quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

PREFACIODE OBSESSÃO E SUAS MASCARAS

 

Estudamos os capítulos do livro Obsessão e suas Mascaras que abrange estudo dos casos obsessivos dos livros da série de André Luiz. Livros que já foram lidos e cuja discussão foi esclarecida pela presente obra. Por isso achamos por bem colocar o prefacio do livro, com a explanação da autora Dra. Marlene Nobre, presidente da AME SP (Associação Médico Espirita de São Paulo).

 

 

PREFACIODE OBSESSÃO E SUAS MASCARAS

 

Se não crerdes, não entendereis. (Isaías, VII, 9 –” a cabeça de Efraim é Samaria e a cabeça de Samaria é o filho de Romelias. Se não o credes, não vos mantereis firmes”)

A fé procura, o intelecto encontra, (comentário de Santo Agostinho -[a Isaías, VII, 9 – “... porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; ele recebeu o poder sobre os seus ombros e lhe foi dado este nome conselheiro maravilhoso, Deus forte, Pai para sempre, príncipe da paz, para que se multiplique o poder assegurando o estabelecimento de uma paz sem fim, sobre o trono de Davi e sobre o seu reino”] - De Trinitate, XV –“ O Espírito Santo não é o Pai nem o Filho, mas o Espírito   do   Pai   e   do   Filho.   Um      Deus; porém   são   distintos   em   suas operações. As ações relatadas nas Escrituras (atribuídas ora ao Pai, ora ao Filho, ora ao Espírito Santo) são específicas das respectivas Pessoas Divinas.

Nestas ações, porém, as Pessoas Divinas são inseparáveis, como o são em si.

Segundo Agostinho é justamente pela inseparabilidade das ações das Pessoas Divinas que afirmamos a inseparabilidade da Trindade em si.

A   partir   do   texto   do   Evangelista   João, Agostinho   demonstra   a

consubstancialidade do Filho em relação ao Pai. Esta demonstração parte de que o Filho não foi criado pelo Pai, logo, se não é criatura, é Deus. Na carta de São Paulo a Timóteo (I Tm 6,14-16 – “guarda o mandamento imaculado, irrepreensível, até a Aparição de nosso Senhor Jesus Cristo que mostrará nos tempos estabelecidos o bendito e único soberano o ri dos reis e Senhor dos senhores o único que possui a mortalidade que habita uma luz inacessível, que nenhum homem viu, nem pode ser. A ele, honra e poder eterno! Amém!”), Agostinho percebe a menção da Trindade quando o Apóstolo se refere ao “bendito e único Soberano”. Em uma mesma perspectiva lógica, Agostinho conclui que o Filho não foi criado, pois João

escreve: “Todas as coisas foram feitas por ele” (Jo 1,3 – “tudo foi feito por meio dele e sem ele nada foi feito”), então, se tudo foi feito pelo Filho, o Pai não teria podido ter criado o Filho, sem o Filho.

Em   relação   ao   Espírito   Santo   Agostinho   realiza   um   encadeamento   de versículos para demonstrar a sua divindade. Na epístola aos Efésios Paulo declara que os santos servem ao Espírito de Deus. Ajunta-se a este versículo o conteúdo de (Rm 1,25 – “eles trocaram a verdade de Deus pela mentira e adoraram a criatura em lugar do criador que é bendito pelos séculos amem!) que prescreve que não servimos às criaturas, mas ao Criador.

Agostinho também   deseja esclarecer as diversas   passagens das Sagradas

Escrituras que insinuariam que Cristo Jesus seria inferior ao Pai, como, por

exemplo, no   Evangelho   de   João: “O   Pai   é   maior   do   que   eu” (Jo   14,28 – “vós ouvistes o que vos disse: vou e retorno a vós. Se me amasseis ficaríeis alegres por eu ir para o Pai porque o Pai é maior do que eu).

condição humana.

É sobre esta questão que Santo Agostinho mais se detém em seu primeiro

capítulo – como compreender as diversas passagens bíblicas nas quais se

encontra   uma   aparente   dissonância   entre   Jesus   Cristo   verdadeiro   Deus   e Jesus Cristo verdadeiro homem. Para Agostinho Jesus Cristo opera através da natureza humana e através da natureza divina. Enquanto Filho do Homem foi crucificado, enquanto Filho de Deus é o Senhor da Glória e virá para julgar.

