PALAVRAS DE VIDA ETERNA
NO ERGUIMENTO DA PAZ 
“Bem-Aventurados os pacificadores porque serão chamados
filhos de Deus” – Jesus
(Mateus, 5:9 – “felizes os que promovem a paz, porque serão
chamados filho de Deus”)
Efetivamente, precisamos dos artífices da inteligência,
habilitados a orientar o progresso das ciências no Planeta. Necessitamos,
porém, e talvez mais ainda, dos obreiros do bem, capazes de assegurar a paz no
mundo. Não somente daqueles que asseguram o equilíbrio coletivo na cúpula da
paz no cotidiano:
dos que saibam ouvir assuntos graves, substituindo-lhes os
ingredientes vinagrosos pelo bálsamo do entendimento fraterno;
dos que percebem a existência do erro e se dispõem a saná-lo,
sem alagar-lhe a extensão com críticas destrutivas;
dos que enxergam problemas, procurando solucioná-los, em
silencio, sem conturbar o ânimo alheio;
dos que recolhem confidências afetivas, sem passá-las adiante;
dos que identificam os conflitos dos outros, ajudando-os, sem
referências amargas;
dos que desculpam ofensas, lançando-as ao esquecimento;
dos que pronunciam palavras de consolo e esperança,
edificando fortaleza e tranquilidade onde estejam;
dos que apagam o fogo da rebeldia ou da crueldade, com
exemplos de tolerância;
dos que socorrem os vencidos da existência, sem acusar os
chamados vencedores;
dos que trabalham sem criar dificuldades para os irmãos do
caminho;
dos que servem sem queixas;
dos que tomam sobre os próprios ombros toda a carga de
trabalho que podem suportar no levantamento do bem de todos, sem exigir a
cooperação do próximo para que o bem de todos prevaleça.
Paz no coração e paz no caminho.
Bem-Aventurados os pacificadores –
disse-nos Jesus -, de vez que todos eles agem na vida, reconhecendo-se na
condição de fiéis e valorosos filhos de Deus.
PRESCRIÇÃO DE PAZ 
 “Portanto, não vos
inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados” – Jesus- (Mateus,
6:34 – “não vos preocupeis, portanto, com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã
se preocupará consigo mesmo. A cada dia basta o seu mal”.)
Na garantia do próprio equilíbrio, alinhemos algumas
indicações de paz, destinadas a imunizar-nos contra a influência de aflições e
tensões, nas quais, tanta vez, imprevidentemente arruinamos tempo e vida:
corrigir em nós as dificuldades suscetíveis de consertos, e
aceitar-nos, nas falhas cuja supressão não depende ainda de nós, fazendo de
nossa presença o melhor que pudermos, no erguimento da felicidade e do
progresso de todos;
tolerar os obstáculos com que somos atingidos, ante os
impositivos do aperfeiçoamento moral, e entender que os outros carregam
igualmente os deles;
observar
ofensas como retratos dos ofensores, sem traçar-nos a obrigação de recolher
semelhantes clichês de sombras;
abolir inquietações ao redor de calamidades anunciadas para o
futuro, que provavelmente nunca virão a sobrevir;
admitir os pensamentos de culpa que tenhamos adquirido, mas
buscando extinguir-lhes os focos de vibrações em desequilibro, através de
reajustamento e trabalho;
nem desprezar os entes queridos, nem os prejudicar com a
chamada superproteção tendente a escravizá-los ao nosso modo de ser;
não exigir do próximo aquilo que o próximo ainda não consegue
fazer;
nada pedir sem dar de nós mesmos;
respeitar os pontos de vista alheios, ainda quando se
patenteiam contra nós, convencidos quanto devemos estar de que pontos de vista
são maneiras, crenças, opiniões e afirmações peculiares a cada um;
não ignorar as crises do mundo;
entretanto, reconhecer que, se reequilibrarmos o nosso próprio mundo por dentro
– esculpindo-lhe a tranquilidade e a segurança em alicerce de compreensão e
atividade, discernimento e serviço -, perceberemos, de pronto, que as crises
externas são fenômenos necessários ao burilamento da vida, para que a vida não
se tresmalhe da rota que as Leis do Universo lhe assinalam no rumo da
perfeição.
