sábado, 13 de junho de 2020

FIM DO CICLO


FIM DO CICLO
(Mat. 25:31,46) “quando o Filho do Homem vier em sua gloria e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua gloria”. 32. E serão reunidas em sua presença todas as nações e ele separará os homens uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos bodes, 33. e porá as ovelhas à sua direita e os bodes à esquerda. 34. Então dirá o rei aos que estiverem a sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, recebei por herança o reino preparado para vós desde, a fundação do mundo; 35. pois tive fome e me deste de comer; tive sede e me deste de beber. era forasteiro e me acolheste.36. Estive nu e me vestistes, doente e me visitastes; preso e vieste ver-me.37. Então os justos lhe responderão. Senhor quando foi que te vimos com fome e te alimentamos, com sede e de demos de beber?.38-quando foi que te vimos forasteiro e te recolhemos ou nu e te vestimos? 39.quando te vimos doente ou na prisão e te visitamos? 40. Ao que lhes responderá o rei: Em verdade vos digo, cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos a mim o fizestes. 41. Em seguida dirá aos que estiverem a sua esquerda: ‘Apartai-vos de mim malditos’ para o fogo eterno preparado para o diabo e para os seus anjos.42. porque tive fome e não me alimentastes, tive sede e não me destes de beber . 43. Fui forasteiro e não me recolhestes. Estive nu e não me vestistes, doente e preso e não me visitastes. 44. Então eles também responderão; Senhor quando é que e vimos com sede ou com fome, forasteiro ou nu, doente ou preso e não te socorremos?45. E ele responderá, com essas palavras: Em verdade vos digo: todas as vezes que deixastes de fazer a um desses mais pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazere.46. e irão eles para o castigo eterno enquanto os justos irão para a vida eterna.

Ainda prosseguem as previsões para o fim do ciclo. Anuncia o Mestre que "o Filho do Homem virá em sua substância". Neste versículo, o grego dóxa é traduzido como "glória" duas vezes nos textos vulgares. Analisando-se o contexto, todavia, verificamos que poderia ser dado esse sentido apenas lato sensu; mas que ideia faríamos daquele que encarnou o Amor mais sublime com a maior humildade, se ao invés de chegar com a simplicidade característica dos Grandes Espíritos, pretendesse impor-se pelo aparato pomposo de uma glória ostentatória, para esmagar as pobres criaturas com sua presença? Os seres inferiores podem impressionar-se com isso - as fêmeas dos irracionais deixam-se levar pela beleza "gloriosa" ou pela bela voz dos machos - mas repugna-nos admitir que um Espírito superior e divino aderisse a esse critério tão animalesco, tentando ofuscar pela emoção da forma majestosa. Daí termos traduzido dóxa por "SUBSTÂNCIA" neste passo.
Mas no mesmo versículo há pela segunda vez a mesma palavra, na expressão "ele se sentará sobre o trono de sua glória" (grego dóxa, hebraico, kissê hakkabôd). Ora, se no primeiro caso preferimos aquele sentido: "em sua substância", isto é, EM PESSOA, ELE MESMO, e não mais seus emissários e mensageiros (COM os quais se apresentará, metà aggélôn autoú), neste segundo passo, devendo ele presidir à separação de bons e maus, o sentido mais consentâneo é "trono de sua decisão", legítimo significado de dóxa (cfr. Parmênides, 1, 30 e 8, 51; Ésquilo, Persae, 28; Sófocles, Fragmenta 235; e Trachiniae, 718; Platão, Górgias, 472 e; Filebo, 41 b). Ao assentar-se no "trono de sua decisão" (veremos o sentido mais profundo adiante), todos os povos (pánta tà éthnê) se Lhe reunirão em torno, conforme foi escrito também em Joel (4:2,9) e Zacarias (14:2 ...”reunirei todas as nações contra Jerusalém, pra o combate...”). Utilizará, então, o método empregado pelos pastores ("fará COMO"), o que oferece significado especial que estudaremos, em capitulo, a parte, a fim de "separar uns dos outros" (aphorísei autoús ap'allêlois). Vem a seguir o discurso dirigido aos da direita, em que é salientado o grande, o inestimável, o único valor que conta: a misericórdia em relação aos desgraçados de qualquer espécie: "felizes os misericordiosos porque eles obterão misericórdia" (Mat. 5:7). E as "obras de misericórdia" são enumeradas uma a uma: alimentar os