CALICE afasta de mim esse... “CONCLUSÃO DO
GRUPO”
“Jesus jamais pediria tal coisa para ele sabendo
que seria preciso ocorrer como previsto. Como Jesus falava para a humanidade,
podemos entender que isso seria um apelo pelo povo uma ajuda para se afastarem
das, mas inclinações e dos erros que os levariam a julgamento pelos homens e
por Deus”.
(Mt 26:39 – “e indo um pouco adiante,
prostou-se com o rosto em terra e orou: meu Pai se é possível, que passe de mim
esse cálice, contudo, não seja como eu quero, mas como tu queres”)
(Cl 22:42 – “Pai, se queres, afasta de mim esse
cálice! Contudo, não a minha vontade, mas a tua seja feita!
Assentai-vos
aqui, enquanto eu vou ali orar. (...) A minha alma está profundamente triste
até à morte; ficai aqui e vigiai comigo.”
O significado
da palavra vigiar, especificamente nesse caso, equivale a estar de vigília ou
sentinela. E estar de vigília é o “estado de quem à noite se
conserva desperto, atento”, velando ou tomando conta de algo ou de alguém. Em
outras situações, vigiar também pode representar: “observar atentamente;
acautelar-se, precaver-se”.
Depois dessas
palavras, Jesus se afastou e assim orou a Deus:
E, voltando
para os discípulos, encontrou-os dormindo, e foi dizendo a Pedro:
·
“Então, nem uma hora pudestes vós vigiar
comigo? Vigiai e orai (ou seja, fiquem acordados e orando
comigo), para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está
pronto, mas a carne é fraca.” Podemos afirmar que a intenção dos
discípulos até era manterem-se despertos, mas cederam à tentação do sono.
No entanto, a interpretação
evangélica para o termo vigiar também diz respeito à necessidade de tomarmos as
devidas precauções, sustentando, assim, o indispensável equilíbrio e lucidez,
para perceber além das aparências e, com isso, escolher o que verdadeiramente
será o melhor para nós, nas várias situações de nosso cotidiano.
Com isso,
o “vigiai e orai” consiste em um alerta sempre oportuno a envolver a
razão e a emoção de cada um de nós. A razão, porque é através de sua observação
atenta e constante que nos conscientizamos de nossas negativas predisposições
íntimas. A emoção, porque é ela que nos ajuda a estabelecer, através da prece,
uma sintonia mais intensa com Deus e com o plano espiritual superior, de modo a
nos fortalecermos, moralmente, perante as dúvidas e os conflitos. Sendo a fé
espírita caracterizada pelo uso da razão, necessariamente, ela converge esses
dois indutores de nosso aprimoramento intelecto-moral: a mente e o coração.
Quanto à
importância desse comportamento cuidadoso, o Espírito Miramez ensina:
·
Se o homem
fosse espírito puro, não estaria reencarnado na Terra, sofrendo as duras
consequências deste plano. A evolução é uma lei criada por Deus, e é
contemplando os horizontes da Terra, que os espíritos se tornam conscientes das
necessidades das lutas que devem empreender, para se libertarem do pesado fardo
da ignorância em que se encontram.
Desde os primeiros instantes em que ingressa pelas
portas da reencarnação, o espírito carrega consigo a bagagem das experiências e
das necessidades, e se vê ante as lutas indispensáveis que vai enfrentar com o
dragão dos seus instintos inferiores.
(...) Para o combate, a primeira arma necessária é
a vigilância. Quem não aprendeu a vigiar, continua caindo nas armadilhas dos
lobos. E como o Evangelho diz que só lobos caem em armadilha de lobos, os que
não conseguem vigiar, continuam a ser lobos.
(...) Vigiar constitui a primeira defesa da alma na
batalha consigo mesma: policiar suas mais caras experiências contra as
investidas do mal que deturpa, da ignorância que desestimula, da sombra que
entristece.
O exercício do pensamento poderá ser uma lavoura de
conhecimentos inesgotáveis e, desse manejo individual, tiraremos lições
valiosas, porque a razão constitui professor insubstituível, no templo do
coração.
(...) Com esse exercício, os sentimentos tomarão
outros rumos, e a alma entrará na era dos pensamentos puros, frutos da
vigilância com Jesus, ensinada pelo Evangelho. A vigilância é a força que
constrói, nas almas, as boas tendências. Deves vigiar no pensar, no falar e no
viver.
O “vigiai e orai” é um ensinamento tão
relevante, que o próprio Cristo deixou um modelo de prece. Assim, no Sermão da
Montanha (Mt 6:9-13), ensinou a oração dominical, ou o Pai Nosso, pedindo em um
de seus pontos: “e não nos deixeis cair em tentação; mas livrai-nos do
mal.”
A tentação traduz-se por um “impulso íntimo
dirigido para o pecado, originado dos instintos inferiores ou da malignidade do
tentador”. E pecado expressa-se por meio de uma “transgressão da lei, ou
de um preceito religioso ou qualquer regra”.
Na realidade, esse desejo mais intenso sempre tem
origem em nós, muito embora possa ser estimulado por fora de nós. É nesse
sentido que o Espírito André Luiz afirma: “Cada um é tentado exteriormente
pela tentação que alimenta em si próprio”.