NA CULTURA
DA PAZ 
 “Bem-Aventurados os
pacificadores porque serão chamados filhos de Deus”–Jesus (Mateus, 5:9
–“felizes os que procuram a paz porque serão chamados filhos de Deus”)
Na cultura da paz, saibamos sempre:
Respeitar as opiniões alheias como desejamos seja mantido o
respeito dos outros para com as nossas;
colocar-nos na posição dos companheiros em dificuldades, a
fim de que lhes saibamos ser úteis; calar referencias impróprias ou
destrutivas;
reconhecer que as nossas dores e provações não são diferentes
daquelas que visitam o coração do próximo;
consagrar-nos ao cumprimento das próprias obrigações;
fazer de cada ocasião a melhor oportunidade de cooperar a benefício
dos semelhantes;
melhorar-nos, através do trabalho e do estudo, seja onde for;
cultivar o Prazer de servir;
semear o amor, por toda parte, entre amigos e inimigos;
jamais duvidar da vitória do bem;
Buscando a consideração de pacificadores, guardemos a certeza
de que a paz verdadeira não surge, espontaneamente, de vez que é e será sempre
fruto do esforço de cada um.
PACIFICA
SEMPRE 
"Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados
filhos de Deus." – Jesus (Mateus, 5:9 –“felizes os que procuram a paz
porque serão chamados filhos de Deus”)
Por muitas sejam as dores que te aflijam a alma, asserena-te
na oração e pacifica os quadros da própria luta.
Se alguém te fere, pacifica desculpando.
Se alguém te calunia, pacifica servindo.
Se alguém te menospreza, pacifica entendendo.
Se alguém te irrita, pacifica silenciando.
O perdão e o trabalho, a compreensão e a humildade são as
vozes inarticuladas de tua própria defesa.
Golpes e golpes são feridas e mais feridas.
Violência com violência somam loucura.
Não ergas o braço para bater, nem abras o verbo para
humilhar.
Diante de toda perturbação, cala e espera, ajudando sempre.
O tempo sazona o fruto verde, altera a feição do charco,
amolece o rochedo e cobre o ramo fanado de novas flores.
Censura é clima de fel.
Azedume é princípio de maldição.
Onde estiveres, pacifica.
Seja qual for a ofensa, pacifica.
E perceberás, por fim, que a paz do mundo
é dom de Deus, começando de ti.
PACIFIQUEMOS 
"Bem-aventurados os
pacificadores, porque será chamados filhos de Deus." JESUS
 (MATEUS, 5:9)
Não adianta estender a guerra nervosa.
A contradita esperar-te-á em cada canto, porque a paz é
fundamento da Lei de Deus.
Observa as catástrofes que vão passando...
Vezes sem conta, o homem faz-se o lobo do próprio homem,
destruindo o campo terrestre; mas Deus, em silêncio, determina que a erva cubra
de novo o solo, colocando a flor na erva e formando o fruto no corpo da própria
flor.
Vulcões arruínam extensas regiões,
mas Deus restaura as paisagens dilaceradas.
Maremotos varrem cidades, mas Deus indica-lhes outro lugar e
ressurgem mais belas.
Terremotos trazem calamidades, aqui e ali, mas Deus reajusta
a fisionomia do Globo.
Moléstias estranhas devastam populações inteiras, mas Deus
inspira a cabeça de cientistas abnegados e liquida as epidemias.
Tempestades, de quando em quando, sacodem largas faixas da
Terra, mas Deus, pelas forças da Natureza, faz o reequilíbrio de tudo.
Não te entregues ao pessimismo em circunstância alguma.
Tudo pode ser, agora, diante de ti,
aflição e convulsão; contudo, tranquiliza a vida em torno, quanto puderes,
porque a paz chegará pelas mãos de Deus.