famintos dar de beber aos sedentos vestir os nus assistir os enfermos visitar os presos. Conforme comprovamos, referem-se todas à matéria física, ao corpo e ao conforto moral; nenhuma se dirige à parte espiritual, reservada apenas aos "discípulos" da Escola. Trata-se de verdadeiro resumo dos objetivos da "Assistência Social" ou da Caridade. A misericórdia, no ambiente israelita era, sobretudo, moral e corporal e vem citada como necessária em diversos passos (Gên. 21:23-“agora, pois, jura-me aqui, por Deus, que não me enganarás, nem a minha linhagem e parentela, e que terás para comigo e para esta terra a que vieste como hospede a mesma amizade que tive por ti”); J(os. 2:14-“e os homens disseram-lhe: a nossa vida respondera pela vossa se não denunciardes a nossa missão, e quando Iahweh nos der a terra, usaremos de misericórdia e de fidelidade para contigo”) e (11:20-“Iahweh havia, pois, decidido endurecer o coração, desses povos para que combatessem Israel, para que fossem anátemas, e para que não houvesse para eles remissão, mas fossem exterminados, como Iahweh ordenara a Moises”); (2.º Sam. 10:2-“Davi disse: usarei para com Hanon filho de Naas da mesma fidelidade que teve seu para comigo”); 3:8-(“ao ouvir s palavras de isboset, Abner se encolerizou e disse: sou por acaso uma cabeça de cão que pertence a Judá?”) e (9:1-“Davi perguntou: haverá ainda algum sobrevivente na casa de Saul, para que eu o trate com fidelidade por amor a Jonatas?”); (Ecli. 18:12-“ a misericórdia do homem é para com seu próximo, mas a do Senhor é para com toda a carne”); (Zac. 7:9-“ fazei um julgamento verdadeiro, praticai o amor e a misericórdia, cada um com o seu irmão”); a misericórdia dá honra a quem a recebe (Prov. 14:31-“oprimir o fraco é ultrajar seu criador; honra-lo é ter piedade do indigente”); mas deve ser acompanhada de constância e justiça (Prov. 3:3-“ o amor e a fidelidade não te abandonem; ata-os ao pescoço, inscreve-os na tabua do coração); (14:22-“ não é extraviar-se maquinar o mal?; amor e fidelidade para quem busca o bem”); 16:6-“ com amor e fidelidade expia-se a culpa; pelo amor de Iahweh o mal é afastado) e 20:28-“amor e fidelidade preservam o rei; ele sustenta no amor o seu trono). Numa frase citada por Jesus (Mat. 9:13-” ide pois e aprendei o que significa;: misericórdia quero e não sacrifício. Com efeito “(Eu não vim chamar justos, mas pecadores”) e (12:7-“se soubésseis o que significa, misericórdia é que eu quero e não sacrifício, não condenaríeis os que não têm culpa) é dito que a misericórdia tem mais valor que os sacrifícios (Oseas, 6:6-“ porque é amor que eu quero e não sacrifícios, Conhecimento de Deus mais do que holocaustos”); (Ecli. 35:4-“ mostrar-se generoso é fazer oblação de flor de farinha; dar esmola é fazer sacrifício de louvor”); cfr. ainda: (Mat. 15:5-“vós, porém dizeis: aquele que disser ao pai ou a mãe; aquilo que de mim poderias receber foi consagrado a Deus”), e (Marc. 7:10-13-, ”com efeito, Moises disse: honra teu pai e tua mãe; e aquele que maldiçoar pai ou mãe certamente deve morrer”). As parábolas do "bom samaritano" (Luc. 10:30-37) e do perdão o recomendam que os cristãos tenham "vísceras de misericórdia" (Flp. 2:1-“portanto pelo conforto, que há em Cristo, pela consolação que há no amor, pela comunhão no espírito por toda ternura e compaixão”); (Col. 3:12-“portanto como eleito de Deus, santos e amados, revesti-vos de sentimentos de compaixão, de bondade, humildade, mansidão, longanimidade”) e (1.ª João 3:17-“se alguém possuindo os bens desse mundo vê seu irmão na necessidade e lhe fecha as entranhas, como permaneceria nele o amor de Deus?”). Os que praticaram e viveram essas "obras de misericórdia" são os chamados, porque "escolhidos pelo Pai" para tomar parte no reino "preparado desde a constituição do mundo". Admirados, perguntarão quando tiveram oportunidade de fazer tudo isso, se jamais O encontraram na Terra. E a resposta é que "tudo o que se faz a um desses meus irmãos pequeninos necessitados, é feito a Ele mesmo". Lição magnífica e oportuna. Já aos "da esquerda", são eles convidados a afastar-se, infelizes que são, "para o fogo do eon, destinado ao adversário e seus mensageiros". Sentido algo enigmático, que tentaremos analisar.
