PATOLOGIAS
DO CORPO ESPIRITUAL (PERISPÍRITO)
MONOIDEÍSMO
Vamos
recordar, aqui, o processo simbiótico utilizado pelo espírito, desde as mais remotas
eras, para enfrentar a solidão após a morte. Na base desse processo, está o monoideísmo,
a ideia fixa em voltar para junto dos seus, onde encontra calor e afeto.
Assim,
o homem selvagem que se reconhece dominador na hierarquia animal, cruel habitante
da floresta, que apura a inteligência, através da força e da astúcia, na
escravização dos seres inferiores que se lhe avizinham da caverna, desperta, fora
do corpo denso, qual menino aterrado, que ,em se sentindo incapaz da separação para
arrostar o desconhecido, permanece, tímido, ao pé dos seus, em cuja companhia passa
a viver, noutras condições vibrarias, em processos multifários de simbiose, ansioso
por retomar a vida física que lhe surge a imaginação como sendo a única abordável
a própria mente.
Nessa
fase, não temos apoio do suprimento espiritual para pensar em termos diferentes.
O
espetáculo da vastidão cósmica perturba-lhe o olhar e a visita de seres extraterrestres,
mesmo benevolentes e sábios, infunde-lhe pavor, crendo-se a frente de deuses bons
ou maus, cuja natureza de próprio se incumbe de fantasiar, na exiguidade das Próprias
concepções.
Mantém-se,
assim, vinculado à choça
Aos
seus, e não tem outro pensamento senão voltar ao convívio revitalizante daqueles
que lhe usam a linguagem e lhe comungam os interesses.
Tal
qual as bactérias que se transformam em esporos, quando as condições do meio lhe
são adversas, tornando-se imóveis e resistentes ao ambiente, durante anos a fio,
assim também, o espírito do selvagem perde os órgãos do corpo espiritual, que se
lhe atrofiam por falta de função.
Isso
porque estabelece-se em seu íntimo o monoideísmo, a ideia fixa de voltar para a
carne, e esse desejo eclipsa todos os demais. Dá-se, então, o que André Luiz chama
de monoideísmo auto hipnotizante, provocado por pensamento fixo-depressivo, nascido
de
Sua
inadaptação ao mundo extra físico.
Por
esse processo, o desencarnado perde o seu corpo espiritual, transformando-se
Em
ovoide, forma pela qual expressa o seu corpo mental. Logo a seguir, vamos nos deter
um pouco mais no estudo dessa forma patológica do envoltório espiritual.
Com
o passar do tempo, o monoideísmo tanto quanto a simbiose perduraram como processos
largamente utilizados pelo Espírito, mantendo-se ainda lastreado na ignorância
Das
leis divinas, mas agora acrescida d o grau de responsabilidade consequente ao grau
de conhecimento adquirido. É assim que o pavor do desconhecido perdura, a vontade
de voltar para a Terra também, mas imensamente complicados por crimes e distorções
diversas,
em desrespeito às Leis Divinas, gerando culpas e remorsos.
No
monoideísmo, o núcleo da visão profunda, no centro coronário, sofre disfunção específica
Qual
o Espírito contemplará tão-somente os quadros terríficos relacionados
Com
as culpas contraídas. Tudo o mais ele deixa de observar.
CASOLEONARDOPIRES
No
caso de Leonardo Pires (livro evolução em dois mundos), desencarnado há vinte anos,
vive, agora, na Casa da neta, Antonina. Apresenta-se como um velhinho, conforme
seus últimos dias terrestres. A mente dele está fixada em recordações que o obcecam.
Após
sondar-lhe o íntimo, Clarêncio explica que, quando jovem, foi empregado do Marech
Al Guilherme Xavier de Souza e, hoje, conserva a mente detida num crime de envenenamento
que cometeu, quando integrava as forças brasileiras acampadas em Piraju, No Paraguai.
