SINTONIA: HIPNOSE
EM GRAUS DIVERSOS
FASCINAÇÃO
O centro espírita
dirigido pelo enérgico e bondoso Raul Silva, era a faculdade onde André Luiz
fazia seu curso de aperfeiçoamento em mediunidade, sob a orientação competente
do assistente Áulus.
Licantropia
parcial deformante - xenoglossia - Mais um caso para tirar lições. Uma senhora
levantara-se e, rodopiando sobre os calcanhares, qual se um motor lhe acionasse
os nervos, caiu em convulsões, debatendo-se no piso da sala.
Coleando pelo
chão, adquiria aspecto animalesco, acentuado pelos uivos semelhantes ao de uma
loba ferida. Entidades da sombra comandavam a mente da pobre senhora,
especialmente uma delas que parecia interessada em eliminar-lhe a existência.
Auxiliada pelas
preces de Raul e a intervenção do mentor Clementino, a doente reergueu-se,
sentando-se ao lado do marido.
Áulus explicou
tratar-se de um complexo caso de fascinação. Terrível hipnotizador, auxiliado
por vários companheiros, que também desejam vingança, utiliza a sugestão para
humilhá-la. Se não fosse a proteção espiritual da casa espírita que frequenta,
essa senhora já terá sido vítima integral de licantropia deformante.
O instrutor
afirmou que os Espíritos detentores de altos poderes de inteligência, mas
dedicados ao crime, são os responsáveis por muitos quadros deprimentes
observados-nos hospitais psiquiátricos, em que numerosos doentes, sob intensa
ação hipnótica, imitam costumes, posições e atitudes de animais diversos.
Esse fenômeno é
muito generalizado nos processos expiatórios, em que os cúmplices da delinquência
descambam para a atitude dos brutos.
André Luiz tem ideia
de separá-los, mas o benfeitor lembra que toda obsessão tem alicerces na
reciprocidade.
Nesse instante, a
senhora começa a falar em um idioma estranho. Estudando o caso, Áulus
inteirou-se de que a desavença perdurava por mais de um milênio. Conseguiu
decifrar também o dialeto da velha Toscana, em que se exprimia o obsessor, descobrindo,
então, que, por causa desta senhora, tornara-se este cruel estrangulador. Era
legionário de Ugo, o poderoso duque da Provença, no século X... A entidade
reportou-se ao saque de que participou, nessa época, quando teve a infelicidade
de assassinar os próprios pais para satisfazer a essa mulher, que lhe
partilhava a existência.
Nesses casos de
xenoglossia ou de mediunidade poliglota, o filtro mediúnico e a entidade que se
utiliza dele acham-se tão intensamente afinados entre si que a passividade do
instrumento é absoluta.
Aqui analisamos
um caso em que o obsessor mantém os mesmos hábitos de outrora, de séculos
atrás, exprimindo-se pela médium através de frases e modos que lhe foram
típicos.
Intrigado com o
fenômeno, Hilário perguntou ao assistente se ele é atribuível à mediunidade propriamente
dita ou à sintonia completa, e o benfeitor informa:
- O problema é de
sintonia.
Hilário volta à
carga: Contudo, se a doente não lhe houvesse partilhado da experiência
terrestre, como legítima associada de seu destino, poderia o comunicante
externar-se no dialeto com que se caracteriza?
- Positivamente
não - esclareceu Aulus - Em todos os casos de xenoglossia, é preciso lembrar
que as forças do passado são trazidas ao presente. Os desencarnados, elaborando
fenômenos dessa ordem, interferem, quase sempre, através de impulsos automáticos,
nas energias subconsciências, mas exclusivamente por intermédio de personalidades
que lhes são afins no tempo. Quando um médium analfabeto se põe a escrever sob
o controle de um amigo domiciliado em nosso plano, isso não quer dizer que o mensageiro
espiritual haja removido milagrosamente as pedras da ignorância. Mostra
simplesmente que o psicógrafo traz consigo, de outras encarnações, a arte da
escrita já conquistada e retida no arquivo da memória, cujos centros o
companheiro desencarnado consegue manobrar.
