Como sabes, há mundos de natureza variadas, mundos quase
fluídicos, onde a humanidade já alcançou a libertação da agressividade da
matéria bruta, através da lei das vidas sucessivas e vive quase somente em
espírito. Foi de um desses mundos que se transladou a semente purificada, de
acordo com os genes maternos, para uma vida que obedecesse mais ao Espírito.
Foi de uma estrela próxima ao sistema solar, a nove anos-luz de distância
aproximadamente, que veio a semente genealógica esplendida de perfeição, para obedecer
ao acasalamento com óvulo em uma virgem, na cidade de Nazaré, que se encontrava
em preparo espiritual, no afã de realizar o maior feito da história na Terra
pra que as profecias fossem cumpridas e a vontade de Deus fosse realizada, no
mais puro esquema de amparo à humanidade terrena.
Em
certa idade após os 8 ou 10 anos Jesus passou a viver com a comunidade dos
essênios que eram de sentimentos puros. Foram Espíritos altamente evoluídos que
desceram a terra, dando continuação a obra basilar de Moises, em um gigantesco
preparo para a descida triunfal do grande Messias.
Todo
aquele que era recebido na comunidade, devia obedecer às:
·
Desligar-se dos bens materiais, caso os tenha;
·
Trabalhar em favor do próximo, sem exigência alguma;
·
Proteger todos os velhos em decadência;
·
Amparar as crianças órfãs;
·
Educar os seus sentimentos de maneira a perdoar as ofensas;
·
Nunca ofender a quem o caluniar;
·
Fazer da oração um clima permanente em sua vida;
·
Comer somente para viver;
·
Vigiar os pensamentos para que a boca não entre em
conivência com o mal;
·
Cultivar as boas ideias;
·
Por onde viajar, dar bons exemplos, se possível, no
silencio;
·
Nunca blasfemar contra Nosso Senhor;
·
Amar todos os reinos da natureza e protegê-los; atentar para
a castidade;
·
Não cobiçar o que é do próximo;
·
Orar sempre por toda a humanidade.
(...)
“o céu se encontra dentro de nós e tudo por fora é consequência do que se
encontra por dentro! (...)”.
Os
essênios se reuniram na casa de José e Maria, em Nazaré, depois que retornaram à
cidade, no silencio da noite e decidiram levar Jesus para os templos da
fraternidade. Ele seria transferido de vez em quando para locais diferentes, a
fim de ficar mais distante do povo por um tempo, até que o Pai o chamasse para
o trabalho divino, na divina semeadura da Boa Nova do reino.
(...)
– Filho, decidimos levar-te pra junto dos essênios no Monte Carmelo.
Acreditamos que precisas de silêncio para a tua instrução(...), mas antes de
tudo queremos ouvir-te, acerca desta decisão. O que achas? (...).
(...)
Devo ir com esses bons companheiros, que usam a natureza como templo. Lá
poderemos falar e ouvir o Senhor na sua expressão maior, para que possamos mais
tarde ajudar melhor os que sofrem, os torturados pela fome e os nus de
sentimentos. Eu vim trazer a luz para que as minhas ovelhas não andem em trevas.
(...).
Devemos
partir com urgência, como dizeis, ao recolhimento com esses irmãos dispostos a
meditar; no entanto, devo ir ao templo em Jerusalém, na festa da páscoa, como
se fosse um compromisso que tenho com a consciência. (...).
(...)
Jerusalém, nessa época, duplicava sua população.
(...)
O comercio era o primeiro a se destacar nessa ocasião. Vinham turistas de
outros Países, aproveitando a oportunidade para vender e comprar o que fosse
necessário.
A
classe sacerdotal tinha igualmente interesse nas festas da Páscoa. Milhares de
animais eram levados como oferendas para serem sacrificados no templo e a carne
era transformada em dinheiro nas casas de carne do templo. Quem as comprava,
fazia-o com fé, por ser fruto de um sacrifício a Deus.
Esse
deus dos sacerdotes era um deus sanguinário, que pedia sangue e oferecia
posição e dinheiro.
No
lugar onde se sacrificavam os animais, reuniam-se falanges e mais falanges de
Espíritos-vampiros, de formas monstruosas, que pediam sangue e mais sangue.
(...)
O jovem Jesus foi cercado pelos doutores da lei e por muitos curiosos, para
responder a determinadas perguntas, sem que tivesse os pais para ajudá-lo.
A
ida de Jesus para o seio dos essênios ocorreu de forma discreta, pois a
multidão em Nazaré não o deixava sossegar, ainda mais quando tiveram notícias
das curas por ele operadas.
A
Palestina estava agitada pela política e pela religião. O Messias antes anunciado
desaparecera, sem que a notícia dos caçadores de milagres denunciasse o lugar
onde ele estava.
