sexta-feira, 11 de setembro de 2020

E FICAMOS CALADOS

 

Primeiro criaram a “progressão de regime” reduzindo as penas dos criminosos a 1/6 da sentença, e nós ficamos calados.

Depois estenderam a “progressão de regime” aos crimes hediondos. Achamos estranho mas continuamos em silêncio.

Criaram a visita intima para que os criminosos fizessem sexo na prisão e ficamos quietos.

Eles também têm direito nos disseram; até os estupradores e como ainda achamos o sexo muito importante nada dissemos.

Criaram a remissão de pena por leitura, para reduzir ainda mais a pena para cada livro “lido” pelo preso e achamos interessante.

Depois criaram as “saidinhas temporárias” em 7 feriados por ano e nada dissemos.

Já haviam criado o auxílio reclusão maior que um salário mínimo, a ser pago aos criminosos presos e muitos de nós o defendemos como uma medida justa.

Quando o Conselho Nacional de Justiça criou a “audiência de custodia” com a única finalidade de verificar o bem-estar do preso e livra-lo da cadeia em 24 horas nem fomos informados, mas como já estava feito deixamos pra lá.

Depois criaram o ECA (Estatuto da criança e do adolescente) e a lei do SINASE (Lei do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo) garantindo a impunidade dos criminosos com menos de 18 anos, nem ousamos sussurrar qualquer protesto, temendo sermos acusados de querermos ”encarcerar nossas crianças”.

As ONGS dos DIREITOS HUMANOS se uniram contra a construção de presídios.

Depois, diante das celas superlotadas, pediram piedade para os criminosos. “O Brasil prende demais” anunciaram em uma grande campanha.

Acreditamos em tudo isso e esquecemos das vítimas.

Demonizaram a polícia e assistimos passivos a caça aos policiais.

Quando um dos primeiros atos do Governador Leonel Brizola, foi acabar com o atestado de bons antecedentes, que permitiu que os traficantes descessem o s morros e entrassem na polícia, usando farda e armas. Alegaram que era preciso aumentar o efetivo policial para maior segurança e aplaudimos.

Ensinaram as nossas crianças, por todos os meios possíveis – até na escola -  que drogas são inofensivas e fazem parte de um estilo de vida descolado e moderno.

Depois glamourizaram os traficantes “ meros comerciantes varejistas” e continuamos assistindo as novelas, minisséries e filmes sem protestar.

Proibiram o cidadão de portar armas, ao mesmo tempo em que facções passaram a portar armamentos de guerra e nos convenceram que assim estávamos mais seguros.

Enquanto destruíam nosso sistema de justiça criminal estávamos ocupados trabalhando, criando nossos filhos e pagando boletos.

Até que passamos a viver com medo permanente.

Até o dia em que o “supremo tribunal federal” declara que só vai ser preso quem não tem um bom advogado.

Até o dia em que soltaram um político criminoso que chegou ao mais alto cargo do pais e mergulhou a nação na lama.

Esse dia chegou! E os protagonistas somos nós!

Adaptado do texto de:

Luciano Pires

 

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