Bem-aventurados os que são brandos e pacíficos
3. Sabeis que foi dito aos antigos: Não matareis e quem quer
que mate merecerá condenação pelo juízo. – Eu, porém, vos digo que quem quer
que se puser em cólera contra seu irmão merecerá condenação no juízo; que
aquele que disser a seu irmão: Raca, merecerá condenado pelo conselho; e que
aquele que lhe disser: És louco, merecerá condenado ao fogo do inferno.
(Mateus, 5: 21 e 22 – “ouvistes o que foi dito aos antigos. Não
matarás! Aquele que matar terá de responder no tribunal, eu, porém vos digo. Todo
aquele que se encolerizar contra seu irmão, terá de responder no tribunal;
aquele que chamar seu irmão cretino estará sujeito ao julgamento do sinédrio;
aquele que lhe chamar renegado, terá de responder na Geena de fogo”.)
• A afabilidade e a doçura
• A paciência
• Obediência e resignação
• A cólera
Por estas máximas, Jesus faz da
brandura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência, uma lei.
Condena, por conseguinte, a violência, a cólera e até toda expressão descortês
de que alguém possa usar para com seus semelhantes. Raca, entre os hebreus, era
um termo desdenhoso que significava – homem que não vale nada, e se pronunciava
cuspindo e virando para o lado a cabeça. Vai mesmo mais longe, pois que ameaça
com o fogo do inferno aquele que disser a seu irmão: És louco.
Evidente se torna que aqui, como em todas as circunstâncias,
a intenção agrava ou atenua a falta; mas, em que pode uma simples palavra
revestir-se de tanta gravidade que mereça tão severa reprovação? É que toda
palavra ofensiva exprime um sentimento contrário a lei do amor e da caridade
que deve presidir às relações entre os homens e manter entre eles a concórdia e
a união; é que constitui um golpe desferido na benevolência recíproca e na
fraternidade; é que entretém o ódio e a animosidade; é, enfim, que, depois da
humildade para com Deus, a caridade para com o próximo é a lei primeira de todo
cristão.
5. Mas, que queria Jesus dizer por estas palavras:
“Bem--aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra”, tendo
recomendado aos homens que renunciassem aos bens deste mundo e havendo-lhes
prometido os do céu?
Enquanto aguarda os bens do céu, tem o homem necessidade dos
da Terra para viver. Apenas, o que ele lhe recomenda é que não ligue a estes
últimos mais importância do que aos primeiros.
Por aquelas palavras quis dizer que
até agora os bens da Terra são açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos
que são brandos e pacíficos; que a estes falta muitas vezes o necessário, ao
passo que outros têm o supérfluo. Promete que justiça lhes será feita, assim na
Terra como no céu, porque serão chamados filhos de Deus. Quando a Humanidade se
submeter à lei de amor e de caridade, deixará de haver egoísmo; o fraco e o
pacífico já não serão explorados, nem esmagados pelo forte e pelo violento. Tal
a condição da Terra, quando, de acordo com a lei do progresso e a promessa de
Jesus, se houver tornado mundo ditoso, por efeito do afastamento dos maus.
A
AFABILIDADE E A DOÇURA
 A benevolência para com os seus semelhantes,
fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que lhe são as
formas de manifestar-se. Entretanto, nem sempre há que fiar nas aparências. A
educação e a frequentação do mundo podem dar ao homem o verniz dessas
qualidades.
Quantos há cuja tingida bonomia não passa de máscara para o
exterior, de uma roupagem cujo talhe primoroso dissimula as deformidades
interiores! O mundo está cheio dessas criaturas que têm nos lábios o sorriso e
no coração o veneno; que são brandas, desde que nada as agaste, mas que mordem
à menor contrariedade; cuja língua, de ouro quando falam pela frente, se muda
em dardo peçonhento, quando estão por detrás. A essa classe também pertencem
esses homens, de exterior benigno, que, tiranos domésticos, fazem que suas
famílias e seus subordinados lhes sofram o peso do orgulho e do despotismo,
como a quererem desforrar-se do constrangimento que, fora de casa, se impõem a
si mesmos. Não se atrevendo a usar de autoridade para com os estranhos, que os
chamariam à ordem, acham que pelo menos devem fazer-se temidos daqueles que
lhes não podem resistir.