As festas em Jerusalém aumentavam cada vez mais, pelo simples
fato de serem a garantia da manutenção da suntuosidade do templo de Salomão
(aquele que Jesus disse que não ficaria pedra sobre pedra...).
Eram
inventados inúmeros meios para tirar dinheiro do povo, já sacrificado por
pesados impostos e ofertas exorbitantes (qualquer semelhança...).
Mas
as promessas de salvação, de um céu mais fácil, levavam as criaturas a doarem
tudo quanto podiam para a alegria de Deus e muito mais dos sacerdotes.
A
humanidade vem sofrendo, há milênios sem conta, toda ordem de agressões. Podemos até dizer que é um processo de
evolução das almas tão lento que, por momentos, escampam certos pensamentos que
acusam os exploradores, os Espíritos insaciáveis de ouro e de sangue, que
oprimem os mais fracos e matam os já em decadência.
Mas,
quando meditamos profundamente nas leis de Deus, justas, sábias,
misericordiosas, tranquilizamos as nossas mentes e nos certificamos de que em
tudo devemos dar graças ao Senhor, porque ele sabe o que faz em toda a sua casa
universal!
Aquele
que não deveria fazer o mal e o faz, prejudica a si mesmo. Quem recebe, recebe somente a cota que lhe
servira de ensinamento, na pauta de seus merecimentos. Quando conhecemos essa verdade, a alegria
invade nossos corações e nos traz grandes esperanças nos nossos caminhos.
Sejam
quais forem os sofrimentos da humanidade, estes passam por certas filtragens
espirituais e quando tendem a passar dos limites das forças ou do que se
merece, a ação divina os intercepta e ainda despeja socorro imediato para
alivio e coragem dos sofredores.
A
evolução é lenta, porém, constante. Nunca para, por ser Deus, amor e por
misericórdia desejar ver seus filhos caídos de volta a casa paterna, ao sistema
divino.
Depois
que conquistamos a paz imperturbável, nunca mais a perdemos e todos temos esse
direito, por sermos filhos do mesmo Pai.
A
Terra está para ascender a gloria dos mundos regenerados, onde todos os que
nela permanecerem, sentirão a alegria que a compreensão traz, saldando todos os
seus débitos de passadas vidas sem revolta e imantados de esperança e
felicidade próxima.
Os
animais sacrificados no templo de Jerusalém pertenciam ao próprio templo e a
carne era vendida para o povo, como carne abençoada: quem a comesse estaria participando,
afirmaram, de alguma coisa dos céus! O
dinheiro predispõe as pessoas, mesmo as mais espiritualizadas (que dirá as
menos), à usura, ao egoísmo, à ambição, e cega mesmo os homens de bem (que fará
aos primitivos), quanto às necessidades alheias.
O
templo de Jerusalém ensinava o respeito e a crença em um só Deus, verdadeiro e
justo, e esquecia que esse mesmo Deus amava a todas as criaturas por igual, sem
fazer distinção. Os sacerdotes se esqueciam das próprias leis, quando se
tratava do bem estar deles e de seus familiares.
Talvez
Roma fosse mais complacente com o povo do que mesmo os sacerdotes, que
aplicavam a lei de talião (usada até hoje), mas somente naqueles que quase não
suportavam mais a vida, os pobres e sofredores (Ai de ti escribas e
fariseus...).
Para
estes, o trabalho era duro e o dizimo pesado para seus ombros frágeis; e ainda
havia as dádivas que ninguém poderia esquecer de oferecer ao templo, pois,
segundo eles, esquecer este gesto constituía falta de respeito para com a
Divindade.
Maria
já se encontrava acomodada em local improvisado e os animais eram os
companheiros de maior segurança.
A
pequena aldeia onde se encontrava a futura mãe do Messias estava tumultuada por
pessoas de todas as classes e de toda ordem; era uma aglomeração por ordem
oficial; Herodes havia determinado um censo, por isso José havia se deslocado
para sua cidade Natal a fim de cumprir essa obrigação e levara Maria grávida. A
casa da família não comportava mais pessoas pois todos os familiares haviam ido
cumprir a obrigação. A vibração inferior tisnava o ambiente.
Sobrou
a estrebaria da residência. Era o melhor lugar para o casal de Nazaré onde
estavam; ali era feita uma coesão entre o magnetismo estelar e o dos animais,
que desintegravam as vibrações pesadas.
Ali
se evidenciava, mais uma vez, a necessidade da presença dos animais junto à
humanidade.
A
palha que sobrara dos animais na estrebaria, foi colhida e arrumada à guisa de
cama.
Maria
encostada em um monte de feno, estava em pleno êxtase! Tudo em derredor exalava
um perfume dos mais inebriantes. Não suportando as vibrações elevadas que
emanava daquele ambiente, José se afastou por instantes.
