Por questões de
estudo sentimos a necessidade de dividir o grupo em dois segmentos. O primeiro
que acompanha ipsis litteris o estuo do evangelho e o segundo que avança em
questões mais profundas profundas.
Fizemos postagens
da “queda dos anjos” ou simplesmente “queda”; trazemos agora o resultado do
estudo avançado que além de Kardec estuda Pietro Ubaldi
O QUE TRATA A
TEORIA DA QUEDA DE PIETRO UBALDI?
Na verdade, a chamada teoria da
queda não é uma ideia nova que surgiu no mundo. É uma ideia antiga. Se nós
formos pesquisá-la ao longo da historia vamos encontrar pensadores em todas as
épocas em todas as culturas, não só no ocidente, mas no oriente também que lançaram
esta ideia. E esta ideia está nas raízes da tradição judaica e cristã, sendo
uma ideia fenomenal, estupenda, que vale a pena nos debruçarmos e tentar e
compreende-la porque nos dias de hoje não há como entendermos Deus, compreender
o universo, não entendermos a nós mesmo, não conseguirmos conjecturar sobre
nossos destinos, as nossas origens sem esse conhecimento. Então é importante
nos dias de hoje para quem quiser penetrar no conhecimento de Deus, da criação,
valendo a pena estar atentos ao conhecimento da queda. Muitos se assustam
quando ouvem pela primeira vez a queda do espírito, sobretudo o Espírita que
está enraizado em certos fundamentos que dizem que o Espírito não retrograda, e
a queda logo sucinta um retrocesso, mas o que se espera é paciência a esse tipo
de pessoas, porque essa ideia não pode ser de forma alguma ignorada. Há muitas
formas que nós podemos abordar a queda; de entendermos o que é isso; podemos
abordar por diversos ângulos e talvez fosse interessante nesse instante
relatarmos cada um de nós como que chegamos nisso; porque chegamos nisso e
quais as impressões que tivemos ao ouvirmos pela primeira vez esse assunto.
Porque não tem muito como não aceitar a ideia da queda. Hoje quem ouve falar
pela primeira vez na teoria da queda a primeira impressão seria a de rejeitar. 
Mas em 1982 Gilson Freire foi
para a Argentina estudar homeopatia, abandonando de vez a alopatia convencional
e ao se debruçar sobre o conhecimento homeopático, suas origens, seus
conceitos, se deparou com uma informação crucial dentro da homeopatia, de que o
homem teria resquícios no seu inconsciente profundo de uma falência espiritual
que produzia sintomas no ser humano dos quais o de que o ser humano tenta se
defender (isto foi estudado por Samuel Hahnemann o fundador da homeopatia), que chamou
esses resquicios dessa queda, dessa falencia espiritual de “psora”, uma palavra
grega que quer dizer mancha e ele se perguntava por que todo ser humano trazia
essa mancha na sua alma, sua psora e essa psora se traduzia num trauma espiritual
de uma origem profunda do Espirito como se o Espirito estivesse sofrendo por
ter se apartado da unidade divina; e na verdade ele sofre, de nostalgia, e uma
serie de sentimentos, de segurança, de medos, de carencias, de sentimentos de
desproteção, culpa, como se ele tivesse participado realmente de uma evasão do
reino divino e perdido a pérfeição a qual almeja alcançar hoje, na sua caminhada
evolutiva de regresso(retorno) ao lar. 
E isso é incompativel com
o conhecimento Espírita que rejeita essas ideias estudadas por Hahnnemann e por
um autor argentino que era contundente em apresenta-las, demonstra-las nas
experimentações homeopaticas e ficou um cruel desafio em rejeitar ou aceitar
essas ideias que pareciam  até um produto
experimental. Mas Ubaldi falou na queda e a queda explica. 
E tudo se encaixava no que
os Espíritos homeopaticos demonstravam, o homem, como um ser falido. 
E por todas as religiões
cristãs ou não, pela filosofia, as respostas são as mesmas indicadas pelo
caminho da homeopatia; não é novidade o que Ubaldi traz, só que ele traz
revestida de uma roupagem moderna.
Leon Denis em  “o problema do ser do destino e da dor” no cap.2  fala: 
- No Espiritismo nunca é
demais dizer que não há dogmas; não mais misterios e cada um dos seus
principios pode e deve ser discutido, julgado e submetido ao exame da razão.
Allan Kardec pôs-nos sempre de sobreaviso contra o dogmatismo e o espirito de
seita. 
