Estudamos os
capítulos do livro Obsessão e suas Mascaras que abrange estudo dos casos
obsessivos dos livros da série de André Luiz. Livros que já foram lidos e cuja
discussão foi esclarecida pela presente obra. Por isso achamos por bem colocar
o prefacio do livro, com a explanação da autora Dra. Marlene Nobre, presidente
da AME SP (Associação Médico Espirita de São Paulo).
PREFACIODE
OBSESSÃO E SUAS MASCARAS
Se não crerdes,
não entendereis. (Isaías, VII, 9 –” a cabeça de Efraim é Samaria e a cabeça de
Samaria é o filho de Romelias. Se não o credes, não vos mantereis firmes”)
A fé procura, o intelecto encontra,
(comentário de Santo Agostinho -[a Isaías, VII, 9 – “... porque um menino nos
nasceu, um filho nos foi dado; ele recebeu o poder sobre os seus ombros e lhe
foi dado este nome conselheiro maravilhoso, Deus forte, Pai para sempre,
príncipe da paz, para que se multiplique o poder assegurando o estabelecimento
de uma paz sem fim, sobre o trono de Davi e sobre o seu reino”] - De Trinitate,
XV –“ O Espírito Santo não é o Pai nem o Filho, mas o
Espírito do Pai
e do Filho.
Um só Deus; porém
são distintos em
suas operações. As ações relatadas nas Escrituras (atribuídas ora ao
Pai, ora ao Filho, ora ao Espírito Santo) são específicas das respectivas
Pessoas Divinas.
Nestas
ações, porém, as Pessoas Divinas são inseparáveis, como o são em si.
Segundo
Agostinho é justamente pela inseparabilidade das ações das Pessoas Divinas que
afirmamos a inseparabilidade da Trindade em si.
A partir
do texto do
Evangelista João, Agostinho demonstra
a
consubstancialidade
do Filho em relação ao Pai. Esta demonstração parte de que o Filho não foi
criado pelo Pai, logo, se não é criatura, é Deus. Na carta de São Paulo a
Timóteo (I Tm 6,14-16 – “guarda o mandamento imaculado, irrepreensível, até a
Aparição de nosso Senhor Jesus Cristo que mostrará nos tempos estabelecidos o
bendito e único soberano o ri dos reis e Senhor dos senhores o único que possui
a mortalidade que habita uma luz inacessível, que nenhum homem viu, nem pode
ser. A ele, honra e poder eterno! Amém!”), Agostinho percebe a menção da
Trindade quando o Apóstolo se refere ao “bendito e único Soberano”. Em uma
mesma perspectiva lógica, Agostinho conclui que o Filho não foi criado, pois
João
escreve:
“Todas as coisas foram feitas por ele” (Jo 1,3 – “tudo foi feito por meio dele
e sem ele nada foi feito”), então, se tudo foi feito pelo Filho, o Pai não
teria podido ter criado o Filho, sem o Filho.
Em relação
ao Espírito Santo
Agostinho realiza um
encadeamento de versículos para
demonstrar a sua divindade. Na epístola aos Efésios Paulo declara que os santos
servem ao Espírito de Deus. Ajunta-se a este versículo o conteúdo de (Rm 1,25 –
“eles trocaram a verdade de Deus pela mentira e adoraram a criatura em lugar do
criador que é bendito pelos séculos amem!) que prescreve que não servimos às
criaturas, mas ao Criador.
Agostinho
também deseja esclarecer as
diversas passagens das Sagradas
Escrituras
que insinuariam que Cristo Jesus seria inferior ao Pai, como, por
exemplo,
no Evangelho de
João: “O Pai é
maior do que eu”
(Jo 14,28 – “vós ouvistes o que vos
disse: vou e retorno a vós. Se me amasseis ficaríeis alegres por eu ir para o
Pai porque o Pai é maior do que eu).
condição
humana.
É
sobre esta questão que Santo Agostinho mais se detém em seu primeiro
capítulo
– como compreender as diversas passagens bíblicas nas quais se
encontra uma
aparente dissonância entre
Jesus Cristo verdadeiro
Deus e Jesus Cristo verdadeiro
homem. Para Agostinho Jesus Cristo opera através da natureza humana e através
da natureza divina. Enquanto Filho do Homem foi crucificado, enquanto Filho de
Deus é o Senhor da Glória e virá para julgar.
Raciocínio
interessante surge destas reflexões a respeito das ações de Jesus
Cristo.
Agostinho argumenta que, no Julgamento Final, será Jesus na forma
em
que é Filho do Homem que virá para julgar, uma vez que em sua essência divina,
naquilo que é igual ao Pai, não poderia ser contemplado pelos ímpios, pois
“bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5,8 – “felizes
os puros de coração porque verão a Deus).