É natural a
todo ser humano possuir anseios e necessidades. E a diligência pela conquista
de compensação e gratificação para as suas mais variadas aspirações é que o
impulsiona ao desenvolvimento pessoal, à superação de obstáculos, à obtenção de
bem-estar. Entretanto, existem criaturas que nem sempre conseguem bem
direcionar essa busca de satisfações.
Principalmente
aquelas que possuem sérias carências íntimas, algumas complicações os podem
ocorrer, uma vez que procuram concretizar no mundo exterior muito dos anseios
conflituosos que alimentam em sua mente e em seu coração. E é nesse contexto
que o mecanismo da tentação pode acontecer: quando algo no exterior acena com a
possibilidade de uma gratificação interior, porém, de forma inadequada.
Em vista disso,
o Espírito Emmanuel realça
·
Ser tentado é
ouvir a malícia própria, é abrigar os inferiores alvitres de si mesmo (os
inferiores desejos, necessidades, anseios), porquanto, ainda que o mal venha de
fora, somente se concretiza e persevera se com ele afinizamos (ou seja, se
mantemos sintonia), na intimidade do coração.
Daquilo que
apreendemos do estudo da Doutrina Espírita, podemos afirmar que, qualquer que
seja a tentação, ela sempre representará uma espécie de prova, diante da qual
poderemos constatar o grau de nosso adiantamento moral.
Mas, em
virtude de esse impulso se caracterizar por uma força viciada que se
exterioriza de nós, tende a nos predispor a inferiores e maléficas influências,
sejam elas oriundas do mundo físico ou do mundo espiritual, porque toda
sintonia com o negativo começa, invariavelmente, com a negatividade que
acalentamos no íntimo.
·
Cada qual de
nós vive e respira nos reflexos mentais de si mesmo, angariando as influências
felizes ou infelizes que nos mantêm na situação que buscamos...
Daí a
importância do alerta de Jesus, o “vigiai e orai”, porque, através da
prece, temos a possibilidade de captar, com maior facilidade, a salutar
influência dos espíritos que nos amam e que sempre procuram nos intuir nas
melhores decisões e atitudes. Se atentarmos para as suas palavras, percebemos
que, ao deixar-nos o Pai Nosso, ele não nos ensinou a pedir o afastamento ou
supressão das tentações, mas a força necessária para vencê-las.
Sintonia
·
“Pedi e vos
será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto” (Mt 7:7)
Todas as coisas que existem no Universo vivem em
regime de afinidade. Desde o átomo até os arcanjos tudo é atração e sintonia.
Nada que te alcança a existência é ocasional ou fruto de uma reação sem nexo.
Teu livre arbítrio indica com precisão a posição
que ocupas no Cosmo, uma vez que cada indivíduo deve a si mesmo a conjuntura
favorável ou adversa em que se situa no momento atual.
Vieste da inconsciência – simples e ignorante
– e, pela lei da evolução, caminhas para a consciência escolhendo a estrada a
ser percorrida.
·
Encontrarás o
que busca
·
Tens a posse
daquilo que deste.
·
Convives com
quem sintonizas.
·
Conhecerás o
que aprendeste, mas somente incorporarás na memória o que vivenciaste.
·
Avanças ou
retrocedes de acordo com a tua casa mental.
·
Felicidade e
infelicidade são subprodutos do teu estado íntimo.
·
Amigos são
escolhas de longo tempo.
·
Teu círculo
doméstico é a materialização de teus anseios e de tuas
necessidades
de aprendizagem.
·
Pelo seu jeito
de ser, conquistarás admiração ou desconsideração.
·
O que fizeres
consigo hoje refletirá no teu amanhã, visto que o teu ontem decidiu o teu hoje.
Com teus pensamentos, atrais, absorves, impulsionas
ou rechaças. Com tua vontade, conferes orientação e rumo, apontando para as
mais variadas direções. Disse Jesus: ‘Pedi e vos será dado; buscai e
achareis; batei e vos será aberto’.
Sintonia é a base da existência de toda alma
imortal. Seja na vida física seja na vida astral, a lei de afinidade é
princípio divino regendo a ti, a todos os outros e a tudo.
Observa: viver no drama ou na realidade, na aflição
ou na serenidade, na sombra ou na luz, é postura que está estritamente
relacionada com teu modo de sentir, pensar e agir.
“Pai, afasta de mim este cálice” é, portanto, numa análise profunda da
alma, o brado do Cristo interno pedindo ao seu criador que afaste dele as
intérminas injunções do ego inferior que nos impede de crescer espiritualmente.
Há, portanto, que deslocar o brado de Jesus em favor da humanidade e
entender o brado que o nosso Cristo interior faz continuamente enquanto o
prendemos e açoitamos pelas nossas ignorâncias e descasos com a evolução
espiritual.
considerando o texto evangélico contado por Mateus
e Marcos que não estavam presentes, podemos considerar que em tal ocorrência
Jesus estaria pedindo pela humanidade que seria alvo de perseguições e
expiações, além de persistir nos erros que viria atrasar sua evolução que só será
conseguida pela liberdade do Cristo interno de cada um.
FONTE:
Silvia Helena Visnadi Pessenda
Michaelis:
Miramez (espírito); João Nunes maia
André Luiz (espírito); Francisco Cândido Xavier,
EMMANUEL (espírito), Francisco Cândido Xavier
HAMMED (espírito); Francisco do Espírito santo neto
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