Deletamos alguns post por postar o artigo completo e não mais em partes.
 OBSESSÕES E
PSICOPATOLOGIAS
Certa vez, Dra. Marlene Nobre conversando
com o médium Francisco Cândido Xavier sobre revelações espirituais e Ciência,
ouviu as ponderações sobre o tema e guardou a conclusão: "A Fé abre uma
picada, a Ciência passa por cima e constrói uma estrada".
Mais tarde, deparou-se
com um pensamento semelhante em Agostinho: "A fé procura, o intelecto
encontra", a propósito de um comentário do santo a Isaías, VII, 9:
"Se não crerdes não entendereis". 
No livro A Obsessão e
suas Máscaras, foi tomada como diretriz básica essas mesmas ideias. Nele, parte
da revelação espiritual, procurando dissecar os ensinamentos dos Espíritos da
obra de André Luiz, lentando organizar esse filão de informações e propondo aos
pesquisadores e estudiosos o desenvolvimento de investigações e trabalhos
práticos sobre o assunto. Procura, contribuir, embora reconheça a forma singela
desse tentame, para que a Ciência avance nessa direção, uma vez que a obsessão
é um dos piores flagelos da humanidade e este trabalho, segue a mesma
orientação, 
resumindo os assuntos,
o estudo, apresenta, algo, visando, ressaltar a tentativa de classificação das
obsessões e suas psicopatologias o que o grupo tem estudado em conformidade com
as obras de André Luiz, uma de cada vez dissecando.
Um dos ilustres
precursores da Psiquiatria, Dr. Inácio Ferreira, responsável pelo Sanatório
Espírita de Uberaba, instituição à qual dedicou mais de 50 anos de sua
existência física, aplicou, a Medicina da Alma, aliando o tratamento médico ao
espiritual. Contando, para esse trabalho, com médiuns valorosos. E os
resultados foram surpreendentes, com enorme sucesso terapêutico, onde outros
falharam.
Convicto da
interferência da humanidade desencarnada na existência humana, o Dr. Inácio
ressaltou que os médicos "precisam desviar-se um pouco de suas investigações
da matéria, lançando-se ao estudo e às experimentações no campo
espiritual". E, antevendo o futuro, enfatizou: "Precisam compreender
e chegarão a essa compreensão, quer queiram, quer não, que 70% dessas tragédias
que se desenrolam na Humanidade, produzindo esses desequilíbrios mentais, são
consequências de atuações psíquicas partidas do mundo invisível aos nossos
olhos materializados, porém percebidas e sentidas pelos médiuns, criaturas
possuidoras de um sexto sentido".
Kardec referiu-se à
obsessão como sendo "o domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre
certas pessoas".  Embora a tivesse
classificado em obsessão simples, fascinação e subjugação, reconheceu que esse
estado patológico " apresenta caracteres muito diferentes, que vão desde a
simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação
completa do organismo e das faculdades mentais". 
Na obra de André Luiz encontramos
detalhados, praticamente, todos esses caracteres diferentes da obsessão.
Segundo revelação de
Emmanuel, na erraticidade, existem mais de 20 bilhões de Espíritos, errantes e
conscientes, gravitando em torno da Terra, sendo que a maioria deles está à
espera de novas existências para dar prosseguimento à luta evolutiva.  Desses postulantes à reencarnação, três
quartas partes são de Espíritos imperfeitos, afeiçoados ainda ao egoísmo
destruidor, daí a grande heterogeneidade e as características de atraso e
imperfeição do mundo em que vivemos.
Tendo em vista que
"a influência dos Espíritos é de todos os instantes e, mesmo os que não creem
neles, estão sujeitos a sofrê-la" é possível ter uma ideia do grau de
pressão e o tipo de influência que essas três quartas partes exercem sobre a
humanidade encarnada. 
"Fora erro
acreditar alguém que precisa ser médium, para atrair a si os seres do mundo
invisível. Eles povoam o espaço; temo-los incessantemente em torno de nós,
intervindo em nossas reuniões, seguindo-nos ou evitando-nos, conforme os
atraímos ou repelimos", ressalta Kardec.
No século passado, o
Espírito de Marilyn Monroe chamou a atenção para esse perigo. Em entrevista a
Humberto de Campos, notável escritor brasileiro desencarnado, realizada no
Memorial Park Cemetery, em Hollywood, e transmitida a Francisco Cândido Xavier,
a famosa estrela confessou-se vampirizada por inimigos desencarnados e
classificou a obsessão como um dos piores flagelos da humanidade. 
A psicóloga Edith
Fiore também ressalta esse tipo de ação afirmando que essa influência "na
vida e no comportamento dos hospedeiros desacautelados é sempre negativa e, às
vezes, fatal". 
É preciso destacar os
dois tipos básicos de obsessão: 
·       
As de natureza anímica, ocasionadas pelos próprios espíritos encarnados, 
·       
e as de natureza espirítica, provocadas pelos desencarnados.
As obsessões de natureza anímica
procedem da capacidade de comunicação dos espíritos encarnados, de se
desprenderem dos sentidos físicos, atuando como almas relativamente livres.
As espiríticas são as obsessões
propriamente ditas ocasionadas pelos espíritos desencarnados.
UMA TENTATIVA DE
CLASSIFICAÇÃO
No rastreamento da
obra de André Luiz e de alguns outros livros de Chico Xavier, foi possível
detectar diferentes aspectos das obsessões anímicas, classificando-as em dois
grandes grupos
1.    
 De Efeitos Inteligentes: 
1a- Obsessão Telepática, 
1b- Auto obsessão, 
1c- Personalidade Antiga
Cristalizada (Fixação Mental), 
1d- Possessão Partilhada
(Parceiros no Vício);
2. De Efeitos Físicos: casos de
Poltergeist, referidos, mas não detalhados, na série. Como esse tipo está também
presente nas Obsessões Espiríticas, vamos analisá-la, ao final, após ter
detalhado os tipos de obsessões Espiríticas de Efeitos Inteligentes.
Quanto às Obsessões
Espiríticas, na obra de André Luiz analisamos várias modalidades, partindo dos dois
grandes grupos:
1       
 De Efeitos Inteligentes; 
2       
-  De Efeitos Físicos.
1 De Efeitos Inteligentes:
1 a -Simbioses em Graus Diversos
1 b- Parasitose Mental ou
Vampirismo, com mecanismos 
        e graus diversos de atuação: 
1 b1-  Infecções Fluídicas, 
1 b2- Fixação Mental
(Monoideísmo), 
1 b3- Psicopatologias do Corpo
Espiritual 
         (Períspirito): Parasitas, Ovoides, 
          Deformidades e Zoantropia
(Licantropia), 
1b4- Vampirismo com Repercussões
Orgânicas: 
         Possessão,
Epilepsia, Neuroses etc.;
                       1b5-Sintonia: Prevalência do Mecanismo 
                               Hipnótico,
(Diferentes graus de Alteração da 
                               Consciência):
Fascinação; Canalização com
                               Dominação Telepática: Obsessão Oculta; 
                               Obsessão durante
o Sono Físico; obsessão 
                               Coletiva.
                                  1d-
Pensamentos Sonorizados (Mecanismo semelhante 
                                         à Radiofonia e
Televisão);
                                  1e-Alergia e
Obsessão;
2.    
De Efeitos Físicos: Poltergeist: referidos na obra, mas não 
detalhados.
Nota: Há casos de Poltergeist que
expressam o predomínio da ação dos encarnados, responsáveis pelo aliciamento de
Espíritos inferiores no processo obsessivo; em outros, a predominância na ação
é dos desencarnados. Em todos esses casos, temos de considerar a utilização
negativa dessa força que é o ectoplasma.
Hernani Guimarães Andrade,
presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas (IBPP), um dos
maiores pesquisadores de Poltergeist do mundo, pôde constatar, na maioria dos
casos investigados, essa interferência física negativa, que se inicia, quase
sempre, sob o comando de encarnados que se acumpliciam com os desencarnados, no
intuito de prejudicar a vida de algumas pessoas ou de famílias inteiras.
OBSESSÃO TELEPÁTICA
Fenômenos anímicos são aqueles
produzidos pela alma do homem encarnado. Aksakof descreve os quatro tipos de
ação extracorpórea do homem vivo:
1)    
Aqueles que comportam efeitos psíquicos (telepatia, impressões
transmitidas à distância);
2)    
Os de efeitos físicos (fenómenos telecinéticos, transmissão de movimento
a distância);
3)    
Os que determinam o aparecimento de sua imagem (fenômenos telefônicos,
aparecimento de duplos);
4)    
Aqueles em que há o aparecimento de sua imagem com certos atributos de
corporeidade (ele é visto em dois lugares ao mesmo tempo). 
Temos, assim, muitas
ocorrências que podem resultar nos fenômenos mediúnicos de efeitos físicos ou
de efeitos intelectuais, com a própria inteligência encarnada comandando
manifestações ou delas participando com diligência, numa demonstração de que o
corpo espiritual pode efetivamente desdobrar-se e atuar com os seus recursos e
implementos característicos, como consciência pensante e organizadora, fora do
corpo físico.
Essa capacidade de sair fora do
corpo e atuar como espírito livre também pode ser empregada em condutas
patológicas. Nesse caso, estamos diante da obsessão anímica, a influenciação
negativa de almas encarnadas entre si.
Uma dessas modalidades é a
obsessão anímica telepática, que se traduz pela guerra de pensamentos,
"assumindo as mais diversas formas de angústia e repulsão". E é muito
mais comum do que podemos imaginar.
Herenwald descreve casos de sua
clínica psicanalítica referentes à obsessão telepática.  Um deles é o de um rapaz rejeitado por
companheiros de pensão. O detalhe importante é que essa rejeição não era fácil
de ser detectada porque tinha caráter oculto, pois todos fingiam apreciá-lo.
Com o afastamento do paciente do local, a mudança de ambiente fez com que os
sintomas obsessivos desaparecessem, gradualmente, na proporção em que os
"amigos" o esqueciam.