Esta
contemplação será somente para aqueles de puro coração que verão a Jesus Cristo
em sua forma de Deus.)
Durante muitos
anos, temos esperado o aparecimento de livros que comentem a Obra de André
Luiz. Acompanhamos, com entusiasmo, o
esforço de J. Martins Peralva, trazendo à publicação Estudando a Mediunidade e
Mensageiros do Bem, com excelentes comentários a dois livros desse acervo - Nos
Domínios da Mediunidade e Os Mensageiros, indicações constantes nossas a
quantos estejam interessados no estudo da Doutrina Espírita, especialmente
nesses temas.
Em agosto e
setembro de 1987, frequentamos o curso ministrado pelo dr. Paulo Bearzoti sobre
o livro Evolução em Dois Mundos, realizado nas reuniões de sábado da Associação
Médico-Espírita de S. Paulo (AME-SP), à época, sediada na rua Maestro Cardim e
presidida pelo dr. Ary Lex, tendo como secretária-geral a dra. Maria Julia de
M. Prieto Peres.
O dr. Bearzoti
foi assistente do professor Oswaldo de Freitas Julião e chefe do Ambulatório de
Neuropediatra da Universidade de Campinas (Unicamp); era também, à época, docente
do Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas
(PUC-CAMP), de modo que, aliando sua bagagem científica e cultural ao
conhecimento espírita, trouxe uma valiosa contribuição a esse estudo.
Posteriormente, essas aulas foram enfeixadas no Boletim 5, publicação da
própria AMESP, cuja primeira edição saiu no mesmo ano de 1987 e a
terceira8ºacaba de ser publicada.
Inúmeros cursos,
estudos sistemáticos e simpósios ocorrem no Brasil, dissecando, especialmente,
essa série, fatos que, por si mesmos, já ressaltam o seu valor inestimável, dentro
do contexto da obra monumental carreada por Francisco Cândido Xavier, dos Cimos
para a Terra.
A própria AME-SP,
no momento na sede da Av. Pedro Severino Jr., 325 tem continuado a realizar, em
sua programação anual, os estudos desta Coletânea, de fundamental importância
para o entendimento mais amplo da saúde humana.
Em 30 de novembro
de 1996, nós mesmos tivemos a oportunidade de dar a primeira aula, na
Universidade de São Paulo (USP), sobre a valiosa contribuição de André Luiz,
abordando, especialmente, assuntos que constam deste livro, a convite do dr.
Sérgio Felipe de Oliveira, coordenador do Curso de Psicobiofísica Pós-Graduação
Lato Sensu. A intenção do coordenador é prosseguir trabalhando com os alunos,
de modo a dissecar mais amplamente os estudos revelados pelo médico
desencarnado.
Já lemos, aqui e
ali, artigos em jornais e revistas, com algum comentário sobre determinado
aspecto dessa coleção; desconhecemos, porém, outros livros com essa função
precípua.
Depois de alguns
decênios de estudo, partilhado, de certo modo, com os companheiros do Grupo
Espírita Cairbar Schutel (Jabaquara-S. Paulo), decidimos, por nossa vez,
publicar alguns comentários e apontamentos sobre essa Obra, visando temas
específicos, que abrangessem os 14 livros.
Como assunto
inicial, escolhemos os estudos que temos feito sobre Obsessão, visando,
principalmente, uma tentativa de classificação e uma melhor compreensão, dada a
sua grande complexidade. Essa escolha foi reforçada por dois eventos: o 1º
Congresso Espírita Mundial, realizado em Brasília, pelo Conselho Espírita
Internacional, em 1995, e a série de palestras que fizemos, a 9ᵅ, a convite do
médico Fábio Villarraga, em oito cidades colombianas e depois na Guatemala,
abordando esse mesmo tema, que despertou sempre um vivo interesse por parte do
público.
Para fazer parte
deste trabalho, preparamos igualmente um estudo introdutório sobre a
importância do Pensamento, base fundamental de todo o intercâmbio espiritual, e
assuntos correlatos, tais como os Reflexos Condicionados e alguns apontamentos
sobre a Pineal, dividindo, assim, o livro em duas partes.
Na montagem
definitiva do livro, decidimos, no entanto, colocar as anotações sobre o Pensamento
na Parte II. Essa opção, embora não seja muito didática, vai favorecer àqueles que
desejarem, tão-somente, maiores informações sobre obsessão.
Com esta
observação, estamos remetendo o leitor para a Parte II do livro, se desejar primeiramente
maiores esclarecimentos sobre as bases de operação do pensamento, antes de
entrar no estudo das obsessões. O caminho fica a seu critério.