Hilário insiste
ainda: Podemos concluir, então, que se a enferma fosse apenas médium, sem o
pretérito de que dá testemunho, a entidade não se exprimiria por ela numa
expressão cultural diferente da que lhe é própria...
- Sim, sem dúvida
alguma - aprovou o instrutor -, em mediunidade há também o problema da sintonia
no tempo... O fato sob nossas vistas pode ser, de certo modo, comparado às
correntes d’água. Cada qual tem seu nível. As águas à flor da terra guardam a
serventia e o encanto que lhes são peculiares, contudo, somente as aguas
profundas encerram o tesouro educado ou inculto das enormes forças latentes,
que podem ser convenientemente utilizadas quando aquelas são trazidas a
superfície.
Segundo
apontamento do orientador, mesmo à distância, depois de separados, o algoze a
vítima continuavam unidos pela fusão magnética.
E mesmo depois de
retirado o espírito obsessor, a senhora continuou a gritar, referindo-se a um
cruel estrangulador que desejava sufocá-la. Tratava-se agora, segundo Aulus, apenas
de um fenômeno alucinatório, natural em processos de fascinação como este. E
acentuou: Perseguidor e perseguida jazem na mais estreita ligação telepática,
agindo e reagindo mentalmente um sobre o outro.
O remédio
definitivo para aquela dolorosa situação estava sendo providenciado: em breve,
a doente e o verdugo tornar-se-iam mãe e filho, juntos vão seguir no trabalho
redentor.
E Áulus
arrematou: Louvado seja Deus pela glória do lar!
Esse caso de
sintonia completa ilustra bem o grau profundo de hipnose, de conjugação de
ondas, que permite a passividade absoluta e, consequentemente, o acesso aos
arquivos, onde se encontram registrados os fatos de vidas pregressas, trazendo as
lembranças do passado no presente, de forma inconsciente. Essa é uma conjugação
no tempo, quanto mais antiga a ligação das almas, mais fácil a realização do
fenômeno.
O professor
Torres Pastorino escreve: Podemos, então, estabelecer um princípio: as
comunicações telepáticas, através da pineal-pituitária, se fazem por sintonia vibratórias
fluídicas (ligações por fio) se realizam através dos chacras plexos, por
magnetismo positivo-negativo. Em nossa hipótese, pois, o magnetismo poderá
influir na incorporação, na ligação fluídica, mas não na inspiração ou
intuição, que esta se realiza por simples recepções vibratórias.
Discordamos
apenas em um ponto do professor Pastorino: nos dois processos, a pineal
participa de forma decisiva.
Nos próximos
itens, vamos dar outros graus de conjugação de ondas, de sintonia, abordando
obsessão oculta, durante o sono físico e obsessão coletiva.
OBSESSÃO OCULTA
A hipnose é
fenômeno corriqueiro na Terra, gerando associações maléficas e destrutivas.
Grande parte dos crimes, escândalos, e, de certa forma, dos suicídios tem, aí,
sua origem. Muitas hipnotizado, levando-o a estados alucinatórios. Veremos, na
Parte II, a capacidade de indução da corrente mental e suas outras
propriedades, destacando, inclusive, a importância dos reflexos condicionados.
Para precaver-se
de semelhante calamidade, o ser humano precisa prestar atenção à natureza de
seus próprios pensamentos e ideoplastias, o que vale dizer, à qualidade dos
raios mentais que elege como combustível de suas emoções mais profundas.
Kardec referiu-se
às mil formas de obsessão oculta. Já lembramos também as anotações do
evangelista João, quando escreve sobre a ação de um Espírito obsessor, que
teria colocado no cérebro de Judas a ideia de negação do apostolado.