Refere-se André Luiz
a um caso de dominação telepática em Nos Domínios da Mediunidade. 
O casal janta na
companhia das três filhas. O marido está alheio à conversação que se faz
animada em torno da mesa, mantém ar de enfado, olhar distante. Após ler os
jornais, prepara-se para sair. A mulher fica decepcionada, esperava que ele
ficasse para as preces que fariam em conjunto, logo mais. Nesse momento, surge
em cena, à frente dos olhos do marido, uma surpreendente imagem de mulher,
projetada sobre ele a distância, aparecendo e desaparecendo, com intermitências.
Apressado, ele despede-se e sai, alegando negócios e compromissos. A esposa não
acredita e intui que os compromissos sejam com outra mulher. À medida que a
dona da casa a identifica mentalmente e passa a produzir pensamentos hostis em
relação a ela, a mesma imagem de mulher que aparecera para o marido começa a
surgir à sua frente até se tornar inteiramente presente. Ambas entram em franca
contenda mental, trocando mútuas acusações como autênticas inimigas. 
Nesses casos de
influenciação telepática, o fenômeno está relacionado com a sintonia.
O assistente Áulus
adverte: "Muitos processos de alienação mental guardam nele as origens.
Muitas vezes, dentro do mesmo lar, da mesma família ou da mesma instituição,
adversários ferrenhos do passado se reencontram. Chamados pela Esfera Superior
ao reajuste, raramente conseguem superar a aversão de que se veem possuídos, uns
à frente dos outros, e alimentam com paixão, no imo de si mesmos, os raios
tóxicos da antipatia que, concentrados, se transformam em venenos magnéticos,
suscetíveis de provocar a enfermidade e a morte. Para isso, não será necessário
que a perseguição recíproca se expresse em contendas visíveis. Bastam as
vibrações silenciosas de crueldade e despeito, ódio e ciúme, violência e
desespero, as quais, alimentadas, de parte a parte, constituem corrosivos
destruidores".
Milhões de lares
podem ser comparados a trincheiras de lutas, em que pensamentos guerreiam
pensamentos com angústia e repulsão.
Em Obreiros da Vida Eterna, o
assistente Barcelos, benfeitor espiritual também ligado à Psiquiatria, traz, do
mesmo modo, importantes ponderações sobre a influência de encarnados entre
si.  Refere-se às obsessões do plano
espiritual que passam para a existência terrestre e são vivenciadas dentro dos
lares: "Os antagonismos domésticos, os temperamentos aparentemente
irreconciliáveis entre pais e filhos, esposos e esposas, parentes e irmãos,
resultam dos choques sucessivos da subconsciência, conduzida a recapitulações
retificadoras do pretérito distante. Congregados de novo, na luta expiatória ou
reparadora, as personagens dos dramas, que se foram, passam a sentir e ver, na
tela mental, dentro de si mesmas, situações complicadas e escabrosas de outra
época, malgrado os contornos obscuros da reminiscência, carregando consigo
fardos pesados de incompreensão, atualmente definidos por 'complexos de
inferioridade'". 
Barcelos ressalta
ainda que o encarnado, nessas condições, é um forte candidato à loucura, porque
não sabe explicar as recordações imprecisas que brotam do passado no presente e
não contam também com o auxílio de psiquiatras e neurologistas, muito presos ainda
às convenções da medicina ortodoxa. Segundo crê, falta-lhes a água viva da
compreensão e a luz mental que lhes revele a estrada da paciência e da
tolerância, em favor da redenção própria.
E pode haver ainda um
agravante. Como reconhece Aksakof: "Nos fatos da telepatia, é
frequentemente difícil precisar o momento no qual o fato anímico se torna um
fato espirítico".  Daí observarmos,
muitas vezes, nos casos de obsessão telepática, a participação de desencarnados
de condição inferior, agravando de muito o quadro patológico inicial.
AUTO-OBSESSÃO
Emmanuel, no prefácio do livro
Mediunidade e Sintonia, dá um outro enfoque para o ditado popular "Dize-me
com quem andas que dir-te-ei quem tu és". O mentor de Chico Xavier lembra
que os nossos pensamentos ditam nossa conduta e que, de acordo com nossa
conduta, amealhamos companhias, através das quais somos conhecidos,
principalmente por observadores do mundo espiritual.
Para a Doutrina
Espírita, o estudo do pensamento é fundamental. Pensar é criar, portanto, o ato
de pensar está relacionado diretamente à nossa origem espiritual. “Fomos
criados à imagem e semelhança de Deus”, com a capacidade de interferir em sua
obra.
Como bem lembrou o
físico William Barret, "A criação não é mais do que o pensamento divino
exteriorizado, e desse atributo divino nós partilhamos muito limitadamente,
como parcelas da inteligência infinita". 
André Luiz sustenta a
mesma ideia: "Nos fundamentos da criação vibra o pensamento imensurável do
Criador e sobre esse pensamento divino vibra o pensamento mensurável da
criatura, a constituir-se no vasto oceano de força mental, em que os poderes do
Espírito se manifestam".
O hausto do Todo
Sábio banha tudo quanto existe e nós, com nossa força mental deficitária, somos
capazes de influir positiva ou negativamente, ainda que de forma restrita,
nesse vasto oceano de energias desconhecidas.
Em 1968, formulou-se a Teoria das
Supercordas, na tentativa de unificação da física quântica e gravitacional,
entreabrindo-se a possibilidade de existência de infinitas dimensões no
universo.
Entre as cordas, a
estável corresponderia ao elemento primordial, conceito muito próximo do fluido
cósmico primitivo, revelado pelos Espíritos a Kardec, ou do plasma divino na
designação atualizada de André Luiz. 
Na década de 1980, Andrei Linde,
astrofísico russo, radicado nos Estados Unidos, formulando a teoria dos
universos inflacionários, utilizou o conceito sopa de plasma, para indicar o
elemento do qual o universo é formado, aquele estado "onde não existem
átomos, nem elétrons, nem galáxias". 
Temos, assim, a possibilidade de co-criar,
moldando o fluido cósmico universal, ou plasma divino, através da força mental
inerente ao nosso Espírito. Realizamos esse processo através das ideoplastias.
Para o médico e
pesquisador Gustave Geley, ideoplastia é a "moldagem da matéria viva,
feita pela ideia".  E André Luiz
define com clareza: "A ideia é um 'ser' organizado por nosso Espírito, a
que o pensamento dá forma e ao qual a vontade imprime movimento e
direção".  Assim, através desses
"seres" produzidos por nós mesmos, coagulados a partir dos nossos
pensamentos, influímos nesse vasto oceano de forças que nos rodeiam.
Desse modo, nossas ideias
exteriorizadas criam imagens tão vivas quanto desejamos. Como nossas ações são
frutos de nossas ideias, geramos a felicidade ou a desventura para nós mesmos.
O encarnado pode, assim, ser perseguido por si mesmo, devido às suas próprias
criações mentais. No livro Libertação, André Luiz refere-se a dois casos de auto
obsessão.
·       
Um deles é o do investigador de polícia que abusou de sua posição para
humilhar e ferir e encontrou, na terceira idade, o resultado de suas próprias
ações negativas, apresentando-se na condição de perseguido por si mesmo. Com a
senectude corporal, o remorso abriu-lhe grande brecha na fortaleza mental,
passando, então, a ser atormentado pelo que fez e pelo que tem sido. Com isso,
houve o favorecimento do parasitismo ovoide, em um processo de vampirismo
espiritual. 
·       
O outro caso é o de um escritor atormentado pelas próprias criações
mentais negativas e destrutivas que criou em seus livros. Os personagens
voltam, sob a forma de ideoplastias ou formas-pensamentos, para atormentá-lo.
Esse processo pode se dar no mundo espiritual ou durante a encarnação,
especialmente na fase da senectude, quando a alma do escritor se torna mais
vulnerável. 
Em ambos os casos, só
com extrema modificação mental e persistente reforma íntima cada protagonista
conseguirá melhorar a sua psicopatologia. Aprendemos com os benfeitores
espirituais que a maldade deliberada é moléstia da alma e a modificação no
plano mental das criaturas jamais pode ser imposta; é, antes, fruto de tempo,
de esforço e de evolução.
PERSONALIDADE ANTIGA CRISTALIZADA
Em Nos Domínios da
Mediunidade, André Luiz refere-se a um caso de emersão do passado ocorrido em
uma sessão de desobsessão: uma das senhoras trazidas para tratamento começou a
falar como se, de fato, estivesse incorporada por um espírito. Contou que fora
vítima de um crime atroz, tem ódio do verdugo e não guarda nenhuma alegria de
viver. O orientador da reunião respondeu-lhe normalmente, como se, de fato,
estivesse diante de uma comunicação mediúnica. Na realidade, trata-se de um
processo anímico. Tudo procede dela mesma. A visita do antigo verdugo, que a
ela se liga por vigorosos laços de amor e ódio, perturba-lhe a vida mental.
Esse fato ocorrido na existência passada imobilizou grande coeficiente de
forças do seu mundo emotivo, "a ponto de semelhante cristalização mental
haver superado o choque biológico do renascimento no corpo físico, prosseguindo
quase intacta". Essa mulher da existência anterior ainda existe nela. A
personalidade antiga não foi eclipsada pela matéria densa como seria de
desejar.
Para a psiquiatria
ortodoxa, é caso para tratamento, com o arsenal terapêutico disponível, mas, do
ponto de vista da medicina do Espírito, é uma consciência torturada, uma
enferma da alma, necessitada de amparo moral e cultural para renovação. 
Esses casos de comunicação de
personalidades antigas cristalizadas prendem-se também ao fenómeno hipnótico,
uma vez que os algozes do mundo espiritual podem magnetizar os encarnados,
fazendo-os recuar a determinado ponto do pretérito, através de deliberada
regressão de memória. Com isso, mantém o sujet em certo tipo de recordação,
segundo as dívidas cármicas que possua. 
Deduz-se também que o
processo de emersão do passado pode se verificar por fenómeno de auto hipnose.