Recomenda-nos se cessar em
suas obras que não deixemos cristalizar o espiritismo; não mais dogmas, não
mais misterios. Abramos o entendimento a todos os sopros do Espirito. Bebamos
em todas as fontes do passado e do presente. Digamos que em todas as doutrinas
há parcelas da verdade. Nenhuma porém a encerra completamente, porque a verdade
em toda sua plenitude é mais vasta do que o Espirito humano.
No Livro dos Espíritos ou
no evangelho, quando estudamos, nos pegavamos sempre numa mensagem de Sto.
Agostinho que faz uma divulgação dos varios mundos “há muitas moradas na casa
do meu Pai” e ele nos classifica como Espírito exilado(ESE cap III item 15-“ A Terra apresenta-se, assim, como um dos tipos de mundos expiatórios,
nos quais as variedades são infinitas, mas que têm como característica comum
servir de local de exílio aos Espíritos rebeldes à lei de Deus. Neles, os
exilados precisam lutar, ao mesmo tempo, contra a perversidade dos homens e a
inclemência da Natureza”). Trabalho duplamente penoso, que desenvolve ao mesmo tempo as qualidades
do coração e as da inteligência. É assim que Deus, em Sua bondade, transforma o
castigo em proveito e evolução para o Espírito., Espiritos expulsos de um lugar feliz no qual nós
não nos adequamos.
E a ideia da queda entrou
na nossa vida como uma parente extremamente poderosa, e de dar medo, e se
questionar e de olhar pra você e dizer puxa vida, quantas coisas você ainda vai
ter que trabalhar honestamente com você mesmo porque agora você enxerga que
esse Pai não te abandonou e em segundo lugar a situação em que você se encontra
que é em função do seu QI, da sua escolha, porque nós escolhemos chegar aqui. E
tudo isso nos remete a um estudo mais aprofundado.
E fala-se muito em reforma
intima, e qual a mportancia da queda para o processo de reforma intima?
A queda está
completa nas palavras de Jesus. Você está estacionado, mas acredita sempre que está evoluindo,
aprendendo e quando a gente se depara com a queda percebe-se que precisa retornar a esse reino
exilado. Não basta o conhecimento apenas, mas a utilidade pratica desse
conhecimento.
Mas o que é a
teoria da queda?
Em Deus e o
Universo (11ª obra) Ubaldi nos diz que a criação divina original se deu fora do nosso universo. E o nosso universo como nós
sabemos está mergulhado nas dimensões do espaço, tempo e matéria e este não é o
reino originário de Deus, porque Deus está além do espaço e do tempo, no
Absoluto, mas muito para lá desse universo que conhecemos. Deus não se
sujeita ao ritmo dos transformismos evolutivos. 
Enfim Ubaldi nos
propõe que a criação de Deus tenha se dado fora do tempo, além do espaço, em
outro domínio, em outra região além do nosso universo.
É o campo divino
onde Deus se expressa em plenitude e onde ele poderia criar retirando de sua própria substancia (por
isso somos feitos a imagem e semelhança de Deus); Ubaldi nos diz que a
criação se deu nesse domínio muito além do nosso universo. A criação original
teria se dado aí e Deus
teria criado Espíritos feitos de sua própria substancia, portanto, entidades
conscientes de si próprias, “ a velha imagem e semelhança” criadas como deuses
também, mas a criação estaria subordinada a seus fundamentos (incriados).  O amor e a liberdade. Todos os seres criados
fora do tempo; uma criação que existe e fora do tempo parte dos espíritos escolheram viver sob o domínio
do amor e parte dos espíritos negaram essa vivencia do amor porque havia a
liberdade de se negar. Então parte desses espíritos que seria uma parte do
infinito porque a criação teria sido infinita e outra parte teria se retirado
dessa realidade do absoluto e formaram o nosso universo o universo do espaço e
do tempo, da matéria, da energia. Então a base do nosso universo seria uma criação
secundaria; não seria a criação originaria de Deus e isso é muito impactante para
todos nós, a base de formação de nosso universo teria sido uma espécie de
motim, de revolta, simbolizada e rotulada como “queda dos anjos”, “desobediência
de adão e Eva” e várias outras simbologias dos mitos.
