sábado, 6 de novembro de 2021

SINTONIA: HIPNOSE EM GRAUS DIVERSOS

 

SINTONIA: HIPNOSE EM GRAUS DIVERSOS

FASCINAÇÃO

O centro espírita dirigido pelo enérgico e bondoso Raul Silva, era a faculdade onde André Luiz fazia seu curso de aperfeiçoamento em mediunidade, sob a orientação competente do assistente Áulus.

Licantropia parcial deformante - xenoglossia - Mais um caso para tirar lições. Uma senhora levantara-se e, rodopiando sobre os calcanhares, qual se um motor lhe acionasse os nervos, caiu em convulsões, debatendo-se no piso da sala.

Coleando pelo chão, adquiria aspecto animalesco, acentuado pelos uivos semelhantes ao de uma loba ferida. Entidades da sombra comandavam a mente da pobre senhora, especialmente uma delas que parecia interessada em eliminar-lhe a existência.

Auxiliada pelas preces de Raul e a intervenção do mentor Clementino, a doente reergueu-se, sentando-se ao lado do marido.

Áulus explicou tratar-se de um complexo caso de fascinação. Terrível hipnotizador, auxiliado por vários companheiros, que também desejam vingança, utiliza a sugestão para humilhá-la. Se não fosse a proteção espiritual da casa espírita que frequenta, essa senhora já terá sido vítima integral de licantropia deformante.

O instrutor afirmou que os Espíritos detentores de altos poderes de inteligência, mas dedicados ao crime, são os responsáveis por muitos quadros deprimentes observados-nos hospitais psiquiátricos, em que numerosos doentes, sob intensa ação hipnótica, imitam costumes, posições e atitudes de animais diversos.

Esse fenômeno é muito generalizado nos processos expiatórios, em que os cúmplices da delinquência descambam para a atitude dos brutos.

André Luiz tem ideia de separá-los, mas o benfeitor lembra que toda obsessão tem alicerces na reciprocidade.

Nesse instante, a senhora começa a falar em um idioma estranho. Estudando o caso, Áulus inteirou-se de que a desavença perdurava por mais de um milênio. Conseguiu decifrar também o dialeto da velha Toscana, em que se exprimia o obsessor, descobrindo, então, que, por causa desta senhora, tornara-se este cruel estrangulador. Era legionário de Ugo, o poderoso duque da Provença, no século X... A entidade reportou-se ao saque de que participou, nessa época, quando teve a infelicidade de assassinar os próprios pais para satisfazer a essa mulher, que lhe partilhava a existência.

Nesses casos de xenoglossia ou de mediunidade poliglota, o filtro mediúnico e a entidade que se utiliza dele acham-se tão intensamente afinados entre si que a passividade do instrumento é absoluta.

Aqui analisamos um caso em que o obsessor mantém os mesmos hábitos de outrora, de séculos atrás, exprimindo-se pela médium através de frases e modos que lhe foram típicos.

Intrigado com o fenômeno, Hilário perguntou ao assistente se ele é atribuível à mediunidade propriamente dita ou à sintonia completa, e o benfeitor informa:

- O problema é de sintonia.

Hilário volta à carga: Contudo, se a doente não lhe houvesse partilhado da experiência terrestre, como legítima associada de seu destino, poderia o comunicante externar-se no dialeto com que se caracteriza?

- Positivamente não - esclareceu Aulus - Em todos os casos de xenoglossia, é preciso lembrar que as forças do passado são trazidas ao presente. Os desencarnados, elaborando fenômenos dessa ordem, interferem, quase sempre, através de impulsos automáticos, nas energias subconsciências, mas exclusivamente por intermédio de personalidades que lhes são afins no tempo. Quando um médium analfabeto se põe a escrever sob o controle de um amigo domiciliado em nosso plano, isso não quer dizer que o mensageiro espiritual haja removido milagrosamente as pedras da ignorância. Mostra simplesmente que o psicógrafo traz consigo, de outras encarnações, a arte da escrita já conquistada e retida no arquivo da memória, cujos centros o companheiro desencarnado consegue manobrar.

Hilário insiste ainda: Podemos concluir, então, que se a enferma fosse apenas médium, sem o pretérito de que dá testemunho, a entidade não se exprimiria por ela numa expressão cultural diferente da que lhe é própria...

- Sim, sem dúvida alguma - aprovou o instrutor -, em mediunidade há também o problema da sintonia no tempo... O fato sob nossas vistas pode ser, de certo modo, comparado às correntes d’água. Cada qual tem seu nível. As águas à flor da terra guardam a serventia e o encanto que lhes são peculiares, contudo, somente as aguas profundas encerram o tesouro educado ou inculto das enormes forças latentes, que podem ser convenientemente utilizadas quando aquelas são trazidas a superfície.