Envaidecem-se de poderem dizer: “Aqui mando e sou obedecido”,
sem lhes ocorrer que poderiam acrescentar: “E sou detestado. ”
Não basta que dos lábios manem leite e mel. Se o coração de
modo algum lhes está associado, só há hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e
doçura não são tingidas nunca se desmente: é o mesmo, tanto em sociedade, como
na intimidade. Esse, ao demais, sabe que se, pelas aparências, se consegue
enganar os homens, a Deus ninguém engana. –
Lázaro. (Paris, 1861.
A PACIÊNCIA
A dor é uma bênção que Deus envia a seus eleitos; não vos
aflijais, pois, quando sofrerdes; antes, bendizei de Deus onipotente que, pela
dor, neste mundo, vos marcou para a glória no céu. Sede pacientes. A paciência
também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo,
enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais
fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito
mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para
serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência.
A vida é difícil, bem o sei.
Compõe-se de mil nadas, que são outras tantas picadas de alfinetes, mas que
acabam por ferir. Se, porém, atentarmos nos deveres que nos são impostos, nas
consolações e compensações que, por outro lado, recebemos, havemos de
reconhecer que são as bênçãos muito mais numerosas do que as dores. O fardo
parece menos pesado, quando se olha para o alto, do que quando se curva para a
terra a fronte.
Coragem, amigos! Tendes no Cristo o vosso modelo. Mais sofreu
ele do que qualquer de vós e nada tinha de que se penitenciar, ao passo que vós
tendes de expiar o vosso passado e de vos fortalecer para o futuro. Sede, pois,
pacientes, sede cristãos. Essa palavra resume tudo. – Um Espírito amigo Joanna
de Ângelis-Havre, 1862.
 
OBEDIÊNCIA E RESIGNAÇÃO
A doutrina de Jesus ensina, em todos os seus pontos, a
obediência e a resignação, duas virtudes companheiras da doçura e muito ativas,
se bem os homens erradamente as confundam com a negação do sentimento e da
vontade. A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o
consentimento do coração, forças ativas ambas, porquanto carregam o fardo das
provações que a revolta insensata deixa cair. O pusilânime não pode ser
resignado, do mesmo modo que o orgulhoso e o egoísta não podem ser obedientes.
Jesus foi a encarnação dessas virtudes que a antiguidade material desprezava.
Ele veio no momento em que a sociedade romana perecia nos desfalecimentos da
corrupção. Veio fazer que, no seio da Humanidade deprimida, brilhassem os
triunfos do sacrifício e da renúncia carnal.
Cada época é marcada, assim, com o cunho da virtude ou do
vício que a tem de salvar ou perder. A virtude da vossa geração é a atividade
intelectual; seu vício é a indiferença moral.
Digo, apenas, atividade, porque o gênio se eleva de repente e
descobre, por si só, horizontes que a multidão somente mais tarde verá,
enquanto que a atividade é a reunião dos esforços de todos para atingir um fim
menos brilhante, mas que prova a elevação intelectual de uma época.
Submetei-vos à impulsão que vimos dar aos vossos espíritos; obedecei à grande
lei do progresso, que é a palavra da vossa geração. Ai do espírito preguiçoso,
ai daquele que cerra o seu entendimento! Ai dele! Porquanto nós, que somos os
guias da Humanidade em marcha, lhe aplicaremos o látego e lhe submeteremos a
vontade rebelde, por meio da dupla ação do freio e da espora. Toda resistência
orgulhosa terá de, cedo ou tarde, ser vencida. Bem-aventurados, no entanto, os
que são brandos, pois prestarão dócil ouvido aos ensinos. – Lázaro. Paris,
1863.
A CÓLERA
O orgulho vos induz a julgar-vos mais do que sois; a não
suportardes uma comparação que vos possa rebaixar; a vos considerardes, ao
contrário, tão acima dos vossos irmãos, quer em espírito, quer em posição
social, quer mesmo em vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e
aborrece. Que sucede então? – Entregai-vos à cólera.