André Luiz
enfatiza aspectos dessa mediunidade ignorada, lembrando que o reflexo
condicionado específico está na raiz de diversos vícios, tão vulgares na vida social,
como sejam a maledicência, a crítica sistemática, os abusos da alimentação e os
exageros do sexo. Ressalta também a amplitude do fenômeno:
Em todos os
continentes, podemos encontrar milhões de pessoas em tarefas dignas ou menos
dignas - mais destacadamente os expositores e artistas da palavra, na tribuna e
na pena, como veículos mais constantemente acessíveis ao pensamento - senhoreadas
por Espíritos desenfaixados do liame físico, atendendo a determinadas obras ou
influenciando pessoas para fins superiores ou inferiores, em largos processos
de mediunidade ignorada, fatos esses vulgares em todas as épocas da Humanidade.
Aqui especificamos
um desses casos. Nas dependências de um bar, em um ambiente noturno de péssimas
vibrações espirituais, por causa das libações alcoólicas, das ondas defumo e
dos pensamentos desregrados, um jovem escrevia embalado pelo conhaque e pelo
cigarro. Ao seu lado, um espírito de aspecto repelente controlava seu cérebro,
embebendo-o de uma substância escura e pastosa que lhe escorria das mãos. Imantado,
através da imaginação, o rapaz, que, sem o suspeitar, era hábil médium
psicógrafo, assimilava as ideias do verdugo espiritual. Tratava-se de um
fenômeno de indução magnética, de vez que, como jornalista, desejava produzir
matéria sensacionalista, encontrando ressonância no desejo da entidade inferior
de prejudicar uma jovem.
As páginas que
estavam produzindo iriam, justamente, enredar essa jovem em noticiário
escabroso. Houvera um homicídio. A jovem não estava diretamente implicada, mas,
sob o império do obsessor, o rapaz iria colocá-la no centro dos acontecimentos.
Com que finalidade? O espírito, verdugo da jovem, pretendia desfibrar-lhe o
caráter, a fim de arremessá-la ao vício e, desse modo, dominá-la mais
facilmente, voltando ao vampirismo a que está acostumado.
E o rapaz?
Tornara-se instrumento do obsessor, porque deseja produzir matéria escandalosa
de impacto junto ao público.
A imantação das
almas ocorre, portanto, naturalmente, pela natureza dos raios mentais emitidos
de parte a parte.
Diante do
fenômeno, André Luiz pondera:- O quadro sob nossa análise induz a meditação nos
fenômenos gerais de intercâmbio em que a Humanidade total se envolve sem
perceber...
E Aulus concluiu:
- Ah! sim! faculdades
medianímicas e cooperação do mundo espiritual surgem por toda parte. Onde há
pensamento, há correntes mentais, e onde há correntes mentais existe
associação. E toda associação é interdependência e influenciação recíproca.
OBSESSÃO DURANTE
O SONO FÍSICO
A pequena parcela
de seres humanos que já se apercebeu da contínua comunicação entre os Espíritos
e dos aspectos nefastos que ela pode assumir, ainda não está suficientemente
desperta para a necessidade de vigilância nos estados passivos. Por isso, a meditação
e o sono físico, comumente, são portas abertas para a recepção de pensamentos sugeridos
por Inteligências desencarnadas, que nem sempre querem a nossa felicidade
espiritual, enredando-nos na obsessão.
No livro Libertação,
durante a missão que desenvolvem nas regiões infernais para salvar Gregório,
André Luiz e Elói, sob a tutela de Gúbio, observaram o intenso intercâmbio
entre encarnados e desencarnados, no período dedicado ao sono físico.
Gúbio esclareceu:
A determinadas horas da noite, três quartas partes da população de cada um dos
hemisférios da Crosta Terrestre se acham nas Zonas de contato conosco, ea maiores
percentagens desses semi-libertos do corpo, pela influência natural do sono,
permanecem detidos nos círculos de baixa vibração, qual este em que nos
movimentamos provisoriamente. Por aqui, muitas vezes se forjam dolorosos dramas
que se desenrolam nos campos da carne.