Segundo apontamento do orientador, mesmo à distância, depois de separados, o algoze a vítima continuavam unidos pela fusão magnética.

E mesmo depois de retirado o espírito obsessor, a senhora continuou a gritar, referindo-se a um cruel estrangulador que desejava sufocá-la. Tratava-se agora, segundo Aulus, apenas de um fenômeno alucinatório, natural em processos de fascinação como este. E acentuou: Perseguidor e perseguida jazem na mais estreita ligação telepática, agindo e reagindo mentalmente um sobre o outro.

O remédio definitivo para aquela dolorosa situação estava sendo providenciado: em breve, a doente e o verdugo tornar-se-iam mãe e filho, juntos vão seguir no trabalho redentor.

E Áulus arrematou: Louvado seja Deus pela glória do lar!

Esse caso de sintonia completa ilustra bem o grau profundo de hipnose, de conjugação de ondas, que permite a passividade absoluta e, consequentemente, o acesso aos arquivos, onde se encontram registrados os fatos de vidas pregressas, trazendo as lembranças do passado no presente, de forma inconsciente. Essa é uma conjugação no tempo, quanto mais antiga a ligação das almas, mais fácil a realização do fenômeno.

O professor Torres Pastorino escreve: Podemos, então, estabelecer um princípio: as comunicações telepáticas, através da pineal-pituitária, se fazem por sintonia vibratórias fluídicas (ligações por fio) se realizam através dos chacras plexos, por magnetismo positivo-negativo. Em nossa hipótese, pois, o magnetismo poderá influir na incorporação, na ligação fluídica, mas não na inspiração ou intuição, que esta se realiza por simples recepções vibratórias.

Discordamos apenas em um ponto do professor Pastorino: nos dois processos, a pineal participa de forma decisiva.

Nos próximos itens, vamos dar outros graus de conjugação de ondas, de sintonia, abordando obsessão oculta, durante o sono físico e obsessão coletiva.

OBSESSÃO OCULTA

A hipnose é fenômeno corriqueiro na Terra, gerando associações maléficas e destrutivas. Grande parte dos crimes, escândalos, e, de certa forma, dos suicídios tem, aí, sua origem. Muitas hipnotizado, levando-o a estados alucinatórios. Veremos, na Parte II, a capacidade de indução da corrente mental e suas outras propriedades, destacando, inclusive, a importância dos reflexos condicionados.

Para precaver-se de semelhante calamidade, o ser humano precisa prestar atenção à natureza de seus próprios pensamentos e ideoplastias, o que vale dizer, à qualidade dos raios mentais que elege como combustível de suas emoções mais profundas.

Kardec referiu-se às mil formas de obsessão oculta. Já lembramos também as anotações do evangelista João, quando escreve sobre a ação de um Espírito obsessor, que teria colocado no cérebro de Judas a ideia de negação do apostolado.

André Luiz enfatiza aspectos dessa mediunidade ignorada, lembrando que o reflexo condicionado específico está na raiz de diversos vícios, tão vulgares na vida social, como sejam a maledicência, a crítica sistemática, os abusos da alimentação e os exageros do sexo. Ressalta também a amplitude do fenômeno:

Em todos os continentes, podemos encontrar milhões de pessoas em tarefas dignas ou menos dignas - mais destacadamente os expositores e artistas da palavra, na tribuna e na pena, como veículos mais constantemente acessíveis ao pensamento - senhoreadas por Espíritos desenfaixados do liame físico, atendendo a determinadas obras ou influenciando pessoas para fins superiores ou inferiores, em largos processos de mediunidade ignorada, fatos esses vulgares em todas as épocas da Humanidade.

Aqui especificamos um desses casos. Nas dependências de um bar, em um ambiente noturno de péssimas vibrações espirituais, por causa das libações alcoólicas, das ondas defumo e dos pensamentos desregrados, um jovem escrevia embalado pelo conhaque e pelo cigarro. Ao seu lado, um espírito de aspecto repelente controlava seu cérebro, embebendo-o de uma substância escura e pastosa que lhe escorria das mãos. Imantado, através da imaginação, o rapaz, que, sem o suspeitar, era hábil médium psicógrafo, assimilava as ideias do verdugo espiritual. Tratava-se de um fenômeno de indução magnética, de vez que, como jornalista, desejava produzir matéria sensacionalista, encontrando ressonância no desejo da entidade inferior de prejudicar uma jovem.