Enciumado,
sentindo-se preterido pela mulher leviana com a qual se relacionava,
Por
causa de um colega de farda, Leonardo idealiza o crime e executando-o,
utilizando vinho envenenado. Como as tropas deveriam segui rumo a Paraguai o caso
é encerrado, sem maior investigação. Leonardo segue em frente, convive por algum
tempo com A mulher que fora pivô do crime, mas, de regresso ao Brasil, casa-se deixando
vários descendentes, entre os quais Antonina.
No
leito de morte, reconhece que a lembrança do crime castiga-lhe o mundo íntimo, centralizando
todos os episódios apenas nesse.
No
além, o monoideísmo persiste. Com o olhar de louco, segue a única imagem que se
lhe vitaliza, a cada dia, na memória, ao influxo da própria consciência que se considera
culpada.
Como
ensinam os Espíritos Reveladores a Allan Kardec: a lei de Deus está inscrita na
consciência.
Também
sofrem de monoideísmo as almas que dormem após a morte. Têm a mente eivadas de pesadelos
angustiosos e quando acordam, estão em plena alienação. É muito interessante o Estudo
que André Luiz faz sobre esse mortos-vivos, verdadeiras múmias no mundo
espiritual. Como já foi visto: na criatura reencarnada, quase todas as
perturbações congênitas da mente estão relacionadas com as fixações que a antecederam
na volta ao mundo. Aqueles que fracassaram retornam à vida terrena    fazendo parte da vasta área dos neuróticos,
dos loucos, dos mutilados dos feridos e dos enfermos de toda casta.
E
só as lutas na carne vão processando a extroversão indispensável à cura
indispensável das psicoses de que são portadores.
 
PARASITASOVÓIDES
Espíritos
existem que perdem a forma humana de apresentação do seu períspirito, surgindo como
esferas ovoides.
Nas
regiões inferiores, onde André Luiz esteve, em missão de paz, em companhia do
instrutor Gúbio, e que estão descritas no extraordinário livro Libertação,
grande número de entidades transportavam essas esferas, como se estivessem
imantadas às suas próprias irradiações.
O
médico desencarnado explica que esses ovoides são pouco maiores que um crânio humano,
variando muito nas particularidades; alguns denunciam movimento próprio, como
se fossem grandes amebas, outros parecem em repouso, aparentemente inertes, ligados
ao halo vital de outras entidades. 
Gúbio
lembrou que o vaso perispirítico é também transformável e perecível, embora
estruturado em tipo de matéria rarefeita. O Espírito, ao atingir mais alto grau
de perfeição, pode ter uma segunda morte, a perda do organismo perispirítico.
André Luiz recordou-se de ter tido notícias de raros amigos que tiveram essa
segunda morte, por atingirem mais alto grau de perfeição, no dever bem
cumprido.
Um
tipo de transformação muito antiga, a miniaturização, que consiste em operações
redutivas e desintegradoras dos elementos perispiríticos; todos os Espíritos já
passaram por ela, um número incontável de vezes, ao reingressarem no mundo,
pelas portas da reencarnação.
Mas
Gúbio ressaltou aqueloutra espécie, a ovoidização, pela qual passam, um dia, os
desencarnados ignorantes e maus, transviados e criminosos.
Pela
densidade da mente, saturada de impulsos inferiores, não conseguem elevar-se e
gravitam em derredor das paixões absorventes que, por muitos anos, elegeram em
centro de interesses fundamentais. Em Evolução em Dois Mundos, André Luiz explica
que, inúmeros desencarnados, empolgados pela ideia de fazer justiça com as
próprias mãos ou apegados a vícios aviltantes, por repetirem infinitamente
essas imagens degradantes, acabam em deplorável fixação monoideística, fora das
noções de espaço e tempo, sofrendo, então, enormes transformações na morfologia
do psicossoma. Por falta de função, os órgãos psicossomáticos ficam retraídos,
e surge a forma ovoide. 
