domingo, 14 de junho de 2020

JESUS

 JESUS

Como sabes, há mundos de natureza variadas, mundos quase fluídicos, onde a humanidade já alcançou a libertação da agressividade da matéria bruta, através da lei das vidas sucessivas e vive quase somente em espírito. Foi de um desses mundos que se transladou a semente purificada, de acordo com os genes maternos, para uma vida que obedecesse mais ao Espírito. Foi de uma estrela próxima ao sistema solar, a nove anos-luz de distância aproximadamente, que veio a semente genealógica esplendida de perfeição, para obedecer ao acasalamento com óvulo em uma virgem, na cidade de Nazaré, que se encontrava em preparo espiritual, no afã de realizar o maior feito da história na Terra pra que as profecias fossem cumpridas e a vontade de Deus fosse realizada, no mais puro esquema de amparo à humanidade terrena.

Em certa idade após os 8 ou 10 anos Jesus passou a viver com a comunidade dos essênios que eram de sentimentos puros. Foram Espíritos altamente evoluídos que desceram a terra, dando continuação a obra basilar de Moises, em um gigantesco preparo para a descida triunfal do grande Messias.

Todo aquele que era recebido na comunidade, devia obedecer às:

·        Desligar-se dos bens materiais, caso os tenha;

·        Trabalhar em favor do próximo, sem exigência alguma;

·        Proteger todos os velhos em decadência;

·        Amparar as crianças órfãs;

·        Educar os seus sentimentos de maneira a perdoar as ofensas;

·        Nunca ofender a quem o caluniar;

·        Fazer da oração um clima permanente em sua vida;

·        Comer somente para viver;

·        Vigiar os pensamentos para que a boca não entre em conivência com o mal;

·        Cultivar as boas ideias;

·        Por onde viajar, dar bons exemplos, se possível, no silencio;

·        Nunca blasfemar contra Nosso Senhor;

·        Amar todos os reinos da natureza e protegê-los; atentar para a castidade;

·        Não cobiçar o que é do próximo;

·        Orar sempre por toda a humanidade.

 

 

(...) “o céu se encontra dentro de nós e tudo por fora é consequência do que se encontra por dentro! (...)”.

 

 

Os essênios se reuniram na casa de José e Maria, em Nazaré, depois que retornaram à cidade, no silencio da noite e decidiram levar Jesus para os templos da fraternidade. Ele seria transferido de vez em quando para locais diferentes, a fim de ficar mais distante do povo por um tempo, até que o Pai o chamasse para o trabalho divino, na divina semeadura da Boa Nova do reino.

(...) – Filho, decidimos levar-te pra junto dos essênios no Monte Carmelo. Acreditamos que precisas de silêncio para a tua instrução(...), mas antes de tudo queremos ouvir-te, acerca desta decisão. O que achas? (...).

(...) Devo ir com esses bons companheiros, que usam a natureza como templo. Lá poderemos falar e ouvir o Senhor na sua expressão maior, para que possamos mais tarde ajudar melhor os que sofrem, os torturados pela fome e os nus de sentimentos. Eu vim trazer a luz para que as minhas ovelhas não andem em trevas. (...).

Devemos partir com urgência, como dizeis, ao recolhimento com esses irmãos dispostos a meditar; no entanto, devo ir ao templo em Jerusalém, na festa da páscoa, como se fosse um compromisso que tenho com a consciência. (...).

(...) Jerusalém, nessa época, duplicava sua população.

(...) O comercio era o primeiro a se destacar nessa ocasião. Vinham turistas de outros Países, aproveitando a oportunidade para vender e comprar o que fosse necessário.

A classe sacerdotal tinha igualmente interesse nas festas da Páscoa. Milhares de animais eram levados como oferendas para serem sacrificados no templo e a carne era transformada em dinheiro nas casas de carne do templo. Quem as comprava, fazia-o com fé, por ser fruto de um sacrifício a Deus.

Esse deus dos sacerdotes era um deus sanguinário, que pedia sangue e oferecia posição e dinheiro.

No lugar onde se sacrificavam os animais, reuniam-se falanges e mais falanges de Espíritos-vampiros, de formas monstruosas, que pediam sangue e mais sangue.

(...) O jovem Jesus foi cercado pelos doutores da lei e por muitos curiosos, para responder a determinadas perguntas, sem que tivesse os pais para ajudá-lo.

A ida de Jesus para o seio dos essênios ocorreu de forma discreta, pois a multidão em Nazaré não o deixava sossegar, ainda mais quando tiveram notícias das curas por ele operadas.

A Palestina estava agitada pela política e pela religião. O Messias antes anunciado desaparecera, sem que a notícia dos caçadores de milagres denunciasse o lugar onde ele estava.

