sábado, 6 de novembro de 2021

TRANSPLANTE DE ORGÃOS NA VISÃO ESPIRITA

 

TRANSPLANTE DE ORGÃOS NA VISÃO ESPIRITA

 

A temática “doação de órgãos ou transplantes” é bastante questionada na Doutrina Espírita. Muitas pessoas ainda hoje veem com preconceito a ideia do transplante de órgãos, e entre nós, espíritas, correm informações conflitantes da possibilidade de o espírito ainda estar no corpo quando ocorrer o transplante; sobre essa questão Chico Xavier responde:

“Mesmo que a separação entre o Espírito e o corpo não se tenha completado, a espiritualidade dispõe de recursos para impedir impressões penosas e sofrimentos aos doadores. A doação de órgãos não é contrária às Leis da Natureza, porque beneficia, além disso, é uma oportunidade para que se desenvolvam os conhecimentos científicos, colocando-os a serviço de vários necessitados. ” (Plantão de respostas. Pinga Fogo II 1995.)

Esclarecemos que para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, mas é fundamental comunicar à sua família o desejo da doação. A família sempre se aplica na realização deste último desejo, que só se concretiza após a autorização desta, por escrito.

Considera-se como potencial doador todo paciente com morte encefálica (Morte encefálica é uma lesão irrecuperável do cérebro. Como o cérebro comanda todas as atividades do corpo, sua morte é a interrupção definitiva das atividades cerebrais. Exames de circulação cerebral diagnosticam o quadro.) (Ausência de perfusão sanguínea cerebral ou ausência de atividade elétrica cerebral ou ausência de atividade metabólica cerebral). O diagnóstico de morte cerebral significa, para o momento dos nossos conhecimentos médicos, a impossibilidade do retorno à vida, mas não representa o instante da desencarnação, nem a garantia de que o Espírito já tenha partido definitivamente.

Nesse ponto pode-se questionar a possibilidade de a alma ainda encarnada sofrer enquanto seu corpo físico perece. Kardec, em O Livro dos Espíritos, esclarece na questão 156: “na agonia, a alma, algumas vezes, já tem deixado o corpo; nada mais existe que a vida orgânica” (O Livro dos Espíritos. CAPÍTULO III – Da volta do Espírito, extinta a vida corpórea, à vida espiritual). Consequentemente, tanto o corpo pode funcionar, tendo a desencarnação já se efetivado, quanto pode ocorrer a morte cerebral e o Espírito não ter ainda efetivado sua liberação total da carne.

Esclarecemos que a doação de órgãos no Brasil é regulamentada pela lei 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, e pela lei 10.211, de 23 de março de 2001, que reconhecem duas situações:

1. Doação de órgãos de doador vivo, familiar até 4º grau de parentesco, mais frequentemente de rim, pois é um órgão duplo e não traz prejuízo para o doador.

2. Doação de órgãos ou tecidos de doador falecido, que é determinada pela vontade dos familiares até 2º grau de parentesco, mediante um termo de autorização da doação.

Ocorre na segunda situação uma pergunta pertinente: se o desencarnante em vida não tenha solicitado a doação e seus parentes optarem por doar seus órgãos após a desencarnação, como fica o espírito nesse processo de transplante? A resposta vem de Emmanuel: “A doação de órgãos deve ser regida pela consciência individual. Se o desencarnado é muito apegado ao corpo material, poderá sentir-se um tanto perturbado, mas sem gravidade. Tendo notícia do real papel do próprio corpo na trajetória ascensional do Espírito, entenderá. Uma vez inútil ao seu trabalho, algo dele serve ao outro, cuja máquina perdeu só um parafuso. Como o carro fundido ou acidentado cede peças sãs a um menos lesado. ” (Plantão de respostas. Pinga Fogo II. São Paulo: Cultura Espírita União, 1995.)

Sabemos que nossos órgãos carregam fluido vital em suas células, que vai ser transferido ao receptor, abrindo assim uma chance de revitalização no organismo doente. Devemos lembrar que todas as nossas células são desenvolvidas do zigoto ou ovo, o qual assume diversas formas, moldando-se e transformando-se em todos os nossos órgãos. Conforme André Luiz cita na obra Evolução em dois mundos (Evolução em Dois Mundos), quando uma célula é retirada do corpo humano e passada para a placa de cultura em laboratório, ela retoma sua forma primitiva: o zigoto.

“Essa involução da célula para formatos embrionários ocorre porque não há mais comando do Espírito sobre a célula que foi colocada na placa de cultura, uma vez que foi separada do corpo biológico de origem. O comando do Espírito fica imantado ao períspirito no qual o arranjo celular se molda; desligado do corpo biológico, o órgão ou conjunto celular sai desta forma de imantação e assume uma individualidade própria. Quando aquele conjunto de células ou órgãos estiver reincorporado a outro organismo, sob a gerência de outra pessoa, outro Espírito com forma perispiritual, haverá uma readaptação celular. ” (Sérgio Felipe de. O Transplante e suas repercussões perispirituais. Será que o períspirito pode ser responsável pela rejeição ou não de um novo órgão transplantado? Revista Saúde da alma, Sérgio Felipe de Oliveira. O Transplante e suas repercussões perispirituais. Será que o períspirito pode ser responsável pela rejeição ou não de um novo órgão transplantado? Revista Saúde da alma.)

Divaldo Franco legitima a doação de órgãos para transplante com a frase:

“Se a misericórdia divina nos confere uma organização física sadia, é justo e válido, depois de nos havermos utilizado desse patrimônio, oferecê-lo, graças às conquistas valiosas da ciência e da tecnologia, aos que vieram em carência a fim de continuarem a jornada. ” (Divaldo Pereira. Seara de Luz.)

O transplante de órgãos demonstra com clareza a estreita relação entre a morte e a nova vida e, portanto, constitui a sublime benesse: salva vidas. Em resumo, a doação de órgãos para transplantes não afetará o espírito do doador, exceto se acreditarmos que é injusta a Lei de Deus e que estamos no planeta à margem da Sua vontade.

Lembremos que nas instruções do grande arquiteto que rege o universo não há espaço para a injustiça e o transplante de órgãos (façanha da ciência humana) é valiosa oportunidade dentre tantas outras colocadas à nossa disposição para o exercício da caridade.

“(...) não se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar o próximo, nem amar o próximo sem amar a Deus. Logo, tudo o que se faça contra o próximo o mesmo é que fazê-lo contra Deus. Não podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo, todos os deveres do homem se resumem nesta máxima: Fora da caridade não há salvação. ” (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. XV – Fora da Caridade não há salvação / O mandamento maior.)

FONTE:

 O Clarim - Marcos Paterra

Obsessão e suas mascaras

Dra. Marlene Nobre

Divaldo Pereira Franco

Francisco Candido Xavier

O Livro dos Espíritos

Evangelho Segundo o Espiritismo



 

FÉ INCONDICIONAL

 

FÉ INCONDICIONAL

(Lc 17, 1-6 –“depois disse a seus discípulos: é inevitável que haja escândalos, mas ai daquele que os causar! Melhor lhe fora ser lançado ao mar com uma pedra de moinho enfiada no pescoço do que escandalizar um só desses pequeninos. Acautelai-vos!

Se teu irmão pecar repreende-o e se ele prender perdoa-lhe. E caso ele peque contra ti sete vezes por dia e sete vezes retornar dizendo: “estou arrependido, tu lhe perdoarás”.

Os apóstolos disseram ao Senhor: “aumente em nós a fé! ” O Senhor respondeu; com a fé que tendes como um grão de mostarda se dissésseis a esta amoreira: ”arranca-te e replanta-te no mar e ela vos obedeceria”).

Exortações aos discípulos. Disse Jesus a seus discípulos: “É inevitável que venham incitamentos ao pecado; mas ai do homem por quem vem! Melhor lhe fora que lhe atassem ao pescoço uma mó e o lançassem ao mar, do que ser ele ocasião de pecado a um desses pequeninos.