Somos informados,
então, que os grandes crimes que ocorrem na Terra são planejados à noite,
nessas regiões infelizes, e que acontecimentos muito mais estarrecedores
poderiam ocorrer, se não fosse o trabalho ativo dos Espíritos protetores que se
desvelam em benefício da humanidade.
Ao lermos essa
passagem, lembramo-nos dos filmes de violência gratuita, dos personagens
monstruosos, que apresentam enormes deformações de caráter; as cenas de deboche,
com evidente desvirtuamento do emprego do sexo, e ficamos com a convicção de
que muitos diretores, artistas e produtores de cinema devem frequentar,
habitualmente, essas paragens infelizes.
A vida é
patrimônio de todos, mas a direção pertence a cada um, ensinou dúbio.
No livro Evolução
em Dois Mundos, André Luiz afirma que, durante o sono físico, a mente é
suscetível à influenciação dos desencarnados, quer sejam evoluídos ou não, e
que são atraídos pela nossa aura. Se nos mostramos inclinados à elevação moral,
os Espíritos Superiores aproveitam o descanso do corpo físico para nos oferecer
ajuda; se trazemos, porém, no halo psíquico, sinais de ociosidade ou de
intenção maligna, somos procurados por entidades malfazejas que nos envolvem em
obsessões viciosas.
CASO MARINA
Como exemplo,
temos um caso de obsessão ocorrida durante o sono físico, envolvendo duas
mulheres. A que habita o plano extra físico interpelou a outra, Marina, acerca
dos compromissos assumidos entre ambas. A companheira encarnada diz que o
marido se filiou a um círculo de preces, tem se sentido mais calmo, confiante,
o que vem tornando a vida de ambos mais pacífica.
A interlocutora
revidou, com aspereza, dizendo que ela, Marina, não podia deixar que ele
continuasse a frequentar esse círculo, uma vez que quem reza cai na mansidão. E
acrescentou: E necessário espezinhá-lo, torturá-lo, feri-lo, a fim de que a
revolta o mantenha no nosso círculo. Se ganhar piedade, estragar-nos-á o plano,
deixando de ser nosso instrumento na fábrica.
E a obsessora foi
por aí afora... que precisava se esquivar dos ditadores de salvação, e o marido
e outras pessoas mais que se lhe agregavam em serviço, no nível do que
planejavam. Acrescentando ao final: Volte para o corpo e não ceda um milímetro.
Corra com os apóstolos improvisados. Prenda João, controlando-lhe o tempo.
Fira-o devagarinho. O desespero dele chegará, por fim, e, com as forças da
insubmissão que forem exteriorizadas em nosso favor, alcançaremos os fins a que
nos propomos. Gúbio esclareceu que, de manhãzinha, quando acordar na Terra,
essa pobre mulher, incapaz de perceber a felicidade que o Senhor lhe concedeu
num casamento digno e tranquilo, despertará, no corpo, de alma desconfiada e
abatida. Imantada a essa irmã ignorante infeliz, que a persegue e subjuga para
conseguir deplorável vingança, vai se converter em pedra de tropeço na vida do
marido, causando-lhe aflição e impedindo-o de seguir em sua tarefa de
reeducação espiritual.
O que fazer para
libertar-se de semelhante inimiga? Indagou um dos aprendizes. Gúbio respondeu:
- Mantendo-se num
padrão de firmeza superior, com suficiente disposição para o bem.
Aliás, esse é
todo um programa de quem se dispõe a renovar-se com o Cristo. E renovação moral
é disposição que brota de dentro. E muito difícil reajustar alguém que não
deseja reajustar-se. Aqueles que se acham sob o controle de energias cegas,
acomodando-se aos golpes e sugestões da força tirânica, emitidos pelas
Inteligências perversas que as assediam, demoram-se, longo tempo, na condição
de aparelhos receptores da desordem psíquica.