Nesse caso, um fato relevante, como a simples presença, nos arredores, do
inimigo desencarnado ou um acontecimento da existência comum que lembre
circunstâncias traumáticas, já vividas por reflexo condicionado, pode detonar a
emersão da personalidade anterior.
Esse processo também
explica porque muitos mendigos que foram reis permanecem ainda envergando o
manto marchetado de ouro, sem conseguirem a menor adaptação à nova condição
reencarnatória.
Longe de se apresentar, ao
nascer, como uma tabula rasa, como queria Locke e acreditava Freud, o ser
humano é mais desconhecido que o Oceano Pacífico.
E ainda vamos despender de muitos
séculos até conseguir desbravar um pouco esse território imenso que é a mente
humana.
POSSESSÃO PARTILHADA
(PARCEIROS NO VÍCIO)
Abordamos aqui a
obsessão, genericamente conhecida como de encarnado para desencarnado.
A dificuldade de classificação é
muito grande porque há casos em que a predominância do encarnado é franca e
inequívoca; outros em que ela é variável, em escala de 80% a 60%; e outros
ainda - e estes com maior número - em que a responsabilidade fica repartida em
partes iguais, meio a meio.
Na obra de André Luiz
não há um exemplo típico de predomínio da vontade do encarnado sobre o
desencarnado. 
Na verdade, muitas
vezes perguntamos se não deveria colocar a Possessão Partilhada entre as
obsessões espiríticas, já que o termo possessão está mais ligado à subjugação
de um encarnado por Espírito já desenfaixado da matéria.
Na série André Luiz, fica bem
claro, porém, que na maioria dos casos de viciados, de qualquer natureza, a
responsabilidade do espírito encarnado é muito grande. Em Sexo e Destino,
referindo-se, especificamente, sobre o conluio entre Cláudio Nogueira e os
parceiros desencarnados, alcoólatras contumazes, Félix afirmou que, em nenhum
momento, Cláudio fora constrangido a aceitar a companhia dos outros. A escolha
era dele. A responsabilidade estava dividida em quotas iguais, porque era uma
associação natural, uma parceria consentida. 
Ao observar, em
especial, a ligação de Cláudio com um dos parceiros, ambos ligados também a uma
empreitada sexual menos digna, unidos pelas mesmas sensações inferiores, Félix
ressaltou: "O verbo enrodilhar-se, na linguagem humana, figura-se o mais
adequado à definição daquela ocorrência de possessão partilhada, que se nos
apresentava ao exame, conquanto, não exprima, com exatidão, todo o processo de
enrolamento fluídico, em que se imantavam. E afirmamos 'possessão partilhada',
porque, efetivamente, ali, um aspirava ardentemente aos objetivos desonestos do
outro, completando-se, euforicamente, na divisão da responsabilidade em quotas
iguais". 
Há também
esclarecimentos dos Espíritos sobre os parceiros no vício nos livros Nos
Domínios da Mediunidade e No Mundo Maior.
O assistente Áulus,
André Luiz e Hilário observavam uma casa noturna, onde se reuniam fumantes e
bebedores inveterados. O ambiente saturado de emanações negativas produzia
mal-estar nos três observadores espirituais.
Junto dos encarnados que fumavam
e bebiam, criaturas de triste feição se demoravam expectantes. Algumas sorviam
as baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelo calor dos pulmões
que as expulsavam, nisso encontrando alegria e alimento. Outras aspiravam o
hálito de alcoólatras inveterados.
Áulus explicou que os
desencarnados, que se apegam com desvario às sensações da experiência física,
ficam colados aos amigos terrestres, temporariamente desequilibrados nos costumes
por que se deixam influenciar. Esses nossos companheiros situaram a mente nos
apetites mais baixos do mundo, alimentando-se de emoções do tipo inferior, que
os localizam na vizinhança da animalidade. Na Terra, preferiram o culto das
satisfações menos dignas. Como cada alma recebe da vida de conformidade com
aquilo que dá, não encontram interesse senão nos lugares onde podem nutrir as
ilusões que lhes são peculiares. Têm medo da verdade, são como a coruja que
foge à luz.
Seriam os viciados médiuns? Aulus
respondeu que sim, uma vez que essa faculdade é como a de respirar, todas as
pessoas a possuem, em menor ou maior grau de desenvolvimento. E acrescentou:
"Ser médium não
quer dizer que a alma esteja agraciada por privilégios ou conquistas feitas.
Muitas vezes, é possível encontrar pessoas altamente favorecidas com o dom da
mediunidade, mas dominadas, subjugadas por entidades sombrias ou delinquentes,
com as quais se afinam de modo perfeito, servindo ao escândalo e à perturbação,
em vez de cooperarem na extensão do bem". 
Estudando esse tema
das forças viciadas, as formas como os parceiros de Cláudio atuaram sobre ele,
lembramo-nos de uma passagem que consta de um outro livro muito importante da
série: 
Libertação. Nele, há
um apontamento do instrutor Gúbio quanto ao modo de atuar dos Espíritos
inferiores: "O Espírito encarnado sofre a influenciação inferior, através
das regiões em que se situam o sexo e o estômago, e recebe os estímulos
superiores, ainda mesmo procedentes de almas não sublimadas, através do coração
e do cérebro". 
Além dessa observação
importante, é bom ressaltar que os drogaditos não devem ser tratados,
primordialmente, como obsedados. Uma das lutas dos profissionais da saúde, que
atuam nessa área, é a de conscientizar o viciado em drogas ou álcool, enfim, o
dependente químico, de que precisa se tratar, aderindo ao esquema de
desintoxicação, à psicoterapia, ao programa dos dez passos, e outros mais
indicados a cada caso.
É claro que o
tratamento espiritual na fase de manutenção do tratamento pode ser feito, desde
que o interessado se conscientize da sua necessidade de mudar e não descarte
sua responsabilidade de, atribuindo sua doença, tão-somente, à influência de
desencarnados.
Embora reconhecendo
os diversos graus de parceria, devemos considerar, com o estudo da obra de
André Luiz, que o espírito do encarnado tem um papel preponderante nesse tipo
de ligação viciosa.
Há, nesses casos, uma
comunhão de forças negativas e, como sabemos, muitas vezes, fica difícil
determinar a linha demarcatória entre a obsessão anímica e a espirítica.
SESSÕES ESPIRÍTICAS
Esse é o modelo
clássico de influenciação negativa de desencarnados sobre encarnados.
As raízes desse problema
prendem-se ao próprio desenvolvimento do princípio inteligente. Ao atingir a
fase hominal, emergindo de um longo processo evolutivo nos reinos inferiores,
esse princípio já se transmudou em alma, ganhando o direito de gerar o
pensamento de forma ininterrupta. A partir daí, inicia-se no processo conhecido
como mentos síntese, baseado em trocas: a alma emite suas próprias ideias e
radiações, assimilando as radiações e ideias alheias. 
Como meio de mantê-lo
estimulado à experiência terrena, a Providência Divina impregnou-o do desejo de
satisfação, através da aquisição dos bens terrenos e do afeto. Com a morte
física, porém, a alma sente-se alquebrada e aflita por constatar que todos
esses sonhos de propriedade e afetividade foram interrompidos.
"Arrebatado aos
que mais ama e ainda incapaz de entender a transformação da paisagem doméstica
de que foi alijado, revolta-se comumente contra as lições da vida a que é
convocado, em plano diferente, e permanece fluidicamente algemado aos que se
lhe afinam com o sangue e com os desejos, comunicando-lhes a experiência vulgar".
Com isso, desde as mais remotas eras, "aprendeu automaticamente a respirar
e a viver justaposto ao hausto e ao calor alheio". 
SIMBIOSES
Assim, após a morte, as almas
amedrontadas perante o desconhecido são atraídas pelos que lhe choram a perda,
permanecendo jungidas a elas, em processo simbiótico.
Surgiram, desse modo,
desde tempos imemoriais, as simbioses, "processos de mediunismo consciente
ou inconsciente, através dos quais os chamados 'mortos' traumatizados ou
ignorantes se aglutinam em grande parte, ao habitat dos chamados 'vivos',
partilhando-lhes a existência, a absorver-lhes parcialmente a vitalidade…".
A simbiose é processo
comum nos reinos inferiores e na vida humana. Ocorre também do ponto de vista
espiritual e, nesse processo, o encarnado entrega-se inconscientemente ao
desencarnado que passa a lhe controlar a existência, sofrendo-lhe
temporariamente o domínio e, em troca, de certa forma, fica protegido contra o
assalto de influências ocultas ainda mais deprimentes. 
A simbiose pode ser útil,
exploradora, e outras ainda mais prejudiciais em que a espoliação atinge alto
grau de vampirismo.
Um fato comum é a
permanência dos parentes desencarnados nas residências terrestres.
Alexandre dirigiu-se,
com André Luiz, à casa de Ester, localizada em uma rua modesta. Antes mesmo da
penetração deles no ambiente doméstico, perceberam uma grande movimentação de
entidades de condição inferior, com entradas e saídas constantes.
Penetraram a casa sem
que os Espíritos menos evoluídos se dessem conta, em virtude do baixo padrão
vibratório que lhes caracterizava as percepções.
A família, constituída da viúva,
três filhos e um casal de velhos, permanecia à mesa de refeições, no almoço
muito simples. Um fato marcante, até então inédito para André Luiz, estampou-se
a ambos: "seis entidades, envolvidas em círculos escuros",
alimentavam-se também, pelo sistema de absorção.
Diante do espanto do nosso caro
médico desencarnado, Alexandre explicou:
"Meu amigo, os quadros da
viciação mental, ignorância e sofrimento, nos lares sem equilíbrio religioso,
são muito grandes. Onde não existe organização espiritual, não há defesas da
paz de espírito. Isto é intuitivo para todos os que estimem o reto pensamento.
Os que desencarnam em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta,
neles encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantêm ligados à casa, às
situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a
parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo
físico". 
Ao ver a satisfação das entidades
que absorviam gostosamente as emanações dos pratos fumegantes, André quis saber
se estavam se alimentando de fato.
