O RETORNO DE JESUS
João, 21:18-23 diz
Jesus, dirigindo-se a Pedro: – Em verdade, em verdade, te digo: quando eras jovem,
tu te cingias e andavas por onde querias. quando fores velho, estenderás as
mãos e outro te cingirá e te conduzirás aonde não queres. Trata-se de um
aforismo, relacionado com a mocidade e a velhice. O jovem se cuida; o velho tem
que ser cuidado. O jovem tem a iniciativa; o velho depende dos outros. No
contexto evangélico, Jesus queria dizer que o apóstolo teria uma morte não desejável,
como de fato aconteceu. Segundo a tradição, Pedro foi martirizado em Roma,
quando se iniciaram as perseguições aos cristãos. Levado à cruz, consta que
teria pedido para ser crucificado de cabeça para baixo, por não se sentir digno
de morrer como seu Mestre. ... Dirigindo-se, ainda, a Pedro, diz Jesus: –
Segue-me. Essa expressão tem sido empregada em todos os tempos, como um forte
apelo aos que se afinam com o Evangelho. Aquele que realmente sente a grandeza
e o significado dos ensinamentos de Jesus é convocado a seguir o Mestre pelos
caminhos da renúncia e do sacrifício de seus próprios interesses, em favor do
bem comum, a partir da perene orientação – fazer ao semelhante o bem que
gostaríamos nos fosse feito. Virando-se, Pedro viu que João também os
acompanhava. Perguntou: – Senhor, e este? Era como se perguntasse se João
também passaria pelo martírio, e Jesus respondeu-lhe, enigmaticamente: – Se eu
quero que ele fique até que eu venha, que te importa? Segue-me tu.
Aparentemente, João não teria o mesmo destino. Aquela afirmativa sustentou uma
expectativa na comunidade cristã. Imaginou-se que ele não morreria, enquanto
Jesus não voltasse para o julgamento final da Humanidade. Quando o apóstolo
morreu, em idade avançada, houve grande decepção. Jesus não viera (afinal Jesus
nem veio para a maioria dos que se intitulam cristãos – e quando Jesus veio e
isso ocorreu no que ficou marcado como Pentecostes; João ainda vivia em Patmos)
-. Não obstante, ficou ao longo dos tempos a expectativa do retorno do Messias,
para o julgamento, a promoção dos bons ao paraíso, a perdição dos maus, no
inferno. O tempo passou e ele não chegou, contrariando expectativas que se
sucediam... Na virada do primeiro século... Na virada do primeiro milênio. D
Ultimamente se esperava que chegasse no final do segundo milênio. Havia até um
vaticínio supostamente contido nos Evangelhos: De mil passou, a dois mil não
chegará. Algumas seitas até marcaram datas, frustrando-se quando elas chegaram
e nada aconteceu. Não obstante o fracasso de todas as previsões, cultiva-se
intensamente a ideia de que o Mestre está por chegar. Em fachadas de casas, em
decalques em automóveis, em para-choques de caminhões, frases enfatizam: Jesus
está chegando! E alguns, no afã de se dizerem merecedores do Mestre, adotam
afirmativas assim: Eu sou de Jesus! E tudo passa a ser de Jesus. Em alguns
automóveis, a expressão: Propriedade de Jesus. Um ladrão preso após roubar um
carro que estampava essa frase, justificou: – Ganhei de Jesus! ... Será que
Jesus virá, realmente? Fazer o quê? A mensagem maior, já nos ensinou: o amor. É
a essência do Universo, o hausto criador de Deus, a força suprema que preside o
equilíbrio dos astros. Dizem alguns: Haverá o julgamento! Danação eterna para
os maus! Eternas benesses para os bons! E onde fica a infinita misericórdia
divina, que pressupõe infinitas oportunidades de reabilitação para os
transgressores das leis divinas?! Pior, estaria comprometida a Justiça perfeita
de Deus, já que não há crimes, por mais tenebrosos, que justifiquem o castigo
sem-fim. Seria o mesmo que condenar alguém à prisão perpétua, pelo roubo de um
pão. E a eternidade é bem mais que uma existência humana... ... Não há por que
esperar por Jesus. Compete-nos ir ao seu encontro no Reino de Deus,
considerando que o Reino, como ensina o Mestre, está dentro de nós mesmos.
Então esse encontro sagrado ocorrerá na intimidade de nosso próprio coração,
quando nos dispusermos, com todas as forças de nossa alma, a atender àquele segue-me,
com que o Mestre nos convoca desde sempre.
NOTA: é sempre
conveniente lembrar que os evangelhos foram nomeados na sua tradução para o
latim; e não há garantia que os nomeados foram os que escreveram os evangelhos.
Por outro lado, afirma Huberto Rodhen e Carlos Torres Pastorino que todo o
capítulo 21 de João não é real, por não existir na história do Cristianismo.
Pentecostes é uma celebração religiosa cristã que comemora a descida do Espírito Santo
sobre os apóstolos de Jesus Cristo, cinquenta dias
depois da Páscoa. O termo “Pentecostes” se originou a partir do grego pentēkostḗ, que significa
“quinquagésimo”, em referência aos 50 dias que se sucedem depois da Páscoa.
No
Antigo Testamento da bíblia sagrada cristã, o Pentecostes era
uma comemoração feita exclusivamente pelos judeus, logo após a última colheita
do ano, numa forma de agradecer pela comida providenciada por Deus.
Também ficou conhecida
como uma celebração da Lei de Deus. Essa
comemoração aconteceu especificamente na primeira Páscoa após o povo de Israel
sair da escravidão do Egito e receber os Dez Mandamentos enviados por Deus.
Porém, no Antigo
Testamento, o Dia de Pentecostes é citado com outros nomes, como: Festa da
Colheita ou Sega (Êxodo 23.16 – “guardarás a festa da Messe, das primícias dos
teus trabalhos de semeadura  nos campos,
e a festa da colheita, no fim do ano, quando recolheres dos campos o fruto dos
teus trabalhos”), Festa das Semanas (Deuteronômio 16;9,12 – “contarás sete
semanas a partir do momento em que lançares a foice nas espigas celebrarás
então a festa das semanas em honra de Iahweh teu Deus... ,... celebrarás a
festa das Tendas durante sete dias, após ter recolhido o produto da tua eira e
do teu lagar”) e Dia das Primícias dos Frutos (Números 28.26 – “no dia das
primícias, quando oferecerdes a Iahweh uma oblação de frutos novos da vossa
festa das semanas, tereis assembleia santa; não fareis nenhuma obra servil”).
No Novo Testamento,
a comemoração de Pentecostes é citada no livro dos (Atos dos Apóstolos 2 – “tendo-se
completado o dia de Pentecostes estavam todos reunidos no mesmo lugar. De
repente veio do céu um ruido como o agitar-se de um vendaval impetuoso, que
encheu toda a casa onde se encontravam. Apareceram-lhes, então, línguas como de
fogo que se repartiam e pousaram sobre cada um deles”), episódio que narra o
momento em que os apóstolos de Cristo receberam os dons do Espírito Santo, logo
após a subida de Jesus aos céus.
Fonte:
Richard Simonetti
Bíblia de Jerusalém
Definições
 
 
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