Infelizmente, a
ignorância e a rebeldia são fonte de inúmeros males neste mundo.
INVIGILÂNCIA DOS
MÉDIUNS Caso Vieira e Marcondes
O Espiritismo
evangélico é também o grande restaurador das antigas igrejas apostólicas, amorosas
e trabalhadoras. Seus intérpretes fiéis serão auxiliares preciosos na
transformação dos parlamentos teológicos em academias de espiritualidade, das
catedrais de pedra em lares acolhedores de Jesus, comentava Alexandre com André
Luiz, quando adentraram a casa espírita, onde se desenvolveriam os trabalhos da
noite. Faltavam cinco minutos para as duas da madrugada.
Nessa nobre
instituição espírita, dedicada ao serviço dos necessitados e sofredores, onde
permanecia vivo o sagrado espírito de família evangélica, Alexandre falaria a
desencarnados e encarnados desprendidos do corpo físico, por efeito do sono. A
palestra era dedicada a todos os que se dedicam às tarefas de intercâmbio
mediúnico.
Os desencarnados
já estavam a postos, mas, entre os demais faltavam dois alunos. Sertório e
André Luiz foram incumbidos de verificar o que se passava.
Ao dirigirem-se à
residência de Vieira, um dos faltosos, Sertório comentou com o companheiro que
os encarnados não têm bastante consciência da quantidade e qualidade de
serviços espirituais realizados por entidades abnegadas, durante o sono físico.
Se estivessem mesmos dispostos a esse gênero de tarefa, de certo efetuariam
conquistas mais brilhantes nos domínios psíquicos apesar de ainda estarem na
carne. Lamentou, porém
, o fato de que a
maioria se vale do repouso noturno para sair à caça de emoções frívolas ou
menos dignas.
Relaxam-se as
defesas próprias, e certos impulsos, longamente sopitados durante a vigília,
extravasam em todas as direções, por falta de educação espiritual,
verdadeiramente sentida e vivida, enfatizou.
Seria possível
que isso acontecesse também com alunos de um instrutor da ordem de Alexandre? -
Indagou André Luiz.
- Como não? - Tornou
Sertório, fraternalmente - Com referência a essa possibilidade não tenha
qualquer dúvida. Quantos pregam a Verdade, sem aderirem intimamente a ela?
.... Há sempre
muitos chamados em todos os setores de construção e aprimoramento do mundo! Os
escolhidos, contudo, são sempre poucos, acentuou.
Chegados ao
apartamento de Vieira, viram-no debater-se no leito, fazendo um ruído singular.
A seu lado, permanecia uma entidade, trajando vestes absolutamente negras.
Vieira deixava escapar pela garganta gritos de pavor.
Sertório
constatou que Vieira estava sofrendo um pesadelo cruel, mas que ele mesmo havia
atraído o [visitante até ali. Dialogando com a entidade, ficou sabendo que,
naquela noite, Vieira, velho conhecido seu, o havia acusado de faltas que não
cometera, conversando levianamente com a família, a respeito da sua vida.
Durante o sono
físico, esperava explicar certas coisas, para que ele não mais caluniasse o seu
nome, mas desde que se aproximou, o amigo ingrato fez um rosto de pavor e não
desejou ouvir as suas explicações.
Não será passível
de punição o amigo infiel que se vale das imposições da morte para deprimir?
perguntou a entidade a Sertório. Este desculpou-se pelo amigo, chamou André
Luiz de lado, propondo-lhe a retirada porque, definitivamente, Vieira não
poderia comparecer à aula de Alexandre, naquela noite.
Em seguida,
puseram-se a campo em busca de Marcondes, o outro faltoso.
Encontraram-no,
no quarto do apartamento, em companhia de três entidades femininas, da pior
espécie de quantas André Luiz conhecia nas regiões das sombras.