Raciocínio interessante surge destas reflexões a respeito das ações de Jesus

Cristo. Agostinho argumenta que, no Julgamento Final, será Jesus na forma

em que é Filho do Homem que virá para julgar, uma vez que em sua essência divina, naquilo que é igual ao Pai, não poderia ser contemplado pelos ímpios, pois “bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5,8 – “felizes os puros de coração porque verão a Deus).

Esta contemplação será somente para aqueles de puro coração que verão a Jesus Cristo em sua forma de Deus.)

Durante muitos anos, temos esperado o aparecimento de livros que comentem a Obra de André Luiz.  Acompanhamos, com entusiasmo, o esforço de J. Martins Peralva, trazendo à publicação Estudando a Mediunidade e Mensageiros do Bem, com excelentes comentários a dois livros desse acervo - Nos Domínios da Mediunidade e Os Mensageiros, indicações constantes nossas a quantos estejam interessados no estudo da Doutrina Espírita, especialmente nesses temas.

Em agosto e setembro de 1987, frequentamos o curso ministrado pelo dr. Paulo Bearzoti sobre o livro Evolução em Dois Mundos, realizado nas reuniões de sábado da Associação Médico-Espírita de S. Paulo (AME-SP), à época, sediada na rua Maestro Cardim e presidida pelo dr. Ary Lex, tendo como secretária-geral a dra. Maria Julia de M. Prieto Peres.

O dr. Bearzoti foi assistente do professor Oswaldo de Freitas Julião e chefe do Ambulatório de Neuropediatra da Universidade de Campinas (Unicamp); era também, à época, docente do Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMP), de modo que, aliando sua bagagem científica e cultural ao conhecimento espírita, trouxe uma valiosa contribuição a esse estudo. Posteriormente, essas aulas foram enfeixadas no Boletim 5, publicação da própria AMESP, cuja primeira edição saiu no mesmo ano de 1987 e a terceira8ºacaba de ser publicada.

Inúmeros cursos, estudos sistemáticos e simpósios ocorrem no Brasil, dissecando, especialmente, essa série, fatos que, por si mesmos, já ressaltam o seu valor inestimável, dentro do contexto da obra monumental carreada por Francisco Cândido Xavier, dos Cimos para a Terra.

A própria AME-SP, no momento na sede da Av. Pedro Severino Jr., 325 tem continuado a realizar, em sua programação anual, os estudos desta Coletânea, de fundamental importância para o entendimento mais amplo da saúde humana.

Em 30 de novembro de 1996, nós mesmos tivemos a oportunidade de dar a primeira aula, na Universidade de São Paulo (USP), sobre a valiosa contribuição de André Luiz, abordando, especialmente, assuntos que constam deste livro, a convite do dr. Sérgio Felipe de Oliveira, coordenador do Curso de Psicobiofísica Pós-Graduação Lato Sensu. A intenção do coordenador é prosseguir trabalhando com os alunos, de modo a dissecar mais amplamente os estudos revelados pelo médico desencarnado.

Já lemos, aqui e ali, artigos em jornais e revistas, com algum comentário sobre determinado aspecto dessa coleção; desconhecemos, porém, outros livros com essa função precípua.

Depois de alguns decênios de estudo, partilhado, de certo modo, com os companheiros do Grupo Espírita Cairbar Schutel (Jabaquara-S. Paulo), decidimos, por nossa vez, publicar alguns comentários e apontamentos sobre essa Obra, visando temas específicos, que abrangessem os 14 livros.

Como assunto inicial, escolhemos os estudos que temos feito sobre Obsessão, visando, principalmente, uma tentativa de classificação e uma melhor compreensão, dada a sua grande complexidade. Essa escolha foi reforçada por dois eventos: o 1º Congresso Espírita Mundial, realizado em Brasília, pelo Conselho Espírita Internacional, em 1995, e a série de palestras que fizemos, a 9ᵅ, a convite do médico Fábio Villarraga, em oito cidades colombianas e depois na Guatemala, abordando esse mesmo tema, que despertou sempre um vivo interesse por parte do público.

Para fazer parte deste trabalho, preparamos igualmente um estudo introdutório sobre a importância do Pensamento, base fundamental de todo o intercâmbio espiritual, e assuntos correlatos, tais como os Reflexos Condicionados e alguns apontamentos sobre a Pineal, dividindo, assim, o livro em duas partes.

Na montagem definitiva do livro, decidimos, no entanto, colocar as anotações sobre o Pensamento na Parte II. Essa opção, embora não seja muito didática, vai favorecer àqueles que desejarem, tão-somente, maiores informações sobre obsessão.

