CORPO ESPIRITUAL
Corpo espiritual retrato
do corpo mental para definirmos, de alguma sorte, o corpo espiritual, é preciso
considerar, antes de tudo, que ele não é reflexo do corpo físico, porque, na
realidade, é o corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, o corpo
espiritual, retrata em si o corpo mental que lhe preside a formação. Do ponto
de vista da constituição e função em que se caracteriza na esfera imediata ao
trabalho do homem, após a morte, é o corpo espiritual o veículo físico por
excelência, com sua estrutura eletromagnética, algo modificado no que tange aos
fenômenos genésicos e nutritivos, de acordo, porém, com as aquisições da mente
que o maneja. Todas as alterações que apresenta, depois do estágio berço ao túmulo,
verificam-se na base da conduta espiritual da criatura que se despede do
arcabouço terrestre para continuar a jornada evolutiva nos domínios da
experiência. Claro está, portanto, que é ele santuário vivo em que a
consciência imortal prossegue em manifestação incessante, além do sepulcro,
formação sutil, urdida em recursos dinâmicos, extremamente porosa e plástica,
em cuja tessitura as células, noutra faixa vibratória, à face do sistema de
permuta visceralmente renovado, se distribuem mais ou menos à feição das
partículas colóides, com a respectiva carga elétrica, comportando-se no espaço
segundo a sua vivência. O corpo mental, assinalado experimentalmente por
diversos estudiosos, é o envoltório sutil da mente e que, por agora, não
podemos definir com mais amplitude de conceituação, além daquela em que tem
sido apresentado pelos pesquisadores encarnados, e isto por falta de
terminologia adequada no dicionário terrestre. (Nota do Autor espiritual)
Francisco Cândido Xavier - Evolução em Dois Mundos - pelo Espírito André Luiz
19 sua condição específica e apresentando estados morfológicos conforme o campo
mental a que se ajusta. Centros vitais estudado no plano em que nos
encontramos, na posição de criaturas desencarnadas, o corpo espiritual ou
psicossoma é, assim, o veículo físico, relativamente definido pela ciência
humana, com os centros vitais que essa mesma ciência, por enquanto, não pode
perquirir e reconhecer. Nele possuímos todo o equipamento de recursos
automáticos que governam os bilhões de entidades microscópicas a serviço da
Inteligência, nos círculos de ação em que nos demoramos, recursos esses
adquiridos vagarosamente pelo ser, em milênios e milênios de esforço e
recapitulação, nos múltiplos setores da evolução anímica. É assim que, regendo
a atividade funcional dos órgãos relacionados pela fisiologia terrena, nele
identificamos o centro coronário, instalado na região central do cérebro, sede
da mente, centro que assimila os estímulos do Plano Superior e orienta a forma,
o movimento, a estabilidade, o metabolismo orgânico e a vida consciencial da
alma encarnada ou desencarnada, nas cintas de aprendizado que lhe corresponde
no abrigo planetário. O centro coronário supervisiona, ainda, os outros centros
vitais que lhe obedecem ao impulso, procedente do Espírito, assim como as peças
secundinas de uma usina respondem ao comando da peça motor de que se serve o
tirocínio do homem para concatená-las e dirigi-las. Desses centros secundários,
entrelaçados no psicossoma e, consequentemente, no corpo físico, por redes
plexiformes, destacamos o centro cerebral contíguo ao coronário, com influência
decisiva sobre os demais, governando o córtice encefálico na sustentação dos
sentidos, marcando a atividade das glândulas Francisco Cândido Xavier -
Evolução em Dois Mundos - pelo Espírito André Luiz 20 endocrínicas e
administrando o sistema nervoso, em toda a sua organização, coordenação,
atividade e mecanismo, desde os neurônios sensitivos até as células efetoras; o
centro laríngeo, controlando notadamente a respiração e a fonação; o centro
cardíaco, dirigindo a emotividade e a circulação das forças de base; o centro
esplênico, determinando todas as atividades em que se exprime o sistema
hemático, dentro das variações de meio e volume sanguíneo; o centro gástrico,
responsabilizando-se pela digestão e absorção dos alimentos densos ou menos
densos que, de qualquer modo, representam concentrados fluídicos penetrando-nos
a organização, e o centro genésico, guiando a modelagem de novas formas entre
os homens ou o estabelecimento de estímulos criadores, com vistas ao trabalho,
à associação e à realização entre as almas. Centro coronário Temos
particularmente no centro coronário o ponto de interação entre as forças
determinantes do espírito e as forças fisiopsicossomático organizadas. Dele
parte, desse modo, a corrente de energia vitalizante formada de estímulos espirituais
com ação difusível sobre a matéria mental que o envolve, transmitindo aos
demais centros da alma os reflexos vivos de nossos sentimentos, ideias e ações,
tanto quanto esses mesmos centros, interdependentes entre si, imprimem
semelhantes reflexos nos órgãos e demais implementos de nossa constituição
particular, plasmando em nós próprios os efeitos agradáveis ou desagradáveis de
nossa influência e conduta. A mente elabora as criações que lhe fluem da
vontade, apropriando-se dos elementos que a circundam, e o centro coronário
incumbe-se automaticamente de fixar a natureza da responsabilidade que lhes
diga respeito, marcando no próprio ser as consequências felizes ou infelizes de
sua movimentação consciencial no campo do destino. Estrutura mental das células
É importante considerar, todavia, que nós, os desencarnados, na esfera que nos