O que os tornou "infelizes" foi, exatamente, o contrário das obras de misericórdia: A avareza que não reparte de sua mesa com os famintos; O egoísmo que, rodeado de bebidas finas, não pensa na sede dos desgraçados; O orgulho mal entendido, que não abre sua porta a estranhos; A vaidade que exige para si trajos luxuosos, deixando sem roupa os mendigos; O comodismo que não sai de seu conforto para estender a mão e abrir seu coração aos enfermos; e a dureza de coração que não se apieda dos que sofrem nos cárceres, castigados por descontroles emocionais.
A resposta é o reverso da medalha da que foi dada aos primeiros. E vemos sempre a referência "a estes meus irmãos (IRMÃOS!) mais pequeninos (enì toútôn tôn adélphôn mou tôn elachístôn). Repete-se, como um refrão, que os homens, por menores que sejam, por mais desgraçados, por mais atrasados, são SEUS IRMÃOS: "quem faz a vontade do Pai é meu irmão, minha irmã, minha mãe" (Mat. 12:50-“porque aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus esse é meu irmão, irmã e mãe”) e (Marc. 3:35-“quem fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe); "são meus irmãos os que fazem a vontade do Pai" (Luc. 8:21-“mas ele respondeu: minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põe em pratica”); "ide avisar a meus irmãos" (Mat. 28:10-“então Jesus disse: não temais! Ide anunciar a meus irmãos que se dirijam para a galileia, lá me verão”) e os humildes são seus irmãos pequeninos, Dele que "é o primogênito entre muitos irmãos" (Rom. 8:29-“porque os que de antemão ele conheceu estes também predestinou a serem conforme a imagem do seu filho a fim d ser ele o primogênito entre muitos irmãos”); e mais: "quem vos recebe, me recebe" (Marc. 10:40-“todavia o assentar-se a minha direita ou a minha esquerda, não cabe a mim concede-lo, mas é para aqueles aos quais isso foi destinado”); "quem recebe a uma destas criancinhas em meu nome é a mim mesmo que recebe" (Mat. 18:5-“e aquele que receber uma criança como esta por causa do meu nome recebe a mim). Não vimos aí, em absoluto, um DEUS EM SUA GLÓRIA, como quiseram fazer-nos crer durante dois milênios, mas um irmão mais velho, cheio de carinho e ternura, de cuidados verdadeiramente maternais para com os IRMÃOZINHOS mais pequeninos! Vemos um amor aconchegante, que se preocupa com os sofrimentos até do físico e sente em si mesmo os efeitos dos benefícios recebidos por eles e a amargura das portas que se fecham diante deles; lembramo-nos do ditado popular: "quem meu filho beija, minha boca adoça". Mas o Mestre nem fala de filhos ("um só é vosso Pai, a ninguém na Terra chameis de Pai, Mat. 23:9-”) a ninguém na terra chameis Pai, pois só tendes o Pai celeste”) e sim, igualando-se a eles, em irmãos menores, ainda pequeninos, dignos de toda atenção e amor. Os que desprezam "seus irmãos mais pequeninos" são ditos katêraménoi, isto é, "infelizes"; mas observamos que, enquanto os misericordiosos são "abençoados pelo PAI", os duros de coração se desgraçam a si mesmos. A estes está reservado o "fogo do eon" (tò pyr aiônion), que é a labareda do sofrimento no percurso lento e doloroso de mais um eon ou ciclo de evolução. Trata-se do fogo purificador, que faz a catarse dos espíritos, aquele "fogo inextinguível que queimará a palha" das imperfeições (Mat. 3:12-“a pá está na sua mão; limpara sua eira e recolherá seu trigo no celeiro: mas, quanto à palha, a queimará num fogo inextinguível”) e que atinge a todos os que são "lançados na fornalha de fogo" (Mat. 13:42-“e os lançarão na fornalha ardente. Ali haverá choro e ranger de dentes) das reencarnações cármicas dolorosas. Esse fogo foi preparado para o adversário (diábolos) e seus mensageiros desde a criação do mundo, pois desde aí começou o funcionamento da grande lei de causa e efeito. A consequência final é que os misericordiosos irão participar da "vida imanente" (eis zôên aiônion) enquanto os endurecidos irão para o "sofrimento imanente" (eis kólasin aiônion) em segura oposição de resultados. Também poder-se-iam traduzir as expressões por: "vida do eon" e "sofrimento do eon"