As páginas que estavam produzindo iriam, justamente, enredar essa jovem em noticiário escabroso. Houvera um homicídio. A jovem não estava diretamente implicada, mas, sob o império do obsessor, o rapaz iria colocá-la no centro dos acontecimentos. Com que finalidade? O espírito, verdugo da jovem, pretendia desfibrar-lhe o caráter, a fim de arremessá-la ao vício e, desse modo, dominá-la mais facilmente, voltando ao vampirismo a que está acostumado.

E o rapaz? Tornara-se instrumento do obsessor, porque deseja produzir matéria escandalosa de impacto junto ao público.

A imantação das almas ocorre, portanto, naturalmente, pela natureza dos raios mentais emitidos de parte a parte.

Diante do fenômeno, André Luiz pondera:- O quadro sob nossa análise induz a meditação nos fenômenos gerais de intercâmbio em que a Humanidade total se envolve sem perceber...

E Aulus concluiu:

- Ah! sim! faculdades medianímicas e cooperação do mundo espiritual surgem por toda parte. Onde há pensamento, há correntes mentais, e onde há correntes mentais existe associação. E toda associação é interdependência e influenciação recíproca.

OBSESSÃO DURANTE O SONO FÍSICO

A pequena parcela de seres humanos que já se apercebeu da contínua comunicação entre os Espíritos e dos aspectos nefastos que ela pode assumir, ainda não está suficientemente desperta para a necessidade de vigilância nos estados passivos. Por isso, a meditação e o sono físico, comumente, são portas abertas para a recepção de pensamentos sugeridos por Inteligências desencarnadas, que nem sempre querem a nossa felicidade espiritual, enredando-nos na obsessão.

No livro Libertação, durante a missão que desenvolvem nas regiões infernais para salvar Gregório, André Luiz e Elói, sob a tutela de Gúbio, observaram o intenso intercâmbio entre encarnados e desencarnados, no período dedicado ao sono físico.

Gúbio esclareceu: A determinadas horas da noite, três quartas partes da população de cada um dos hemisférios da Crosta Terrestre se acham nas Zonas de contato conosco, ea maiores percentagens desses semi-libertos do corpo, pela influência natural do sono, permanecem detidos nos círculos de baixa vibração, qual este em que nos movimentamos provisoriamente. Por aqui, muitas vezes se forjam dolorosos dramas que se desenrolam nos campos da carne.

Somos informados, então, que os grandes crimes que ocorrem na Terra são planejados à noite, nessas regiões infelizes, e que acontecimentos muito mais estarrecedores poderiam ocorrer, se não fosse o trabalho ativo dos Espíritos protetores que se desvelam em benefício da humanidade.

Ao lermos essa passagem, lembramo-nos dos filmes de violência gratuita, dos personagens monstruosos, que apresentam enormes deformações de caráter; as cenas de deboche, com evidente desvirtuamento do emprego do sexo, e ficamos com a convicção de que muitos diretores, artistas e produtores de cinema devem frequentar, habitualmente, essas paragens infelizes.

A vida é patrimônio de todos, mas a direção pertence a cada um, ensinou dúbio.

No livro Evolução em Dois Mundos, André Luiz afirma que, durante o sono físico, a mente é suscetível à influenciação dos desencarnados, quer sejam evoluídos ou não, e que são atraídos pela nossa aura. Se nos mostramos inclinados à elevação moral, os Espíritos Superiores aproveitam o descanso do corpo físico para nos oferecer ajuda; se trazemos, porém, no halo psíquico, sinais de ociosidade ou de intenção maligna, somos procurados por entidades malfazejas que nos envolvem em obsessões viciosas.

CASO MARINA

Como exemplo, temos um caso de obsessão ocorrida durante o sono físico, envolvendo duas mulheres. A que habita o plano extra físico interpelou a outra, Marina, acerca dos compromissos assumidos entre ambas. A companheira encarnada diz que o marido se filiou a um círculo de preces, tem se sentido mais calmo, confiante, o que vem tornando a vida de ambos mais pacífica.

A interlocutora revidou, com aspereza, dizendo que ela, Marina, não podia deixar que ele continuasse a frequentar esse círculo, uma vez que quem reza cai na mansidão. E acrescentou: E necessário espezinhá-lo, torturá-lo, feri-lo, a fim de que a revolta o mantenha no nosso círculo. Se ganhar piedade, estragar-nos-á o plano, deixando de ser nosso instrumento na fábrica.