Tende cuidado de vós mesmos! Se teu irmão pecar, repreende-o; e, se se

arrepender, perdoa-lhe. E, se pecar contra ti sete vezes por dia, e vier ter contigo sete vezes dizendo: Estou arrependido – perdoa-lhe”.

Pediram os apóstolos ao Senhor: “Aumenta-nos a fé”.

Respondeu o Senhor: “Se tiverdes fé, como um grão de mostarda e disserdes a esta amoreira: Desarraiga-te e transplanta-te para o mar – obedecer-vos-á.”

A fé cresce na razão em que homem se liberta do egoísmo. Disseram os discípulos ao Senhor: “Aumenta-nos a fé! ”

Respondeu-lhes Jesus: “Se tiverdes fé, que seja como um grão de mostarda, é disserdes a esta amoreira: arranca-te e transplanta-te para o mar! Ela vos

obedecerá”.

Logo depois desta elevada metafísica, passa Jesus ao plano de uma física tão corriqueira, como a dos trabalhos de agricultura e pecuária – que, à primeira vista, não atinamos com a afinidade entre esta e aquela.

Mas, no fim dessa estranha digressão de aparente heterogeneidade, volta o Mestre a ligar o fio da homogeneidade, concluindo: “Quando tiverdes feito tudo que vos foi mandado fazer, dizei: somos servos inúteis; cumprimos a nossa obrigação; nenhuma recompensa merecemos por isto”.

Esta conclusão final é a resposta ao pedido inicial dos discípulos: Senhor,

aumenta-nos a fé!

Antes de tudo, que quer dizer fé?

Há quase 2000 anos que a cristandade identifica fé com crença – e esta identificação marcou o início de uma das maiores tragédias espirituais do cristianismo de todos os setores, sobretudo do protestantismo, que se baseia principalmente no princípio de “quem crer será salvo”.

A nossa palavra “fé” vem do termo fides, radical de fidelidade. Fé é, pois, uma atitude de fidelidade, harmonia, sintonia. Quando o meu aparelho de rádio está sintonizado com a onda eletrônica emitida pela estação emissora, então o meu rádio apanha nitidamente a música irradiada pela emissora – meu rádio tem “fé”, fidelidade, alta fidelidade, com a estação emissora. Mas quando o meu aparelho receptor não está afinado pela mesma frequência vibratória da emissora, não apanha a música, porque não tem “fé”, fidelidade, sintonia.

A “crença” nada tem de ver com a fé. A crença, substantivo derivado do verbo crer, é uma opinião vaga, incerta, indefinida; assim como quando alguém diz: creio que vai chover, creio que fulano morreu – mas nada disto é certo.

Por que é que a palavra exata “fé” foi substituída pelo vocábulo vago “crença”?

Por que dizemos “eu creio”, em vez de dizermos “eu tenho fé”?

Infelizmente, o substantivo latino fides não tem verbo, e como fé é derivado de fides, também em português, como na maior parte das línguas neolatinas, não existe verbo derivado da palavra fé. E temos de empregar um verbo de outro radical. Do latim credere fizemos crer, crença.

E com isto perdemos a verdadeira noção da palavra fé, no sentido de fidelidade.

Poderíamos inventar o verbo “fidelizar” para dizer “ter fé” – mas é um neologismo desconhecido.

O texto dos Evangelhos do primeiro século foi escrito em grego, e nesta língua fides, fé, é pistis, que tem o verbo pisteuein, ter fé, fidelizar. Mas a tradução latina, não encontrando verbo derivado de fides, viu-se obrigada a recorrer ao termo vago credere, que em português deu crer.

Os discípulos de Jesus pedem, pois, ao Mestre: “Aumenta a nossa fidelidade, a nossa sintonia, a nossa harmonia com o mundo espiritual; robustece a consonância entre a nossa consciência humana e a consciência divina”. Os discípulos sentem que têm uma ligeira fidelidade com o mundo da realidade divina; mas sentem também a fraqueza e pequenez dessa sua fidelidade.

Então lhes respondeu o Mestre: “Se tiverdes fidelidade, genuína e autêntica, mesmo que seja inicialmente pequena como um grão de mostarda, porém genuína e autêntica, então tereis poder sobre todo o mundo material”. O que é importante não é a quantidade, mas sim a qualidade da vossa fé. A onipotência do espírito tem poder sobre qualquer potência da matéria. O que é decisivo é a intensidade qualitativa da vossa fé, não a extensão quantitativa.

E para lhes mostrar em que consiste essa qualidade intensiva da fé, recorre o Mestre não a uma definição abstrata e teórica, mas a uma exemplificação

concreta e prática. Faz ver que os atos desinteressados produzem o clima

propício para uma atitude espiritual de fé ou fidelidade. Quem trabalha para ser recompensado age em nome do ego humano, sempre egoísta; mas quem trabalha sem nenhuma intenção, explícita ou implícita, de ser recompensado, esse crea um ambiente propício para a atitude da fé.

Os discípulos pediram ao Mestre: “Aumenta-nos a fé! ”. E o Mestre lhes fez ver que eles mesmos devem aumentar a sua fé por meio de atos desinteressados.

A fé é uma atitude espiritual do Eu, mas qualquer ato interesseiro do ego mercenário enfraquece o ambiente para o nascimento e crescimento da fé.

A frase final sobre “servos inúteis” é um golpe de misericórdia para o nosso

Inveterado egoísmo humano. Todo ego se sente “servo útil” e, de tão útil que se julga, quer ser sempre recompensado por seus atos. O ego nada faz de graça; a zona da graça é do Eu espiritual que, por isto mesmo, pode trabalhar de graça.

“Por Moisés foi dada a lei (ego), pelo Cristo veio a verdade, veio a graça (Eu) ”.

Todo ego mercenário é um ótimo discípulo de Moisés – e um péssimo discípulo do Cristo.

Quem vive no signo da graça age de graça – quem não vive no signo da graça, vive na desgraça.

Por isso, todo ego mercenário é um desgraçado.

O filósofo francês Bergson diz que todas as igrejas detestam o egoísmo terrestre, mas todas recomendam o egoísmo celeste. As teologias ensinam, geralmente, que o homem deve ser bom, altruísta, virtuoso, com o fim de merecer o céu – e não percebem que também isto é egoísmo, egoísmo póstumo, egoísmo sublimado.

O homem realmente liberto e totalmente realizado não espera recompensa

alguma pelo fato de ser bom, nem antes nem depois da morte. O homem realmente bom é incondicionalmente bom. Não é bom para ser recompensado com algum céu objetivo, com um prêmio celeste. O homem incondicionalmente bom realiza o reino dos céus dentro de si subjetivamente, e esta auto-realização que é o seu céu. Não espera nenhum céu externo, de fora, realiza o seu céu interno, de dentro.

Isto não é egoísmo, porque onde o ego foi totalmente superado não há mais

egoísmo.

É o que o Mestre chama ser “servo inútil”, sem crédito, sem direito a nenhuma recompensa objetiva.

Kant, na sua filosofia analítica, censura acremente Spinoza pelo fato de ter

glorificado o homem incondicionalmente bom; mas o monista judeu de Amsterdam era mais crístico que o teísta cristão de Königsberg.

Toda esta parábola visa a mostrar que a verdadeira fé, ou fidelidade com o

espírito de Deus, cresce na razão direta da libertação do homem de qualquer espírito mercenário.

FONTE;

Huberto Rodhen

Bíblia de Jerusalém

 

SINTONIA: HIPNOSE EM GRAUS DIVERSOS

 

SINTONIA: HIPNOSE EM GRAUS DIVERSOS

FASCINAÇÃO

O centro espírita dirigido pelo enérgico e bondoso Raul Silva, era a faculdade onde André Luiz fazia seu curso de aperfeiçoamento em mediunidade, sob a orientação competente do assistente Áulus.

Licantropia parcial deformante - xenoglossia - Mais um caso para tirar lições. Uma senhora levantara-se e, rodopiando sobre os calcanhares, qual se um motor lhe acionasse os nervos, caiu em convulsões, debatendo-se no piso da sala.

