sábado, 24 de abril de 2021

CONFISSÕES DE SANTO AGOSTINHO

 

CONFISSÕES DE SANTO AGOSTINHO

O livro Confissões de Santo Agostinho está sendo discutido em estudo desde 2011.

Agostinho de Hipona (em latimAurelius Augustinus Hipponensis), conhecido universalmente como Santo Agostinho, foi um dos mais importantes teólogos e filósofos nos primeiros séculos do cristianismo, cujas obras foram muito influentes no desenvolvimento do cristianismo e filosofia católica.

Ele foi o bispo de Hipona, uma cidade na província romana da África.

Escrevendo na era patrística, ele é amplamente considerado como sendo o mais importante dos Padres da Igreja no ocidente. Suas obras-primas são De Civitate Dei ("A Cidade de Deus") e "Confissões", ambas ainda muito estudadas atualmente.

De acordo com Jerônimo, seu contemporâneo, Agostinho "restabeleceu a antiga fé".

Em seus primeiros anos, Agostinho foi muito influenciado pelo

 maniqueísmo e, logo depois, pelo neoplatonismo de Plotino.

Depois de se converter ao cristianismo e aceitar o batismo  obrigatório pelo sínodo da igreja de Roma(387), desenvolveu uma abordagem original à filosofia e teologia, acomodando uma variedade de métodos e perspectivas de uma maneira até então desconhecida. 

Acreditando que a graça de Cristo era indispensável para a liberdade humana, ajudou a formular a doutrina do pecado original e deu contribuições seminais ao desenvolvimento da doutrina da guerra justa.

Aos dezessete, graças à generosidade de um amigo, Romano, Agostinho mudou-se para Cartago para estudar retórica.

Embora tenha sido criado um cristão, passou a seguir ali o maniqueísmo, para desespero de sua mãe. Como todos os jovens de sua época e classe social, Agostinho adotou um estilo de vida hedonista por um tempo, associando-se a outros jovens que se vangloriavam de suas aventuras sexuais com mulheres e homens. Os mais velhos estimulavam os mais inexperientes a contar ou inventar histórias sobre aventuras para que fossem aceitos. 

É deste período uma famosa oração de Agostinho, "Senhor, conceda-me castidade e continência, mas não ainda".

Dois anos depois, Agostinho iniciou um romance com uma jovem cartaginesa, mas, provavelmente para manter-se em condições de realizar o desejo de sua mãe de casar com alguém de sua própria classe social, o casal se manteve em concubinato por mais de treze anos, período no qual tiveram um filho, Adeodato, um rapaz considerado extremamente inteligente por seus contemporâneos.

Em Mediolano, sua mãe retomou a pressão para que ele se reconvertesse ao cristianismo. Os próprios estudos de Agostinho sobre o neoplatonismo também passaram a atraí-lo, uma direção que foi depois estimulada por seu amigo Simpliciano. Mas foi o bispo de Mediolano, “Ambrósio, quem mais influenciou Agostinho. Como ele, Ambrósio era um mestre na retórica, mas era mais velho e mais experiente.

Em Mediolano, Agostinho permitiu que sua mãe lhe arranjasse um casamento e foi por conta disso que ele abandonou sua concubina. Acredita-se que Agostinho realmente amasse sua parceira de mais de treze anos e o rompimento foi bastante difícil para ele. Confirmando esta tese, há evidências de que Agostinho tenha considerado seu relacionamento como equivalente ao matrimônio, apesar de não ser válido perante a lei. 

Em suas Confissões, ele admitiu que a experiência da separação acabou amortecendo gradualmente sua sensibilidade à dor.

Agostinho teve que esperar por mais dois anos até que sua noiva atingisse a idade para casar e logo em seguida tomou uma nova concubina. Finalmente terminou o noivado com sua prometida (que tinha onze anos), mas não retomou o relacionamento com nenhuma de suas antigas concubinas.

Alípio de Tagaste foi o responsável por afastar Agostinho do casamento ao ensinar-lhe que jamais poderia viver no amor a sabedoria se casasse. Muitos anos depois(já na igreja de Roma), Agostinho relembrou seus dias em Cassicíaco (Cassago Brianza), uma vila nos arredores de Mediolano onde viveu com seus seguidores, e descreveu-os como Christianae vitae otium – a vida cristã de ócio.

No verão de 386, depois de ouvir a história da vida de Santo Antão do Deserto por Placiano e seus amigos, Agostinho se converteu. Como ele próprio contou depois, a conversão foi incitada por uma voz infantil que ele ouviu pedindo-lhe para "tomar e ler" (em latimtolle, lege), o que ele entendeu ser um comando divino para abrir a Bíblia, abri-la e ler a primeira coisa que encontrasse. Agostinho abriu na Epístola aos Romanos num trecho conhecido como "transformação dos crentes", os capítulos 12 ao 15, no qual Paulo delineia como o Evangelho transforma os crentes e seu comportamento. O trecho exato, segundo ele, foi:

«Como de dia andemos decentemente; não em orgias e bebedeiras, nem em devassidão e libertinagem, nem em rixas e ciúmes. Mas vesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis satisfazer os desejos da carne”.(Romanos 13:13-14).

Paulo se dirigia aos Romanos e sua epístola foi escrita na prisão pouco antes de ser executado.

Agostinho já estava profundamente influenciado pela retorica de seus mestres mais experientes e pela pressão de sua mãe. Era importante possuir alguém no Clero e com voto de castidade e pobreza, não deixaria herdeiros e toda fortuna que herdasse seria repassada para o vaticano.

Porém, Agostinho foi um dos primeiros autores cristãos latinos a professar uma visão clara soe a antropologia teológica] ao defender o ser humano como a união perfeita de duas substâncias, o corpo e a alma. Em seu tratado tardio "Sobre os Cuidados com os Mortos" (420), por exemplo, defendeu o respeito ao corpo dos mortos afirmando que ele era parte da natureza humana. Uma das metáforas preferidas de Agostinho para ilustrar esta unidade é o matrimôniocaro tua, coniunx tua ("Seu corpo é sua esposa"). Ele acreditava que os dois elementos estavam inicialmente em perfeita harmonia, mas, depois da queda da humanidade, passaram a combater entre si de forma dramática. Afirmava também que os dois elementos são parte de duas categorias bem distintas. Enquanto o corpo é um objeto tridimensional composto de quatro elementos, a alma não tem dimensões espaciais[51] e é composta por um tipo de substância adequada para governar o corpo e que é parte da razão. Agostinho não estava preocupado, como Platão e Descartes, em explicar em detalhes a metafísica envolvida nesta união. Bastava para ele admitir que os homens eram formados por duas substâncias metafisicamente distintas, sendo a alma superior ao corpo. Esta última afirmação baseada em sua própria classificação hierárquica para todas as coisas, classificando em ordem de importância as coisas que somente existem, as que existem e vivem e, finalmente, as que existem, vivem e tem inteligência ou dispõem da razão.

Assim como outros Padres da Igreja, como Atenágoras por exemplo, Agostinho "condenou vigorosamente a prática do aborto induzido" e considerava-o um crime em qualquer estágio da gravidez, embora ele tenha aceitado a distinção entre fetos "formados" e "não formados" mencionada na tradução da Septuaginta do Êxodo 21:22-23, um trecho que, segundo ele, não classificava como assassinato o aborto de um feto "não formado", pois não se podia defender com certeza se ele já teria recebido uma alma

FONTE:

Wikipedia

Bíblia de Jerusalém

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