As festas em Jerusalém aumentavam cada vez mais, pelo simples fato de serem a garantia da manutenção da suntuosidade do templo de Salomão (aquele que Jesus disse que não ficaria pedra sobre pedra...).

Eram inventados inúmeros meios para tirar dinheiro do povo, já sacrificado por pesados impostos e ofertas exorbitantes (qualquer semelhança...).

Mas as promessas de salvação, de um céu mais fácil, levavam as criaturas a doarem tudo quanto podiam para a alegria de Deus e muito mais dos sacerdotes.

A humanidade vem sofrendo, há milênios sem conta, toda ordem de agressões.  Podemos até dizer que é um processo de evolução das almas tão lento que, por momentos, escampam certos pensamentos que acusam os exploradores, os Espíritos insaciáveis de ouro e de sangue, que oprimem os mais fracos e matam os já em decadência.

Mas, quando meditamos profundamente nas leis de Deus, justas, sábias, misericordiosas, tranquilizamos as nossas mentes e nos certificamos de que em tudo devemos dar graças ao Senhor, porque ele sabe o que faz em toda a sua casa universal!

Aquele que não deveria fazer o mal e o faz, prejudica a si mesmo.  Quem recebe, recebe somente a cota que lhe servira de ensinamento, na pauta de seus merecimentos.  Quando conhecemos essa verdade, a alegria invade nossos corações e nos traz grandes esperanças nos nossos caminhos.

Sejam quais forem os sofrimentos da humanidade, estes passam por certas filtragens espirituais e quando tendem a passar dos limites das forças ou do que se merece, a ação divina os intercepta e ainda despeja socorro imediato para alivio e coragem dos sofredores.

A evolução é lenta, porém, constante. Nunca para, por ser Deus, amor e por misericórdia desejar ver seus filhos caídos de volta a casa paterna, ao sistema divino.

Depois que conquistamos a paz imperturbável, nunca mais a perdemos e todos temos esse direito, por sermos filhos do mesmo Pai.

A Terra está para ascender a gloria dos mundos regenerados, onde todos os que nela permanecerem, sentirão a alegria que a compreensão traz, saldando todos os seus débitos de passadas vidas sem revolta e imantados de esperança e felicidade próxima.

Os animais sacrificados no templo de Jerusalém pertenciam ao próprio templo e a carne era vendida para o povo, como carne abençoada:  quem a comesse estaria participando, afirmaram, de alguma coisa dos céus!  O dinheiro predispõe as pessoas, mesmo as mais espiritualizadas (que dirá as menos), à usura, ao egoísmo, à ambição, e cega mesmo os homens de bem (que fará aos primitivos), quanto às necessidades alheias.

O templo de Jerusalém ensinava o respeito e a crença em um só Deus, verdadeiro e justo, e esquecia que esse mesmo Deus amava a todas as criaturas por igual, sem fazer distinção. Os sacerdotes se esqueciam das próprias leis, quando se tratava do bem estar deles e de seus familiares.

Talvez Roma fosse mais complacente com o povo do que mesmo os sacerdotes, que aplicavam a lei de talião (usada até hoje), mas somente naqueles que quase não suportavam mais a vida, os pobres e sofredores (Ai de ti escribas e fariseus...).

Para estes, o trabalho era duro e o dizimo pesado para seus ombros frágeis; e ainda havia as dádivas que ninguém poderia esquecer de oferecer ao templo, pois, segundo eles, esquecer este gesto constituía falta de respeito para com a Divindade.

Maria já se encontrava acomodada em local improvisado e os animais eram os companheiros de maior segurança.

A pequena aldeia onde se encontrava a futura mãe do Messias estava tumultuada por pessoas de todas as classes e de toda ordem; era uma aglomeração por ordem oficial; Herodes havia determinado um censo, por isso José havia se deslocado para sua cidade Natal a fim de cumprir essa obrigação e levara Maria grávida. A casa da família não comportava mais pessoas pois todos os familiares haviam ido cumprir a obrigação. A vibração inferior tisnava o ambiente.

Sobrou a estrebaria da residência. Era o melhor lugar para o casal de Nazaré onde estavam; ali era feita uma coesão entre o magnetismo estelar e o dos animais, que desintegravam as vibrações pesadas.

Ali se evidenciava, mais uma vez, a necessidade da presença dos animais junto à humanidade.

A palha que sobrara dos animais na estrebaria, foi colhida e arrumada à guisa de cama.

Maria encostada em um monte de feno, estava em pleno êxtase! Tudo em derredor exalava um perfume dos mais inebriantes. Não suportando as vibrações elevadas que emanava daquele ambiente, José se afastou por instantes.