é própria, estudamos, presentemente, a estrutura mental das células, de modo a
iniciarmo-nos em aprendizado superior, com mais amplitude de conhecimento,
acerca dos fluídos que nos integram o clima de manifestação, todos eles de
origem mental e todos entretecidos na essência da matéria primária, ou Hausto
Corpuscular de Deus, de que se compõe a base do Universo Infinito. Centros
vitais e células São os centros vitais fulcros energéticos que, sob a direção
automática da alma, imprimem às células a especialização extrema, pela qual o
homem possui no corpo denso, e detemos todos no corpo espiritual em recursos
equivalentes, as células que produzem fosfato e carbonato de cálcio para a
construção dos ossos, as que se distendem para a recobertura do intestino, as
que desempenham complexas funções químicas no fígado, as que se transformam em
filtros do sangue na intimidade dos rins e outras tantas que se ocupam do
fabrico de substâncias indispensáveis à conservação e defesa da vida nas
glândulas, nos tecidos e nos órgãos que nos constituem o cosmo vivo de
manifestação. Essas células que obedecem às ordens do Espírito,
diferenciando-se e adaptando-se às condições por ele criadas, procedem do
elemento primitivo, comum, de que todos provimos em laboriosa marcha no decurso
dos milênios, desde o seio tépido do oceano, quando as formações protoplásmicas
nos lastrearam as manifestações primeiras. Francisco Cândido Xavier - Evolução
em Dois Mundos - pelo Espírito André Luiz 22 Tanto quanto a célula individual,
a personalizar-se na ameba, ser unicelular que reclama ambiente próprio e
nutrição adequada para crescer e reproduzir-se, garantindo a sobrevivência da
espécie no oceano em que respira, os bilhões de células que nos servem ao
veículo de expressão, agora domesticadas, na sua quase totalidade em funções
exclusivas, necessitam de substâncias especiais, água, oxigênio e canais de
exoneração excretória para se multiplicarem no trabalho específico que nosso
espírito lhes traça, encontrando, porém, esse clima, que lhes é indispensável,
na estrutura aquosa de nossa constituição fisiopsicossomática, a expressar-se
nos líquidos extracelulares, formados pelo líquido intersticial e pelo plasma sanguíneo.
Exteriorização dos centros vitais Observando o corpo espiritual ou psicossoma,
desse modo em nossa rápida síntese, como veículo eletromagnético, qual o
próprio corpo físico vulgar, reconheceremos facilmente que, como acontece na
exteriorização da sensibilidade dos encarnados, operada pelos magnetizadores
comuns, os centros vitais a que nos referimos são também exteriorizáveis,
quando a criatura se encontre no campo da encarnação, fenômeno esse a que
atendem habitualmente os médicos e enfermeiros desencarnados, durante o sono
vulgar, no auxílio a doentes físicos de todas as latitudes da Terra, plasmando
renovações e transformações no comportamento celular, mediante intervenções no
corpo espiritual, segundo a lei do merecimento, recursos esses que se popularizarão
na medicina terrestre do grande futuro. Corpo espiritual depois da morte Em
suma, o psicossoma é ainda corpo de duração variável, segundo o equilíbrio
emotivo e o avanço cultural daqueles que o governam, além do carro fisiológico,
apresentando algumas transformações fundamentais, depois da morte carnal,
principalmente Francisco Cândido Xavier - Evolução em Dois Mundos - pelo
Espírito André Luiz 23 no centro gástrico, pela diferenciação dos alimentos de
que se provê, e no centro genésico, quando há sublimação do amor, na comunhão
das almas que se reúnem no matrimônio divino das próprias forças, gerando novas
fórmulas de aperfeiçoamento e progresso para o reino do Espírito. Esse corpo
que evolve e se aprimora nas experiências de ação e reação, no plano terrestre
e nas regiões espirituais que lhe são fronteiriças, é suscetível de sofrer
alterações múltiplas, com alicerces na adinamia proveniente da nossa queda
mental no remorso, ou na hiperdinamia imposta pelos delírios da imaginação, a
se responsabilizarem por disfunções inúmeras da alma, nascidas do estado de
hipo e hipertensão no movimento circulatório das forças que lhe mantém o
organismo sutil, e pode também desgastar-se, na esfera imediata à esfera
física, para nela se refazer, através do renascimento, segundo o molde mental
preexistente, ou ainda restringir-se a fim de se reconstituir de novo, no vaso
uterino, para a recapitulação dos ensinamentos e experiências de que se mostre
necessitado, de acordo com as falhas da consciência perante a Lei. Outros
aspectos do psicossoma examinaremos quando as circunstâncias nos induzam a apreciar-lhe
o comportamento nas regiões espirituais vizinhas da Terra, dentro das
sociedades afins, em que as almas se reúnem conforme os ideais e as tarefas
nobres que abraçam, ou segundo as culpas dilacerantes ou tendências inferiores
em que se sintonizam, geralmente preparando novos eventos, alusivos às
necessidades e problemas que lhes são peculiares nos domínios da reencarnação
imprescindível.
Corpo espiritual é
como nomeava Paulo ao que sustenta nosso edifício biológico.
Posteriormente no
século XVIII Kardec ao codificar a Doutrina Espírita lhe deu o nome de
períspirito porque envolve a alma, centelha divina da criação, e possui o campo
mental.
Já havíamos estudado
e postado o artigo a respeito do períspirito e vamos postar novamente, em
complemento desse artigo.
FONTES:
Evolução em dois
mundos Francisco C. Xavier
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