Coleando pelo chão, adquiria aspecto animalesco, acentuado pelos uivos semelhantes ao de uma loba ferida. Entidades da sombra comandavam a mente da pobre senhora, especialmente uma delas que parecia interessada em eliminar-lhe a existência.

Auxiliada pelas preces de Raul e a intervenção do mentor Clementino, a doente reergueu-se, sentando-se ao lado do marido.

Áulus explicou tratar-se de um complexo caso de fascinação. Terrível hipnotizador, auxiliado por vários companheiros, que também desejam vingança, utiliza a sugestão para humilhá-la. Se não fosse a proteção espiritual da casa espírita que frequenta, essa senhora já terá sido vítima integral de licantropia deformante.

O instrutor afirmou que os Espíritos detentores de altos poderes de inteligência, mas dedicados ao crime, são os responsáveis por muitos quadros deprimentes observados-nos hospitais psiquiátricos, em que numerosos doentes, sob intensa ação hipnótica, imitam costumes, posições e atitudes de animais diversos.

Esse fenômeno é muito generalizado nos processos expiatórios, em que os cúmplices da delinquência descambam para a atitude dos brutos.

André Luiz tem ideia de separá-los, mas o benfeitor lembra que toda obsessão tem alicerces na reciprocidade.

Nesse instante, a senhora começa a falar em um idioma estranho. Estudando o caso, Áulus inteirou-se de que a desavença perdurava por mais de um milênio. Conseguiu decifrar também o dialeto da velha Toscana, em que se exprimia o obsessor, descobrindo, então, que, por causa desta senhora, tornara-se este cruel estrangulador. Era legionário de Ugo, o poderoso duque da Provença, no século X... A entidade reportou-se ao saque de que participou, nessa época, quando teve a infelicidade de assassinar os próprios pais para satisfazer a essa mulher, que lhe partilhava a existência.

Nesses casos de xenoglossia ou de mediunidade poliglota, o filtro mediúnico e a entidade que se utiliza dele acham-se tão intensamente afinados entre si que a passividade do instrumento é absoluta.

Aqui analisamos um caso em que o obsessor mantém os mesmos hábitos de outrora, de séculos atrás, exprimindo-se pela médium através de frases e modos que lhe foram típicos.

Intrigado com o fenômeno, Hilário perguntou ao assistente se ele é atribuível à mediunidade propriamente dita ou à sintonia completa, e o benfeitor informa:

- O problema é de sintonia.

Hilário volta à carga: Contudo, se a doente não lhe houvesse partilhado da experiência terrestre, como legítima associada de seu destino, poderia o comunicante externar-se no dialeto com que se caracteriza?

- Positivamente não - esclareceu Aulus - Em todos os casos de xenoglossia, é preciso lembrar que as forças do passado são trazidas ao presente. Os desencarnados, elaborando fenômenos dessa ordem, interferem, quase sempre, através de impulsos automáticos, nas energias subconsciências, mas exclusivamente por intermédio de personalidades que lhes são afins no tempo. Quando um médium analfabeto se põe a escrever sob o controle de um amigo domiciliado em nosso plano, isso não quer dizer que o mensageiro espiritual haja removido milagrosamente as pedras da ignorância. Mostra simplesmente que o psicógrafo traz consigo, de outras encarnações, a arte da escrita já conquistada e retida no arquivo da memória, cujos centros o companheiro desencarnado consegue manobrar.

Hilário insiste ainda: Podemos concluir, então, que se a enferma fosse apenas médium, sem o pretérito de que dá testemunho, a entidade não se exprimiria por ela numa expressão cultural diferente da que lhe é própria...

- Sim, sem dúvida alguma - aprovou o instrutor -, em mediunidade há também o problema da sintonia no tempo... O fato sob nossas vistas pode ser, de certo modo, comparado às correntes d’água. Cada qual tem seu nível. As águas à flor da terra guardam a serventia e o encanto que lhes são peculiares, contudo, somente as aguas profundas encerram o tesouro educado ou inculto das enormes forças latentes, que podem ser convenientemente utilizadas quando aquelas são trazidas a superfície.

Segundo apontamento do orientador, mesmo à distância, depois de separados, o algoze a vítima continuavam unidos pela fusão magnética.

E mesmo depois de retirado o espírito obsessor, a senhora continuou a gritar, referindo-se a um cruel estrangulador que desejava sufocá-la. Tratava-se agora, segundo Aulus, apenas de um fenômeno alucinatório, natural em processos de fascinação como este. E acentuou: Perseguidor e perseguida jazem na mais estreita ligação telepática, agindo e reagindo mentalmente um sobre o outro.

O remédio definitivo para aquela dolorosa situação estava sendo providenciado: em breve, a doente e o verdugo tornar-se-iam mãe e filho, juntos vão seguir no trabalho redentor.

E Áulus arrematou: Louvado seja Deus pela glória do lar!

Esse caso de sintonia completa ilustra bem o grau profundo de hipnose, de conjugação de ondas, que permite a passividade absoluta e, consequentemente, o acesso aos arquivos, onde se encontram registrados os fatos de vidas pregressas, trazendo as lembranças do passado no presente, de forma inconsciente. Essa é uma conjugação no tempo, quanto mais antiga a ligação das almas, mais fácil a realização do fenômeno.

O professor Torres Pastorino escreve: Podemos, então, estabelecer um princípio: as comunicações telepáticas, através da pineal-pituitária, se fazem por sintonia vibratórias fluídicas (ligações por fio) se realizam através dos chacras plexos, por magnetismo positivo-negativo. Em nossa hipótese, pois, o magnetismo poderá influir na incorporação, na ligação fluídica, mas não na inspiração ou intuição, que esta se realiza por simples recepções vibratórias.

Discordamos apenas em um ponto do professor Pastorino: nos dois processos, a pineal participa de forma decisiva.

Nos próximos itens, vamos dar outros graus de conjugação de ondas, de sintonia, abordando obsessão oculta, durante o sono físico e obsessão coletiva.

OBSESSÃO OCULTA

A hipnose é fenômeno corriqueiro na Terra, gerando associações maléficas e destrutivas. Grande parte dos crimes, escândalos, e, de certa forma, dos suicídios tem, aí, sua origem. Muitas hipnotizado, levando-o a estados alucinatórios. Veremos, na Parte II, a capacidade de indução da corrente mental e suas outras propriedades, destacando, inclusive, a importância dos reflexos condicionados.

Para precaver-se de semelhante calamidade, o ser humano precisa prestar atenção à natureza de seus próprios pensamentos e ideoplastias, o que vale dizer, à qualidade dos raios mentais que elege como combustível de suas emoções mais profundas.

Kardec referiu-se às mil formas de obsessão oculta. Já lembramos também as anotações do evangelista João, quando escreve sobre a ação de um Espírito obsessor, que teria colocado no cérebro de Judas a ideia de negação do apostolado.

André Luiz enfatiza aspectos dessa mediunidade ignorada, lembrando que o reflexo condicionado específico está na raiz de diversos vícios, tão vulgares na vida social, como sejam a maledicência, a crítica sistemática, os abusos da alimentação e os exageros do sexo. Ressalta também a amplitude do fenômeno:

Em todos os continentes, podemos encontrar milhões de pessoas em tarefas dignas ou menos dignas - mais destacadamente os expositores e artistas da palavra, na tribuna e na pena, como veículos mais constantemente acessíveis ao pensamento - senhoreadas por Espíritos desenfaixados do liame físico, atendendo a determinadas obras ou influenciando pessoas para fins superiores ou inferiores, em largos processos de mediunidade ignorada, fatos esses vulgares em todas as épocas da Humanidade.