Muito temos que aprender nas sábias e profundas lições do Evangelho. Vejamos inicialmente as previsões exteriores. Todas as vezes que o Filho do Homem aparece em Sua própria substância, e não através de intermediários, essa presença assinalará fundamental modificação na tônica vibratória do planeta: é como se Ele sentasse em seu "trono da decisão", para firmar o tom de seu diapasão na energia sonora (o Som, a Palavra criadora ou Verbo ou Logos do Pai), pelo qual será testada a sintoma intrínseca dos seres. O fenômeno da separação "à direita e à esquerda" - como costumam fazer os pastores ao separar os bodes das ovelhas, nas épocas em que não deve haver procriação - não é religioso, nem místico, nem teológico: é CIENTÍFICO. Desde que a chegada do Filho do Homem em Sua substância faça que o planeta evolua, elevando sua tônica vibratória, automaticamente ocorrerá que os espíritos que sintonizarem com esse diapasão elevado, nela permanecerão, enquanto os que tiverem tons mais baixos serão atraídos para planetas de tônica vibratória mais baixa, ou seja, de menor evolução, sendo, portanto, "deportados" da Terra (cfr. Prov. 2:21-22-”porque os retos habitarão a terra e os íntegros nela permanecerão; os ímpios, porém, serão expulsos da terra, os traidores serão dela varridos”.) "pois os justos habitarão a Terra e os perfeitos permanecerão nela, mas os sem misericórdia serão suprimidos da Terra e os perversos serão arrancados dela"; e mais adiante (Prov. 10:30 "o justo jamais vacilará, mas os ímpios não habitarão a terra").

Como vemos, o julgamento ou "juízo" no final do ciclo (ou separação dos bons dos maus) será uma ação automaticamente científica, de acordo com a lei física das sintonias vibratórias intrínsecas de cada ser não havendo, pois, nenhuma possibilidade de enganos, nem de privilégios, nem de valorizações por estar rotulado nesta ou naquela religião, com este ou aquele cargo. Exemplificando grosseiramente: a Terra tem atualmente (suponhamos!) uma vibração de número 30, tal como grande parte (dois terços, segundo Zacarias 13:8-“e acontecerá em toda a terra, que dois terços serão exterminados ‘perecerão’ e que o outro terço será deixado nele) de seus moradores. Ao elevar-se a vibração da Terra para o número 50, só conseguirão permanecer nela aqueles espíritos cuja vibração intrínseca seja de número 50 (que são os que hoje se sentem tão mal neste ambiente de falsidades, ódios, guerras e violências); e todos os que tiverem vibração número 30, serão automaticamente atraídos por outro planeta que também tenha vibração número 30. Exatamente isso ocorreu quando para a Terra vieram tantos espíritos, ao ser vibratoriamente elevado seu planeta de origem na Constelação do Cocheiro (cfr. Francisco Cândido Xavier "A Caminho da Luz", FEB, 1941, 2.ª ed. pág. 27- exilados de capela).
Podemos dar outro exemplo: suponhamos que o planeta seja um rádio receptor, e o espírito uma estação transmissora. O planeta que esteja ligado na sintonia de 800 kilohertz, atrairá espíritos dessa mesma sintonia (tal como o rádio receptor atrai as ondas da Rádio Ministério da Educação). Mas se esse planeta muda sua agulha para a sintonia de 1.400 kilohertz, os espíritos de 800 não mais são ali recebidos: só os que possuem a sintonia de 1.400 kilohertz o serão. No entanto, aqueles de 800 irão para outro planeta que tenha essa sintonia. Prosseguindo na interpretação do trecho quanto à parte externa, vemos que a grande chave determinante da sintonia é a MISERICÓRDIA que tira de si para dar aos outros, ou seja, o AMOR em toda a extensão ampla de suas consequências. Como escreveu Huberto Rohden: "não é o saber, não é o ter, não é o falar nem o fazer: o que vale é o SER".
