RETRATO
DO CORPO MENTAL
—
Para definirmos de alguma sorte, o corpo espiritual, é preciso considerar,
antes de tudo, que ele não é reflexo do corpo físico, porque, na realidade, é o
corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, o corpo espiritual, retrata
em si o corpo mental (atributo exclusivo do espírito) que lhe preside a
formação.
Do
ponto de vista da constituição e função em que se caracteriza na esfera
imediata ao trabalho do homem, após a morte, é o corpo espiritual o veículo
físico por excelência, com sua estrutura eletromagnética, algo modificado no
que tange aos fenômenos genésicos e nutritivos, de acordo, porém, com as
aquisições da mente que o maneja. Todas as alterações que apresenta, depois do
estágio berço-túmulo, verificam-se na base da conduta espiritual da criatura
que se despede do arcabouço terrestre para continuar a jornada evolutiva nos
domínios da experiência. Claro está, portanto, que é ele santuário vivo em que
a consciência imortal prossegue em manifestação incessante, (3) O corpo mental,
assinalado experimentalmente por diversos estudiosos, é o envoltório sutil da
mente, e que, por agora, não podemos definir com mais amplitude de
conceituação, além daquela em que tem sido apresentado pelos pesquisadores
encarnados, e isto por falta de terminologia adequada no dicionário terrestre.
— (Nota do Autor espiritual).
Além
do sepulcro, formação sutil, urdida em recursos dinâmicos, extremamente porosa
e plástica, em cuja tessitura as células, noutra faixa vibratória, à face do
sistema de permuta visceralmente renovado, se distribuem mais ou menos à feição
das partículas colóides, com a respectiva carga elétrica, comportando-se no
espaço segundo a sua condição específica, e apresentando estados morfológicos
conforme o campo mental a que se ajusta. CENTROS VITAIS — Estudado no plano em
que nos encontramos, na posição de criaturas desencarnadas, o corpo espiritual
ou psicossoma é, assim, o veículo físico, relativamente definido pela ciência
humana, com os centros vitais que essa mesma ciência, por enquanto, não pode
perquirir e reconhecer. Nele possuímos todo o equipamento de recursos
automáticos que governam os bilhões de entidades microscópicas a serviço da
Inteligência, nos círculos de ação em que nos demoramos, recursos esses adquiridos
vagarosamente pelo ser, em milênios e milênios de esforço e recapitulação, nos
múltiplos setores da evolução anímica. É assim que, regendo a atividade
funcional dos órgãos relacionados pela fisiologia terrena, nele identificamos o
centro coronário, instalado na região central do cérebro, sede da mente, centro
que assimila os estímulos do Plano Superior e orienta a forma, o movimento, a
estabilidade, o metabolismo orgânico e a vida consciencial da alma encarnada ou
desencarnada, nas cintas de aprendizado que lhe corresponde no abrigo
planetário. O centro coronário supervisiona, ainda, os outros centros vitais
que lhe obedecem ao impulso, 13 procedente do Espírito, assim como as peças
secundinas de uma usina respondem ao comando da peça-motor de que se serve o
tirocínio do homem para concatená-las e dirigi-las. Desses centros secundários,
entrelaçados no psicossoma e, consequentemente, no corpo físico, por redes
plexiformes, destacamos o centro cerebral contíguo ao coronário, com influência
decisiva sobre os demais, governando o córtice encefálico na sustentação dos
sentidos, marcando a atividade das glândulas endocrínicas e administrando o
sistema nervoso, em toda a sua organização, coordenação, atividade e mecanismo,
desde os neurônios sensitivos até as células efetoras; o centro laríngeo,
controlando notadamente a respiração e a fonação; o centro cardíaco, dirigindo
a emotividade e a circulação das forças de base; o centro esplênico,
determinando todas as atividades em que se exprime o sistema hemático, dentro
das variações de meio e volume sanguíneo; o centro gástrico,
responsabilizando-se pela digestão e absorção dos alimentos densos ou menos
densos que, de qualquer modo, representam concentrados fluídicos penetrando-nos
a organização, e o centro genésico, guiando a modelagem de novas formas entre
os homens ou o estabelecimento de estímulos criadores, com vistas ao trabalho,
à associação e à realização entre as almas. CENTRO CORONÁRIO — Temos
particularmente no centro coronário o ponto de interação entre as forças
determinantes do espírito e as forças fisiopsicossomáticas organizadas. Dele
parte, desse modo, a corrente de energia vitalizante formada de estímulos
espirituais com ação difusível sobre a matéria mental que o envolve,
transmitindo aos demais centros da alma os reflexos vivos de nossos
sentimentos, ideias e ações, tanto quanto esses mesmos centros,
interdependentes entre si, imprimem semelhantes reflexos nos órgãos e demais
implementos de nossa constituição particular, plasmando em nós próprios os efeitos
agradáveis ou desagradáveis de nossa influência e conduta. A mente elabora as
criações que lhe fluem da vontade, apropriando-se dos elementos que a
circundam, e o centro coronário incumbe-se automaticamente de fixar a natureza
da responsabilidade que lhes diga respeito, marcando no próprio ser as consequências
felizes ou infelizes de sua movimentação consciencial no campo do destino.
