sexta-feira, 11 de setembro de 2020

EVOLUÇÃO E CORPO ESPIRITUAL PRIMÓRDIOS DA VID

 

EVOLUÇÃO E CORPO ESPIRITUAL PRIMÓRDIOS DA VIDA

 

Procurando fixar ideias seguras acerca do corpo espiritual, será preciso remontarmos, de algum modo, aos primórdios da vida na Terra, quando mal cessavam as convulsões telúricas, pelas quais os Ministros Angélicos da Sabedoria Divina, com a supervisão do Cristo de Deus, lançaram os fundamentos da vida no corpo ciclópico do Planeta. A matéria elementar, de que o eletrão(partícula fundamental carregada de eletricidade negativa (carga elementar) que entra na constituição de todos os átomos na natureza e é responsável pelas forças de ligação entre átomos nas moléculas )é um dos corpúsculos base , na faixa de experiência evolutiva sob nossa análise, acumulada sobre si mesma, ao sopro criador da Eterna Inteligência, dera nascimento à província terrestre, no Estado Solar a que pertencemos, cujos fenômenos de formação original não conseguimos por agora abordar em sua mais íntima estrutura.

A imensa fornalha atômica estava habilitada a receber as sementes da vida e, sob o impulso dos Gênios Construtores, que operavam no orbe nascituro, vemos o seio da Terra recoberto de mares mornos, invadido por gigantesca massa viscosa a espraiar-se no colo da paisagem primitiva. Dessa geleia cósmica verte o princípio inteligente, em suas primeiras manifestações.... Trabalhadas, no transcurso de milênios, pelos operários espirituais que lhes magnetizam os valores, permutando-os entre si, sob a ação do calor interno e do frio exterior, as mônadas celestes (Gênero de infusórios microscópicos) exprimem-se no mundo através da rede filamentosa do protoplasma de que se lhes derivaria a existência organizada no Globo constituído.  Na Esfera Espiritual, em que estagiamos, o eletrão é também partícula atômica dissociável. (Nota do Autor espiritual); lembramos Emmanuel em A Caminho da Luz:

E quando serenaram os elementos do mundo nascente, quando a luz do Sol beijava, em silêncio, a beleza melancólica dos continentes e dos mares primitivos, Jesus reuniu nas Alturas os intérpretes divinos do seu pensamento. Viu-se, então, descer sobre a Terra, das amplidões dos espaços ilimitados, uma nuvem de forças cósmicas, que envolveu o imenso laboratório planetário em repouso. Daí a algum tempo, na crosta solidificada do planeta, como no fundo dos oceanos, podia-se observar a existência de um elemento viscoso que cobria toda a Terra. Estavam dados os primeiros passos no caminho da vida organizada. Com essa massa gelatinosa, nascia no orbe o protoplasma e, com ele, lançara Jesus à superfície do mundo o germe sagrado dos primeiros homens. ”