Aqui especificamos um desses casos. Nas dependências de um bar, em um ambiente noturno de péssimas vibrações espirituais, por causa das libações alcoólicas, das ondas defumo e dos pensamentos desregrados, um jovem escrevia embalado pelo conhaque e pelo cigarro. Ao seu lado, um espírito de aspecto repelente controlava seu cérebro, embebendo-o de uma substância escura e pastosa que lhe escorria das mãos. Imantado, através da imaginação, o rapaz, que, sem o suspeitar, era hábil médium psicógrafo, assimilava as ideias do verdugo espiritual. Tratava-se de um fenômeno de indução magnética, de vez que, como jornalista, desejava produzir matéria sensacionalista, encontrando ressonância no desejo da entidade inferior de prejudicar uma jovem.

As páginas que estavam produzindo iriam, justamente, enredar essa jovem em noticiário escabroso. Houvera um homicídio. A jovem não estava diretamente implicada, mas, sob o império do obsessor, o rapaz iria colocá-la no centro dos acontecimentos. Com que finalidade? O espírito, verdugo da jovem, pretendia desfibrar-lhe o caráter, a fim de arremessá-la ao vício e, desse modo, dominá-la mais facilmente, voltando ao vampirismo a que está acostumado.

E o rapaz? Tornara-se instrumento do obsessor, porque deseja produzir matéria escandalosa de impacto junto ao público.

A imantação das almas ocorre, portanto, naturalmente, pela natureza dos raios mentais emitidos de parte a parte.

Diante do fenômeno, André Luiz pondera:- O quadro sob nossa análise induz a meditação nos fenômenos gerais de intercâmbio em que a Humanidade total se envolve sem perceber...

E Aulus concluiu:

- Ah! sim! faculdades medianímicas e cooperação do mundo espiritual surgem por toda parte. Onde há pensamento, há correntes mentais, e onde há correntes mentais existe associação. E toda associação é interdependência e influenciação recíproca.

OBSESSÃO DURANTE O SONO FÍSICO

A pequena parcela de seres humanos que já se apercebeu da contínua comunicação entre os Espíritos e dos aspectos nefastos que ela pode assumir, ainda não está suficientemente desperta para a necessidade de vigilância nos estados passivos. Por isso, a meditação e o sono físico, comumente, são portas abertas para a recepção de pensamentos sugeridos por Inteligências desencarnadas, que nem sempre querem a nossa felicidade espiritual, enredando-nos na obsessão.

No livro Libertação, durante a missão que desenvolvem nas regiões infernais para salvar Gregório, André Luiz e Elói, sob a tutela de Gúbio, observaram o intenso intercâmbio entre encarnados e desencarnados, no período dedicado ao sono físico.

Gúbio esclareceu: A determinadas horas da noite, três quartas partes da população de cada um dos hemisférios da Crosta Terrestre se acham nas Zonas de contato conosco, ea maiores percentagens desses semi-libertos do corpo, pela influência natural do sono, permanecem detidos nos círculos de baixa vibração, qual este em que nos movimentamos provisoriamente. Por aqui, muitas vezes se forjam dolorosos dramas que se desenrolam nos campos da carne.

Somos informados, então, que os grandes crimes que ocorrem na Terra são planejados à noite, nessas regiões infelizes, e que acontecimentos muito mais estarrecedores poderiam ocorrer, se não fosse o trabalho ativo dos Espíritos protetores que se desvelam em benefício da humanidade.

Ao lermos essa passagem, lembramo-nos dos filmes de violência gratuita, dos personagens monstruosos, que apresentam enormes deformações de caráter; as cenas de deboche, com evidente desvirtuamento do emprego do sexo, e ficamos com a convicção de que muitos diretores, artistas e produtores de cinema devem frequentar, habitualmente, essas paragens infelizes.

A vida é patrimônio de todos, mas a direção pertence a cada um, ensinou dúbio.

No livro Evolução em Dois Mundos, André Luiz afirma que, durante o sono físico, a mente é suscetível à influenciação dos desencarnados, quer sejam evoluídos ou não, e que são atraídos pela nossa aura. Se nos mostramos inclinados à elevação moral, os Espíritos Superiores aproveitam o descanso do corpo físico para nos oferecer ajuda; se trazemos, porém, no halo psíquico, sinais de ociosidade ou de intenção maligna, somos procurados por entidades malfazejas que nos envolvem em obsessões viciosas.

CASO MARINA

Como exemplo, temos um caso de obsessão ocorrida durante o sono físico, envolvendo duas mulheres. A que habita o plano extra físico interpelou a outra, Marina, acerca dos compromissos assumidos entre ambas. A companheira encarnada diz que o marido se filiou a um círculo de preces, tem se sentido mais calmo, confiante, o que vem tornando a vida de ambos mais pacífica.

A interlocutora revidou, com aspereza, dizendo que ela, Marina, não podia deixar que ele continuasse a frequentar esse círculo, uma vez que quem reza cai na mansidão. E acrescentou: E necessário espezinhá-lo, torturá-lo, feri-lo, a fim de que a revolta o mantenha no nosso círculo. Se ganhar piedade, estragar-nos-á o plano, deixando de ser nosso instrumento na fábrica.

E a obsessora foi por aí afora... que precisava se esquivar dos ditadores de salvação, e o marido e outras pessoas mais que se lhe agregavam em serviço, no nível do que planejavam. Acrescentando ao final: Volte para o corpo e não ceda um milímetro. Corra com os apóstolos improvisados. Prenda João, controlando-lhe o tempo. Fira-o devagarinho. O desespero dele chegará, por fim, e, com as forças da insubmissão que forem exteriorizadas em nosso favor, alcançaremos os fins a que nos propomos. Gúbio esclareceu que, de manhãzinha, quando acordar na Terra, essa pobre mulher, incapaz de perceber a felicidade que o Senhor lhe concedeu num casamento digno e tranquilo, despertará, no corpo, de alma desconfiada e abatida. Imantada a essa irmã ignorante infeliz, que a persegue e subjuga para conseguir deplorável vingança, vai se converter em pedra de tropeço na vida do marido, causando-lhe aflição e impedindo-o de seguir em sua tarefa de reeducação espiritual.

O que fazer para libertar-se de semelhante inimiga? Indagou um dos aprendizes. Gúbio respondeu:

- Mantendo-se num padrão de firmeza superior, com suficiente disposição para o bem.

Aliás, esse é todo um programa de quem se dispõe a renovar-se com o Cristo. E renovação moral é disposição que brota de dentro. E muito difícil reajustar alguém que não deseja reajustar-se. Aqueles que se acham sob o controle de energias cegas, acomodando-se aos golpes e sugestões da força tirânica, emitidos pelas Inteligências perversas que as assediam, demoram-se, longo tempo, na condição de aparelhos receptores da desordem psíquica.

Infelizmente, a ignorância e a rebeldia são fonte de inúmeros males neste mundo.

INVIGILÂNCIA DOS MÉDIUNS Caso Vieira e Marcondes

O Espiritismo evangélico é também o grande restaurador das antigas igrejas apostólicas, amorosas e trabalhadoras. Seus intérpretes fiéis serão auxiliares preciosos na transformação dos parlamentos teológicos em academias de espiritualidade, das catedrais de pedra em lares acolhedores de Jesus, comentava Alexandre com André Luiz, quando adentraram a casa espírita, onde se desenvolveriam os trabalhos da noite. Faltavam cinco minutos para as duas da madrugada.

Nessa nobre instituição espírita, dedicada ao serviço dos necessitados e sofredores, onde permanecia vivo o sagrado espírito de família evangélica, Alexandre falaria a desencarnados e encarnados desprendidos do corpo físico, por efeito do sono. A palestra era dedicada a todos os que se dedicam às tarefas de intercâmbio mediúnico.

Os desencarnados já estavam a postos, mas, entre os demais faltavam dois alunos. Sertório e André Luiz foram incumbidos de verificar o que se passava.

Ao dirigirem-se à residência de Vieira, um dos faltosos, Sertório comentou com o companheiro que os encarnados não têm bastante consciência da quantidade e qualidade de serviços espirituais realizados por entidades abnegadas, durante o sono físico. Se estivessem mesmos dispostos a esse gênero de tarefa, de certo efetuariam conquistas mais brilhantes nos domínios psíquicos apesar de ainda estarem na carne. Lamentou, porém

, o fato de que a maioria se vale do repouso noturno para sair à caça de emoções frívolas ou menos dignas.

