CONFISSÕES DE SANTO AGOSTINHO
O livro Confissões de Santo Agostinho está sendo
discutido em estudo desde 2011.
Agostinho
de Hipona (em latim: Aurelius
Augustinus Hipponensis), conhecido universalmente como Santo
Agostinho, foi um dos mais importantes teólogos e filósofos nos
primeiros séculos do cristianismo, cujas obras foram muito influentes no
desenvolvimento do cristianismo e filosofia
católica.
Ele
foi o bispo de Hipona,
uma cidade na província romana da África.
Escrevendo
na era
patrística, ele é amplamente considerado como sendo o mais importante
dos Padres
da Igreja no ocidente. Suas obras-primas são De Civitate Dei ("A
Cidade de Deus") e "Confissões",
ambas ainda muito estudadas atualmente.
De
acordo com Jerônimo,
seu contemporâneo, Agostinho "restabeleceu a antiga fé".
Em
seus primeiros anos, Agostinho foi muito influenciado pelo
maniqueísmo e,
logo depois, pelo neoplatonismo de Plotino.
Depois
de se converter ao cristianismo e aceitar o batismo
obrigatório pelo sínodo da igreja de Roma(387), desenvolveu uma abordagem
original à filosofia e teologia, acomodando uma variedade de métodos e
perspectivas de uma maneira até então desconhecida.
Acreditando
que a graça de
Cristo era indispensável para a liberdade humana, ajudou a formular
a doutrina do pecado original e
deu contribuições seminais ao desenvolvimento da doutrina da guerra justa.
Aos
dezessete, graças à generosidade de um amigo, Romano, Agostinho mudou-se
para Cartago para
estudar retórica.
Embora
tenha sido criado um cristão, passou a seguir ali o maniqueísmo,
para desespero de sua mãe. Como todos os jovens de sua época e classe social,
Agostinho adotou um estilo de vida hedonista por
um tempo, associando-se a outros jovens que se vangloriavam de suas aventuras
sexuais com mulheres e homens. Os mais velhos estimulavam os mais inexperientes
a contar ou inventar histórias sobre aventuras para que fossem aceitos.
É
deste período uma famosa oração de Agostinho, "Senhor,
conceda-me castidade e continência,
mas não ainda".
Dois
anos depois, Agostinho iniciou um romance com uma jovem cartaginesa, mas,
provavelmente para manter-se em condições de realizar o desejo de sua mãe de
casar com alguém de sua própria classe social, o casal se manteve em concubinato por
mais de treze anos, período no qual tiveram um filho, Adeodato, um
rapaz considerado extremamente inteligente por seus contemporâneos.
Em
Mediolano, sua mãe retomou a pressão para que ele se reconvertesse ao
cristianismo. Os próprios estudos de Agostinho sobre o neoplatonismo também
passaram a atraí-lo, uma direção que foi depois estimulada por seu amigo Simpliciano. Mas
foi o bispo de
Mediolano, “Ambrósio”,
quem mais influenciou Agostinho. Como ele, Ambrósio era um mestre na retórica,
mas era mais velho e mais experiente.
Em
Mediolano, Agostinho permitiu que sua mãe lhe arranjasse um casamento e foi por
conta disso que ele abandonou sua concubina.
Acredita-se que Agostinho realmente amasse sua parceira de mais de treze anos e
o rompimento foi bastante difícil para ele. Confirmando esta tese, há
evidências de que Agostinho tenha considerado seu relacionamento como
equivalente ao matrimônio,
apesar de não ser válido perante a lei.
Em
suas Confissões,
ele admitiu que a experiência da separação acabou amortecendo gradualmente sua
sensibilidade à dor.
Agostinho
teve que esperar por mais dois anos até que sua noiva atingisse a idade para
casar e logo em seguida tomou uma nova concubina. Finalmente terminou o noivado
com sua prometida (que tinha onze anos), mas não retomou o relacionamento com
nenhuma de suas antigas concubinas.