Alexandre replicou
que, efetivamente, aquelas entidades, viciadas nas sensações fisiológicas,
estavam encontrando nas substâncias cozidas e desintegradas pelo fogo,
absorvidas ali, o mesmo sabor que apreciavam quando estavam no corpo. Segundo
lembra, isso não é de se admirar uma vez que o homem terrestre recebe mais de
70% da alimentação comum através dos princípios atmosféricos que ele capta
pelas vias respiratórias.
Quanto à argumentação de André
Luiz de que era muito desagradável tomar refeições na companhia de estranhos
assim de condição inferior, Alexandre pondera que não se trata de
desconhecidos, mas de familiares diversos, e que, ainda que fossem estranhas,
aquelas almas estariam ali obedecendo às tendências do conjunto, uma vez que
cada Espírito tem as companhias que prefere.
Em seguida, o
instrutor ressaltou que "a mesa familiar é sempre um receptáculo de influenciações
de natureza invisível". Por esse motivo, os que tecem comentários
maledicentes à mesa atrairão caluniadores invisíveis, os que buscam a ironia
receberão como resposta a presença de entidades galhofeiras e sarcásticas.
E Alexandre deu o
diagnóstico completo no caso do lar de Ester: "É o vampirismo
recíproco".
Há também os casos de
simbioses no plano sexual. Desde longa data, há relatos de íncubos (espíritos
masculinos) e súcubos (espíritos femininos), que mantêm relações sexuais com os
encarnados. Na obra de André Luiz há referências nos livros E a Vida Continua e
Missionários da Luz. 
SIMBIOSES E NEUROSES
Em Nos Domínios da
Mediunidade, há a descrição de um caso de psiconeurose em virtude de processo
obsessivo.
Américo, um rapaz de
trinta e poucos anos, procurou o centro espírita em busca de alívio. Desde a
infância, tem sofrido a influência de espíritos inferiores que se uniram a ele,
em virtude do seu comportamento inadequado em vidas pregressas.
Quando estava na
sessão da casa espírita, onde foi procurar ajuda, caiu em estremeções
coreiformes.
Áulus explicou que,
nesses momentos, ele sofre com a abordagem dos obsessores. Antes do regresso à
carne, conviveu largamente com eles, de modo que agora, reencarnado, com a
simples aproximação dos verdugos, reflete-lhes a influência nociva,
entregando-se a perturbações histéricas, que lhe sufocam a alegria de viver.
Vive de médico em médico, fazendo todo tipo de tratamento, sem resultado
prático.
O assistente
ressaltou que, no mundo espiritual, antes da reencarnação, "foi vítima de
hipnotizadores cruéis com os quais esteve na mais estreita sintonia, em razão
da delinquência viciosa a que se dedicara no mundo. Sofreu intensamente, voltou
à Terra, trazendo certas deficiências no organismo perispiritual. É um
histérico, segundo ajusta acepção da palavra". "Acolhido por um heroico
coração materno e um pai que lhe foi comparsa, hoje também arrastando pesadas
provas - desde os sete anos da nova experiência terrena, quando se lhe firmou a
reencarnação, Américo sentiu-se tomado pela desarmonia trazida do mundo
espiritual, e, desde então, vem lutando no laborioso processo regenerativo a
que se impôs. 
Seu sistema nervoso está em
péssimas condições patológicas, pelos deploráveis pensamentos de que se nutre,
arremessados ao seu espírito pelos antigos companheiros de viciação. Áulus
afirmou que o rapaz poderá obter grande melhora consagrando-se à disciplina, ao
estudo, à meditação e à prece, com isso renovando-se mentalmente, apressando a
própria cura. Depois de curado, poderá cooperar com os trabalhos mediúnicos, de
maneira mais proveitosa.
Há outros casos de
psiconeurose - fobias, histeria etc. - descritos ao longo da obra de André
Luiz.
OS TRÊS ANDARES DO CÉREBRO
Temos que levar em
consideração, na análise das psiconeuroses, a estruturação do cérebro humano em
três andares, conforme a abordagem feita sobre o assunto no livro No Mundo
Maior. 
"Descobri, surpreso, que
toda a província cerebral (...) se dividia em três regiões distintas. Nos lobos
frontais, as zonas de associação eram quase brilhantes. Do córtex motor, até a
extremidade da medula espinhal, a claridade diminuía, para tornar-se ainda mais
fraca nos gânglios basais".
Calderaro explicou que há três
regiões distintas no cérebro, como se ele fosse um castelo de três andares: no
primeiro, está situada a "residência de nossos impulsos automáticos",
tudo o que já conseguimos realizar no tempo, correspondendo ao subconsciente;
no segundo está localizado o "domicílio das conquistas atuais", onde
se situam as qualidades que estamos construindo no "hoje", é o
consciente; no terceiro, está a "casa das noções superiores", que
aponta as eminências que nos cumpre atingir, é o superconsciente. 
o   O primeiro andar, o dos impulsos
automáticos corresponde ao cérebro inicial, o reptiliano, que abrange medula
alongada e nervos; 
o   O segundo andar tem como
substrato anatômico o córtex motor;
o    E o terceiro andar, os lobos frontais, a parte
mais nobre do cérebro.
Desse modo, nervos,
zona motora e lobos frontais no cérebro humano traduzem, respectivamente,
impulsividade, experiência e noções superiores da alma, constituindo pontos de
fixação da mente encarnada.
Calderaro explicou
que a criatura pode estacionar na região dos impulsos, nesse caso, perde-se num
labirinto de causas e efeitos, desperdiçando tempo e energia; se permanece no
"hoje", de modo absoluto, apenas repetindo o esforço maquinal, sem
consulta ao passado e sem organização de bases para o futuro, mecaniza a existência;
se o indivíduo se refugia exclusivamente no andar superior, na casa das noções
superiores, corre o perigo de ficar na contemplação sem as obras. 
Para que a nossa
mente aproveite a existência é indispensável saber equilibrar presente, passado
e futuro, isto é, saber valer-se das conquistas passadas no direcionamento das
atividades presentes, amparando-se, ao mesmo tempo, da fonte de idealismo
superior.
"E, como nos
encontramos indissoluvelmente ligados aos que se afinam conosco, em obediência
a indefectíveis desígnios universais, quando nos desequilibramos, pelo excesso
de fixação mental, num dos mencionados setores, entramos em contato com as
inteligências encarnadas ou desencarnadas em condições análogas às
nossas".
Essas informações
explicam porque os psiconeuróticos estão ligados, simbioticamente, aos
desencarnados que compartilharam ou se afinizam com suas ações pregressas.
VAMPIRISMO ESPIRITUAL
A simbiose
prejudicial é conhecida como parasitose mental. Esse processo é tão antigo como
o próprio homem. Após a morte, os Espíritos continuam a disputar afeição e
riquezas com os que permanecem na carne, ou armam empreitadas de vingança e
violência contra eles.
Na parasitose mental
temos o vampirismo. 
Por esse processo, os
desencarnados sugam a vitalidade dos encarnados, podendo determinar nos
hospedeiros doenças as mais variadas e até mesmo a morte prematura. Para o
mundo espiritual, "vampiro é toda entidade ociosa que se vale,
indebitamente, das possibilidades alheias e, em se tratando de vampiros que visitam
os encarnados, é necessário reconhecer que eles atendem aos sinistros
propósitos a qualquer hora, desde que encontrem guarida no estojo de carne dos
homens". 
O médico desencarnado
Dias da Cruz lembra: "Toda forma de vampirismo está vinculada à mente
deficitária, ociosa ou inerte, que se rende às sugestões inferiores que a
exploram sem defensiva".  E explica
a técnica utilizada pelos Espíritos vampirizadores, situando-a nos processos de
hipnose. Por ação do hipnotizador, o fluido magnético derrama-se no campo
mental do paciente voluntário que lhe obedece o comando. Uma vez neutralizada a
vontade do sujet, as células nervosas estarão subjugadas à invasão dessa força.
Os desencarnados de condição inferior, consciente ou inconscientemente,
utilizam esse processo na cultura do vampirismo.
Justapõem-se à aura das criaturas
que lhes oferecem passividade, sugando-lhes as energias, tomam conta de suas
zonas motoras e sensoriais, inclusive os centros cerebrais - linguagem e
sensibilidade, memória e percepção, dominando-as à maneira do artista que
controla as teclas de um piano. Criam, assim, doenças-fantasmas de todos os
tipos, mas causam também degenerescência dos tecidos orgânicos, estabelecendo a
instalação de doenças reais que persistem até a morte. Entre essas doenças,
Dias da Cruz afirma que podemos encontrar desde a neurastenia à loucura
complexa e do distúrbio gástrico à raríssima afasia estudada por Broca". 
Relaciona ainda
outras moléstias: "pelo ímã do pensamento doentio e descontrolado, o homem
provoca sobre si a contaminação fluídica de entidades em desequilíbrio ,
capazes de conduzi-lo à escabiose e à ulceração, à dipsomania e à loucura, à
cirrose e aos tumores benignos ou malignos de variada procedência, tanto quanto
aos vícios que corroem a vida moral, e , através do próprio pensamento
desgovernado, pode fabricar para si mesmo as mais graves eclosões de alienação
mental, como sejam as psicoses de angústia e ódio, vaidade e orgulho, usura e
delinquência, desânimo e egocentrismo, impondo ao veículo orgânico processos
patogénicos indefiníveis, que lhe favorecem a derrocada ou a morte". 
Novamente em Nos
Domínios da Mediunidade, André Luiz refere-se a um caso interessante de um
homem desencarnado e uma mulher encarnada que vivem em regime de escravidão
mútua, nutrindo-se da emanação um do outro. Ela busca ajuda na sessão do
trabalho desobsessivo realizado por um centro espírita e, com o concurso de
entidades abnegadas, consegue o afastamento momentâneo do Espírito obsessor.
