criar uma região do espaço que chamamos universo-bolha. Nesse
momento, a teoria original do Big-Bang torna-se válida, pois a bolha em
expansão começa a produzir partículas subatômicas e depois átomos, galáxias e estrelas.
Linde
explica que existem outras porções do Universo onde o plasma ainda não atingiu
essa densidade. A partir do momento que atingirem, delas surgirão novos
universos bolhas.
Do
mesmo modo, existem regiões que no passado já se expandiram, criando outros
universos-bolhas paralelos ao nosso. É um processo eterno de expansão
universal, onde a região em que vivemos é apenas uma entre inúmeras que já
existiram e ainda surgirão. Segundo enfatiza: Não há fim na evolução do
universo, a inflação jamais acaba. Cada Big-Ban pode criar um universo-bolha
com suas próprias leis físicas. A revelação de Galileu de que existem vários
centros de criações simultâneas e sucessivas está, portanto, de acordo com a
teoria do universo inflacionário de Andrei Linde. Galileu, na mesma mensagem à
Kardec, cunhou também uma frase interessante: “O Universo nasceu criança”.
Hoje, a expressão universo-bebê é fartamente empregada pelos físicos.
Interessante também a explicação de André Luiz de que as regiões do universo
atingem o ponto de densidade máxima sob o comando do Pensamento Divino, fato
ainda não detectado pela maioria dos cientistas terrenos.
É
oportuno lembrar aqui a Teoria das Supercordas; o mais novo suporte teórico da
Física para o tão procurado elemento primordial constitutivo de todas as
coisas. Essa teoria parece conter previsões revolucionárias, como a existência
de um grande número de novas partículas, de novas dimensões, além das três já
conhecidas e do tempo, e as possibilidades de existência de uma nova forma de
matéria no universo com a qual só é possível contato através da gravitação.
Segundo essa teoria, as partículas atômicas e subatômicas seriam cordas
energéticas: a vibração de um grupo de cordas, de forma peculiar, por exemplo,
formaria um elétron, outra forma específica, um nêutron, e assim por diante. A
forma fundamental seria a corda estável, no caso da visão dos Espíritos, o
elemento-chave do fluido cósmico universal ou plasma divino.
Não
há ainda laboratório no Planeta, mesmo os mais sofisticados, capaz de comprovar
essa teoria. O jeito é aguardar o futuro, porque muito mais ainda teremos,
através do avanço da Ciência. Mas o que gostaríamos de destacar, ainda com
relação ao pensamento, é a Co-criação em plano menor, aquela que está afeta às
Inteligências humanas.
Por
sua capacidade criativa original, os Espíritos utilizam o mesmo fluido cósmico,
em permanente circulação no Universo, para formar o seu períspirito ou
psicossoma e cunhar as civilizações que abrangem, no mundo, tanto a Humanidade
encarnada quanto a desencarnada, ficando compreendidos, entre essas criações,
os lugares sombrios de purgação infernal, onde aglutinam-se a s mentes
desequilibradas ou criminosas. André Luiz deixa claro que: na essência, toda a
matéria é energia tornada visível e que toda energia, originariamente, é força
divina de que nos apropriamos para interpor os nossos propósitos aos propósitos
da Criação, cujas leis nos conservam e prestigiam o bem praticado,
constrangendo-nos a transformar o mal de nossa autoria no bem que de vemos
realizar, porque o Bem de Todos é o seu Eterno Princípio.
Assim,
no plano espiritual, o homem desencarnado vai lidar mais diretamente com o fluido
vivo e multiforme, estuante e inestancável a nascer-lhe da própria alma, o seu
pensamento contínuo. Este seria um subproduto do fluido cósmico, de 166 A
Obsessão e suas Máscaras modo que, através dele, a criatura assimilaria a força
emanante do Criador, esparsa em todo o Cosmo, transubstanciando-a, sob a
própria responsabilidade, para influenciar na Criação, a partir de si mesma.
Esse
fluido vivo é a matéria mental de fundamental importância para o entendimento
do homem e dos seus canais de comunicação com os outros seres do universo, com
o seu Criador e a sua própria essência divina.
FONTE
Questão
27 de O Livro dos Espíritos
A
Gênese, cap. XIV, n. 7 2
Evolução em dois mundos Cap. 3
Entrevista
do físico Andrei Linde a Peter Moon, de Paio Alto, in Revista IstoÉ,
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