Envergonhado,
Marcondes procurou desculpar-se, afirmando que é difícil manter o coração nos
caminhos retos. Sertório deixou-o junto às mulheres, lembrando-lhe que cada
qual escolhe as companhias que prefere.
CASO ISAURA SILVA
No livro Libertação,
André Luiz escreve sobre o caso de dona Isaura Silva, médium com atividade
normal na casa espírita.
Após os trabalhos
de intercâmbio mediúnico, a pobre senhora não apresentava as mesmas radiações
brilhantes, cercava-se de emissões de substância cinzento-escura, qual se houve-se
repentinamente apagado, em torno dela, uma lâmpada invisível.
Sidônio, o
dirigente espiritual da sessão, esclareceu a André Luiz que ela estava debaixo
de verdadeira tempestade de fluidos malignos, desfechados por entidades
infelizes com as quais sintonizou pelos fios negros do ciúme. Apesar de ser
valorosa cooperadora e de estar sob a proteção de amigos espirituais dedicados,
ainda não perdera a noção de exclusivismo sobre a vida do marido, e, por seus
ciúmes, era levada a violentas vibrações de cólera, perdendo excelentes
oportunidades de servir e elevar-se.
Sidônio ressaltou
que: Enquanto a criatura é vulgar e não se destaca por aspirações de ordem
superior, as inteligências pervertidas não se preocupam com ela; no entanto,
logo que demonstre propósitos de sublimação, apura-se-lhe o tom vibratório,
passa a ser notada pelos característicos de elevação e é naturalmente
perseguida por quem se refugia na inveja ou na rebelião silenciosa, visto não se
conformar com o progresso alheio.
Durante o sono
físico, dona Isaura procurou dois malfeitores desencarnados, localizados em
velha casa desabitada. André Luiz presenciou, então, o diálogo da médium com
esses empreiteiros das sombras, sagazes e envolventes, que se faziam passar por
Espíritos Protetores. Com uma fala mansa e enganosa, ambos a jogavam contra o
marido, colocando também em dúvida os seus dons mediúnicos. Aí estão alguns
exemplos de obsessão durante o sono físico. Mais um alerta a todos nós para que
mantenhamos a vigilância durante o dia, porque, durante o tempo dedicado ao
repouso do corpo, nossa alma simplesmente, continua a demonstrar as mesmas
escolhas ou predileções manifestadas ou cultivadas no estado de vigília.
OBSESSÃO COLETIVA
Conhecida de
longa data, a obsessão coletiva é relatada em livros históricos e no Novo Testamento.
Kardec analisa
o-assunto em várias oportunidades. Em A Obsessão, ele comenta: Compreende-se
que semelhantes a uma nuvem de gafanhotos, um bando de maus Espíritos pode cair
sobre um certo número de criaturas, delas se apoderar e produzir uma espécie de
epidemia moral).
Edith Fiore
também se refere a esse assunto: Alguns sítios são povoados por bandos de
desencarnados. Dois pacientes, que viveram perto de desfiladeiros, referiram
inúmeros acidentes, incêndios, desastres, visões de espíritos e mortes
infelizes nesses lugares Já citamos a intervenção de Filipe, relatada em Atos
dos Apóstolos, versículos 5e 7 do capítulo 8, curando muitos coxos e
paralíticos, entre os samaritanos, enquanto transmitia a mensagem do Cristo.
Nos linchamentos, vemos a conjugação de mentes unidas, a formar uma reação em
cadeia, desfechando crimes bárbaros. No
caso, há o desvario de Espíritos encarnados, que permutam ideias doentes entre
si, efetuando atos de extrema ferocidade, em canibalismo franco, atacados de
loucura coletiva, para, mais tarde, responderem às silenciosas arguições da Lei
Divina.
FONTES
NOS DOMINIOS DA MEDIUNIDADE
Técnica da
Mediunidade
Vozes do Grande
Além Dias d Cruz
Evolução em dois
mundos
A Obsessão
Ação e Reação
A Obsessão
Possessão
Espiritual
Mundo Maior
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