Bastou, porém, que o Espírito fosse retirado, para que ela o fosse procurar,
reclamando-lhe a presença. Há muitos casos como esse, em que o encarnado julga
querer o reajustamento, entretanto, no íntimo, alimenta-se com os fluidos
doentios do companheiro desencarnado e apega-se a ele instintivamente. 
Em Obreiros da Vida Eterna,
André Luiz descreve cenas de vampirismo em enfermaria de hospital:
"Entidades inferiores, retidas pelos próprios enfermos, em grande viciação
da mente, postavam-se em leitos diversos, inflingindo-lhes padecimentos
atrozes, sugando-lhes vampirescamente preciosas forças, bem como
atormentando-os é perseguindo-os". 
E confessa que os
quadros lhe traziam grande mal-estar.
VAMPIRISMO COM REPERCUSSÕES
ORGÂNICAS
Na possessão, temos
um grau mais avançado de atuação do espírito obsessor, constrangendo de forma
quase absoluta a ação do obsidiado. Kardec compreendeu-a como "uma
substituição, posto que parcial, de um Espírito errante a um encarnado".
Como se trata de um
grau mais avançado de vampirismo, as patologias orgânicas estão sempre
presentes.
Evidentemente, em um
trabalho como este, no qual resumimos nosso livro, não podemos detalhar todos
os casos de vampirismo da série André Luiz, como o fizemos nele. Por isso, são
consultados vários livros da série: onde as informações foram colhidas.
·       
Libertação, Caso da Jovem Clorótica e Caso Margarida-Gregório; 
·       
Entre a Terra e o Céu, Caso Odila-Zulmira; 
·       
No Mundo Maior, Caso Camilo-Pedro; 
·       
Nos Domínios da Mediunidade, Caso da Jovem Parricida. Ainda dentro desse
item de vampirismo com repercussões orgânicas, destacamos os casos de epilepsia
e obsessão, como por exemplo, no livro Nos Domínios da Mediunidade, encontramos
no caso Caso Pedro
Analisando essa
casuística, constatamos que a possessão tem características e mecanismos
diversos. No caso Pedro-Camilo, instalou-se, ao longo de 20 anos, sob a atuação
de um único obsessor, durante esse período, o quimismo espiritual ou a
fisiologia do períspirito desequilibrou-se e, consequentemente, desencadeou
distúrbios orgânicos, entre os quais, a ameaça de amolecimento cerebral.
No caso Margarida,
estabeleceu-se, mais efetivamente, em dez dias, com organização técnica
competente e atuação de uma falange, composta de, aproximadamente, sessenta
obsessores, entre os quais dois hipnotizadores e dezenas de parasitas ovoides,
decretando a falência orgânica quase total, em virtude do controle do sistema
endócrino, da pressão sanguínea e de funções importantes da economia orgânica.
INFECÇÕES FLUÍDICAS
Da mesma maneira como
existem infecções orgânicas, acontecem também as fluídicas, resultantes do
desequilíbrio mental.
O Instrutor Aniceto,
em conversa com André Luiz, argumenta: 
"se temos a nuvem de bactérias produzidas pelo corpo doente, temos
a nuvem de larvas mentais produzidas pela mente enferma, em identidade de
circunstâncias. Desse modo, na esfera das criaturas desprevenidas de recursos
espirituais, tanto adoecem corpos, como almas".
Os homens não têm
preparo quase nenhum para a vida espiritual. Em geral, não têm a mínima ideia
de que "a cólera, a intemperança, os desvarios do sexo, as viciações de
vários matizes, formam criações inferiores que afetam profundamente a vida
íntima". 
E cada uma dessas
viciações da personalidade produz as larvas mentais que lhe são consequentes,
contaminando o meio ambiente, onde quer que o responsável pela sua produção
circule ou estagie. Elas não têm forma esférica, nem são do tipo bastonete,
como as bactérias biológicas, entretanto, formam colônias densas e terríveis. E
tal qual acontece no plano físico, o contágio também pode verificar-se na
esfera psíquica.
Na condição de
parasitismo mental, as larvas servem de alimento habitual, porque são
portadoras de vigoroso magnetismo animal.
Para nutrir-se desse
alimento, "bastará ao desencarnado agarrar-se aos companheiros de
ignorância, ainda encarnados, qual erva daninha aos galhos das árvores, e
sugar-lhes a substância vital".
Dentro do estudo que propomos,
temos de considerar também a produção dos espíritos inferiores desencarnados.
As "substâncias" destrutivas, produzidas dentro do quimismo que lhes
é próprio, atingem os pontos vulneráveis de suas vítimas. Esses produtos,
conhecidos como simpatias e aglutininas mentais, têm a propriedade de modificar
a essência do pensamento dos encarnados, que vertem contínuos, dos fulcros
energéticos do tálamo, no diencéfalo. Esse ajuste entre desencarnados e
encarnados é feito automaticamente, em absoluto primitivismo nas linhas da
Natureza. Os obsessores tomam conta dos neurónios do hipotálamo,
"acentuando a dominação sobre o feixe amielínico que o liga ao córtex
frontal, controlando as estações sensíveis do centro coronário que aí se fixam
para o governo das excitações, e produzem nas suas vítimas, quando contrariados
em seus desígnios, inibições de funções viscerais diversas, mediante influência
mecânica sobre o simpático e o parassimpático". 
Temos aí um intrincado processo
de vampirismo, que leva as vítimas ao medo, à guerra nervosa, alterando-lhes a
mente e o corpo.
É possível
compreender, assim, os casos de possessos, relatados nos Evangelhos, que se
curaram de doenças físicas, quando os Espíritos inferiores, que os subjugavam,
foram retirados pela ação curadora de nosso mestre Jesus ou dos apóstolos.
Por enquanto, os
médicos estão às voltas com a extensa variedade de micro-organismos patogênicos
que devem combater, diuturnamente. Mas, no futuro, "a medicina da alma
absorverá a medicina do corpo. Poderemos, na atualidade da Terra, fornecer
tratamento ao organismo de carne. Semelhante tarefa, dignifica a missão do
consolo, da instrução e do alívio. Mas, no que concerne à cura real, somos
forçados a reconhecer que esta pertence exclusivamente ao homem-espírito".
FIXAÇÃO MENTAL
A fixação mental
representa a aderência do pensamento a um objeto (ser ou coisa), impedindo-lhe
o fluxo normal e cristalizando-o de maneira que se lhe obsta qualquer
modificação. Diferencia-se da concentração mental, porque, nesta, a fixação da
atenção ocorre de modo deliberado, temporariamente.
Nos casos de fixação mental, o
indivíduo não consegue afastar a atenção de um determinado alvo, sendo a
amnésia uma das consequências desse estado psicopatológico.
" A ideia
aflitiva ou obcecante nos corrói a vida mental, levando-nos à fixação". 
O Espírito não se interessa por
outro assunto a não ser aquele que o empolga, que é a sua própria ociosidade, a
sua própria dor, ou o seu próprio ódio. Assim, paixão ou desânimo, crueldade ou
vingança, ciúme ou desespero, enfim, qualquer grande perturbação interior pode
imobilizar-nos por tempo indeterminado.
Aprendemos com os
Espíritos que quase todas as perturbações congénitas da mente estão
relacionadas com as fixações que a antecederam na volta ao mundo.
Aqueles que
fracassaram, retornam à vida terrena fazendo parte da vasta área dos
neuróticos, dos loucos, dos mutilados, dos feridos e dos enfermos de toda
casta.
"E só as lutas
na carne vão processando a 'extroversão' indispensável à cura das psicoses de
que são portadores". 
É preciso esclarecer
que fixação mental, monoideísmo e parasita ovoide estão absolutamente
imbricados, porque são estágios diferentes do mesmo processo. Na verdade, a
fixação mental leva ao monoideísmo que, por sua vez, leva ao parasita ovoide.
Precisamos confessar
a nossa dificuldade em classificar os processos obsessivos, porque as
diferentes modalidades estão profundamente entrelaçadas. Mas, essa tentativa de
classificação é um esforço inicial, e deve ser melhorada por todos quantos se
dediquem ao estudo das obsessões.
Recomendamos para estudo da
fixação mental o Caso Antônio Olímpio. 
De forma resumida, podemos dizer
que Antônio Olímpio (Ação e reação) assassinou os dois irmãos para apossar-se,
sozinho, da herança dos pais. O crime foi praticado à noitinha, em um lago, e
não foi descoberto pela polícia terrena, que considerou as mortes acidentais.
Mas a cena continua a martelar diuturnamente a cabeça de Antônio Olímpio, após
a sua desencarnação. O complexo de culpa faz com que reviva as cenas,
repetidamente:
"Em meu pensamento (...)
vejo apenas o barco no crepúsculo sinistro (...) ouvindo os brados de minhas
vítimas (...) que soluçam e gargalham estranhamente (...) Ai de mim! (...)
estou preso à terrível embarcação (...) sem que me possa desvencilhar (...)
quem me fará dormir ou morrer? (...)" 
Mesmo recolhido à Mansão Paz,
posto de socorro do mundo espiritual, Antônio Olímpio permanece prisioneiro da
fixação mental.
PSICOPATOLOGIAS DO CORPO
ESPIRITUAL (PERISPÍRITO)
MONOIDEÍSMO
O homem selvagem emprega a força
e a astúcia para dominar os seres inferiores e a natureza à sua volta, mas não
tem preparo algum para enfrentar o grande desconhecido que se descortina, para
ele, após a morte física.
"O espetáculo da vastidão
cósmica perturba-lhe o olhar e a visita de seres extraterrestres mesmo benevolentes
e sábios, infunde-lhe pavor, crendo-se à frente de deuses bons ou maus, cuja
natureza ele próprio se incumbe de fantasiar, na exiguidade das próprias
concepções". 
Assim, depois do
óbito, permanece, tímido, ao pé dos seus, em cuja companhia passa a viver, em
outras condições vibratórias, em processos variados de simbiose, ansioso por
voltar à existência corpórea iludido, acreditando que assim poderá voltar.
Mantém-se, assim,
vinculado à choça, aos seus, e "não tem outro pensamento senão voltar -
voltar ao convívio revitalizante daqueles que lhe usam a linguagem e lhe
comungam os interesses".