Séculos de atividade silenciosa perpassam, sucessivos... Nascimento do reino vegetal. Aparecem os vírus e, com eles, surge o campo primacial da existência, formado por nucleoproteínas e globulinas, oferecendo clima adequado aos princípios inteligentes ou mônadas fundamentais, que se destacam da substância viva, por centros microscópicos de força positiva, estimulando a divisão cariocinética (Multiplicação das células por divisão indireta; O mesmo que mitose.). Evidenciam-se, desde então, as bactérias rudimentares, cujas espécies se perderam nos alicerces profundos da evolução, lavrando os minerais na construção do solo, dividindo-se por raças e grupos numerosos, plasmando, pela reprodução assexuada, as células primevas, que se responsabilizariam pelas eclosões do reino vegetal em seu início. Milênios e milênios chegam e passam... Formação das algas Sustentado pelos recursos da vida que na bactéria e na célula se constituem do líquido protoplásmico, o princípio inteligente nutre-se agora na clorofila, que revela um átomo de magnésio em cada molécula, precedendo a constituição do sangue de que se alimentará no reino animal. O tempo age sem pressa, em vagarosa movimentação no berço da Humanidade, e aparecem as algas nadadoras, quase invisíveis, com as suas caudas flexuosas, circulando no corpo das águas, vestidas em membranas celulósicas, e mantendo-se à custa de resíduos minerais, dotadas de extrema motilidade e sensibilidade, como formas monocelulares em que a mônada já evoluída se ergue a estágio superior. Todavia, são plantas ainda e que até hoje persistem na Terra, como filtros de evolução primária dos princípios inteligentes em constante expansão, mas plantas super evolvidas nos domínios da sensação e do instinto embrionário, guardando o magnésio da clorofila como atestado da espécie. Sucedendo-as, por ordem, emergem as algas verdes de feição pluricelular, com novo núcleo a salientar-se, inaugurando a reprodução sexuada e estabelecendo vigorosos embates nos quais a morte comparece, na esfera de luta, provocando metamorfoses contínuas, que perdurarão, no decurso das eras, em dinamismo profundo, mantendo a edificação das formas do porvir. Dos artrópodos (animais dotados de patas articuladas e que possuem esqueleto externo (exoesqueleto) nitidamente segmentado. Entre eles, besouros, borboletas, aranhas, camarão, centopeia e piolho de cobra. )aos dromatérios e anfitérios Mais tarde, assinalamos o ingresso da mônada, a que nos referimos, nos domínios dos artrópodos, de exoesqueleto quitinoso, cujo sangue diferenciado acusa um átomo de cobre em sua estrutura molecular, para, em seguida, surpreendê-la, guindada à condição de crisálida da consciência, no reino dos animais superiores, em cujo sangue – condensação das forças que alimentam o veículo da inteligência no império da alma – detém a hemoglobina por pigmento básico, demonstrando o parentesco inalienável das individuações do Espírito, nas mutações da forma que atende ao progresso incessante da Criação Divina. Das cristalizações atômicas e dos minerais, dos vírus e do protoplasma, das bactérias e das amebas, das algas e dos vegetais do período Pré-câmbrico aos fetos e às licopodiáceas, aos trilobites (Artrópode fóssil da classe dos trilobites. ) e cistídeos (Cada uma das grandes células infladas, de paredes grossas, da camada himenial, que sobressaem além dos basídios e paráfises em certos basidiomicetes. )aos cefalópodes ( Primeira classe dos moluscos), foraminíferos (organismos unicelulares que se distinguem dentre os protozoários por possuírem uma rede de pseudópodos filamentosos e uma carapaça (chamada de testa)) e radiolários (protistas planctônicos com ampla distribuição espacial e temporal (entre bacias oceânicas e através do tempo geológico) dos terrenos silurianos, o princípio espiritual atingiu espongiários e celenterados da era paleozoica, esboçando a estrutura esquelética. Avançando pelos equinodermos e crustáceos, entre os quais ensaiou, durante milênios, o sistema vascular e o sistema nervoso, caminhou na direção dos ganóides e teleósteos, arquegossauros e labirintodontes para culminar nos grandes lacertinos e nas aves estranhas, descendentes dos pterossáurios, no jurássico superior, chegando à época supra cretácea para entrar na classe dos primeiros mamíferos, procedentes dos répteis teromorfos (Que tem forma de animal ou fera). Viajando sempre, adquire entre os dromatérios e anfitérios os rudimentos das reações psicológicas superiores, incorporando as conquistas do instinto e da inteligência. Faixas inaugurais da razão Estagiando nos marsupiais e cretáceos do eoceno médio, nos rinocerotídeos, cervídeos, antilopídeos, equídeos, canídeos, proboscídeos e antropóides inferiores do mioceno e exteriorizando-se nos mamíferos mais nobres do plioceno, incorpora aquisições de importância entre os megatérios e mamutes, precursores da fauna atual da Terra, e, alcançando os pitecantropóides da era quaternária, que antecederam as embrionárias civilizações paleolíticas, a mônada vertida do Plano Espiritual sobre o Plano Físico atravessou os mais rudes crivos da adaptação e seleção, assimilando os valores múltiplos da organização, da reprodução, da memória, do instinto, da sensibilidade, da percepção e da preservação própria, penetrando, assim, pelas vias da inteligência mais completa e laboriosamente adquirida, nas faixas inaugurais da razão. Elos desconhecidos da evolução.

 Compreendendo-se, porém, que o princípio divino aportou na Terra, emanando da Esfera Espiritual, trazendo em seu mecanismo o arquétipo a que se destina, qual a bolota de carvalho encerrando em si a árvore veneranda que será de futuro, não podemos circunscrever-lhe a experiência ao plano físico simplesmente.