Atingida
a forma ovoide, permanecem colados àqueles que foram seus sócios nos crimes,
obedecendo à orientação das inteligências que os entrelaçam na rede do mal. Por
isso, servem às empreitadas infelizes nos processos de obsessão. Nesses casos,
os parasitas ovoides agem como a Sacculma Carcini, que, provida de órgãos
perfeitamente diferenciados na fase de vida livre, enraíza-se depois nos
tecidos do crustáceo hospedador, perdendo as características morfológicas
primitivas, para converter-se em massa celular parasitária. 
Qual
a situação psíquica desses ovoides? Gúbio esclareceu a André Luiz que a maioria
deles dorme em estranhos pesadelos, incapazes de exteriorizações maiores. São,
na verdade, fetos ou amebas mentais, mobilizáveis, contudo, por entidades
perversas ou rebeladas.
 
O
que acontece com esses esferoides vivos, tristes mentes humanas sem apetrechos
de manifestação? Como ficam na reencarnação? Assim como a semente jogada à cova
escura vai formar a árvore adulta, os ovoides vão se desenvolver, normalmente
como embriões e fetos humanos, formando o novo casulo de carne, na companhia de
sócios e desafetos, usufruindo da abençoada oportunidade de se acertarem ante a
lei universal do amor.
ABENÇOADA
MATERNIDADE
Qual
Dante Alighieri do século XX, André Luiz penetra as regiões mais profundas do
inferno. Eis uma de suas descrições:
A
frente, numa distância de dezenas de quilômetros, sucediam-se furnas e abismos,
qual se nos situássemos perante imensa cratera de vulcão vivo, alimentado pela
dor humana, porque, lá dentro, turbilhões de vozes explodiam, ininterruptos,
parecendo estranha mistura de lamentos de homens e animais.
Tremeram-me
as fibras mais íntimas, e, não só em mim, mas igualmente no espírito de Elói, o
movimento era de recuo instintivo.
E
ante o assombro, a explicação de Gúbio:
Amontoam-se
aqui, como se fossem lenhos secos, milhares de criaturas que abusaram de
sagrados dons da vida. São réus da própria consciência, personalidades que
alcançaram a sobrevivência, sobre as ruínas do próprio eu, confinados em escuro
setor de alienação mental. Esgotam resíduos envenenados que acumularam na esfera
íntima, através de longos anos vazios de trabalho edificante, no mundo físico,
entregando-se, presentemente, infindáveis dias de tortura redentora.
Descendo
alguns metros nessa cratera, encontraram uma mulher muito magra estendida no
solo. Estava cercada de três formas ovoides, diferenciadas entre si nas
disposições e nas cores, justapostas ao seu períspirito. Segundo André Luiz,
esses ovoides eram constituídos de matéria semelhante à gelatina, fluida e
amorfa.
CASO
DA MULHER CIUMENTA
A
mulher registrou a aproximação dos visitantes, clamando pela presença de
Joaquim.
Enquanto
André Luiz auscultava os ovoides, ouvindo dos três, frases com pedidos de
vingança; Gúbio analisou a mente da pobre senhora. Não foi difícil o
diagnóstico: A mulher estendida ao solo, em tristes condições, fora senhora de
engenho, esposa de Joaquim, que, antes do casamento, tinha um relacionamento
com uma das escravas, do qual resultaram dois filhos. Como o marido continuasse
a manter a escrava e os filhos na fazenda, a esposa, tão logo se inteirou da
verdade, agiu de forma violenta. Separou a mãe dos filhos, vendendo-a para uma
região palustre, onde veio a falecer de febre maligna; os dois filhos acusados
de furto pelo capataz, a mando da senhora, sofreram no tronco e encontraram a morte
por tuberculose, em virtude dos maus tratos.
Hoje
são os três ovoides que ela carrega adesos ao próprio períspirito. Segundo
programação espiritual, certamente Joaquim já reencarnou, vai casar-se com a
senhora, que está sob observação, e esta não descansará enquanto não receber os
três ovoides como filhos, a fim de restituir-lhes a vida e o afeto que lhes
tirou.