Tal qual as bactérias
que se transformam em esporos, quando as condições do meio lhe são adversas,
tornando-se imóveis e resistentes ao ambiente, durante anos a fio, assim
também, o espírito do selvagem perde os órgãos do corpo espiritual, que se lhe
atrofiam por falta de função.
Isso porque
estabelece-se em seu íntimo o monoideísmo, a ideia fixa de voltar para a carne,
e esse desejo eclipsa todos os demais.
Dá-se, então, o que
André Luiz chama de monoideísmo auto hipnotizante, provocado por pensamento
fixo-depressivo, nascido de sua inadaptação ao mundo extra físico. 
Por esse processo, o
desencarnado perde o seu corpo espiritual, transformando-se em ovoide, forma
pela qual expressa o seu corpo mental.
No monoideísmo, o núcleo da visão
profunda, no centro coronário, sofre disfunção específica pela qual o Espírito
contemplará tão-somente os quadros terríficos relacionados com as culpas
contraídas. Tudo o mais ele deixa de observar.
Vejamos o caso de
Leonardo Pires, desencarnado há vinte anos, vive, agora, na casa da neta,
Antonina. Apresenta-se como um velhinho, conforme seus últimos dias terrestres.
A mente dele, porém, está fixada nos lances da última existência, em
recordações que o obcecam. Quando jovem, foi empregado do marechal Guilherme
Xavier de Souza e, hoje, conserva a mente detida num crime de envenenamento,
que cometeu quando integrava as forças brasileiras acampadas em Piraju, no
Paraguai. Enciumado, sentindo-se preterido pela mulher leviana com a qual se
relacionava, por causa de um colega de farda, Leonardo idealizou o crime e
executou-o, utilizando vinho envenenado. Como as tropas deveriam seguir rumo ao
Paraguai, o caso foi encerrado, sem maiores investigações. Leonardo seguiu em
frente, convivendo por algum tempo com a mulher que fora pivô do crime, mas, de
regresso ao Brasil, casou-se, deixando vários descendentes, entre os quais,
Antonina.
No leito de morte,
reconheceu que a lembrança do crime castigava-lhe o mundo íntimo, centralizando
todos os episódios apenas nesse.
No além, o
monoideísmo persistiu. Com o olhar de louco, segue a única imagem que se lhe
vitaliza, a cada dia, na memória, ao influxo da própria consciência que se
considera culpada.
Como ensinam os
Espíritos Reveladores a Allan Kardec: "a lei de Deus está inscrita na
consciência".  E ninguém pode
ludibriá-la, impunemente.
PARASITAS OVOIDES
Há Espíritos que
perdem a forma humana de apresentação do seu Períspirito, surgindo como esferas
ovoides. "Pela densidade da mente, saturada de impulsos inferiores, não
conseguem elevar-se e gravitam em derredor das paixões absorventes que, por
muitos anos, elegeram em centro de interesses fundamentais".  Inúmeros desencarnados, empolgados pela ideia
de fazerem justiça com as próprias mãos ou apegados a vícios aviltantes, por
repetirem infinitamente, essas imagens degradantes, acabam em deplorável
fixação monoideística, fora das noções de espaço e tempo, sofrendo, então,
enormes transformações na morfologia do psicossoma. Por falta de função, os
órgãos psicossomáticos ficam retraídos, e surge a forma ovoide.
Atingida essa forma
permanecem colados àqueles que foram seus sócios nos crimes, obedecendo à
orientação das inteligências que os entrelaçam na rede do mal. Por isso servem
às empreitadas infelizes nos processos de obsessão.
Nas regiões inferiores, onde
André Luiz esteve, em missão de paz, em companhia do instrutor Gúbio, e que
estão descritas no livro” Libertação”, grande número de entidades transportavam
essas esferas, como se estivessem imantadas às suas próprias irradiações.
O médico desencarnado
explicou que esses ovoides são pouco maiores que um crânio humano, variando
muito nas particularidades; alguns denunciam movimento próprio, como se fossem
grandes amebas, outros parecem em repouso, aparentemente inertes, ligados ao
halo vital de outras entidades. 
Qual a situação psíquica desses ovoides?
A maioria deles dorme em estranhos pesadelos, incapazes de exteriorizações
maiores.
ALTERAÇÕES E DEFORMAÇÕES DO CORPO
ESPIRITUAL
Ao lado de espíritos
que já conquistaram belas vestes de apresentação, encontramos outros cujos
psicossomas revestem-se de verdadeiras deformidades.
No livro Libertação, André Luiz
teve oportunidade de constatar, de forma inesperada, um caso com essas
alterações. 
A senhora de um
médico revelava extremo cuidado com a aparência externa, apresentando-se sempre
muito bem penteada e maquiada, no entanto, o médico desencarnado teve
oportunidade de vê-la como autêntica bruxa, igual à dos contos infantis,
quando, pela ação do sono, o seu Períspirito desprendeu-se do corpo físico. As
aparências enganam.
Em Evolução em Dois Mundos, André
Luiz utiliza a nomenclatura corrente no mundo espiritual para designar as
diversas alterações do psicossoma, consequentes a patologias mentais
diferentes. A dinâmica seria a queda mental no remorso; Hiperdinamia a
patologia consequente aos delírios da imaginação, provocando hipo ou
hipertensão no movimento circulatório das forças que o mantêm. 
Utiliza também a
denominação Miopraxia (Diminuição da capacidade funcional de um órgão em
consequência de qualquer lesão ou de inatividade prolongada.) do Centro Genésico Atonizado
para designar a patologia do organismo sutil no caso do aborto provocado, que
seria a arritmia do chacra responsável pela organização das energias sexuais. 
Em Ação e Reação, nos
trabalhos de socorro da Mansão Paz, situada nas regiões inferiores, mas que
permanece sob a jurisdição da cidade Nosso Lar, foi recolhido um desencarnado, disforme,
onde todos os traços se confundiam, qual se fosse uma esfera estranha e, além
disso, seus braços e pernas eram hipertrofiados, enormes. Depois de
consultá-lo, o instrutor Druso afirmou que o desencarnado em questão
encontrava-se sob terrível hipnose, tendo sido conduzido a essa posição por
adversários temíveis, que, decerto, para torturá-lo, fixaram-lhe a mente em
alguma penosa recordação. Era Antônio Olímpio, o fazendeiro que assassinara os
dois irmãos e cujo crime passou despercebido da justiça humana. Sua história
está também no estudo da fixação mental. 
Em Libertação, porém,
os relatos reportam-se a zonas muitíssimo inferiores, as regiões infernais. Lá
estão presentes a velhice, a moléstia, o desencanto, o aleijão, as deformidades
de toda a sorte e os ovoides. O Períspirito de todos os habitantes dessas
regiões é opaco, como o corpo físico, e pode sofrer ainda alterações mais
profundas, deixando sua forma humana, para apresentar-se como a de um animal. É
o fenômeno conhecido, genericamente, como Zoantropia, mas que tem na
Licantropia - transformação em lobo - o processo mais conhecido.
Nas regiões
inferiores, uma mulher é julgada por um tribunal constituído de entidades
inteligentes e perversas.  Diante dos
juízes, confessou que matou quatro filhinhos, e contratou o assassinato do
próprio marido, entregando-se depois às "bebidas de prazer", mas
nunca pôde fugir da própria consciência.
Através de olhar temível, o juiz
sentenciou-a, dizendo que ela não passava de uma loba. A mulher desencarnada
passou a modificar-se, paulatinamente, diante da sentença repetida várias
vezes, chegando ao resultado final da licantropia. Segundo explicações
espirituais, ela não passaria por essa humilhação se não a merecesse. A
renovação mental, porém, depende dela. Deus mantém a senda redentora sempre
aberta a seus filhos. Tornou-se clássica na literatura espiritualista o caso de
Nabucodonosor, rei cruel e despótico, que viveu, sentindo-se como animal,
durante sete anos. Diz a Bíblia (Dn 4.33-“nesse instante, pois, a razão me
voltou. E, para honra da minha realeza voltaram-me também a gloria e o
esplendor”) que "o seu corpo foi molhado de orvalho do céu, até que lhe
cresceu pelo como as penas da águia e suas unhas como as das aves".
SINTONIA OU HIPNOSE EM GRAUS
DIVERSOS:
FASCINAÇÃO
Há um caso de xenoglossia (consiste no falar, de forma
espontânea, em língua ou línguas, que não foram previamente aprendidas) que ilustra a questão da
fascinação.  Enquanto esperava o
tratamento em um centro espírita, sob a ação de um obsessor, uma senhora caiu
em transe e começou a falar em um idioma estranho. Estudando o caso, o
assistente Áulus inteirou-se de que a desavença perdura por mais de um milénio.
Conseguiu decifrar também o dialeto da velha Toscana em que se exprimia o
obsessor, descobrindo, então, que por causa dessa senhora, tornara-se cruel
estrangulador. Era legionário de Ugo, o poderoso duque da Provença, no século X
(...) A entidade reporta-se ao saque de que participou, naquela época, quando
teve a infelicidade de assassinar os próprios pais para satisfazer a essa
mulher, que lhe partilhava a existência.
Nesses casos de
xenoglossia ou de mediunidade poliglota, o filtro mediúnico e a entidade que se
utiliza dele acham-se tão intensamente afinados entre si que a passividade do
instrumento é absoluta. O obsessor mantém os mesmos hábitos de outrora, de
séculos atrás, exprimindo-se pela médium através de frases e modos que lhe
foram típicos.
Intrigado com o
fenômeno, Hilário perguntou ao assistente Áulus se ele é atribuível à
mediunidade propriamente dita ou à sintonia completa, e o benfeitor informou:
"O problema é de sintonia".
Hilário voltou à
carga: "Contudo, se a doente não lhe houvesse partilhado da experiência
terrestre, como legítima associada de seu destino, poderia o comunicante
externar-se no dialeto com que se caracteriza?"