E a obsessora foi por aí afora... que precisava se esquivar dos ditadores de salvação, e o marido e outras pessoas mais que se lhe agregavam em serviço, no nível do que planejavam. Acrescentando ao final: Volte para o corpo e não ceda um milímetro. Corra com os apóstolos improvisados. Prenda João, controlando-lhe o tempo. Fira-o devagarinho. O desespero dele chegará, por fim, e, com as forças da insubmissão que forem exteriorizadas em nosso favor, alcançaremos os fins a que nos propomos. Gúbio esclareceu que, de manhãzinha, quando acordar na Terra, essa pobre mulher, incapaz de perceber a felicidade que o Senhor lhe concedeu num casamento digno e tranquilo, despertará, no corpo, de alma desconfiada e abatida. Imantada a essa irmã ignorante infeliz, que a persegue e subjuga para conseguir deplorável vingança, vai se converter em pedra de tropeço na vida do marido, causando-lhe aflição e impedindo-o de seguir em sua tarefa de reeducação espiritual.

O que fazer para libertar-se de semelhante inimiga? Indagou um dos aprendizes. Gúbio respondeu:

- Mantendo-se num padrão de firmeza superior, com suficiente disposição para o bem.

Aliás, esse é todo um programa de quem se dispõe a renovar-se com o Cristo. E renovação moral é disposição que brota de dentro. E muito difícil reajustar alguém que não deseja reajustar-se. Aqueles que se acham sob o controle de energias cegas, acomodando-se aos golpes e sugestões da força tirânica, emitidos pelas Inteligências perversas que as assediam, demoram-se, longo tempo, na condição de aparelhos receptores da desordem psíquica.

Infelizmente, a ignorância e a rebeldia são fonte de inúmeros males neste mundo.

INVIGILÂNCIA DOS MÉDIUNS Caso Vieira e Marcondes

O Espiritismo evangélico é também o grande restaurador das antigas igrejas apostólicas, amorosas e trabalhadoras. Seus intérpretes fiéis serão auxiliares preciosos na transformação dos parlamentos teológicos em academias de espiritualidade, das catedrais de pedra em lares acolhedores de Jesus, comentava Alexandre com André Luiz, quando adentraram a casa espírita, onde se desenvolveriam os trabalhos da noite. Faltavam cinco minutos para as duas da madrugada.

Nessa nobre instituição espírita, dedicada ao serviço dos necessitados e sofredores, onde permanecia vivo o sagrado espírito de família evangélica, Alexandre falaria a desencarnados e encarnados desprendidos do corpo físico, por efeito do sono. A palestra era dedicada a todos os que se dedicam às tarefas de intercâmbio mediúnico.

Os desencarnados já estavam a postos, mas, entre os demais faltavam dois alunos. Sertório e André Luiz foram incumbidos de verificar o que se passava.

Ao dirigirem-se à residência de Vieira, um dos faltosos, Sertório comentou com o companheiro que os encarnados não têm bastante consciência da quantidade e qualidade de serviços espirituais realizados por entidades abnegadas, durante o sono físico. Se estivessem mesmos dispostos a esse gênero de tarefa, de certo efetuariam conquistas mais brilhantes nos domínios psíquicos apesar de ainda estarem na carne. Lamentou, porém

, o fato de que a maioria se vale do repouso noturno para sair à caça de emoções frívolas ou menos dignas.

Relaxam-se as defesas próprias, e certos impulsos, longamente sopitados durante a vigília, extravasam em todas as direções, por falta de educação espiritual, verdadeiramente sentida e vivida, enfatizou.

Seria possível que isso acontecesse também com alunos de um instrutor da ordem de Alexandre? - Indagou André Luiz.

- Como não? - Tornou Sertório, fraternalmente - Com referência a essa possibilidade não tenha qualquer dúvida. Quantos pregam a Verdade, sem aderirem intimamente a ela?

.... Há sempre muitos chamados em todos os setores de construção e aprimoramento do mundo! Os escolhidos, contudo, são sempre poucos, acentuou.

Chegados ao apartamento de Vieira, viram-no debater-se no leito, fazendo um ruído singular. A seu lado, permanecia uma entidade, trajando vestes absolutamente negras. Vieira deixava escapar pela garganta gritos de pavor.

Sertório constatou que Vieira estava sofrendo um pesadelo cruel, mas que ele mesmo havia atraído o [visitante até ali. Dialogando com a entidade, ficou sabendo que, naquela noite, Vieira, velho conhecido seu, o havia acusado de faltas que não cometera, conversando levianamente com a família, a respeito da sua vida.

