sábado, 24 de abril de 2021

PATOLOGIAS DO CORPO ESPIRITUAL (PERISPÍRITO)

 

PATOLOGIAS DO CORPO ESPIRITUAL (PERISPÍRITO)

MONOIDEÍSMO

Vamos recordar, aqui, o processo simbiótico utilizado pelo espírito, desde as mais remotas eras, para enfrentar a solidão após a morte. Na base desse processo, está o monoideísmo, a ideia fixa em voltar para junto dos seus, onde encontra calor e afeto.

Assim, o homem selvagem que se reconhece dominador na hierarquia animal, cruel habitante da floresta, que apura a inteligência, através da força e da astúcia, na escravização dos seres inferiores que se lhe avizinham da caverna, desperta, fora do corpo denso, qual menino aterrado, que ,em se sentindo incapaz da separação para arrostar o desconhecido, permanece, tímido, ao pé dos seus, em cuja companhia passa a viver, noutras condições vibrarias, em processos multifários de simbiose, ansioso por retomar a vida física que lhe surge a imaginação como sendo a única abordável a própria mente.

Nessa fase, não temos apoio do suprimento espiritual para pensar em termos diferentes.

O espetáculo da vastidão cósmica perturba-lhe o olhar e a visita de seres extraterrestres, mesmo benevolentes e sábios, infunde-lhe pavor, crendo-se a frente de deuses bons ou maus, cuja natureza de próprio se incumbe de fantasiar, na exiguidade das Próprias concepções.

Mantém-se, assim, vinculado à choça

Aos seus, e não tem outro pensamento senão voltar ao convívio revitalizante daqueles que lhe usam a linguagem e lhe comungam os interesses.

Tal qual as bactérias que se transformam em esporos, quando as condições do meio lhe são adversas, tornando-se imóveis e resistentes ao ambiente, durante anos a fio, assim também, o espírito do selvagem perde os órgãos do corpo espiritual, que se lhe atrofiam por falta de função.

Isso porque estabelece-se em seu íntimo o monoideísmo, a ideia fixa de voltar para a carne, e esse desejo eclipsa todos os demais. Dá-se, então, o que André Luiz chama de monoideísmo auto hipnotizante, provocado por pensamento fixo-depressivo, nascido de

Sua inadaptação ao mundo extra físico.

Por esse processo, o desencarnado perde o seu corpo espiritual, transformando-se

Em ovoide, forma pela qual expressa o seu corpo mental. Logo a seguir, vamos nos deter um pouco mais no estudo dessa forma patológica do envoltório espiritual.

Com o passar do tempo, o monoideísmo tanto quanto a simbiose perduraram como processos largamente utilizados pelo Espírito, mantendo-se ainda lastreado na ignorância

Das leis divinas, mas agora acrescida d o grau de responsabilidade consequente ao grau de conhecimento adquirido. É assim que o pavor do desconhecido perdura, a vontade de voltar para a Terra também, mas imensamente complicados por crimes e distorções

diversas, em desrespeito às Leis Divinas, gerando culpas e remorsos.

No monoideísmo, o núcleo da visão profunda, no centro coronário, sofre disfunção específica

Qual o Espírito contemplará tão-somente os quadros terríficos relacionados

Com as culpas contraídas. Tudo o mais ele deixa de observar.

CASOLEONARDOPIRES

No caso de Leonardo Pires (livro evolução em dois mundos), desencarnado há vinte anos, vive, agora, na Casa da neta, Antonina. Apresenta-se como um velhinho, conforme seus últimos dias terrestres. A mente dele está fixada em recordações que o obcecam.

Após sondar-lhe o íntimo, Clarêncio explica que, quando jovem, foi empregado do Marech Al Guilherme Xavier de Souza e, hoje, conserva a mente detida num crime de envenenamento que cometeu, quando integrava as forças brasileiras acampadas em Piraju, No Paraguai.

Enciumado, sentindo-se preterido pela mulher leviana com a qual se relacionava,

Por causa de um colega de farda, Leonardo idealiza o crime e executando-o, utilizando vinho envenenado. Como as tropas deveriam segui rumo a Paraguai o caso é encerrado, sem maior investigação. Leonardo segue em frente, convive por algum tempo com A mulher que fora pivô do crime, mas, de regresso ao Brasil, casa-se deixando vários descendentes, entre os quais Antonina.

No leito de morte, reconhece que a lembrança do crime castiga-lhe o mundo íntimo, centralizando todos os episódios apenas nesse.

No além, o monoideísmo persiste. Com o olhar de louco, segue a única imagem que se lhe vitaliza, a cada dia, na memória, ao influxo da própria consciência que se considera culpada.