Segundo
Gúbio, na nova encarnação, esta senhora conhecerá enfermidades de diagnóstico
difícil, por enquanto, no estágio atual dos conhecimentos humanos, por se
originarem da persistente e invisível atuação dos inimigos de outra época.
Transportará consigo três centros vitais desarmônicos e, até que os reajuste na
forja do sacrifício, recambiando-os a estrada certa, será, na condição de mãe,
um ímã atormentado ou a sede obscura e triste de uma constelação de dor,
concluiu.
DEFORMAÇÕES
E ZOANTROPIA (LICANTROPIA)
Ao
acompanharmos a obra de André Luiz, deparamo-nos com a descrição de Espíritos
que se apresentam com expressões fisionômicas harmônicas, sem rugas, de
aparência mais jovem ou mais amadurecida, com cabelos brancos ou de outra
coloração, conforme a preferência de cada um. Isso em Nosso Lar ou em cidades e
instituições congêneres.
A
esposa do psiquiatra de Margarida - Na Terra, porém, o corpo físico nem sempre
denota a posição espiritual do morador, em compensação o espírito...
Vejamos
um caso do livro Libertação. (14) André Luiz faz observações na casa do médico
que cuida do caso Margarida.
O
duelo mental nesta casa é enorme. Ninguém cede, ninguém desculpa e o combate
espiritual permanente transforma o recinto numa arena de trevas, disse-lhe
Maurício, um espírito amigo, que havia sido enfermeiro do médico.
Casado
em segundas núpcias, o dono da casa possuía dois filhos do primeiro matrimônio.
Mas
o desentendimento e a desarmonia na casa eram enormes, porque, além da
incompreensão dos dois filhos, pesava no ambiente a atuação da primeira esposa,
que considerava a casa como sua propriedade exclusiva.
André
Luiz fixou a atenção na segunda esposa, agora sentada à mesa do almoço: apuro
na apresentação, muito bem penteada e maquiada, traje elegante, joias
discretas; sem dúvida, uma dama de fino trato. O médico desencarnado, contudo,
examinou corpo e alma e observou um halo escuro que lhe denunciava a posição de
inferioridade. Suas observações eram corretas. Quando a senhora tirava sono da
sesta, num divã largo e macio, o seu períspirito, abandonando o corpo físico,
deixou transparecer a sua condição espiritual.
A
senhora tornara-se irreconhecível. Estampava no rosto os sinais das bruxas dos
velhos contos infantis. A boca, os olhos, o nariz e os ouvidos revelavam algo
monstruoso.
Ao
vê-la, André Luiz recordou-se do livro de Oscar Wilde, O Retrato de Donan Gray.
Nele, à medida que o dono se alterava, intimamente, com a prática do mal, o
retrato adquiria horrenda expressão.
Maurício
concordou e acrescentou: Sim, meu amigo, a imaginação de Wilde não fantasiou. O
homem e a mulher, com os seus pensamentos, atitudes, palavras e atos criam, no
íntimo, a verdadeira forma espiritual a que se acolhem. Cada crime, cada queda,
deixam aleijões e sulcos horrendos no campo da alma, tanto quanto cada ação
generosa e cada pensamento superior acrescentam beleza e perfeição a forma
perispiritica, dentro da qual a individualidade real se manifesta, mormente
depois da morte do corpo denso. Há criaturas belas e admiráveis na carne e que,
no fundo, são verdadeiros monstros mentais, do mesmo modo que há corpos
torturados e detestados, no mundo, escondendo Espíritos angélicos, de celestial
formosura.
ALTERAÇÕES
E DEFORMAÇÕES
Em
Evolução em Dois Mundos, André Luiz adianta a nomenclatura utilizada no mundo
espiritual para diversas alterações do psicossoma, consequentes a patologias
mentais diferentes. A dinamia seria a queda mental no remorso; Hiperdinamia, a
patologia consequente aos delírios da imaginação, provocando hipo ou
hipertensão no movimento circulatório das forças que o mantêm. 