Relaxam-se as defesas próprias, e certos impulsos, longamente sopitados durante a vigília, extravasam em todas as direções, por falta de educação espiritual, verdadeiramente sentida e vivida, enfatizou.

Seria possível que isso acontecesse também com alunos de um instrutor da ordem de Alexandre? - Indagou André Luiz.

- Como não? - Tornou Sertório, fraternalmente - Com referência a essa possibilidade não tenha qualquer dúvida. Quantos pregam a Verdade, sem aderirem intimamente a ela?

.... Há sempre muitos chamados em todos os setores de construção e aprimoramento do mundo! Os escolhidos, contudo, são sempre poucos, acentuou.

Chegados ao apartamento de Vieira, viram-no debater-se no leito, fazendo um ruído singular. A seu lado, permanecia uma entidade, trajando vestes absolutamente negras. Vieira deixava escapar pela garganta gritos de pavor.

Sertório constatou que Vieira estava sofrendo um pesadelo cruel, mas que ele mesmo havia atraído o [visitante até ali. Dialogando com a entidade, ficou sabendo que, naquela noite, Vieira, velho conhecido seu, o havia acusado de faltas que não cometera, conversando levianamente com a família, a respeito da sua vida.

Durante o sono físico, esperava explicar certas coisas, para que ele não mais caluniasse o seu nome, mas desde que se aproximou, o amigo ingrato fez um rosto de pavor e não desejou ouvir as suas explicações.

Não será passível de punição o amigo infiel que se vale das imposições da morte para deprimir? perguntou a entidade a Sertório. Este desculpou-se pelo amigo, chamou André Luiz de lado, propondo-lhe a retirada porque, definitivamente, Vieira não poderia comparecer à aula de Alexandre, naquela noite.

Em seguida, puseram-se a campo em busca de Marcondes, o outro faltoso.

Encontraram-no, no quarto do apartamento, em companhia de três entidades femininas, da pior espécie de quantas André Luiz conhecia nas regiões das sombras.

Envergonhado, Marcondes procurou desculpar-se, afirmando que é difícil manter o coração nos caminhos retos. Sertório deixou-o junto às mulheres, lembrando-lhe que cada qual escolhe as companhias que prefere.

CASO ISAURA SILVA

No livro Libertação, André Luiz escreve sobre o caso de dona Isaura Silva, médium com atividade normal na casa espírita.

Após os trabalhos de intercâmbio mediúnico, a pobre senhora não apresentava as mesmas radiações brilhantes, cercava-se de emissões de substância cinzento-escura, qual se houve-se repentinamente apagado, em torno dela, uma lâmpada invisível.

Sidônio, o dirigente espiritual da sessão, esclareceu a André Luiz que ela estava debaixo de verdadeira tempestade de fluidos malignos, desfechados por entidades infelizes com as quais sintonizou pelos fios negros do ciúme. Apesar de ser valorosa cooperadora e de estar sob a proteção de amigos espirituais dedicados, ainda não perdera a noção de exclusivismo sobre a vida do marido, e, por seus ciúmes, era levada a violentas vibrações de cólera, perdendo excelentes oportunidades de servir e elevar-se.

Sidônio ressaltou que: Enquanto a criatura é vulgar e não se destaca por aspirações de ordem superior, as inteligências pervertidas não se preocupam com ela; no entanto, logo que demonstre propósitos de sublimação, apura-se-lhe o tom vibratório, passa a ser notada pelos característicos de elevação e é naturalmente perseguida por quem se refugia na inveja ou na rebelião silenciosa, visto não se conformar com o progresso alheio.

Durante o sono físico, dona Isaura procurou dois malfeitores desencarnados, localizados em velha casa desabitada. André Luiz presenciou, então, o diálogo da médium com esses empreiteiros das sombras, sagazes e envolventes, que se faziam passar por Espíritos Protetores. Com uma fala mansa e enganosa, ambos a jogavam contra o marido, colocando também em dúvida os seus dons mediúnicos. Aí estão alguns exemplos de obsessão durante o sono físico. Mais um alerta a todos nós para que mantenhamos a vigilância durante o dia, porque, durante o tempo dedicado ao repouso do corpo, nossa alma simplesmente, continua a demonstrar as mesmas escolhas ou predileções manifestadas ou cultivadas no estado de vigília.

OBSESSÃO COLETIVA

Conhecida de longa data, a obsessão coletiva é relatada em livros históricos e no Novo Testamento.

Kardec analisa o-assunto em várias oportunidades. Em A Obsessão, ele comenta: Compreende-se que semelhantes a uma nuvem de gafanhotos, um bando de maus Espíritos pode cair sobre um certo número de criaturas, delas se apoderar e produzir uma espécie de epidemia moral).

Edith Fiore também se refere a esse assunto: Alguns sítios são povoados por bandos de desencarnados. Dois pacientes, que viveram perto de desfiladeiros, referiram inúmeros acidentes, incêndios, desastres, visões de espíritos e mortes infelizes nesses lugares Já citamos a intervenção de Filipe, relatada em Atos dos Apóstolos, versículos 5e 7 do capítulo 8, curando muitos coxos e paralíticos, entre os samaritanos, enquanto transmitia a mensagem do Cristo. Nos linchamentos, vemos a conjugação de mentes unidas, a formar uma reação em cadeia, desfechando crimes bárbaros.  No caso, há o desvario de Espíritos encarnados, que permutam ideias doentes entre si, efetuando atos de extrema ferocidade, em canibalismo franco, atacados de loucura coletiva, para, mais tarde, responderem às silenciosas arguições da Lei Divina.

FONTES

NOS DOMINIOS DA MEDIUNIDADE

Técnica da Mediunidade

Vozes do Grande Além Dias d Cruz

Evolução em dois mundos

A Obsessão

Ação e Reação

A Obsessão

Possessão Espiritual

Mundo Maior

 

EDUCAÇÃO SEM REFLEXÃO é pura ESQUERDOPATIA

 

EDUCAÇÃO SEM REFLEXÃO é pura ESQUERDOPATIA

Os acadêmicos e universitários de mente científica analítica e muito questionadora negam radicalmente a existência de DEUS;

Em contrapartida acreditam cegamente na inocência do lula...

Simplesmente ridículo...

Não é bom para a saúde mental dos educadores e muito menos para o desenvolvimento cognitivo comportamental dos educandos, transgredir a veracidade dos fatos infringir o raciocínio lógico violar o senso crítico e por fim censurar a liberdade de expressão.

Não obstante por que insistir estupidamente com a ideologia comunista ou pedagogia marxista (doutrinação)? Uma vez que intrinsecamente moralmente e factualmente não é capaz de transformar iluminar e libertar o próprio revolucionário!!!

Eis o cúmulo do absurdo: ” insistir com uma revolução que não revoluciona o próprio revolucionador”.

Sejamos francos ou é muita burrice ou é muita canalhice

O ateísmo e o materialismo são filhos do erro, da ignorância, da imoralidade, da corrupção e do orgulho irracional; O marxismo o comunismo e o socialismo ou com outras palavras a inveja, a ganância e a trapaça são atitudes mentais incompatíveis com a realização do Reino dos Céus pois em DEUS não pode existir a falsidade, dissimulação e hipocrisia.

 

É óbvio para qualquer pessoa sensata que o fim do conflito entre o opressor e o oprimido se dará unicamente com a gestação do homem novo; mas para que este evento de natureza crística ocorra é indispensável e urgente estabelecer o autoconhecimento como base para a educação.

Por isso o analfabetismo funcional; a pessoa aprende a ler e escrever, recebe uma lavagem cerebral e pensa que é gente só por poder votar.