As expressões “Plano Físico” e “Plano Extrafísico”, largamente usadas nestas páginas, foram utilizadas por nós, à falta de termos mais precisos que designem as esferas de evolução para os Espíritos encarnados e desencarnados, pertencentes ao “habitat” planetário considerado, porquanto, através do nascimento e morte da forma, sofre constantes modificações nos dois planos em que se manifesta, razão pela qual variados elos da evolução fogem à pesquisa dos naturalistas, por representarem estágios da consciência fragmentária fora do campo carnal propriamente dito, nas regiões extrafísicas, em que essa mesma consciência incompleta prossegue elaborando o seu veículo sutil, então classificado como protoforma humana, correspondente ao grau evolutivo em que se encontra. Evolução no tempo É assim que dos organismos monocelulares aos organismos complexos, em que a inteligência disciplina as células, colocando-as a seu serviço, o ser viaja no rumo da elevada destinação que lhe foi traçada do Plano Superior, tecendo com os fios da experiência a túnica da própria exteriorização, segundo o molde mental que traz consigo, dentro das leis de ação, reação e renovação em que mecaniza as próprias aquisições, desde o estímulo nervoso à defensiva imunológica, construindo o centro coronário, no próprio cérebro, através da reflexão automática de sensações e impressões em milhões e milhões de anos, pelo qual, com o auxílio das Potências Sublimes que lhe orientam a marcha, configura os demais centros energéticos do mundo íntimo, fixando-os na tessitura da própria alma. Contudo, para alcançar a idade da razão, com o título de homem, dotado de raciocínio e discernimento, o ser, automatizado em seus impulsos, na romagem para o reino angélico, despendeu para chegar aos primórdios da época quaternária, em que a civilização elementar do sílex denuncia algum primor de técnica, nada menos de um bilhão e meio de anos. Isso é perfeitamente verificável na desintegração natural de certos elementos radioativos na massa geológica do Globo. E entendendo-se que a civilização aludida floresceu há mais ou menos duzentos mil anos, preparando o homem, com a bênção do Cristo, para a responsabilidade, somos induzidos a reconhecer o caráter recente dos conhecimentos psicológicos, destinados a automatizar na constituição fisiopsicossomática do espírito humano as aquisições morais que lhe habilitarão a consciência terrestre a mais amplo degrau de ascensão à Consciência Cósmica.

As presentes estimativas e apontamentos do Plano Espiritual, apesar das compreensíveis divergências humanas, coincidem exatamente com observações e ilações de vários estudiosos encarnados. (Nota do Autor espiritual)

AUTOMATISMO FISIOLÓGICO

Compreensível salientar que o princípio inteligente, no decurso dos evos, plasmou em seu próprio veículo de exteriorização as conquistas que lhe alicerçariam o crescimento para maiores afirmações nos horizontes evolutivos. Dominando as células vivas, de natureza física e espiritual, como que as empalmando a seu próprio serviço, de modo a senhorear possibilidades mais amplas de expansão e progresso, sofre no plano terrestre e no plano extraterrestre as profundas experiências que lhe facultarão, no bojo do tempo, o automatismo fisiológico, pelo qual, sem qualquer obstáculo, executa todos os atos primários de manutenção, preservação e renovação da própria vida.

ATIVIDADES REFLEXAS DO INCONSCIENTE

Sabemos que, em nos propondo aprender a ler e escrever, antes de tudo nos consagramos à empresa difícil de assimilação do alfabeto e da escrita, consumindo energia cerebral e coordenando o movimento dos olhos, dos lábios e das mãos, em múltiplas fases de atenção e trabalho, de maneira a superar nossas próprias inibições, para, depois, conseguirmos ler e escrever, mecanicamente, sem qualquer esforço, a não ser aquele que se refere à absorção, comunicação ou materialização do pensamento lido ou escrito, porquanto a leitura e a grafia ter-se-ão tornado automáticas na esfera de nossa atividade mental. Nessa base de incessante repetição dos atos indispensáveis ao seu próprio desenvolvimento, vestindo-se de matéria densa no plano físico e desnudando-se dela no fenômeno da morte, para revestir-se de matéria sutil no plano extra físico e renascer de novo na Crosta da Terra, em inumeráveis estações de aprendizado, é que o princípio espiritual incorporou todos os cabedais da inteligência que lhe brilhariam no cérebro do futuro, pelas chamadas atividades reflexas do inconsciente. ]

TEORIA DE DESCARTES

Atento a isso e espantado diante do gigantesco patrimônio da mente humana é que Descartes, no século 17, indagando de si mesmo sobre a complexidade dos nervos, formulou a “teoria dos espíritos animais” que estariam encerrados no cérebro, perpassando nas redes nervosas para atender aos movimentos da respiração, dos humores e da defesa orgânica, sem participação consciente da vontade, chegando o filósofo a asseverar que esses “espíritos se conjugavam necessariamente refletidos”, aplicando semelhante regra notadamente aos animais que ele classificava por máquinas desprovidas de pensamento. Descartes não logrou apreender toda a amplitude dos caminhos que se descerram à evolução na esteira dos séculos, mas abordou a verdade do ato reflexo que obedece ao influxo nervoso, no automatismo em que a alma evolui para mais altos planos de consciência, através do nascimento, morte, experiência e renascimento na