Poucos resistiram ficar próximos da mãe do Senhor, dado ao elevado teor da vibração naquele ambiente.

Um dos três Espíritos fez brilhar com mais intensidade suas mãos que, penetrando no ventre sagrado da filha de Eli e Ana, com carinho peculiar aos seres iluminados, retiraram das entranhas de Maria o maior tesouro de todos os tempos, o doce Messias, que viera ver e abençoar o mundo, através daquele corpo humano e divino.

Poderíamos, assim, dizer, que foi a primeira cesariana – feita por mãos angélicas – no mundo, por processos espirituais que, por vezes, escapam aos sentidos humanos, mas que mais tarde virão a ser compreendidos.

Os três Espíritos ajoelharam-se em torno da mãe do Senhor e, de uma só vez, falaram neste tom inesquecível:

-- Gloria a Deus nas alturas e paz na terra a todas as criaturas!

A criança chorou. A Fraternidade dos essênios, que se estendia na Judéia e que já se encontrava em outros Países, ouviu o aviso da chegada do mestre dos mestres e todos ajoelharam-se respeitosos.

Belchior, Baltazar e Gaspar, pertencentes a altas escolas iniciáticas, sacerdotes que dedicavam suas vidas na busca da verdade, já se encontravam esperando a chegada do Divino Senhor. Era de seu conhecimento o ponto exato do seu nascimento.

Naquela época estavam em evidencia a Caldeia, a Assíria, a Pérsia e a Índia, que já esperavam a grande luz. Roma, em termos espirituais, vivia em total ignorância, todavia, dominou muitos paises pela força e pela astúcia, inclusive a própria Judéia, impondo suas leis e levando os recursos que os vencidos poderiam oferecer, em troca de menores sofrimentos.

Os três, embora em pontos diferentes, viram simultaneamente o mesmo sinal: uma falange de Espíritos iluminados de todos os paises que se reuniram por convocação superior, para adorar o grande pastor que acabava de chegar; o conjunto formava uma luminosa estrela, descendo sob a harmonia do cântico dos anjos, de forma que os magos puderam observá-la e segui-la, por saberem, de antemão, que assim deveria acontecer.

O Messias já havia nascido! Restava o mundo todo saber.

(...) O que existe no plano dos homens, mesmo entre os mais sábios (...) é a grande falta de humildade, em não dizer, como falou um dos grandes que descobriu essa verdade: “Quanto mais sei, mais sei que nada sei” (...).

(...) Ainda existem muitas coisas, mas muitas mesmo, para serem ditas aos homens e a inda esperamos que esses se preparem para tal mister...(...).Deus sabe o que faz e o caminho mais acertado para todos os homens é o Evangelho de Nosso Senhor Jesus, que é p verdadeiro Caminho a Verdade e a Vida para todos nós, encarnados e desencarnados (...).

O corpo de Jesus é, pois, o protótipo do futuro, mas de um futuro distante (...) Consideremos que o Apóstolo Paulo já falara aos romanos sobre o corpo do Mestre:

“Deus enviou o seu próprio filho em semelhança de carne pecaminosa”

O restante da história os evangelhos contam.

 

 

 

(...) Peço a todos vós que, porventura tiverdes algum ressentimento de alguém, que vos esqueçais de todas e quaisquer ofensas. Elas vos prendem ao desespero e nos fazem sofrer constantemente.

As ofensas recebidas, quando não perdoamos, nos ligam fortemente aos ofensores e os nossos ombros sentem o peso dos fardos insuportáveis. Se não perdoarmos aos que nos caluniam e maltratam, entramos em comunhão com eles e passamos a respirar o mesmo ar que eles respiram, cheios de dardos inquietantes da própria desarmonia que os gerou.

Se algum de vós sentir o coração sufocado, ofendido pelo desprezo de alguém, que não carregue consigo este mal: cada pessoa é um mundo diferente e tem vontade livre de fazer o que desejar que seja feito, assim como responde pelos próprios atos na sequência das vidas.

O ódio liga com fortes laços os que odeiam! Se quiserdes ficar livres dos inimigos, amai-os sempre!

Todo o mal é passageiro! Somente o bem é eterno na eternidade de Deus. E se nós devemos perdoar aos que estão longe de nós, a quem nos desprezou, quanto mais os que estão em nossos caminhos e que nos servem de espinho na carne! O verdadeiro inferno está onde não existe perdão, fé, fraternidade e amor. (...)!

“Maria de Nazaré dirigindo-se à comunidade dos Essênios antes de se retirar para Éfeso na companhia de João “.

Estudo realizado com base no livro

Maria de Nazaré, ditado por Espírito Miramez.

Maia, João Nunes, 1923.

 


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