Como ensinam os Espíritos Reveladores a Allan Kardec: a lei de Deus está inscrita na consciência.

Também sofrem de monoideísmo as almas que dormem após a morte. Têm a mente eivadas de pesadelos angustiosos e quando acordam, estão em plena alienação. É muito interessante o Estudo que André Luiz faz sobre esse mortos-vivos, verdadeiras múmias no mundo espiritual. Como já foi visto: na criatura reencarnada, quase todas as perturbações congênitas da mente estão relacionadas com as fixações que a antecederam na volta ao mundo. Aqueles que fracassaram retornam à vida terrena    fazendo parte da vasta área dos neuróticos, dos loucos, dos mutilados dos feridos e dos enfermos de toda casta.

E só as lutas na carne vão processando a extroversão indispensável à cura indispensável das psicoses de que são portadores.

 

PARASITASOVÓIDES

Espíritos existem que perdem a forma humana de apresentação do seu períspirito, surgindo como esferas ovoides.

Nas regiões inferiores, onde André Luiz esteve, em missão de paz, em companhia do instrutor Gúbio, e que estão descritas no extraordinário livro Libertação, grande número de entidades transportavam essas esferas, como se estivessem imantadas às suas próprias irradiações.

O médico desencarnado explica que esses ovoides são pouco maiores que um crânio humano, variando muito nas particularidades; alguns denunciam movimento próprio, como se fossem grandes amebas, outros parecem em repouso, aparentemente inertes, ligados ao halo vital de outras entidades.

Gúbio lembrou que o vaso perispirítico é também transformável e perecível, embora estruturado em tipo de matéria rarefeita. O Espírito, ao atingir mais alto grau de perfeição, pode ter uma segunda morte, a perda do organismo perispirítico. André Luiz recordou-se de ter tido notícias de raros amigos que tiveram essa segunda morte, por atingirem mais alto grau de perfeição, no dever bem cumprido.

Um tipo de transformação muito antiga, a miniaturização, que consiste em operações redutivas e desintegradoras dos elementos perispiríticos; todos os Espíritos já passaram por ela, um número incontável de vezes, ao reingressarem no mundo, pelas portas da reencarnação.

Mas Gúbio ressaltou aqueloutra espécie, a ovoidização, pela qual passam, um dia, os desencarnados ignorantes e maus, transviados e criminosos.

Pela densidade da mente, saturada de impulsos inferiores, não conseguem elevar-se e gravitam em derredor das paixões absorventes que, por muitos anos, elegeram em centro de interesses fundamentais. Em Evolução em Dois Mundos, André Luiz explica que, inúmeros desencarnados, empolgados pela ideia de fazer justiça com as próprias mãos ou apegados a vícios aviltantes, por repetirem infinitamente essas imagens degradantes, acabam em deplorável fixação monoideística, fora das noções de espaço e tempo, sofrendo, então, enormes transformações na morfologia do psicossoma. Por falta de função, os órgãos psicossomáticos ficam retraídos, e surge a forma ovoide.

Atingida a forma ovoide, permanecem colados àqueles que foram seus sócios nos crimes, obedecendo à orientação das inteligências que os entrelaçam na rede do mal. Por isso, servem às empreitadas infelizes nos processos de obsessão. Nesses casos, os parasitas ovoides agem como a Sacculma Carcini, que, provida de órgãos perfeitamente diferenciados na fase de vida livre, enraíza-se depois nos tecidos do crustáceo hospedador, perdendo as características morfológicas primitivas, para converter-se em massa celular parasitária.

Qual a situação psíquica desses ovoides? Gúbio esclareceu a André Luiz que a maioria deles dorme em estranhos pesadelos, incapazes de exteriorizações maiores. São, na verdade, fetos ou amebas mentais, mobilizáveis, contudo, por entidades perversas ou rebeladas.

 

O que acontece com esses esferoides vivos, tristes mentes humanas sem apetrechos de manifestação? Como ficam na reencarnação? Assim como a semente jogada à cova escura vai formar a árvore adulta, os ovoides vão se desenvolver, normalmente como embriões e fetos humanos, formando o novo casulo de carne, na companhia de sócios e desafetos, usufruindo da abençoada oportunidade de se acertarem ante a lei universal do amor.

ABENÇOADA MATERNIDADE

Qual Dante Alighieri do século XX, André Luiz penetra as regiões mais profundas do inferno. Eis uma de suas descrições:

A frente, numa distância de dezenas de quilômetros, sucediam-se furnas e abismos, qual se nos situássemos perante imensa cratera de vulcão vivo, alimentado pela dor humana, porque, lá dentro, turbilhões de vozes explodiam, ininterruptos, parecendo estranha mistura de lamentos de homens e animais.