Utiliza
também a denominação Miopraxia (Diminuição
da capacidade funcional de um órgão em consequência de qualquer lesão ou de
inatividade prolongada.) do
Centro Genésico Atonizado para designar a patologia do organismo sutil no caso
do aborto provocado, que seria a arritmia do chacra responsável pela organização
das energias sexuais.
CASO
ANTÔNIO OLÍMPIO
No
livro Ação e Reação, nos trabalhos de socorro da Mansão Paz, estabelecimento
situado nas regiões inferiores, mas que permanece sob a jurisdição da cidade
Nosso Lar, foi recolhido um desencarnado, cujo rosto era disforme, todos os
traços se confundiam, qual se fosse uma esfera estranha e, além disso, seus
braços e pernas eram hipertrofiados, enormes. Depois de consultá-lo, o instrutor
Druso afirmou que o desencarnado em questão encontrava-se sob terrível hipnose,
tendo sido conduzido a essa posição por adversários temíveis, que, decerto,
para torturá-lo, fixaram-lhe a mente em alguma penosa recordação. Era Antônio
Olímpio, o fazendeiro que assassinara os dois irmãos e cujo crime
passou
despercebido da justiça humana. Sua história está também no estudo da fixação
mental.
CASO
DA MULHER LOBA
Em
Libertação, porém, os relatos reportam-se a zonas muitíssimo inferiores, às
regiões infernais. Lá estão presentes a velhice, a moléstia, o desencanto, o
aleijão, as deformidades de toda a sorte e os ovoides. O períspirito de todos
os habitantes dessas regiões é opaco, como o corpo físico e pode sofrer ainda
alterações mais profundas, deixando sua forma humana, para apresentar-se como a
de um animal. É o fenômeno conhecido, genericamente, como Zoantropia, mas que
tem na Licantropia - transformação em lobo - o processo mais conhecido.
Nas
regiões inferiores, onde habitava Gregório antes de sua reencarnação,
conseguida após setecentos anos de erraticidade, os desencarnados são julgados
semanalmente por juízes implacáveis. As operações seletivas realizam-se com
base nas irradiações de cada um, por técnicos que identificam os diversos
males, através das cores da aura dos Espíritos ignorantes, perversos e
desequilibrados.
Gúbio
explicou que cada mente vive na companhia que elege para si mesma. Ali estavam,
aos magotes, almas envilecidas, esquecidas das lições de amor do mestre Jesus.
Uma
mulher foi trazida ao tribunal para julgamento. Confessa, diante dos juízes, que
matou quatro filhinhos, e contratou o assassinato do próprio mando,
entregando-se depois às bebidas de prazer, mas nunca pôde fugir da própria
consciência.
Através
de olhar temível, o juiz sentenciou-a, dizendo que ela não passava de uma loba.
A
mulher desencarnada passou a modificar-se, paulatinamente, diante da sentença repetida
várias vezes.
Via-se,
patente, naquela exibição de poder, o efeito do hipnotismo sobre o corpo perispirítico.
Núbio enfatizou a relevância do remorso, estado de alma, que conduz à
corrigenda da falta, mas que também abre brecha, através da qual o credor se
insinua, cobrando o pagamento. Esse estado aliado ao hipnotismo explica a
transformação do períspirito.
O
hipnotismo é tão velho quanto o mundo e é recurso empregado pelos bons e pelos maus,
tomando-se por base, acima de tudo, os elementos plásticos do períspirito, enfatizou.
Tornou-se clássica na literatura espiritualista o caso de Nabucodonosor, rei cruel
e despótico, que viveu, sentindo-se como animal, durante sete anos. Diz a
Bíblia (Dn 4.33) que o seu corpo foi molhado de orvalho do céu, até que lhe
cresceu pelo como as penas da águia e suas unhas como as das aves.