"Positivamente não",
esclareceu Áulus, "Em todos os casos de xenoglossia, é preciso lembrar que
as forças do passado são trazidas ao presente. Os desencarnados, elaborando
fenômenos dessa ordem, interferem, quase sempre, através de impulsos
automáticos, nas energias subconsciências, mas exclusivamente por intermédio de
personalidades que lhes são afins no tempo. Quando um médium analfabeto se põe
a escrever sob o controle de um amigo domiciliado em nosso plano, isso não quer
dizer que o mensageiro espiritual haja removido milagrosamente as pedras da
ignorância. Mostra simplesmente que o psicógrafo traz consigo, de outras
encarnações, a arte da escrita já conquistada e retida no arquivo da memória,
cujos centros o companheiro desencarnado consegue manobrar."
Hilário insistiu: "Podemos
concluir, então, que se a enferma fosse apenas médium, sem o pretérito de que
dá testemunho, a entidade não se exprimiria por ela numa expressão cultural
diferente da que lhe é própria...".
"Sim, sem dúvida
alguma", aprovou o instrutor, " em mediunidade há também o problema
da sintonia no tempo..." O fato sob nossas vistas pode ser, de certo modo,
comparado às correntes de água. Cada qual tem seu nível. As águas à flor da
terra guardam a serventia e o encanto que lhes são peculiares, contudo, somente
as águas profundas encerram o tesouro educado ou inculto das enormes forças
latentes, que podem ser convenientemente utilizadas quando aquelas são li
azulas à superfície.
Segundo apontamento
do orientador, mesmo à distância, depois de separados, o algoz e a vítima
continuavam unidos pela fusão magnética.
OBSESSÃO OCULTA
A hipnose é fenômeno
corriqueiro na Terra, gerando associações maléficas e destrutivas. Grande parte
dos crimes, escândalos, e, de certa forma, dos suicídios tem, aí, sua origem.
Há também muita
loucura mascarada de bom senso. O magnetizador atua sobre a mente passiva do
hipnotizado provocando estados alucinatórios.
Para se precaver de semelhante
calamidade, o ser humano precisa prestar atenção à natureza de seus próprios pensamentos
e ideoplastias, o que vale dizer, à qualidade dos raios mentais que elege como combustível
de suas emoções mais profundas. 
Kardec referiu-se às
mil formas de obsessão oculta; O evangelista João escreveu sobre a ação de um
Espírito obsessor, que teria colocado no cérebro de Judas a ideia de negação do
apostolado; André Luiz, em suas obras, dá vários exemplos desse tipo de obsessão.
Vejamos um caso prático de um dos seus livros; entre a terra e o céu.
“Nas dependências de
um bar, em um ambiente noturno de péssimas vibrações espirituais, por causa das
libações alcoólicas, das ondas de fumo e dos pensamentos desregrados, um jovem
jornalista escreve embalado pelo conhaque e pelo cigarro. Ao seu lado, um
Espírito de aspecto repelente controla o cérebro do moço, embebendo-o de uma
substância escura e pastosa que lhe escorria das mãos. Imantado, através da
imaginação, o rapaz, que é médium psicógrafo, sem o suspeitar, assimila as
ideias do verdugo espiritual. As páginas que irá produzir vai enredar uma jovem
em noticiário escabroso dos jornais. Houve um homicídio. A jovem não está
diretamente implicada, mas, sob o império do obsessor, o rapaz vai colocá-la no
centro dos acontecimentos. Com qual finalidade? O espírito, que é obsessor da
jovem, pretende desfibrar-lhe o caráter, a fim de arremessá-la ao vício e,
desse modo, dominá-la mais facilmente E o rapaz? Tornou-se instrumento do obsessor,
porque deseja produzir matéria escandalosa, de impacto junto ao público, dentro
do ideário do que se conhece como imprensa marrom. A imantação das mentes
ocorre, portanto, naturalmente, pela natureza dos raios mentais emitidos de
parte a parte”.
OBSESSÃO DURANTE O SONO FÍSICO
A pequena parcela de
seres humanos que já se apercebeu da contínua comunicação entre os Espíritos e
dos aspectos nefastos que ela pode assumir, ainda não está suficientemente
desperta para a necessidade de vigilância nos estados passivos. Por isso, a
meditação e o sono físico, comumente, são portas abertas para a recepção de
pensamentos, que nos são sugeridos por Inteligências desencarnadas, que nem
sempre querem a nossa felicidade espiritual, enredando-nos na obsessão.
No livro Libertação,
durante a missão que desenvolvem nas regiões infernais para salvar Gregório,
André Luiz e Elói, sob a tutela de Gúbio, tiveram oportunidade de observar o
intenso intercâmbio entre encarnados e desencarnados, no período dedicado ao
sono físico. 
Perguntado sobre o
assunto, Gúbio esclareceu: "A determinadas horas da noite, três quartas
partes da população de cada um dos hemisférios da Crosta Terrestre se acham nas
zonas de contato conosco e a maior percentagem desses semi-libertos do corpo,
pela influência natural do sono, permanecem detidos nos círculos de baixa
vibração, qual este em que nos movimentamos provisoriamente. Por aqui, muitas
vezes se forjam dolorosos dramas que se desenrolam nos campos da carne".
Somos informados,
então, que os grandes crimes que ocorrem na Terra são planejados nessas horas,
nessas regiões infelizes e que acontecimentos muito mais estarrecedores
poderiam ocorrer, se não fosse o trabalho ativo dos Espíritos protetores que se
desvelam em benefício da humanidade.
Ao lermos essa passagem,
lembramo-nos dos filmes de violência gratuita, dos personagens monstruosos, que
apresentam enormes deformações de caráter; as cenas de deboche, com evidente
desvirtuamento do emprego do sexo e ficamos com a convicção de que muitos
diretores, artistas e produtores de cinema devem frequentar, habitualmente,
essas paragens infelizes.
No livro Evolução em Dois Mundos,
André Luiz afirma que, durante o sono físico, a mente é suscetível à
influenciação dos desencarnados, quer sejam evoluídos ou não, e que são
atraídos pela nossa aura. Se nos mostramos inclinados à elevação moral, os
Espíritos Superiores aproveitam o descanso do corpo físico para nos oferecer
ajuda; se trazemos, porém, no halo psíquico sinais de ociosidade ou de intenção
maligna, somos procurados por entidades malfazejas que nos envolvem em
obsessões viciosas.
OBSESSÃO COLETIVA
Conhecida de longa
data, a obsessão coletiva é relatada em livros históricos e no Novo Testamento.
Kardec analisa o
assunto em várias oportunidades. Em A Obsessão, ele comenta:
"Compreende-se que semelhantes a uma nuvem de gafanhotos, um bando de maus
Espíritos pode cair sobre um certo número de criaturas, delas se apoderar e
produzir uma espécie de epidemia moral". 
Edith Fiore também se
refere a esse assunto: 'Alguns sítios são povoados por bandos de desencarnados.
Dois pacientes que viveram perto de desfiladeiros, referiram inúmeros acidentes,
incêndios, desastres, visões de espíritos e mortes infelizes nesses
lugares". 
Em Atos dos Apóstolos
(vers. 5 e 7 do Cap. 8 –“foi assim que Filipe tendo descido a uma cidade da Samaria...
de muitos processos os espíritos impuros saiam, dando grandes gritos, e muitos paralíticos
e coxos foram curados”), há a citação de que Filipe curou muitos coxos e
paralíticos, entre os samaritanos, enquanto transmitia a mensagem de Cristo.
Nos linchamentos,
vemos a conjugação de mentes que se unem, como uma reação em cadeia,
desfechando crimes bárbaros. 
PENSAMENTOS SONORIZADOS
MECANISMO SEMELHANTE
AO DA RADIOFONÍA E TELEVISÃO
Chico Xavier
descreveu uma outra modalidade de obsessão que vem acompanhada de uma espécie
de crise alucinante de labirintite, com todo o desconforto que esse barulho
característico causa. O médium passou por isso, em Pedro Leopoldo, na década de
1950, tendo consultado seu oftalmologista, em busca de ajuda. Foi aconselhado
tanto pelo médico quanto por seu guia a manter a calma. E o fenômeno só cessou,
quando, em 1959, instalou-se, definitivamente, na cidade de Uberaba.
Em entrevista ao jornal O
Espírita Mineiro, em 1991, o médium falou sobre a volta desse mesmo mal-estar. 
"Recentemente,
no entanto, a questão voltou, mais ou menos há uns dois anos, com grande
intensidade. Desta vez não só ouvíamos o barulho característico da labirintite,
como também registramos a voz nítida dos espíritos inimigos da Causa Espírita Cristã,
perturbando-nos a tranquilidade interior. Essa presença de espíritos infelizes,
desde então, tem sido uma constante. Ouvimos-lhe diariamente o ataque à
Mensagem Cristã e à Doutrina Espírita; as sugestões desagradáveis; as induções
ao desequilíbrio; os sarcasmos em relação aos episódios por nós vividos no
decorrer desta existência; as alusões ferinas às ocorrências menos dignas de
nossos círculos doutrinários; as calúnias em relação a fatos conhecidos por
nós; e até maledicências dirigidas ao nosso círculo de amizades. Tudo isso de
forma tal que nos sentimos tolhidos na liberdade de pensar". E ressaltou:
"Nossos Amigos
Espirituais classificam este tipo de atuação como sendo pensamentos sonorizados
dos obsessores em nós mesmos. Dr. Bezerra de Menezes nos recomendou muita calma
em relação ao assunto, incentivando-nos, inclusive, a conversar com esses
irmãos infelizes pelo pensamento, mostrando-lhes o ângulo de visão que nos é
próprio e rogando-lhes paciência e compreensão para as nossas atividades mediúnicas.
Mesmo assim, apesar de estarmos tentando dialogar com esses Espíritos, somente
em 80% dos casos eles desistem do sinistro propósito de nos retardar as
tarefas. Assim, ainda 20% deles continuam renitentes em seu desiderato infeliz.