Durante o sono físico, esperava explicar certas coisas, para que ele não mais caluniasse o seu nome, mas desde que se aproximou, o amigo ingrato fez um rosto de pavor e não desejou ouvir as suas explicações.

Não será passível de punição o amigo infiel que se vale das imposições da morte para deprimir? perguntou a entidade a Sertório. Este desculpou-se pelo amigo, chamou André Luiz de lado, propondo-lhe a retirada porque, definitivamente, Vieira não poderia comparecer à aula de Alexandre, naquela noite.

Em seguida, puseram-se a campo em busca de Marcondes, o outro faltoso.

Encontraram-no, no quarto do apartamento, em companhia de três entidades femininas, da pior espécie de quantas André Luiz conhecia nas regiões das sombras.

Envergonhado, Marcondes procurou desculpar-se, afirmando que é difícil manter o coração nos caminhos retos. Sertório deixou-o junto às mulheres, lembrando-lhe que cada qual escolhe as companhias que prefere.

CASO ISAURA SILVA

No livro Libertação, André Luiz escreve sobre o caso de dona Isaura Silva, médium com atividade normal na casa espírita.

Após os trabalhos de intercâmbio mediúnico, a pobre senhora não apresentava as mesmas radiações brilhantes, cercava-se de emissões de substância cinzento-escura, qual se houve-se repentinamente apagado, em torno dela, uma lâmpada invisível.

Sidônio, o dirigente espiritual da sessão, esclareceu a André Luiz que ela estava debaixo de verdadeira tempestade de fluidos malignos, desfechados por entidades infelizes com as quais sintonizou pelos fios negros do ciúme. Apesar de ser valorosa cooperadora e de estar sob a proteção de amigos espirituais dedicados, ainda não perdera a noção de exclusivismo sobre a vida do marido, e, por seus ciúmes, era levada a violentas vibrações de cólera, perdendo excelentes oportunidades de servir e elevar-se.

Sidônio ressaltou que: Enquanto a criatura é vulgar e não se destaca por aspirações de ordem superior, as inteligências pervertidas não se preocupam com ela; no entanto, logo que demonstre propósitos de sublimação, apura-se-lhe o tom vibratório, passa a ser notada pelos característicos de elevação e é naturalmente perseguida por quem se refugia na inveja ou na rebelião silenciosa, visto não se conformar com o progresso alheio.

Durante o sono físico, dona Isaura procurou dois malfeitores desencarnados, localizados em velha casa desabitada. André Luiz presenciou, então, o diálogo da médium com esses empreiteiros das sombras, sagazes e envolventes, que se faziam passar por Espíritos Protetores. Com uma fala mansa e enganosa, ambos a jogavam contra o marido, colocando também em dúvida os seus dons mediúnicos. Aí estão alguns exemplos de obsessão durante o sono físico. Mais um alerta a todos nós para que mantenhamos a vigilância durante o dia, porque, durante o tempo dedicado ao repouso do corpo, nossa alma simplesmente, continua a demonstrar as mesmas escolhas ou predileções manifestadas ou cultivadas no estado de vigília.

OBSESSÃO COLETIVA

Conhecida de longa data, a obsessão coletiva é relatada em livros históricos e no Novo Testamento.

Kardec analisa o-assunto em várias oportunidades. Em A Obsessão, ele comenta: Compreende-se que semelhantes a uma nuvem de gafanhotos, um bando de maus Espíritos pode cair sobre um certo número de criaturas, delas se apoderar e produzir uma espécie de epidemia moral).

Edith Fiore também se refere a esse assunto: Alguns sítios são povoados por bandos de desencarnados. Dois pacientes, que viveram perto de desfiladeiros, referiram inúmeros acidentes, incêndios, desastres, visões de espíritos e mortes infelizes nesses lugares Já citamos a intervenção de Filipe, relatada em Atos dos Apóstolos, versículos 5e 7 do capítulo 8, curando muitos coxos e paralíticos, entre os samaritanos, enquanto transmitia a mensagem do Cristo. Nos linchamentos, vemos a conjugação de mentes unidas, a formar uma reação em cadeia, desfechando crimes bárbaros.  No caso, há o desvario de Espíritos encarnados, que permutam ideias doentes entre si, efetuando atos de extrema ferocidade, em canibalismo franco, atacados de loucura coletiva, para, mais tarde, responderem às silenciosas arguições da Lei Divina.

FONTES

NOS DOMINIOS DA MEDIUNIDADE

Técnica da Mediunidade

Vozes do Grande Além Dias d Cruz

Evolução em dois mundos

A Obsessão

Ação e Reação

A Obsessão

Possessão Espiritual

Mundo Maior

 

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