Tremeram-me as fibras mais íntimas, e, não só em mim, mas igualmente no espírito de Elói, o movimento era de recuo instintivo.

E ante o assombro, a explicação de Gúbio:

Amontoam-se aqui, como se fossem lenhos secos, milhares de criaturas que abusaram de sagrados dons da vida. São réus da própria consciência, personalidades que alcançaram a sobrevivência, sobre as ruínas do próprio eu, confinados em escuro setor de alienação mental. Esgotam resíduos envenenados que acumularam na esfera íntima, através de longos anos vazios de trabalho edificante, no mundo físico, entregando-se, presentemente, infindáveis dias de tortura redentora.

Descendo alguns metros nessa cratera, encontraram uma mulher muito magra estendida no solo. Estava cercada de três formas ovoides, diferenciadas entre si nas disposições e nas cores, justapostas ao seu períspirito. Segundo André Luiz, esses ovoides eram constituídos de matéria semelhante à gelatina, fluida e amorfa.

CASO DA MULHER CIUMENTA

A mulher registrou a aproximação dos visitantes, clamando pela presença de Joaquim.

Enquanto André Luiz auscultava os ovoides, ouvindo dos três, frases com pedidos de vingança; Gúbio analisou a mente da pobre senhora. Não foi difícil o diagnóstico: A mulher estendida ao solo, em tristes condições, fora senhora de engenho, esposa de Joaquim, que, antes do casamento, tinha um relacionamento com uma das escravas, do qual resultaram dois filhos. Como o marido continuasse a manter a escrava e os filhos na fazenda, a esposa, tão logo se inteirou da verdade, agiu de forma violenta. Separou a mãe dos filhos, vendendo-a para uma região palustre, onde veio a falecer de febre maligna; os dois filhos acusados de furto pelo capataz, a mando da senhora, sofreram no tronco e encontraram a morte por tuberculose, em virtude dos maus tratos.

Hoje são os três ovoides que ela carrega adesos ao próprio períspirito. Segundo programação espiritual, certamente Joaquim já reencarnou, vai casar-se com a senhora, que está sob observação, e esta não descansará enquanto não receber os três ovoides como filhos, a fim de restituir-lhes a vida e o afeto que lhes tirou.

Segundo Gúbio, na nova encarnação, esta senhora conhecerá enfermidades de diagnóstico difícil, por enquanto, no estágio atual dos conhecimentos humanos, por se originarem da persistente e invisível atuação dos inimigos de outra época. Transportará consigo três centros vitais desarmônicos e, até que os reajuste na forja do sacrifício, recambiando-os a estrada certa, será, na condição de mãe, um ímã atormentado ou a sede obscura e triste de uma constelação de dor, concluiu.

DEFORMAÇÕES E ZOANTROPIA (LICANTROPIA)

Ao acompanharmos a obra de André Luiz, deparamo-nos com a descrição de Espíritos que se apresentam com expressões fisionômicas harmônicas, sem rugas, de aparência mais jovem ou mais amadurecida, com cabelos brancos ou de outra coloração, conforme a preferência de cada um. Isso em Nosso Lar ou em cidades e instituições congêneres.

A esposa do psiquiatra de Margarida - Na Terra, porém, o corpo físico nem sempre denota a posição espiritual do morador, em compensação o espírito...

Vejamos um caso do livro Libertação. (14) André Luiz faz observações na casa do médico que cuida do caso Margarida.

O duelo mental nesta casa é enorme. Ninguém cede, ninguém desculpa e o combate espiritual permanente transforma o recinto numa arena de trevas, disse-lhe Maurício, um espírito amigo, que havia sido enfermeiro do médico.

Casado em segundas núpcias, o dono da casa possuía dois filhos do primeiro matrimônio.

Mas o desentendimento e a desarmonia na casa eram enormes, porque, além da incompreensão dos dois filhos, pesava no ambiente a atuação da primeira esposa, que considerava a casa como sua propriedade exclusiva.

André Luiz fixou a atenção na segunda esposa, agora sentada à mesa do almoço: apuro na apresentação, muito bem penteada e maquiada, traje elegante, joias discretas; sem dúvida, uma dama de fino trato. O médico desencarnado, contudo, examinou corpo e alma e observou um halo escuro que lhe denunciava a posição de inferioridade. Suas observações eram corretas. Quando a senhora tirava sono da sesta, num divã largo e macio, o seu períspirito, abandonando o corpo físico, deixou transparecer a sua condição espiritual.