Pesquisai a origem desses acessos de
demência passageira que vos assemelham ao bruto, fazendo-vos perder o
sangue-frio e a razão; pesquisai e, quase sempre, deparareis com o orgulho
ferido. Que é o que vos faz repelir, coléricos, os mais ponderados conselhos,
senão o orgulho ferido por uma contradição? Até mesmo as impaciências, que se
originam de contrariedades muitas vezes pueris, decorrem da importância que
cada um liga à sua personalidade, diante da qual entende que todos se devem
dobrar.
Em seu frenesi, o homem colérico a
tudo se atira: à natureza bruta, aos objetos inanimados, quebrando-os porque
lhe não obedecem. Ah! Se nesses momentos pudesse ele observar-se a sangue-frio,
ou teria medo de si próprio, ou bem ridículo se acharia! Imagine ele por aí que
impressão produzirá nos outros. Quando não fosse pelo respeito que deve a si
mesmo, cumpria-lhe esforçar-se por vencer um pendor que o torna objeto de piedade.
Se ponderasse que a cólera a nada remedeia, que lhe altera a
saúde e compromete até a vida, reconheceria ser ele próprio a sua primeira
vítima. Mas, outra consideração, sobretudo, devera contê-lo, a de que torna
infelizes todos os que o cercam. Se tem coração, não lhe será motivo de remorso
fazer que sofram os entes a quem mais ama? E que pesar mortal se, num acesso de
fúria, praticasse um ato que houvesse de deplorar toda a sua vida!
Em suma, a cólera não exclui certas qualidades do coração,
mas impede se faça muito bem e pode levar à prática de muito mal. Isto deve
bastar para induzir o homem a esforçar-se pelo dominar. O espírita, ao demais,
é concitado a isso por outro motivo: o de que a cólera é contrária à caridade e
à humildade cristã. – Um Espírito protetor. Bordéus, 1863.
 Segundo a ideia
falsíssima de que lhe não é possível reformar a sua própria natureza, o homem
se julga dispensado de empregar esforços para se corrigir dos defeitos em que
de boa vontade se compraz, ou que exigiriam muita perseverança para serem
extirpados. É assim, por exemplo, que o indivíduo, propenso a encolerizar-se,
quase sempre se desculpa com o seu temperamento. Em vez de se confessar
culpado, lança a culpa ao seu organismo, acusando a Deus, dessa forma, de suas
próprias faltas. É ainda uma consequência do orgulho que se encontra de permeio
a todas as suas imperfeições. Indubitavelmente, temperamentos há que se prestam
mais que outros a atos violentos, como há músculos mais flexíveis que se
prestam melhor aos atos de força. Não acrediteis, porém, que aí resida a causa
primordial da cólera e persuadi-vos de que um Espírito pacífico, ainda que num
corpo bilioso, será sempre pacífico, e que um Espírito violento, mesmo num
corpo linfático, não será brando; somente, a violência tomará outro caráter.
Não dispondo de um organismo próprio a lhe secundar a violência, a cólera
tornar-se-á concentrada, enquanto no outro caso será expansiva. O corpo não dá
cólera àquele que não tem, do mesmo modo que não dá os outros vícios. Todas as
virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito. A não ser assim, onde
estariam o mérito e a responsabilidade? O homem deformado não pode tornar-se
direito, porque o Espírito nisso não pode atuar; mas, pode modificar o que é do
Espírito, quando o quer com vontade firme. Não vos mostra a experiência, a vós
espíritas, até onde é capaz de ir o poder da vontade, pelas transformações
verdadeiramente miraculosas que se operam sob as vossas vistas?
Compenetrai--vos, pois, de que o homem não se conserva vicioso, senão porque
quer permanecer vicioso; de que aquele que queira corrigir-se sempre o pode. De
outro modo, não existiria para o homem a lei do progresso. – Hahnemann. Paris,
1863.
FONTE:
Palavras de Vida Eterna
Bíblia de Jerusalém
ESSE
Ceifa de Luz
 