Achada conforme a sintonia dos "justos" e dos "perfeitos", estes terão sua recompensa numa evolução menos atribulada de dores, porque isenta de ódios e violências, ao passo que os sem misericórdia continuarão alhures a série de encarnações de resgate, de purificação, de aprendizado: "o fogo inextinguível do Amor que purifica e eleva". Se, no entanto, trouxermos a análise para a vida espiritual interna, de acordo com a interpretação que vimos dando nos últimos capítulos, veremos que o sentido ainda aqui é perfeito. Todas às vezes que o Filho do Homem nasce, com Sua própria substância, na criatura, acompanhado de todos os seus mensageiros, ou seja, de Suas características, para assumir o bastão de comando como regente supremo, ele decide a respeito de todos os atos dessa criatura. Quando o Filho do Homem assume o comando ("senta em seu trono decisão"), já o eu pequeno personalístico desapareceu, aniquilando-se em sua nulidade temporária, e o Homem Novo, já então Filho do Homem (veja vols. 1, 5 e 6) é o Senhor absoluto do terreno. Esse é o significado da expressão “trono da decisão": o Eu supremo passa a governar o eu menor e a decidir realmente por ele; o Cristo se substitui à personagem transitória; o Pai age através do Filho (cfr. João, 14:11 "as obras que faço, é o Pai que as faz", etc. veja vol. 6). Uma vez estabelecido em seu "trono de decisão" na criatura. o Filho do Homem terá a tarefa precípua, que não lhe é difícil, de discernir os espíritos, e o fará de acordo com rigorosa justiça por sua sintonia interna. O diapasão regulador será a bondade intrínseca que se exterioriza em favor dos menos aquinhoados, com esquecimento de si mesmo. Aqueles que sintonizarem, serão acolhidos como irmãos, enquanto os dissintonizados serão afastados de seu círculo para a indispensável catarse de seus erros. Também terá que agir assim o Filho do Homem em relação a seus veículos de revestimento temporário. Se estes (físico, etérico, astral e intelectual) tiverem contribuído não só para a evolução da humanidade com a assistência carinhosa aos irmãos pequeninos, que estão abaixo de nós, mas também para a evolução do Eu profundo? cuidando de alimentá-lo, de saciar sua sede, (tanto física, quanto moral, intelectual, emotiva e espiritualmente); buscando recebê-lo quando ainda era considerado "estrangeiro" porque desconhecido; vestindo-o com as matérias dos diversos planos, quando ele ainda se mantinha “naquela condição nua de puro espírito", no dizer de Paul Brunton; e visitando-o periodicamente com os esforços continuados de encontrá-lo, quando ainda enfermo pelo "desejo" de unir-se, mas "preso" às contingências de não poder violar o livre-arbítrio, - nesses casos, os veículos "inferiores" terão sua recompensa, mantendo-se todos em contato íntimo e permanente até mesmo sem experimentar a morte (cfr. João, 11:25-26 "quem sintoniza comigo, mesmo se estiver morto, viverá, e quem vive e sintoniza comigo, não morrerá no eon"; e mais, João 3:15 e 36; 5:24; 6:35, 40, 47; e 14:12) e sem ser sequer julgado (João, 3:18). Se, ao contrário, tiver sido grande a oposição dos veículos em obter a sintonia com o Filho do Homem, resistindo a todos os apelos e chamados e egoisticamente debruçando-se para fora, sem mesmo praticar as "obras de misericórdia" em relação aos "irmãos pequeninos", os veículos serão destruídos pela morte, tendo que passar pelo fogo purificador do sofrimento, que não se extingue durante o eon até a catarse integral. Digno de meditação o trecho. E quem o fizer, encontrará ainda mais pormenores para seu aprendizado e edificação.
FONTE:
Bíblia de Jerusalém
Carlos T Pastorino
Huberto Rodhen
Pietro Ubaldi

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