Poucos
resistiram ficar próximos da mãe do Senhor, dado ao elevado teor da vibração
naquele ambiente.
Um
dos três Espíritos fez brilhar com mais intensidade suas mãos que, penetrando
no ventre sagrado da filha de Eli e Ana, com carinho peculiar aos seres
iluminados, retiraram das entranhas de Maria o maior tesouro de todos os
tempos, o doce Messias, que viera ver e abençoar o mundo, através daquele corpo
humano e divino.
Poderíamos,
assim, dizer, que foi a primeira cesariana – feita por mãos angélicas – no
mundo, por processos espirituais que, por vezes, escapam aos sentidos humanos,
mas que mais tarde virão a ser compreendidos.
Os
três Espíritos ajoelharam-se em torno da mãe do Senhor e, de uma só vez,
falaram neste tom inesquecível:
--
Gloria a Deus nas alturas e paz na terra a todas as criaturas!
A
criança chorou. A Fraternidade dos essênios, que se estendia na Judéia e que já
se encontrava em outros Países, ouviu o aviso da chegada do mestre dos mestres
e todos ajoelharam-se respeitosos.
Belchior,
Baltazar e Gaspar, pertencentes a altas escolas iniciáticas, sacerdotes que
dedicavam suas vidas na busca da verdade, já se encontravam esperando a chegada
do Divino Senhor. Era de seu conhecimento o ponto exato do seu nascimento.
Naquela
época estavam em evidencia a Caldeia, a Assíria, a Pérsia e a Índia, que já
esperavam a grande luz. Roma, em termos espirituais, vivia em total ignorância,
todavia, dominou muitos paises pela força e pela astúcia, inclusive a própria
Judéia, impondo suas leis e levando os recursos que os vencidos poderiam
oferecer, em troca de menores sofrimentos.
Os
três, embora em pontos diferentes, viram simultaneamente o mesmo sinal: uma
falange de Espíritos iluminados de todos os paises que se reuniram por
convocação superior, para adorar o grande pastor que acabava de chegar; o
conjunto formava uma luminosa estrela, descendo sob a harmonia do cântico dos
anjos, de forma que os magos puderam observá-la e segui-la, por saberem, de
antemão, que assim deveria acontecer.
O
Messias já havia nascido! Restava o mundo todo saber.
(...)
O que existe no plano dos homens, mesmo entre os mais sábios (...) é a grande
falta de humildade, em não dizer, como falou um dos grandes que descobriu essa
verdade: “Quanto mais sei, mais sei que nada sei” (...).
(...)
Ainda existem muitas coisas, mas muitas mesmo, para serem ditas aos homens e a
inda esperamos que esses se preparem para tal mister...(...).Deus sabe o que
faz e o caminho mais acertado para todos os homens é o Evangelho de Nosso
Senhor Jesus, que é p verdadeiro Caminho a Verdade e a Vida para todos nós,
encarnados e desencarnados (...).
O
corpo de Jesus é, pois, o protótipo do futuro, mas de um futuro distante (...)
Consideremos que o Apóstolo Paulo já falara aos romanos sobre o corpo do Mestre:
“Deus
enviou o seu próprio filho em semelhança de carne pecaminosa”
O
restante da história os evangelhos contam.
(...)
Peço a todos vós que, porventura tiverdes algum ressentimento de alguém, que
vos esqueçais de todas e quaisquer ofensas. Elas vos prendem ao desespero e nos
fazem sofrer constantemente.
As
ofensas recebidas, quando não perdoamos, nos ligam fortemente aos ofensores e
os nossos ombros sentem o peso dos fardos insuportáveis. Se não perdoarmos aos
que nos caluniam e maltratam, entramos em comunhão com eles e passamos a
respirar o mesmo ar que eles respiram, cheios de dardos inquietantes da própria
desarmonia que os gerou.
Se
algum de vós sentir o coração sufocado, ofendido pelo desprezo de alguém, que
não carregue consigo este mal: cada pessoa é um mundo diferente e tem vontade
livre de fazer o que desejar que seja feito, assim como responde pelos próprios
atos na sequência das vidas.
O
ódio liga com fortes laços os que odeiam! Se quiserdes ficar livres dos
inimigos, amai-os sempre!
Todo
o mal é passageiro! Somente o bem é eterno na eternidade de Deus. E se nós
devemos perdoar aos que estão longe de nós, a quem nos desprezou, quanto mais
os que estão em nossos caminhos e que nos servem de espinho na carne! O
verdadeiro inferno está onde não existe perdão, fé, fraternidade e amor. (...)!
“Maria
de Nazaré dirigindo-se à comunidade dos Essênios antes de se retirar para Éfeso
na companhia de João “.
Estudo
realizado com base no livro
Maria
de Nazaré, ditado por Espírito Miramez.
Maia,
João Nunes, 1923.
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