Cremos que há uma
carência de discussão dos temas aqui propostos, sob o enfoque holístico. Essa
falta básica fundamenta-se, especialmente, no paradigma reducionista-materialista,
que a maioria dos cientistas elegeu, pelo menos até o momento, para orientação
de suas atividades intelectuais e do próprio comportamento. De acordo com esses
princípios materialistas, o pensamento é secreção do cérebro, produto do
quimismo celular e como tal deve ser estudado, o que, na prática, significa
necessidade de maior avanço tecnológico para ampliar conhecimentos acerca das
funções do sistema nervoso, expoente máximo de sua produção.
Aqui e ali
repontam testemunhos importantes em favor da preponderância do Espírito sobre a
matéria. Devemos especialmente a um grupo de físicos essa ênfase. Entre estes,
é inegável a tarefa missionária do professor Fritjof Capra. Seguindo os passos
de Einstein, não apenas por sua inclinação10ºpela física, mas igualmente por
sua convicção espiritualista, Capra publicou livros importantes, como O Tao da
Física e O Ponto de Mutação e vem contribuindo, de forma efetiva, para a
mudança do paradigma reducionista-materialista, no qual ainda se fundamentam as
nossas universidades e a sociedade como um todo. No campo médico, o
neurocirurgião Wilder Penfield também constitui uma das honrosas exceções à
regra dos cientistas materialistas, afirmando que o cérebro é o computador e a
mente o programador, e enfatizando o aspecto dualista do ser humano. Estes e
outros testemunhos importantes, como os de Karl Pribram, Stanislav Grof, Ken
Wilber, Richard Gerber, entre outros, citados no corpo deste livro, ainda não conseguiram,
todavia, a grande mudança, a estrutural. Para esta, há que se esperar mais,
porque está diretamente vinculada à madureza dos tempos, como enfatiza Kardec.
Com os singelos
apontamentos deste livro, desejamos lembrar que a Doutrina Espírita, desde o
seu surgimento no século passado, tem contribuído para essa mudança, uma vez
que é uma das minorias criativas a apontar caminhos para os Tempos Novos, a
civilização porvindoura.
Kardec e a
falange da Terceira Revelação ressaltam, entre seus ensinos, a importância dos
atributos e propriedades do Espírito, destacando o pensamento como sua produção
específica, que lhe permite as conexões com os demais seres do universo.
Neste século, a
revelação continua, com os Benfeitores Espirituais, dos quais André Luiz é
porta-voz, afirmando que O Universo é a exteriorização do Pensamento Divino, e
a civilização produto da mente humana. E muito mais, que tentamos resumir na
Parte II.
Quanto à
obsessão, em termos de população terrestre, o desconhecimento também é visceral.
Para admitir a influência de espíritos inferiores em nossa mente e, consequentemente,
em nossos pensamentos e atos, é preciso aceitar a imortalidade da alma e sua
capacidade de associação - benéfica ou maléfica - em todos os planos da vida.
Em geral, as concepções religiosas são muito imprecisas no que concerne ao
destino das almas após a morte, colocando um sono profundo, eterno, no dealbar
desse mundo, ressaltado como desconhecido e ameaçador, dificultando,
sobremaneira, qualquer discussão benéfica sobre avida no além e seus
habitantes.
Com raras
exceções, cientistas e investigadores, psiquiatras e psicólogos, desconhecem o
assunto, quando não o ignoram, deliberadamente. Com isso, a obsessão tem sido
subestimada no mundo, fazendo vítimas, a cada dia, favorecendo o aumento
lastimável de crimes, muitas vezes hediondos, e doenças as mais variadas.
Cremos que é
chegado o momento de se estudar mais esse flagelo antigo.
Médicos,
psicólogos e profissionais da área da saúde precisam debruçar-se sobre esse
tema, procurando oferecer mais amparo à mente humana, que, atualmente,
periclita, de forma assustadora, tendendo ao total desequilíbrio. Sobretudo,
quando se sabe que a humanidade terrena se aproxima, a cada dia, da esfera de
vibrações dos invisíveis de condição inferior, que a rodeia em todos os
sentidos e, e na verdade, a esmagadora percentagem de habitantes da Terra não
se preparou para os atuais acontecimentos evolutivos.
O número de
agentes de saúde que mourejam, anonimamente, nos centros espíritas, oferecendo
seu modesto trabalho, quer como médiuns, quer como doutrinadores ou
esclarecedores, precisa ser multiplicado. Ficaríamos muito gratificados se esta
publicação fosse um estímulo ao surgimento de um maior número de companheiros
empenhados nesta área de serviço abnegado.