Quanto
à irmã transformada em loba, Gúbio afirmou que ela não passaria por essa
humilhação se não a merecesse e quem o dera renovar-se mentalmente, se o
desejar, pois, para todos os Espíritos, Deus mantém aberta a senda redentora.
O
número de comunicações de Espíritos de apresentação animalesca nas sessões
espíritas é muito. Como afirma André Luiz - A obsessão é flagelo geminado com a
ignorância, somente a desobsessão remove as trevas do espírito. 
ABENÇOADA
MATERNIDADE
Qual
Dante Alighieri do século XX, André Luiz penetra as regiões mais profundas do
inferno. Eis uma de suas descrições:
A
frente, numa distância de dezenas de quilômetros, sucediam-se furnas e abismos,
qual se nos situássemos perante imensa cratera de vulcão vivo, alimentado pela
dor humana, porque, lá dentro, turbilhões de vozes explodiam, ininterruptos,
parecendo estranha mistura de lamentos de homens e animais.
Tremeram-me
as fibras mais íntimas, e, não só em mim, mas igualmente no espírito de Elói, o
movimento era de recuo instintivo.
E
ante o assombro, a explicação de Gúbio:
Amontoam-se
aqui, como se fossem lenhos secos, milhares de criaturas que abusaram de
sagrados dons da vida. São réus da própria consciência, personalidades que
alcançaram a sobrevivência, sobre as ruínas do próprio eu, confinados em escuro
setor de alienação tal. Esgotam resíduos envenenados que acumularam na esfera
íntima, através de longos anos vazios de trabalho edificante, no mundo físico,
entregando-se, presentemente, a infindáveis dias de tortura redentora. 
Descendo
alguns metros nessa cratera, encontraram uma mulher muito magra estendida no
solo. Estava cercada de três formas ovoides, diferenciadas entre si nas
disposições e nas cores, justapostas ao seu períspirito. Segundo André Luiz,
esses ovoides eram constituídos de matéria semelhante à gelatina, fluida e
amorfa.
CASO
DA MULHER CIUMENTA
A
mulher registrou a aproximação dos visitantes, clamando pela presença de
Joaquim.
Enquanto
André Luiz auscultava os ovoides, ouvindo dos três, frases com pedidos de
vingança; Gúbio analisou a mente da pobre senhora. Não foi difícil o
diagnóstico: A mulher estendida ao solo, em tristes condições, fora senhora de
engenho, esposa de Joaquim, que, antes do casamento, tinha um relacionamento
com uma das escravas, do qual resultaram dois filhos. Como o marido continuasse
a manter a escrava e os filhos na fazenda, a esposa, tão logo se inteirou da
verdade, agiu de forma violenta. Separou a mãe dos filhos, vendendo-a para uma
região palustre, onde veio a falecer de febre maligna; os dois filhos acusados
de furto pelo capataz, a mando da senhora, sofreram no tronco e encontraram a
morte por tuberculose, em virtude dos maus tratos.
Hoje
são os três ovoides que ela carrega adesos ao próprio perispírito. Segundo
programação espiritual, certamente Joaquim já reencarnou, vai casar-se com a
senhora, que está sob observação, e esta não descansará enquanto não receber os
três ovoides como filhos, a fim de restituir-lhes a vida e o afeto que lhes
tirou.
Segundo
Gúbio, na nova encarnação, esta senhora conhecerá enfermidades de diagnóstico
difícil, por enquanto, no estágio atual dos conhecimentos humanos, por se
originarem da persistente e invisível atuação dos inimigos de outra época.
Transportará consigo três centros vitais desarmônicos e, até que os reajuste na
forja do sacrifício, recambiando-os a estrada certa, será, na condição de mãe,
um ímã atormentado ou a sede obscura e triste de uma constelação de dor,
concluiu. 
FONTES:
Evolução
em Dois Mundos
O
Livro dos Espíritos, 
Os
mensageiros
Nos
domínios da mediunidade
Libertação