AUTOMATISMO E HERANÇA

Assim como na coletividade humana o indivíduo trabalha para a comunidade a que pertence, entregando-lhe o produto das próprias aquisições, e a sociedade opera em favor do indivíduo que a compõe, protegendo-lhe a existência, no impositivo do aperfeiçoamento constante, nos reinos menores o ser inferior serve à espécie a que se ajusta, confiando-lhe, maquinalmente, o fruto das próprias conquistas, e a espécie labora em benefício dele, amparando-o com todos os valores por ela assimilados, a fim Francisco Cândido Xavier - Evolução em Dois Mundos - pelo Espírito André Luiz 32 de que a ascensão da vida não sofra qualquer solução de continuidade. Se, no círculo humano, a inteligência é seguida pela razão e a razão pela responsabilidade, nas linhas da civilização, sob os signos da cultura, observamos que, na retaguarda do transformismo, o reflexo precede o instinto, tanto quanto o instinto precede a atividade refletida, que é base da inteligência nos depósitos do conhecimento adquirido por recapitulação e transmissão incessantes, nos milhares de milênios em que o princípio espiritual atravessa lentamente os círculos elementares da Natureza, qual vaso vivo, de forma em forma, até configurar-se no indivíduo humano, em trânsito para a maturação sublimada no campo angélico. Desse modo, em qualquer estudo acerca do corpo espiritual, não podemos esquecer a função preponderante do automatismo e da herança na formação da individualidade responsável, para compreendermos a inexequibilidade de qualquer separação entre a Fisiologia e a Psicologia, porquanto ao longo da atração no mineral, da sensação no vegetal e do instinto no animal, vemos a crisálida de consciência construindo as suas faculdades de organização, sensibilidade e inteligência, transformando, gradativamente, toda a atividade nervosa em vida psíquica. Evolução e princípios cosmo cinéticos os dias da Criação, assinaladas nos livros de Moisés, equivalem a épocas imensas no tempo e no espaço, porque o corpo espiritual que modela o corpo físico e o corpo físico que representa o corpo espiritual constituem a obra de séculos numerosos, pacientemente elaborada em duas esferas diferentes da vida, a se retomarem no berço e no túmulo com a orientação dos Instrutores Divinos que supervisionam a evolução terrestre. Francisco Cândido Xavier - Evolução em Dois Mundos - pelo Espírito André Luiz 33 Com semelhante enunciado não diligenciamos, de modo algum, explicar a gênese do Espírito, porque isso, por enquanto, implicaria arrogante e pretensiosa definição do próprio Deus. Propomo-nos simplesmente salientar que a lei da evolução prevalece para todos os seres do Universo, tanto quanto os princípios cosmo cinéticos, que determinam o equilíbrio dos astros, são, na origem, os mesmos que regulam a vida orgânica, na estrutura e movimento dos átomos. O veículo do Espírito, além do sepulcro, no plano extra físico ou quando reconstituído no berço, é a soma de experiências infinitamente repetidas, avançando vagarosamente da obscuridade para a luz. Nele, situamos a individualidade espiritual, que se vale das vidas menores para afirmar-se –, das vidas menores que lhe prestam serviço, dela recolhendo preciosa cooperação para crescerem a seu turno, conforme os inelutáveis objetivos do progresso. Gênese dos órgãos psicossomáticos Todos os órgãos do corpo espiritual e, consequentemente, do corpo físico foram, portanto, construídos com lentidão, atendendo-se à necessidade do campo mental em seu condicionamento e exteriorização no meio terrestre. É assim que o tato nasceu no princípio inteligente, na sua passagem pelas células nucleares em seus impulsos amebóides; que a visão principiou pela sensibilidade do plasma nos flagelados monocelulares expostos ao clarão solar; que o olfato começou nos animais aquáticos de expressão mais simples, por excitações do ambiente em que evolviam; que o gosto surgiu nas plantas, muitas delas armadas de pelos viscosos destilando sucos digestivos, e que as primeiras sensações do sexo apareceram com algas marinhas providas não só de células masculinas e femininas que nadam, atraídas uma para as outras, mas também de um esboço de epiderme sensível, que podemos definir como região secundária de simpatias genésicas. Trabalho da inteligência Examinando, pois, o fenômeno da reflexão sistemática, gerando o automatismo que assinala a inteligência de todas as ações espontâneas do corpo espiritual, reconhecemos sem dificuldade que a marcha do princípio inteligente para o reino humano e que as viagens da consciência humana para o reino angélico simbolizam a expansão multimilenar da criatura de Deus que, por força da Lei Divina, deve merecer, com o trabalho de si mesma, a auréola da imortalidade em pleno Céu.

FONTES:

A CAMINHO DA LUZ

EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS

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