 

A educação sem o conhecimento de si mesmo se não for um vergonhoso pão-com-mortadela (ativismo político), é sem sombra de dúvida um edifício belo e grandioso, todavia sem nenhum alicerce

 

“Assim todo aquele que ouve essas minhas palavras e as põe em pratica será comparado ao homem sensato que construiu sua casa sobre a rocha.

Por outro lado todo, aquele que ouve essas minhas palavras, mas não as pratica, será comparado ao homem insensato que construiu a sua casa sobre a areia.

Caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela desmoronou e foi grande a sua ruina”.

Mas Jesus lhes respondeu: “Meu Pai trabalha até agora e eu também trabalho”

O devoto ou o iniciado que estabeleceu a paz e o amor na unidade do espírito não conhece divisão alguma quer esteja na igreja quer esteja no trabalho; Ele se alegra em DEUS em todos os momentos da sua vida A igreja é o lugar ideal para adorar o PAI e o ambiente de trabalho é o local perfeito para glorificá-lo

portanto é evidente que:  os ordinários os canalhas os hipócritas os mentirosos os puxa-sacos os fofoqueiros os invejosos os gananciosos e os trapaceiros quer sejam fariseus

quer sejam saduceus quer sejam marxistas quer sejam comunistas não herdarão o reino dos céus nem que a vaca tussa

e o boi espirre!!!

FONTE:

Recebido por ZAP

Bíblia de Jerusalém

 

 

SIMBIOSES EM GRAUS DIVERSOS

 

SIMBIOSES EM GRAUS DIVERSOS

 

Obsessões espiríticas são as obsessões propriamente ditas. Vemo-las que se originam da atuação dos Espíritos desencarnados. Temos, como primeira subdivisão, as simbioses em graus diversos, processos muito antigo de conluios de mentes perturbadas. Para estudá-las, vamos cotejá-las com as que ocorrem na natureza.

De fato, simbiose é processo comum nos reinos inferiores e no organismo humano.

No homem, por exemplo, existem simbioses fisiológicas, em que microrganismos se albergam no trato intestinal dos seus hospedeiros, apropriando-se lhes dos sucos nutritivos, mas gerando substâncias úteis à existência dos anfitriões.

Conforme elucida André Luiz, ocorre também do ponto de vista espiritual e, nesse processo, o encarnado entrega-se, inconscientemente, ao desencarnado que passa a lhe controlar a existência, sofrendo-lhe temporariamente o domínio e, em troca, de certa forma, fica protegido contra o assalto de influências ocultas ainda mais deprimentes.

Vamos estudar alguns tipos de simbioses no remo vegetal e animal para podermos comparar com as que ocorrem em nível mental.

A simbiose pode ser útil e exploradora; quando essa espoliação atinge alto grau de vampirismo, temos a parasitose, outra modalidade de associação, muito mais deletéria para o hospedeiro.

Na simbiose útil, temos como exemplo a que existe entre o cogumelo e a alga, na esfera dos liquens, em que as hifas ou filamentos dos cogumelos se intrometem nas gonídias ou células das algas e projetam-lhes no interior certos apêndices, equivalendo a complicados haustórios, efetuando a sucção das matérias orgânicas que a alga elabora por intermédio da fotossíntese.

O cogumelo espalma-lhe a existência, todavia, em compensação, a alga se revela protegida por ele contra a perda de água, e dele recolhe, por absorção permanente, água e sais minerais, gás carbônico e elementos azotados, motivo pelo qual os liquens conseguem superaras maiores dificuldades do meio.

Entretanto, o processo de semelhante associação pode estender-se em ocorrências completamente novas. E que se dois liquens, estruturados por diferentes cogumelos, se encontram, podem viver, um ao lado do outro, com talo comum, pelo fenômeno da parabiose ou união natural de indivíduos vivos.

Dessa maneira, a mesma alga pode produzir liquens diversos com cogumelos variados, podendo também suceder que um líquen se transfigure de aspecto, quando uma espécie micológica se sucede a outra.

Outro exemplo de simbiose útil vamos encontrar em certas plantas leguminosas que guardam os seus tubérculos nas raízes, cujas nodosidades albergam determinadas bactérias do solo que realizam a assimilação do azoto atmosférico, processo esse pelo qual essas plantas se fazem preciosas a gleba, devolvendo-lhe o azoto despendido em serviço.

ORIGEM DAS SIMBIOSES MENTAIS

As raízes desse problema prendem-se ao próprio desenvolvimento do princípio inteligente. Ao atingir a fase nominal, emergindo de um longo processo evolutivo nos reinos inferiores, este princípio já se transmudou em alma, ganhando o direito de gerar o pensamento de forma ininterrupta. A partir daí, inicia-se no processo conhecido como mentos síntese, baseado em trocas: a alma emite as próprias ideias e radiações, assimilando as radiações e ideias alheias.

Como meio de mantê-lo estimulado à experiência terrena, a Providência Divina impregnou-o do desejo de satisfação, através da aquisição dos bens terrenos e do afeto. Com a morte física, porém, a alma sente-se alquebrada e aflita por constatar que todos os seus sonhos de propriedade e afetividade foram interrompidos.

Arrebatado aos que mais ama e ainda incapaz^ de entender a transformação da paisagem doméstica de que foi alijado, revolta-se comumente contra as lições da vida a que é convocado, em plano diferente, e permanece fluidicamente algemado aos que se lhe afinam com o sangue e com os desejos, comungando-lhes a experiência vulgar. Desde as mais remotas eras, aprendeu automaticamente a respirar e a viver justaposto ao hausto e ao calor alheio.

Foi assim que surgiu a simbiose das mentes. A alma amedrontada diante da morte, essa grande incógnita, vale-se da receptividade dos que lhe choram a perda e demora-se colada aos que mais ama.

(...) a simbiose espiritual permanece entre os homens, desde as eras mais remotas, em processos de mediunismo consciente ou inconsciente, através dos quais os chamados mortos, traumatizados ou ignorantes, fracos ou indecisos , se aglutinam em grande parte ao habitat, dos chamados vivos, partilhando-lhes a existência, a absorver-lhes parcialmente a vitalidade, até que os próprios Espíritos encarnados, com a força do seu próprio trabalho, no estudo edificante e nas virtudes vividas lhes ofereçam material para mais amplas meditações (...).

Através dessas, passam a se habilitar à necessária transformação com que se adaptem a novos caminhos e aceitem encargos novos, à frente da evolução deles mesmos, no rumo de esferas mais elevadas.

DIVERSAS MODALIDADES

Como vimos, a simbiose é processo comum nos remos inferiores e na vida biológica humana, estendendo-se às mentes.

Na simbiose espiritual, como vimos o encarnado entrega-se inconscientemente ao desencarnado, que passa a lhe controlar a existência, sofrendo-lhe temporariamente o domínio e, em troca, de certa forma, fica protegido contra o assalto de influências ocultas ainda mais deprimentes.

Semelhantes processos de associação aparecem largamente empregados pela mente desencarnada, ainda tateante, na existência além-túmulo.

E André Luiz ressalta: Sentindo a receptividade dos que lhe choram a perda a mente receosa permanece colada aos que mais ama.

E qual cogumelo que projeta para dentro dos tecidos da alga dominadores apêndices, com os quais lhe suga grande parte dos elementos orgânicos por ela própria assimilados, o Espírito desenfaixado da veste física lança habitualmente, para a intimidade dos tecidos fisiopsicossomático daqueles que o asilam, as emanações do seu corpo espiritual, como radículas alongadas ou sutis alavancas de força, subtraindo-lhes a vitalidade, elaborada por eles nos processos de biossíntese, sustentando-se, por vezes, largo tempo, nessa permuta viva de forças.

Qual se verifica entre a alga e o cogumelo, a mente encarnada entrega-se, inconscientemente, ao desencarnado que lhe controla a existência, sofrendo-lhe temporariamente o domínio, até certo ponto, mas, em troca, em face da sensibilidade excessiva de que se reveste, passa a viver, enquanto perdurar semelhante influência, necessariamente protegida contra o assalto de forças ocultas ainda mais deprimentes.