Com esta observação, estamos remetendo o leitor para a Parte II do livro, se desejar primeiramente maiores esclarecimentos sobre as bases de operação do pensamento, antes de entrar no estudo das obsessões. O caminho fica a seu critério.

Cremos que há uma carência de discussão dos temas aqui propostos, sob o enfoque holístico. Essa falta básica fundamenta-se, especialmente, no paradigma reducionista-materialista, que a maioria dos cientistas elegeu, pelo menos até o momento, para orientação de suas atividades intelectuais e do próprio comportamento. De acordo com esses princípios materialistas, o pensamento é secreção do cérebro, produto do quimismo celular e como tal deve ser estudado, o que, na prática, significa necessidade de maior avanço tecnológico para ampliar conhecimentos acerca das funções do sistema nervoso, expoente máximo de sua produção.

Aqui e ali repontam testemunhos importantes em favor da preponderância do Espírito sobre a matéria. Devemos especialmente a um grupo de físicos essa ênfase. Entre estes, é inegável a tarefa missionária do professor Fritjof Capra. Seguindo os passos de Einstein, não apenas por sua inclinação10ºpela física, mas igualmente por sua convicção espiritualista, Capra publicou livros importantes, como O Tao da Física e O Ponto de Mutação e vem contribuindo, de forma efetiva, para a mudança do paradigma reducionista-materialista, no qual ainda se fundamentam as nossas universidades e a sociedade como um todo. No campo médico, o neurocirurgião Wilder Penfield também constitui uma das honrosas exceções à regra dos cientistas materialistas, afirmando que o cérebro é o computador e a mente o programador, e enfatizando o aspecto dualista do ser humano. Estes e outros testemunhos importantes, como os de Karl Pribram, Stanislav Grof, Ken Wilber, Richard Gerber, entre outros, citados no corpo deste livro, ainda não conseguiram, todavia, a grande mudança, a estrutural. Para esta, há que se esperar mais, porque está diretamente vinculada à madureza dos tempos, como enfatiza Kardec.

Com os singelos apontamentos deste livro, desejamos lembrar que a Doutrina Espírita, desde o seu surgimento no século passado, tem contribuído para essa mudança, uma vez que é uma das minorias criativas a apontar caminhos para os Tempos Novos, a civilização porvindoura.

Kardec e a falange da Terceira Revelação ressaltam, entre seus ensinos, a importância dos atributos e propriedades do Espírito, destacando o pensamento como sua produção específica, que lhe permite as conexões com os demais seres do universo.

Neste século, a revelação continua, com os Benfeitores Espirituais, dos quais André Luiz é porta-voz, afirmando que O Universo é a exteriorização do Pensamento Divino, e a civilização produto da mente humana. E muito mais, que tentamos resumir na Parte II.

Quanto à obsessão, em termos de população terrestre, o desconhecimento também é visceral. Para admitir a influência de espíritos inferiores em nossa mente e, consequentemente, em nossos pensamentos e atos, é preciso aceitar a imortalidade da alma e sua capacidade de associação - benéfica ou maléfica - em todos os planos da vida. Em geral, as concepções religiosas são muito imprecisas no que concerne ao destino das almas após a morte, colocando um sono profundo, eterno, no dealbar desse mundo, ressaltado como desconhecido e ameaçador, dificultando, sobremaneira, qualquer discussão benéfica sobre avida no além e seus habitantes.

Com raras exceções, cientistas e investigadores, psiquiatras e psicólogos, desconhecem o assunto, quando não o ignoram, deliberadamente. Com isso, a obsessão tem sido subestimada no mundo, fazendo vítimas, a cada dia, favorecendo o aumento lastimável de crimes, muitas vezes hediondos, e doenças as mais variadas.

Cremos que é chegado o momento de se estudar mais esse flagelo antigo.

Médicos, psicólogos e profissionais da área da saúde precisam debruçar-se sobre esse tema, procurando oferecer mais amparo à mente humana, que, atualmente, periclita, de forma assustadora, tendendo ao total desequilíbrio. Sobretudo, quando se sabe que a humanidade terrena se aproxima, a cada dia, da esfera de vibrações dos invisíveis de condição inferior, que a rodeia em todos os sentidos e, e na verdade, a esmagadora percentagem de habitantes da Terra não se preparou para os atuais acontecimentos evolutivos.

O número de agentes de saúde que mourejam, anonimamente, nos centros espíritas, oferecendo seu modesto trabalho, quer como médiuns, quer como doutrinadores ou esclarecedores, precisa ser multiplicado. Ficaríamos muito gratificados se esta publicação fosse um estímulo ao surgimento de um maior número de companheiros empenhados nesta área de serviço abnegado.