Neste livro,
procuramos vasculhar a Obra de André Luiz e enfeixar seus ensinamentos sobre os
temas propostos, comentando-os à luz dos conceitos de Allan Kardec e de outros
pesquisadores que se interessam pelo paradigma espiritualista.
O nosso intuito
maior foi apresentar os ensinamentos da forma como foram transmitidos, por esse
notável porta-voz da Espiritualidade Superior, verdadeiro Dante Alighieri do
século XX, sem a preocupação de justificá-los com comprovações científicas, mesmo
porque esse é um campo quase inexplorado, onde há praticamente tudo por fazer e
está a exigir muito esforço humano no campo da pesquisa.
Cremos que é
chegado o momento de a própria revelação do mundo superior influir no ânimo dos
investigadores espiritualistas para que se ponham a campo, tentando levar maior
apoio à mente humana; por essa razão, não temos nenhum prurido se nos
considerarem demasiado crédula, alienadas ou mesmo fora do contexto científico.
Sabemos, perfeitamente, que esta é uma área ainda eivada de preconceitos, mas
não se pode esquecer a relatividade do tempo, muitas teorias ontem consideradas
indestrutíveis já foram varridas da face do planeta e outras estão em vias de
desaparecer. Assim é a existência, os rótulos provisórios também passam...
Temos certeza de
que outras obras vão se originar com o desdobramento de um capítulo deste livro
ou da junção de vários deles, para melhor compreensão de assuntos tão
complexos. Quem sabe, a partir do surgimento deste primeiro volume, mais
colegas, psicólogos e especialistas, além de militantes espíritas da área da
desobsessão, não se entusiasmarão em aprofundá-los, enriquecendo-os também com
as suas próprias casuísticas?
Cremos que o
trabalho é vasto, faz-se necessário, e é de todo aconselhável, que os vários subtemas
tenham, na medida do possível, aprofundamento científico, com a divulgação de
pesquisas específicas realizadas nas universidades, cotejadas com os resultados
obtidos na prática mediúnica dos centros espíritas, que se dedicam a essas
tarefas. Como vemos, o trabalho apenas se esboça.
Interessamo-nos
em continuar aprendendo. Temos certeza de que, após a publicação deste livro, a
cada dia, estaremos observando o que deixou de ser dito e anotando a
compreensão a mais a que chegamos, com o passar do tempo. É isso o que ocorre
quando se estuda uma coletânea que faz parte de uma Revelação do Mundo Maior: a
cada leitura, descobrem-se novos conceitos, a compreensão amplia-se, abrindo
novos campos à observação.
Reconhecemos os
limites de nossos conhecimentos e as restrições de espaço e tempo, no exame de ideias
tão abrangentes; se saímos a campo, é principalmente para não nos omitirmos
diante desse legado de valor inestimável.
Sei que André
Luiz, com a generosidade do seu coração, já nos perdoou o cometimento.
Quanto a você,
leitor amigo, pedimos que se deixe levar pelo belo pensamento de nosso admirado
Fernando Pessoa: Tudo vale a pena se a alma não é pequena.
Dra. Marlene
Rossi S. Nobre
CONCLUSÃO DO GRUPO
Agostinho de
Hipona braça a trindade e cita várias passagens bíblicas onde se contradiz
perfeitamente quando defende Jesus ser Deus o que justifica o absurdo da
trindade. Agostinho deseja provar que Deus não é único nem soberano absoluto
pois teria descido no corpo biológico de Jesus em uma gravidez perfeitamente
dentro dos princípios humanos, pois jamais derrogaria sua lei. Agostinho se
perde citando muito e em sua última justificativa, João em 14:28 é imperativo:
“o Pai é maior que eu”.
Mas como
Agostinho era bispo de Hipona prevaleceu sua argumentação que provavelmente foi
aprovada por não ser entendida e não quererem criar discussões.
FONTES:
Bíblia de Jerusalém
Embora o espírito
de André Luiz tenha escrito mais livros, através da psicografia de Francisco
Cândido Xavier, estamos considerando como sendo sua obra, para a finalidade
deste estudo, quatorze deles:
Nosso Lar,
Os Mensageiros,
Missionários da
Luz
Obreiros da Vida
Eterna
No Mundo Maior
Libertação
Entre a Terra e o
Céu
Nos Domínios da
Mediunidade
Ação e Reação
Evolução em dois
Mundos
Mecanismos da
Mediunidade
Sexo e Destino
Desobsessão
E a Vida
Continua...
Obsessão e suas
mascaras
O Mistério da
Mente
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