A senhora tornara-se irreconhecível. Estampava no rosto os sinais das bruxas dos velhos contos infantis. A boca, os olhos, o nariz e os ouvidos revelavam algo monstruoso.

Ao vê-la, André Luiz recordou-se do livro de Oscar Wilde, O Retrato de Donan Gray. Nele, à medida que o dono se alterava, intimamente, com a prática do mal, o retrato adquiria horrenda expressão.

Maurício concordou e acrescentou: Sim, meu amigo, a imaginação de Wilde não fantasiou. O homem e a mulher, com os seus pensamentos, atitudes, palavras e atos criam, no íntimo, a verdadeira forma espiritual a que se acolhem. Cada crime, cada queda, deixam aleijões e sulcos horrendos no campo da alma, tanto quanto cada ação generosa e cada pensamento superior acrescentam beleza e perfeição a forma perispiritica, dentro da qual a individualidade real se manifesta, mormente depois da morte do corpo denso. Há criaturas belas e admiráveis na carne e que, no fundo, são verdadeiros monstros mentais, do mesmo modo que há corpos torturados e detestados, no mundo, escondendo Espíritos angélicos, de celestial formosura.

ALTERAÇÕES E DEFORMAÇÕES

Em Evolução em Dois Mundos, André Luiz adianta a nomenclatura utilizada no mundo espiritual para diversas alterações do psicossoma, consequentes a patologias mentais diferentes. A dinamia seria a queda mental no remorso; Hiperdinamia, a patologia consequente aos delírios da imaginação, provocando hipo ou hipertensão no movimento circulatório das forças que o mantêm.

Utiliza também a denominação Miopraxia (Diminuição da capacidade funcional de um órgão em consequência de qualquer lesão ou de inatividade prolongada.) do Centro Genésico Atonizado para designar a patologia do organismo sutil no caso do aborto provocado, que seria a arritmia do chacra responsável pela organização das energias sexuais.

CASO ANTÔNIO OLÍMPIO

No livro Ação e Reação, nos trabalhos de socorro da Mansão Paz, estabelecimento situado nas regiões inferiores, mas que permanece sob a jurisdição da cidade Nosso Lar, foi recolhido um desencarnado, cujo rosto era disforme, todos os traços se confundiam, qual se fosse uma esfera estranha e, além disso, seus braços e pernas eram hipertrofiados, enormes. Depois de consultá-lo, o instrutor Druso afirmou que o desencarnado em questão encontrava-se sob terrível hipnose, tendo sido conduzido a essa posição por adversários temíveis, que, decerto, para torturá-lo, fixaram-lhe a mente em alguma penosa recordação. Era Antônio Olímpio, o fazendeiro que assassinara os dois irmãos e cujo crime

passou despercebido da justiça humana. Sua história está também no estudo da fixação mental.

CASO DA MULHER LOBA

Em Libertação, porém, os relatos reportam-se a zonas muitíssimo inferiores, às regiões infernais. Lá estão presentes a velhice, a moléstia, o desencanto, o aleijão, as deformidades de toda a sorte e os ovoides. O períspirito de todos os habitantes dessas regiões é opaco, como o corpo físico e pode sofrer ainda alterações mais profundas, deixando sua forma humana, para apresentar-se como a de um animal. É o fenômeno conhecido, genericamente, como Zoantropia, mas que tem na Licantropia - transformação em lobo - o processo mais conhecido.

Nas regiões inferiores, onde habitava Gregório antes de sua reencarnação, conseguida após setecentos anos de erraticidade, os desencarnados são julgados semanalmente por juízes implacáveis. As operações seletivas realizam-se com base nas irradiações de cada um, por técnicos que identificam os diversos males, através das cores da aura dos Espíritos ignorantes, perversos e desequilibrados.

Gúbio explicou que cada mente vive na companhia que elege para si mesma. Ali estavam, aos magotes, almas envilecidas, esquecidas das lições de amor do mestre Jesus.

Uma mulher foi trazida ao tribunal para julgamento. Confessa, diante dos juízes, que matou quatro filhinhos, e contratou o assassinato do próprio mando, entregando-se depois às bebidas de prazer, mas nunca pôde fugir da própria consciência.

Através de olhar temível, o juiz sentenciou-a, dizendo que ela não passava de uma loba.

A mulher desencarnada passou a modificar-se, paulatinamente, diante da sentença repetida várias vezes.