Outro dia mesmo recorremos ao nosso mentor Emmanuel, e ele nos pediu mais
paciência. Segundo a afirmativa dele, isso ainda duraria por algum tempo e em
breve tudo voltaria ao normal".
se passaram anos da entrevista e,
atualmente, podemos observar um dos resultados positivos dessa perturbação,
pacientemente suportada pelo médium: a recepção de novos livros. No começo, os
pensamentos sonorizados causaram-lhe muito sofrimento, mas, com o passar do
tempo, essa recepção treinou-lhe a capacidade de ouvir o pensamento dos
Espíritos Superiores que, agora, se comunicam por ele, utilizando-se dessa via
auditiva, uma vez que já não consegue mais psicografar.
OBSESSÃO DE EFEITOS FÍSICOS –
POLTERGEIST
A obsessão pode
dar-se no campo físico, como bem lembrou Allan Kardec.
Nesse caso, os obsessores
produzem manifestações ruidosas e persistentes, através de pancadas, batidas,
transportes de objetos, combustão espontânea etc.
De vez em quando, os jornais
estão noticiando casos assim, em que pedras são atiradas sobre o telhado e os moradores
da casa, quebrando vidraças; panelas e utensílios voam pelos aposentos, pratos
e xícaras espatifam-se no chão; poltronas, armários e até colchão de bebê pegam
fogo espontaneamente. Ninguém encontra o autor de tais façanhas, nem mesmo a
polícia, geralmente chamada nessas circunstâncias, mas que testemunha o seu
desconcerto ante o desconhecido. Diante desses fatos, paira o desalento e o
temor.
Várias vezes, na
Revista Espírita, o mestre de Lyon teve oportunidade de comentar esses
fenômenos, muitos dos quais ocorridos à sua época, como o do Espírito batedor
de Bergzabern , na Baviera, nos anos de 1852 e 53.
Quanto à natureza e objetivos
desses Espíritos, na produção desses fatos, tendo entrevistado muitos deles, o
Codificador pôde certificar-se de que, em sua maioria, não têm outro objetivo
senão divertir-se. E explica:" ( ) são Espíritos mais levianos do que
maus, que se riem dos terrores que causam e das pesquisas inúteis que se
empreendem para a descoberta da causa do tumulto. Agarram-se com frequência a
um indivíduo, comprazendo-se em o atormentarem e perseguirem de casa em casa.
Outras vezes, apegam-se a um lugar, por mero capricho. Também, não raro,
exercem por essa forma uma vingança (...)."
"Em alguns
casos, mais louvável é a intenção a que cedem: procuram chamar a atenção e pôr-se
em comunicação com certas pessoas, quer para lhes darem um aviso proveitoso,
quer com o fim de lhes pedirem qualquer coisa para si mesmos. Muitos temos
visto que pedem preces; outros que solicitam o cumprimento, em nome deles, de
votos que não puderam cumprir; outros, ainda, que desejam, no interesse do
próprio repouso, reparar uma ação má que praticaram quando vivos". 
Kardec aconselha,
nesses casos, chamar o Espírito perturbador e, através de um bom médium,
interrogá-lo. "Pelas respostas, veremos imediatamente com quem estamos
tratando e agiremos conforme o caso". 
Os Espíritos Superiores afirmaram
a Kardec que é necessária a presença de alguém responsável pelos fenômenos, do
contrário eles não ocorrem. Em geral, as entidades agem por vingança, ou com a
finalidade de se divertirem provocando medo e desespero.
Nas pesquisas do dr.
Andrade, aparecem muitos casos de magia, de "trabalhos" de umbanda
encomendados por encarnados para prejudicar pessoas. A esses propósitos
vingativos, associam-se os desencarnados de condição inferior, escravizados
nesse tipo de comércio de forças espirituais, para satisfazerem apetites
grosseiros da matéria.
No Poltergeist de
Suzano, um dos 32 casos investigados pelo IBPP e descrito no livro citado, as
quatro condições propostas no modelo de pesquisa do dr. Andrade foram
encontradas: 1) o feiticeiro; 2) os agentes - ou agente - incorpóreos; 3) as
práticas mágicas capazes de acionar os agentes incorpóreos; 4) a presença do
epicentro no local. Na parte conclusiva, dr. Hernani enfatiza:
"Os fatos
mostraram que o exorcismo dos espíritas funcionou, bloqueando a segunda
condição, isto é, suprimindo a ação dos agentes incorpóreos".
Como dissemos, o leitor poderá
descer a detalhes lendo essa importante obra.
Para concluir, gostaríamos de
ressaltar que, nesses casos, temos a ação anímico-espirítica em plena
associação, sendo que, em boa parte deles, há manifesta preponderância das
almas dos encarnados, no comando e aliciamento dos fenómenos. Enquadramos em
obsessões espiríticas tais ocorrências, mas podemos transpô-las, tranquilamente,
para o quadro das obsessões anímicas.
São esses os tais
fenómenos partilhados que ora se encaixam numa ou noutra classificação, por
serem muito ténues os limites de separação entre eles.
Mas, como a ordem dos fatores não
altera o produto, devemos considerá-los como uma terrível associação entre
encarnados e desencarnados, com a formação de quadrilha organizada, tendo em
vista uma ação vingativa conjunta.
Assim, quando formos chamados a
auxiliar, nesses casos de Poltergeist ou de obsessão por efeito físico, devemos
estar sempre atentos para a alta porcentagem de participação de encarnados,
buscando, tanto quanto possível, espalhar a excelência do Evangelho de Jesus, a
fim de que o perdão entre os encarnados seja definitivo e a paz duradoura volte
a reinar.
CONCLUSÃO
Esperamos que, um dia, as
obsessões e suas psicopatologias sejam estudadas nos meios científicos,
especialmente nas áreas da saúde. Kardec anteviu esse momento: "Um dia,
(as obsessões) virão a ser, incontestavelmente, arroladas entre as causas
patológicas que requerem, por sua natureza especial, especiais meios de
tratamento, revelando a causa do mal, o Espiritismo rasga nova senda à arte de
curar e fornece à Ciência meio de alcançar êxito onde até hoje, quase sempre,
vê malogrados seus esforços, pela razão de não atender à causa do mal". 
O dr. Inácio Ferreira passou
cerca de 50 anos de sua carreira como médico, comprovando essa verdade
antevista por Kardec. Em Novos Rumos à Medicina, ele afirma: "Com os
ensinamentos; comas sessões de investigações processadas com critério e
rodeadas de todas as garantias; com médiuns sinceros, criaturas boas e simples,
tivemos explicações para quase todas as falhas encontradas e, em pouco tempo,
onde trabalhávamos, produzia uma média de curas, como poucos, em condições
idênticas, embora com deficiência de tudo".
Mesmo com
dificuldades de aparelhagens, enfermeiros e remédios, dr. Ferreira obteve
resultados altamente positivos. Foi o caso, por exemplo, de um rapaz, que ele
classificou como sendo portador de pseudo epilepsia, depois que constatou que
os sintomas e sinais da doença resultavam de irradiações do espírito obsessor e
que cessaram após tratamento desobsessivo. 
Respondendo sobre a
correlação entre disritmia cerebral e obsessão, Chico Xavier teve oportunidade
de afirmar que a Ciência, no futuro, dirá que existe essa correspondência. E
acentuou: "A chamada disritmia cerebral, na maioria dos casos, funciona como
sendo um implemento de fixação de onda do espírito comunicante. Muitas vezes,
também, a mesma disritmia cerebral está no processo obsessivo. São questões que
o futuro nos mostrará em sua amplitude, com as chaves necessárias para a
solução do problema". 
Edith Fiore também é de opinião
que "o conceito de possessão precisa ser incluído no material de curso (em
Psicologia e Psiquiatria anormais etc.), em nossos colégios, universidades e
escolas de medicina".
E reconhece:
"Deviam ser encetadas pesquisas que visassem a ampliar o nosso
entendimento do papel que os Espíritos desempenham na vida humana". 
Por tudo isso, concluímos que a
classificação das doenças mentais precisa sofrer grandes modificações. Para
tanto, devem influir os médicos espíritas e espiritualistas, bem como os outros
profissionais ligados à área de saúde mental, apresentando estudos e pesquisas
que contribuam para essa reclassificação.
Recordamos aqui a
assertiva do Espírito do notável médico, dr. Miguel Couto: "A ciência
mental, com bases nos princípios que presidem à prosperidade do Espírito, será,
no grande futuro, o alicerce da saúde Humana". 
Esperamos nós, os que lutamos
pela Medicina da Alma, que esse futuro não esteja muito longe, para que haja mais
amplas conquistas da humanidade no campo da saúde e da felicidade real.
Fontes:
Obsessões e suas
Máscaras
Dra. Marlene Rossi
Severino Nobre
Santo Agostinho, De
Trinitate
Citações diversas das
obras de André Luiz:
Ø Nosso Lar 
Ø Os Mensageiros 
Ø Missionários da Luz 
Ø Obreiros da Vida Eterna 
Ø No Mundo Maior 
Ø Libertação 
Ø Entre a Terra e o Céu 
Ø Nos Domínios da Mediunidade 
Ø Ação e Reação 
Ø Evolução em Dois Mundos 
Ø Mecanismos da Mediunidade 
Ø Sexo e Destino 
Ø Desobsessão
E a Vida Continua 
Novos Rumos à Medicina
O Livro dos Médiuns
A Génese
Roteiro 
Revelação 
O Livro dos Médiuns
Estante da Vida
Possessão Espiritual
Animismo e
Espiritismo
Mediunidade
Obreiros da Vida Eterna
Animismo e
Espiritismo
William Fletcher
Barret 
Nos Umbrais do Além
Mecanismos da Mediunidade
Teoria das
Supercordas
The Self-Reproducing
Inflationary Universe
Pensamento e Vontade
Libertação
E a Vida Continua
Colocações do Dr.
Dias da Cruz em Instruções Psicofônicas
O Livro dos Espíritos
O Livro dos Médiuns
Novos Rumos à
Medicina
Lições de Sabedoria
Possessão Espiritual
Falando à Terra
 