Por esse motivo, ainda agora, em plena atualidade, encontramos os problemas da mediunidade evidente, ou da irreconhecida, destacando, a cada passo, inteligências nobres intimamente aprisionadas a cultos estranhos, em matéria de fé, as quais padecem a intromissão de ideias de terror, ante a perspectiva de se afastarem das entidades familiares que lhes dominam a mente através de palavras ou símbolos mágicos, com vistas a falaciosas vantagens materiais. Essas inteligências fogem deliberadamente ao estudo que as libertaria do cativeiro interior, quando não se mostram apáticas, em perigosos processos de fanatismo, inofensivas e humildes, mas arredadas do progresso que lhes garantiria a renovação.)

Em outros processos simbióticos, André Luiz enfatiza: (...) o desencarnado que teme as experiências do Mundo Espiritual ou que insiste em prender-se por egoísmo aos que jazem na retaguarda, se possui inteligência mais vasta que a do hospedeiro, inspira-lhe atividade progressiva, que resulta em benefício do meio a que se vincula, tal como sucede com a bactéria nitrificantes [LC1] na raiz da leguminosa.

Noutras circunstâncias, porém, efetua-se a simbiose em condições infelizes, nas quais o desencarnado permanece eivado de ódio ou perversidade enfermiça ao pé das próprias vítimas, inoculando-lhes fluidos letais, seja copiando a ação do cogumelo que se faz verdugo da orquídea, impulsionando-a a situações anormais, quando não lhe impõe lentamente a morte, seja reproduzindo a atitude das algas invasoras no corpo dos anelídeos, conduzindo-os a longas perturbações (...).

ALGUNS EXEMPLOS DE SIMBIOSE ESPIRITUAL

Inicialmente, vamos enfocar um caso de simbiose generalizada: o fato comum da permanência dos parentes desencarnados nas residências terrestres.

O caso de Ester e sua família. Alexandre dirigiu-se, com André Luiz, à casa de Ester, localizada em uma rua modesta. Antes mesmo da penetração deles no ambiente doméstico, perceberam uma grande movimentação de entidades de condição inferior, com entradas e saídas constantes. Penetraram a casa sem que os espíritos menos evoluídos se dessem conta, em virtude do baixo -padrão vibratório que lhes caracterizava as-percepções.

A família, constituída da viúva, três filhos e um casal de velhos, permanecia a mesa de refeições, no almoço muito simples. Um fato marcante, até então inédito para André Luiz, estopou-se a ambos: seis entidades, envolvidas em círculos escuros, alimentavam-se, também, pelo sistema de absorção.

Diante do espanto do nosso caro médico desencarnado, Alexandre explicou: Meu amigo, os quadros de viciação mental, ignorância e sofrimento nos lares sem equilíbrio religioso, são muito grandes. Onde não existe organização espiritual, não há defesas da paz de espírito. Isto é intuitivo para todos os que estimem o reto pensamento. Os que desencarnam em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, neles encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantêm ligados a casa, as situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico.

Ao ver a satisfação das entidades que absorviam gostosamente as emanações dos pratos fumegantes, André quis saber se estavam se alimentando de fato.

Alexandre replicou que, efetivamente, aquelas entidades, viciadas nas sensações fisiológicas, estavam encontrando nas substâncias cozidas e desintegradas pelo fogo, absorvidas ali, o mesmo sabor que apreciavam quando estavam no corpo. Segundo lembrou, isso não era de se admirar uma vez que o homem terrestre recebe mais de setenta por cento da alimentação comum através dos princípios atmosféricos que ele capta pelas vias respiratórias.

Quanto à argumentação de André de que era muito desagradável tomar refeições na companhia de estranhos, assim de condição inferior, Alexandre ponderou que não se tratava de desconhecidos, mas de familiares diversos, e que, ainda que fossem estranhas, aquelas almas estariam ali obedecendo às tendências do conjunto, uma vez que cada Espírito temas companhias que prefere.

Em seguida, o instrutor ressaltou que a mesa familiar é sempre um receptáculo de influenciações de natureza invisível. Por esse motivo, os que tecem comentários maledicentes à mesa atrairão caluniadores invisíveis, os que buscam a ironia receberão como resposta a presença de entidades galhofeiras e sarcásticas.

E Alexandre deu o diagnóstico completo no caso do lar de Ester:

- E o vampirismo reciproco.

Logo em seguida, André passou a ouvir os espíritos, comensais habituais da casa, constatando-lhes o grau de apego à existência terrestre e desejou fazer-se visível para dialogar com eles, mas Alexandre adiantou-se, aconselhando: ...noutra oportunidade, porque as cristalizações mentais de muitos anos não se desfazem com esclarecimentos verbais de um dia.

CASO LIBÓRIO E ESPOSA

Em Nos Domínios da Mediunidade, o caso Libório (9) ilustra o processo simbiótico.

Libório uniu-se a uma mulher encarnada em regime de escravidão mútua, nutrindo-se da emanação um do outro. A companheira buscou ajuda em sessão de desobsessão realizada por um centro espírita e, devido ao concurso de entidades abnegadas, obteve o afastamento momentâneo do espírito obsessor. Bastou, porém, que ele fosse retirado para que ela o fosse procurar, durante o sono físico, reclamando-lhe a presença.

Na prática da desobsessão, temos de levar em consideração esses casos, em que o encarnado julga querer o reajustamento, entretanto, no íntimo, alimenta-se com os fluidos doentios do companheiro desencarnado e apega-se a ele, instintivamente.

O ENGANO DE FANTINI

Caso Desiderio-Elisa de E A Vida Continua.  Vejamos o breve histórico: Ernesto Fantini falecera, vítima de um tumor maligno da suprarrenal, deixando a esposa Elisa e a filha Vera. Depois da morte, esteve internado em uma clínica de refazimento do mundo espiritual, com vários desencarnados, inclusive Evelina Serpa, que falecera ainda jovem e, fato curioso, vítima da mesma doença.

Ernesto, porém, trazia um peso na consciência: quando jovem, participara de uma caçada com mais dois amigos e, por ciúme da mulher, atirara em um deles - Desiderio – que veio a falecer. Embora dois tiros tivessem sido detonados, de lados diferentes, Ernesto responsabilizava-se pelo crime e a dor de consciência era um espinho constante a dilacerar-lhe o íntimo.

Após um período de refazimento na clínica do mundo espiritual, Evelina e Ernesto dispuseram-se a servir juntos, assistindo aos familiares que permaneceram na crosta.

Voltando para junto dos seus, que, no momento, estavam instalados na casa de veraneio do Guarujá, Ernesto teve uma enorme surpresa. Elisa, a esposa, cabelos mais grisalhos, rosto mais vincado de rugas, estava deitada e, ao seu lado, estirava-se um homem desencarnado, o mesmo sobre o qual ele havia atirado anos antes. Era Desiderio Santos, o Dedé, companheiro de sua meninice, assassinado naquela caçada e que ele supunha haver removido para sempre da própria casa.

Fantini chorou, pensando no inimigo que estava, ali, triunfante e dominador.

Depois, mais sereno, foi percebido por ambos. Elisa passou a gritar, chamando-o de assassino, matador, expulsando-o de casa, revelando suas faculdades psíquicas desordenadas, desgastadas pelo longo processo de simbiose junto a Dedé.

Ela falava com Ernesto, de certo modo identificando-lhe a presença, sem que a filha Vera e o genro Caio pudessem entender a razão dos impropérios, supondo-a em avançada demência senil.

Elisa confessou que passou a gostar de Dedé, desde que Fantini acabou com ele, descendo a detalhes da vida íntima dos dois, sobre os quais, pede a caridade, se faça silêncio, como escreveu André Luiz.

Em seguida, foi Desiderio quem investiu contra Ernesto e, apesar das rogativas de perdão, não cedeu em nada em seu ódio. Mas revelou que o verdadeiro assassino tinha sido Amâncio, o outro caçador do dia fatídico, que acabou ficando com sua esposa e filha.