ESTRUTURA MENTAL DAS CÉLULAS — É importante considerar, todavia, que nós, os
desencarnados, na esfera que nos é própria, estudamos, presentemente, a
estrutura mental das células, de modo a iniciarmo-nos em aprendizado superior,
com mais amplitude de conhecimento, acerca dos fluídos que nos integram o clima
de manifestação, todos eles de origem mental e todos entretecidos na essência
da matéria primária, ou Hausto Corpuscular de Deus, de que se compõe a base do
Universo Infinito. CENTROS VITAIS E CÉLULAS — São os centros vitais fulcros
energéticos que, sob a direção automática da alma, imprimem às células a
especialização extrema, pela qual o homem possui no corpo denso, e detemos
todos no corpo espiritual em recursos equivalentes, as células que produzem
fosfato e carbonato de cálcio para a construção dos ossos, as que se distendem
para a recobertura do intestino, as que desempenham complexas funções químicas
no fígado, as que se transformam em filtros do sangue na intimidade dos rins e
outras tantas que se ocupam do fabrico de substâncias indispensáveis à
conservação e defesa da vida nas glândulas, nos tecidos e 14 nos órgãos que nos
constituem o cosmo vivo de manifestação. Essas células que obedecem às ordens
do espírito, diferenciando-se e adaptando-se às condições por ele criadas,
procedem do elemento primitivo, comum, de que todos provimos em laboriosa
marcha no decurso dos milênios, desde o seio tépido do oceano, quando as
formações protoplásmicas nos lastrearam as manifestações primeiras. Tanto
quanto a célula individual, a personalizar-se na ameba, ser unicelular que
reclama ambiente próprio e nutrição adequada para crescer e reproduzir-se,
garantindo a sobrevivência da espécie no oceano em que respira, os bilhões de
células que nos servem ao veículo de expressão, agora domesticadas, na sua
quase totalidade em funções exclusivas, necessitam de substâncias especiais, água,
oxigênio e canais de exoneração excretória para se multiplicarem no trabalho
específico que nosso espírito lhes traça, encontrando, porém, esse clima, que
lhes é indispensável, na estrutura aquosa de nossa constituição
fisiopsicossomática, a expressar-se nos líquidos extracelulares, formados pelo
líquido intersticial e pelo plasma sanguíneo. EXTERIORIZAÇÃO DOS CENTROS VITAIS
— Observando o corpo espiritual ou psicossoma, desse modo em nossa rápida
síntese, como veículo eletromagnético, qual o próprio corpo físico vulgar,
reconheceremos facilmente que, como acontece na exteriorização da sensibilidade
dos encarnados, operada pelos magnetizadores comuns, os centros vitais a que
nos referimos são também exteriorizáveis, quando a criatura se encontre no
campo da encarnação, fenômeno esse a que atendem habitualmente os médicos e
enfermeiros desencarnados, durante o sono vulgar, no auxílio a doentes físicos
de todas as latitudes da Terra, plasmando renovações e transformações no
comportamento celular, mediante intervenções no corpo espiritual, segundo a lei
do merecimento, recursos esses que se popularizarão na medicina terrestre do
grande futuro. CORPO ESPIRITUAL DEPOIS DA MORTE — Em suma, o psicossoma é ainda
corpo de duração variável, segundo o equilíbrio emotivo e o avanço cultural
daqueles que o governam, além do carro fisiológico, apresentando algumas
transformações fundamentais, depois da morte carnal, principalmente no centro
gástrico, pela diferenciação dos alimentos de que se provê, e no centro
genésico, quando há sublimação do amor, na comunhão das almas que se reúnem no
matrimônio divino das próprias forças, gerando novas fórmulas de
aperfeiçoamento e progresso para o reino do espírito. Esse corpo que evolve e
se aprimora nas experiências de ação e reação, no plano terrestre e nas regiões
espirituais que lhe são fronteiriças, é suscetível de sofrer alterações
múltiplas, com alicerces na adinamia (termo médico (do latim a, “negação” e dynamis,
“força”) usado para designar a redução da força muscular - debilitação muscular e fraqueza - indisposição geral). proveniente da nossa
queda mental no remorso, ou na hiperdinamia (Grande atividade muscular ou que é
muito ativo) imposta pelos delírios
da imaginação, a se responsabilizarem por disfunções inúmeras da alma, nascidas
do estado de hipo e hipertensão no movimento circulatório das forças que lhe
mantém o organismo sutil, e pode também desgastar-se, na esfera imediata à esfera
física, para nela se refazer, através do renascimento, segundo o molde mental
preexistente, ou ainda restringir-se a fim de se reconstituir de novo, no vaso
uterino, para a recapitulação dos ensinamentos e experiências de que se mostre
necessitado, de acordo com as falhas da consciência perante a Lei. Outros
aspectos do psicossoma examinaremos quando as circunstâncias nos induzam a
apreciar-lhe o comportamento nas regiões espirituais vizinhas da Terra, dentro
das sociedades afins, em que as almas se reúnem conforme os ideais e as tarefas
nobres que abraçam, ou segundo as culpas dilacerantes ou tendências inferiores
em que se sintonizam, geralmente preparando novos eventos, alusivos às
necessidades e problemas que lhes são peculiares nos domínios da reencarnação
imprescindível.
FONTE:
Evolução
em dois mundos
Francisco
Cândido Xavier
Wikipedia
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