Alípio
de Tagaste foi o responsável por afastar Agostinho do casamento ao
ensinar-lhe que jamais poderia viver no amor a sabedoria se casasse. Muitos
anos depois(já na igreja de Roma), Agostinho relembrou seus dias em Cassicíaco (Cassago Brianza),
uma vila nos
arredores de Mediolano onde viveu com seus seguidores, e descreveu-os
como Christianae vitae otium – a vida cristã de ócio.
No verão de 386,
depois de ouvir a história da vida de Santo Antão do Deserto por Placiano
e seus amigos, Agostinho se converteu. Como ele próprio contou depois, a
conversão foi incitada por uma voz infantil que ele ouviu pedindo-lhe para
"tomar e ler" (em latim: tolle,
lege), o que ele entendeu ser um comando divino para abrir a Bíblia, abri-la e
ler a primeira coisa que encontrasse. Agostinho abriu na Epístola aos Romanos num trecho conhecido como "transformação
dos crentes", os capítulos 12 ao 15, no qual Paulo delineia
como o Evangelho transforma
os crentes e seu comportamento. O trecho exato, segundo ele, foi:
|
“ |
«Como de dia andemos decentemente; não em orgias
e bebedeiras, nem em devassidão e libertinagem, nem em rixas e ciúmes. Mas
vesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis satisfazer os desejos da
carne”.(Romanos 13:13-14). |
Paulo se dirigia aos Romanos e sua
epístola foi escrita na prisão pouco antes de ser executado.
Agostinho já estava profundamente
influenciado pela retorica de seus mestres mais experientes e pela pressão de
sua mãe. Era importante possuir alguém no Clero e com voto de castidade e
pobreza, não deixaria herdeiros e toda fortuna que herdasse seria repassada
para o vaticano.
Porém, Agostinho foi um dos primeiros autores cristãos latinos a
professar uma visão clara soe a antropologia teológica] ao
defender o ser humano como a união perfeita de duas substâncias, o corpo e a
alma. Em seu tratado tardio "Sobre os Cuidados com os Mortos" (420),
por exemplo, defendeu o respeito ao corpo dos mortos afirmando que ele era
parte da natureza humana. Uma das metáforas preferidas
de Agostinho para ilustrar esta unidade é o matrimônio: caro
tua, coniunx tua ("Seu corpo é sua esposa"). Ele acreditava
que os dois elementos estavam inicialmente em perfeita harmonia, mas, depois
da queda da
humanidade, passaram a combater entre si de forma dramática. Afirmava também
que os dois elementos são parte de duas categorias bem distintas. Enquanto o
corpo é um objeto tridimensional composto de quatro elementos,
a alma não tem dimensões espaciais[51] e
é composta por um tipo de substância adequada para governar o corpo e que é
parte da razão. Agostinho não estava preocupado, como Platão e Descartes,
em explicar em detalhes a metafísica envolvida
nesta união. Bastava para ele admitir que os homens eram formados por duas
substâncias metafisicamente distintas, sendo a alma superior ao corpo. Esta
última afirmação baseada em sua própria classificação hierárquica para todas as
coisas, classificando em ordem de importância as coisas que somente existem, as
que existem e vivem e, finalmente, as que existem, vivem e tem inteligência ou
dispõem da razão.
Assim como outros Padres da Igreja,
como Atenágoras por
exemplo, Agostinho "condenou vigorosamente a prática do aborto induzido" e
considerava-o um crime em qualquer estágio da gravidez, embora
ele tenha aceitado a distinção entre fetos "formados"
e "não formados" mencionada na tradução da Septuaginta do Êxodo 21:22-23, um trecho que, segundo ele, não
classificava como assassinato o aborto de um feto "não formado", pois
não se podia defender com certeza se ele já teria recebido uma alma
FONTE:
Wikipedia
Bíblia de Jerusalém
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