Apesar de não ter sido ele, Ernesto, o autor direto, não lhe perdoava a ideia e o modelo do crime, aproveitado pelo verdadeiro homicida.

E Desiderio falou da simbiose que estabeleceu com Elisa: batido à maneira de um cão escorraçado e sem dono, sem a companheira que me retirou da lembrança e sem a filha que devia beijar meu algo^ por segundo pai, vagueei pelas estradas de ninguém, entre as maltas das trevas, até que me instalei definitivamente ao pé de Elisa, sua mulher, cuja silenciosa ternura me chamava, insistentemente(...) Aos poucos, do ponto de vista do espírito, ajustei-me a ela, como o pé ao sapato, e passei a amá-la com ardor, porque era ela a única criatura da Terra que me guardava na memória e no coração (...) Adotando a violência, nada mais conseguiu senão atirar-me mais intensivamente para os braços de sua mulher (...) E, enquanto

Você viveu nesta casa, após acreditar-me morto, partilhei sua mesa e sua vida (...)

Vivo aqui, moro aqui e sua mulher me pertencei...

Eis aí a descrição de um processo que se verifica na Terra, desde a mais remota antiguidade. Os corpos morrem, mas os Espíritos permanecem nos lares, convivendo com os chamados vivos em graus de intimidade e de profundidade, por enquanto insuspeitados pela imensa maioria dos homens.

SIMBIOSES E NEUROSES

As simbioses favorecem os espíritos não somente à reciprocidade de furto psíquico, mas também ocasionam moléstias nervosas complexas, como a hístero-epilepsia e as psiconeuroses em geral.

E, na mesma trilha de ajustamento simbiótico, somos defrontados na Terra, aqui e ali, pela presença de psiconeuróticos da mais extensa classificação, com diagnose extremamente difícil, entregues aos mais obscuros quadros mentais, sem se arrojarem a loucura completa, enfatiza André Luiz.

Nesses casos, as entidades espirituais vivem, por muito tempo, entrosadas psiquicamente com seus hospedeiros. Atuam sobre o centro coronário do encarnado, o chacra mais importante do períspirito, impondo-lhe a substância dos próprios pensamentos, que a vítima utiliza normalmente, como se fossem os seus próprios.

CASO AMÉRICO

Em Nos Domínios da Mediunidade, há a descrição de um caso de psiconeurose em virtude de processo obsessivo.

Américo, um rapaz de trinta e poucos anos, procurou o centro espírita em busca de alívio. Desde a infância, sofria a influência de espíritos inferiores que se uniram a ele, em virtude do seu comportamento inadequado em vida anterior.

Quando estava na sessão da casa espírita, onde foi procurar ajuda, caiu em estremeções coreiformes.

Aulus explicou que, nesses momentos, ele sofria com a abordagem dos obsessores.

Antes do regresso à carne, conviveu largamente com eles, de modo que agora, reencarnado, com a simples aproximação dos verdugos, refletia-lhes a influência nociva, entregando-se a perturbações histéricas, que lhe sufocam a alegria de viver. Vivia de médico em médico, fazendo todo tipo de tratamento, sem resultado prático.

O assistente ressaltou que, no mundo espiritual, antes da reencarnação, foi vítima de hipnotizadores cruéis com os quais esteve na mais estreita sintonia, em razão da delinquência viciosa a que se dedicara no mundo. Sofreu intensamente, voltou à Terra, trazendo certas deficiências no organismo perispiritual. E um histérico, segundo ajusta acepção da palavra.

Acolhido por um heroico coração materno e um pai que lhe foi comparsa - hoje também arrastando pesadas provas - desde os sete anos da nova experiência terrena, quando se lhe firmou a reencarnação, Américo sentiu-se tomado pela desarmonia trazida do mundo espiritual, e, desde então, vem lutando no laborioso processo regenerativo a que se impôs.

Seu sistema nervoso está em péssimas condições patológicas, pelos deploráveis pensamentos deque se nutre, arremessados ao seu espírito pelos antigos companheiros de viciação. Aulus afirmou que o rapaz poderia obter grande melhora consagrando-se à disciplina, ao estudo, à meditação e à prece, com isso renovando-se mentalmente, apressando a própria cura. Depois de curado, poderá cooperar com os trabalhos mediúnicos, de maneira mais proveitosa.

Para a Espiritualidade, todo esforço digno, por mínimo que seja, recebe invariavelmente, da vida, a melhor resposta, esclareceu.

Já vimos o caso de Libório passando suas impressões negativas para a companheira e esta responder com fobias inexplicáveis; há também o da jovem senhora que viu o seu débito agravado com o aborto (ver capítulo seguinte) e que apresenta um quadro histérico acentuado. Poderíamos citar outros.

Temos que levar em consideração, nessa análise, a estruturação trina do cérebro.

André Luiz aborda este assunto na obra Ao Mundo Maior.

Descobri, surpreso, que toda a província cerebral (...) se dividia em três regiões distintas. Nos lobos frontais, as zonas de associação eram quase brilhantes. Do córtex motor, até a extremidade da medula espinhal, a claridade diminuía, para tornar-se ainda mais fraca nos gânglios basais.

Calderaro explicou que há três regiões distintas no cérebro, como se ele fosse um castelo de três andares: no primeiro, está situada ^residência de nossos impulsos automáticos, tudo o que já conseguimos realizar no tempo, correspondendo ao subconsciente; no segundo está localizado o domicílio das conquistas atuais, onde se situam as qualidades que estamos construindo no hoje, é o consciente; no terceiro, está a casa das noções superiores, que aponta as eminências que nos cumpre atingir, é o superconsciente. O primeiro andar, o dos impulsos automáticos, corresponde ao cérebro inicial, o reptiliano, que abrange medula alongada e nervos; o segundo andar tem como substrato anatômico o córtex motor e o terceiro andar, os lobos frontais, a parte mais nobre do cérebro.

Desse modo, nervos, zona motora e lobos frontais no cérebro humano traduzem, respectivamente, impulsividade, experiência e noções superiores da alma, constituindo fios de fixação da mente encarnada.

Calderaro ensinou ainda que a criatura pode estacionar na região dos impulsos, nesse caso, perde-se num labirinto de causas e efeitos, desperdiçando tempo e energia; se permanece no hoje, de modo absoluto, apenas repetindo o esforço maquinal, sem consulta ao passado e sem organização de bases para o futuro, mecaniza a existência; se o indivíduo se refugia exclusivamente no andar superior, na casa das noções superiores, corre o perigo de ficar na contemplação sem as obras. Para que nossa mente aproveite a existência é indispensável saber equilibrar presente, passado e futuro, isto é, saber valer-se das conquistas passadas no direcionamento das atividades presentes, amparando-se, ao mesmo tempo, da fonte de idealismo superior.

E, como nos encontramos indissoluvelmente ligados aos que se afinam conosco, em obediência à indefectíveis desígnios universais, quando nos desequilibramos, pelo excesso de fixação mental, num dos mencionados setores, entramos em contato com as inteligências encarnadas ou desencarnadas em condições análogas as nossas.

E aqui está um ponto importantíssimo a ser considerado no caso das psiconeuroses e de todos os outros distúrbios mentais, inclusive psicoses: as inteligências desencarnadas e encarnadas que podem estar associadas a esses processos.

O que desejamos enfatizar é que este assunto, obsessões e neuroses, merece uma obra a parte, inclusive com a experiência de médicos e psicólogos espíritas, com apresentação de casuística e debate de ideias.

Fica aí o convite aos que se interessam por esse assunto, que deixem sua contribuição nessa área.

Recomendamos na Parte II, especialmente, as ideoplastias e os apontamentos sobrea pineal.

NOTAS:

Obsessão e Suas Mascaras

Dra. Marlene R. S. Nobre

Evolução em Dois Mundos

Missionários da Luz

Alan Kardec

Nos Domínios da Mediunidade

No Mundo Maior

 

 

 


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