Neste livro, procuramos vasculhar a Obra de André Luiz e enfeixar seus ensinamentos sobre os temas propostos, comentando-os à luz dos conceitos de Allan Kardec e de outros pesquisadores que se interessam pelo paradigma espiritualista.

O nosso intuito maior foi apresentar os ensinamentos da forma como foram transmitidos, por esse notável porta-voz da Espiritualidade Superior, verdadeiro Dante Alighieri do século XX, sem a preocupação de justificá-los com comprovações científicas, mesmo porque esse é um campo quase inexplorado, onde há praticamente tudo por fazer e está a exigir muito esforço humano no campo da pesquisa.

Cremos que é chegado o momento de a própria revelação do mundo superior influir no ânimo dos investigadores espiritualistas para que se ponham a campo, tentando levar maior apoio à mente humana; por essa razão, não temos nenhum prurido se nos considerarem demasiado crédula, alienadas ou mesmo fora do contexto científico. Sabemos, perfeitamente, que esta é uma área ainda eivada de preconceitos, mas não se pode esquecer a relatividade do tempo, muitas teorias ontem consideradas indestrutíveis já foram varridas da face do planeta e outras estão em vias de desaparecer. Assim é a existência, os rótulos provisórios também passam...

Temos certeza de que outras obras vão se originar com o desdobramento de um capítulo deste livro ou da junção de vários deles, para melhor compreensão de assuntos tão complexos. Quem sabe, a partir do surgimento deste primeiro volume, mais colegas, psicólogos e especialistas, além de militantes espíritas da área da desobsessão, não se entusiasmarão em aprofundá-los, enriquecendo-os também com as suas próprias casuísticas?

Cremos que o trabalho é vasto, faz-se necessário, e é de todo aconselhável, que os vários subtemas tenham, na medida do possível, aprofundamento científico, com a divulgação de pesquisas específicas realizadas nas universidades, cotejadas com os resultados obtidos na prática mediúnica dos centros espíritas, que se dedicam a essas tarefas. Como vemos, o trabalho apenas se esboça.

Interessamo-nos em continuar aprendendo. Temos certeza de que, após a publicação deste livro, a cada dia, estaremos observando o que deixou de ser dito e anotando a compreensão a mais a que chegamos, com o passar do tempo. É isso o que ocorre quando se estuda uma coletânea que faz parte de uma Revelação do Mundo Maior: a cada leitura, descobrem-se novos conceitos, a compreensão amplia-se, abrindo novos campos à observação.

Reconhecemos os limites de nossos conhecimentos e as restrições de espaço e tempo, no exame de ideias tão abrangentes; se saímos a campo, é principalmente para não nos omitirmos diante desse legado de valor inestimável.

Sei que André Luiz, com a generosidade do seu coração, já nos perdoou o cometimento.

Quanto a você, leitor amigo, pedimos que se deixe levar pelo belo pensamento de nosso admirado Fernando Pessoa: Tudo vale a pena se a alma não é pequena.

Dra. Marlene Rossi S. Nobre

 

CONCLUSÃO DO GRUPO

Agostinho de Hipona braça a trindade e cita várias passagens bíblicas onde se contradiz perfeitamente quando defende Jesus ser Deus o que justifica o absurdo da trindade. Agostinho deseja provar que Deus não é único nem soberano absoluto pois teria descido no corpo biológico de Jesus em uma gravidez perfeitamente dentro dos princípios humanos, pois jamais derrogaria sua lei. Agostinho se perde citando muito e em sua última justificativa, João em 14:28 é imperativo: “o Pai é maior que eu”.

Mas como Agostinho era bispo de Hipona prevaleceu sua argumentação que provavelmente foi aprovada por não ser entendida e não quererem criar discussões.

FONTES:

Bíblia de Jerusalém

Embora o espírito de André Luiz tenha escrito mais livros, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, estamos considerando como sendo sua obra, para a finalidade deste estudo, quatorze deles:

Nosso Lar,

 Os Mensageiros, 

Missionários da Luz

Obreiros da Vida Eterna

No Mundo Maior

 Libertação

Entre a Terra e o Céu

Nos Domínios da Mediunidade

Ação e Reação

Evolução em dois Mundos

Mecanismos da Mediunidade

Sexo e Destino

Desobsessão

E a Vida Continua...

Obsessão e suas mascaras

O Mistério da Mente

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