quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

INTRESSANTE ISSO PAULO e ESTVÃO

 

 

 

 

 

 

INTRESSANTE ISSO

 

Muito interessante os documentos oficiais não imputarem a Saulo de tarso, a responsabilidade da morte de Estevão. Interessante ainda quando insistem na questão de que Estevão foi levado para fora da cidade e apedrejado e que as testemunhas depuseram suas vestes ao pé de um jovem chamado Saulo.

Quando na verdade foi apedrejado no pátio do Sinédrio, com muitas testemunhas (inclusive sua noiva e sua irmã) e levado à sala dos sacerdotes na hora extrema, como reconhecimento de que poderia ter cometido um grave erro.

A questão da crença e da fé não é levada em conta e nem por isso abandonada.

O livro Paulo e Estevão de autoria de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel que com ele fez mais de 400 obras, analisa a questão mais profundamente.

Alguém nos seus paradigmas poderia considerar Emmanuel um romancista, como poderia alegar que São Jerônimo (... “não se ponha imediatamente a clamar que eu sou um “sacrílego”, um falsário, porque terei tido a audácia de acrescentar, substituir e corrigir alguma coisa”...) em carta ao Papa afirma que não gostaria de ser julgado no futuro pelas alterações inclusões e exclusões quando da tradução do que havia em aramaico, hebraico, grego e latim para um único livro denominado “Vulgata” e proibido de ser consultado, senão por autorização do papa até a divisão da Igreja, quando foi amplamente impressa, tornando-se público.

Nada disso interessa na verdade porque só levaria a discussões fanáticas.

Muito interessante porque apenas Emmanuel analisa mais profundamente esse comprometimento, mostrando que Saulo antes de sua profissão de fé – em Damasco -, já estava completamente aberto à mudança, não o fazendo apenas pela questão do orgulho que sua opção religiosa lhe levara. Estava para ser um doutor do Sinédrio, na vaga que deixaria Gamaliel, aposentando-se, pela idade e até por aceitar os novos princípios do Cristianismo.

Muito interessante em não querer mostrar a influência de Abigail, sua noiva, Gamaliel, e Estevão por ele perseguido e apedrejado.

Muito mais interessante apenas se considerar o ocorrido na estrada de Damasco, isolado da história como único para sua conversão, quando na verdade esse fato foi apenas consequência de um amor que já vinha sendo cultivado sem mesmo que ele percebesse.

O amor já estava em seu coração cuja semente já estava plantada sem que ele quisesse ou pudesse admitir.

 Sementeira feita por Abigail (serei sua serva e serás a lei); Estevão na hora extrema (Senhor não lhes impute esse pecado), Gamaliel (antes em defesa de Pedro e João no Sinédrio já convertido: Soltai-os: Se o seu intento ou sua obra provém dos homens, destruir-se-á por si mesma. Se vem de Deus não podereis destruí-los.), do trabalho dos apóstolos na igreja criada amigos do caminho (onde atendiam aos necessitados gratuitamente, pelo amor ao próximo) e do próprio Saulo que, (estando presente à execução com sua noiva, ao perceber que poderia ser o irmão de Abigail, mandou levá-lo a sala dos sacerdotes) quando recebeu o perdão de Estevão

Interessante a intenção de isolá-lo do evento (provavelmente por suas cartas diversas, documentos fundamentais na composição do NT), quando foi o único responsável. Esse erro, no qual ele não conhecia a identidade do perseguido, levou-o a assumir tamanha culpa que se isolou de Abigail intensificando as perseguições aos “amigos do caminho” futuros cristãos como sugeriu Lucas.

Quando resolveu procurar Abigail, encontrou-a no leito de morte, pregando o evangelho do carpinteiro de Nazaré. Isso o levou ainda a tentar responsabilizar Ananias, a quem conseguiu permissão para prisão, indo buscá-lo onde se encontrava: Damasco!

Então vem a conhecida passagem em que Saulo cai do camelo sob o sol do meio dia (não havia cavalos em Jerusalém, para viagens, apenas camelos – os cavalos eram usados apenas para puxar as bigas alguém já havia pensado nisso?).

Caído vê surgir a figura de um homem de majestática beleza, dando a impressão de que descia do céu. Sua túnica era feita de pontos luminosos, seus cabelos tocavam os ombros à nazarena; os olhos magnéticos imanados de simpatia e amor, iluminando a fisionomia grave e terna onde pairava uma divina tristeza.

Foi quando o desconhecido se fez ouvir:

-- Saulo!... Saulo!... Por que me persegues?

O moço tarsense não percebeu que estava de joelhos. Sem saber o que se passava incoercível sentimento de veneração apossou-se dele.

Perguntou com voz receosa e tremula:

-Quem sois vós Senhor?

Num tom de inconcebível doçura o Senhor respondeu:

-Eu sou Jesus!...

O inflexível doutor da lei curvou-se aos prantos, ferido de morte, experimentando a derrocada de todos os princípios que lhe confortavam o espírito e lhe norteavam até então.

Tinha o Cristo diante dos olhos! Os pregadores do caminho não estavam iludidos! A palavra de Estevão era verdade pura. A crença de Abigail era a senda real. Aquele era o Messias.

Foi quando notou que Jesus se aproximava e contemplando carinhosamente, o Mestre tocou-lhe os ombros com ternura dizendo com inflexão paternal.

-Não recalcitres contra os aguilhões. Saulo compreendeu; desde o primeiro encontro com Estevão o Cristo chamara-o por todos os meios e modos.

Banhado em pranto fez ali mesmo sua primeira profissão de fé.

-Senhor que querei que eu faça?

Foi aí que Jesus contemplando-o mais amorosamente e dando-lhe a entender a necessidade de os homens se harmonizarem, no amor universal em seu nome, esclareceu generosamente:

-Levanta-te Saulo! Entra na cidade e lá te será dito o que te convém fazer!...

Alguém conseguiria (pode me enganar que eu adoro) definir ou explicar o que é Jesus olhar “amorosamente” ou mesmo generosamente? Ou com doçura?

FONTE:

Paulo e Estevão

Grupo de Estudos Sentido da Vida

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