Via-se, patente, naquela exibição de poder, o efeito do hipnotismo sobre o corpo perispirítico. Núbio enfatizou a relevância do remorso, estado de alma, que conduz à corrigenda da falta, mas que também abre brecha, através da qual o credor se insinua, cobrando o pagamento. Esse estado aliado ao hipnotismo explica a transformação do períspirito.

O hipnotismo é tão velho quanto o mundo e é recurso empregado pelos bons e pelos maus, tomando-se por base, acima de tudo, os elementos plásticos do períspirito, enfatizou. Tornou-se clássica na literatura espiritualista o caso de Nabucodonosor, rei cruel e despótico, que viveu, sentindo-se como animal, durante sete anos. Diz a Bíblia (Dn 4.33) que o seu corpo foi molhado de orvalho do céu, até que lhe cresceu pelo como as penas da águia e suas unhas como as das aves.

Quanto à irmã transformada em loba, Gúbio afirmou que ela não passaria por essa humilhação se não a merecesse e quem o dera renovar-se mentalmente, se o desejar, pois, para todos os Espíritos, Deus mantém aberta a senda redentora.

O número de comunicações de Espíritos de apresentação animalesca nas sessões espíritas é muito. Como afirma André Luiz - A obsessão é flagelo geminado com a ignorância, somente a desobsessão remove as trevas do espírito.

ABENÇOADA MATERNIDADE

Qual Dante Alighieri do século XX, André Luiz penetra as regiões mais profundas do inferno. Eis uma de suas descrições:

A frente, numa distância de dezenas de quilômetros, sucediam-se furnas e abismos, qual se nos situássemos perante imensa cratera de vulcão vivo, alimentado pela dor humana, porque, lá dentro, turbilhões de vozes explodiam, ininterruptos, parecendo estranha mistura de lamentos de homens e animais.

Tremeram-me as fibras mais íntimas, e, não só em mim, mas igualmente no espírito de Elói, o movimento era de recuo instintivo.

E ante o assombro, a explicação de Gúbio:

Amontoam-se aqui, como se fossem lenhos secos, milhares de criaturas que abusaram de sagrados dons da vida. São réus da própria consciência, personalidades que alcançaram a sobrevivência, sobre as ruínas do próprio eu, confinados em escuro setor de alienação tal. Esgotam resíduos envenenados que acumularam na esfera íntima, através de longos anos vazios de trabalho edificante, no mundo físico, entregando-se, presentemente, a infindáveis dias de tortura redentora.

Descendo alguns metros nessa cratera, encontraram uma mulher muito magra estendida no solo. Estava cercada de três formas ovoides, diferenciadas entre si nas disposições e nas cores, justapostas ao seu períspirito. Segundo André Luiz, esses ovoides eram constituídos de matéria semelhante à gelatina, fluida e amorfa.

CASO DA MULHER CIUMENTA

A mulher registrou a aproximação dos visitantes, clamando pela presença de Joaquim.

Enquanto André Luiz auscultava os ovoides, ouvindo dos três, frases com pedidos de vingança; Gúbio analisou a mente da pobre senhora. Não foi difícil o diagnóstico: A mulher estendida ao solo, em tristes condições, fora senhora de engenho, esposa de Joaquim, que, antes do casamento, tinha um relacionamento com uma das escravas, do qual resultaram dois filhos. Como o marido continuasse a manter a escrava e os filhos na fazenda, a esposa, tão logo se inteirou da verdade, agiu de forma violenta. Separou a mãe dos filhos, vendendo-a para uma região palustre, onde veio a falecer de febre maligna; os dois filhos acusados de furto pelo capataz, a mando da senhora, sofreram no tronco e encontraram a morte por tuberculose, em virtude dos maus tratos.

Hoje são os três ovoides que ela carrega adesos ao próprio perispírito. Segundo programação espiritual, certamente Joaquim já reencarnou, vai casar-se com a senhora, que está sob observação, e esta não descansará enquanto não receber os três ovoides como filhos, a fim de restituir-lhes a vida e o afeto que lhes tirou.

Segundo Gúbio, na nova encarnação, esta senhora conhecerá enfermidades de diagnóstico difícil, por enquanto, no estágio atual dos conhecimentos humanos, por se originarem da persistente e invisível atuação dos inimigos de outra época. Transportará consigo três centros vitais desarmônicos e, até que os reajuste na forja do sacrifício, recambiando-os a estrada certa, será, na condição de mãe, um ímã atormentado ou a sede obscura e triste de uma constelação de dor, concluiu.

FONTES:

Evolução em Dois Mundos

O Livro dos Espíritos,

Os mensageiros

Nos domínios da mediunidade

Libertação

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