Mas a origem
desse processo foi uma intenção de expansão; os eu sou menor, filhos do eu
maior tiveram a intenção de se transformar em eu sou os maiores. E essa
intenção abalou os fundamentos da criação e parte dos espíritos sofreram um
processo de contração dimensional que nós chamamos de queda (palavra nem muito
próprio porque queda é a caída de um lugar mais alto para um lugar mais baixo);
mas não é, pois foi uma
contração dimensional e toda essa contração foi a criação da matéria com todos
os seus atributos e o estabelecimento de um universo que nasce em oposição ao
universo original divino, universo que nasce do caos, da desordem, onde impera
o atrito e os seres começam vivendo intensamente o egoísmo, gerando um mundo de
atritos de violências de barbáries, que representam os mundos primitivos do
qual viemos; viemos desse regime que não pode ser divino.(e daí recomeçamos a
evolução para o retorno simples e ignorantes).
Isso é uma ideia
extraordinária que vai dizer que vivemos em uma realidade anômala que não é
universo originário de Deus, não é a casa paterna e que nós estaríamos exilados
nesse plano originado por livre arbítrio.
E começamos simplesmente “simples e ignorantes”.
E vai dizer eu
não me lembro disso, eu não tenho
registro disso; mas é claro que tem e estão no nosso inconsciente profundo, e
isso não vem a nossa memória superficial para nossa defesa, mas esta nos nossos
arquétipos.
Lembramos que a parábola do filho prodigo é a
nossa historia; não tem o que tirar dela; nós saímos de um local que era
tudo bem que até o filho prodigo quando estava comendo a lavagem dos porcos
lembrava que na casa do Pai até o servo comia melhor que ele; e ele toma uma
decisão e volta para casa do Pai e a meio do caminho esse filho encontra o Pai.
E o que chama atenção é que o filho diz: Pai pequei contra ti e contra os céus
e não sou digno de entrar em sua morada, mas dizei uma palavra; e ele diz esse
filho estava morto. Emmanuel nos diz que estamos a meio do caminho e esse meio
é quando mesmo na penumbra conseguimos enxergar a imagem do Pai.
Todos os textos de Emmanuel e André Luiz falam em “retorno,
redenção” e você só retorna de onde saiu; ressurreição
gloriosa, vida eterna...
A Questão 1009
Livro dos Espíritos último parágrafo da mensagem de Lamennais: “pobres ovelhas desgarradas,
aprendei a ver, aproxima-se de vós o bom Pastor, que longe de vos banir para
todo o sempre da sua presença, vem pessoalmente ao vosso encontro, para vos
reconduzir ao aprisco (“Pobres
ovelhas desgarradas, aprendei a ver aproximar-se de vós o bom Pastor, que,
longe de vos banir para todo o sempre de sua presença, vem pessoalmente ao
vosso encontro, para vos reconduzir ao aprisco. Filhos pródigos, deixai o vosso voluntário exílio;
encaminhai vossos passos para a morada paterna. O Pai vos estende os braços e
está sempre pronto a festejar o vosso regresso ao seio da família.
”) 
Isso não está tratando do exílio de capela
de La para Ca e de volta, nada disso. 
Exílio “voluntario”
daquilo que Ubaldi chama de sistema.
Sistema
planetário nada mais é do que uma repetição em escala menor de um grande
fenômeno maior que esta na origem do nosso universo.
Começamos a nos
lembrar de diversas informações que chegam do conhecimento humano e começamos a
entender que esta ideia é fenomenal, que arrebanha o criacionismo o
evolucionismo e se acomoda nas descobertas da ciência moderna que fala que nosso universo veio de
outra realidade; vem de um produto de condensação de forças que se precipitaram
para explodir e formar o nosso universo. E se conjugando, essas ideias
vão se costurando e nós vamos resgatando a tradição judaica, o velho
testamento, a gênese mosaica, o evangelho de Jesus a cosmologia moderna e
juntamos criacionismo com espiritismo, evolucionismo e todas as escolas
espiritualistas evolucionistas, agora se completam com a ideia criacionista
sendo uma síntese estupenda para o conhecimento humano porque juntamos todas as
culturas, ideias, ocidente com oriente, catolicismo com espiritismo; é o que
nos falta para compreendermos a nós mesmos entendermos o nosso universo, porque
que ele existe: “e a que que ele se destina”?
que nós estamos
voltando pra casa, pra nossa condição de origem que é a condição divina que
fomos criados e podemos entender que vivemos numa condição anômala e que nosso
universo é uma doença no seio da eternidade e será curada pela evolução e
colocaremos Deus no seu devido lugar, pois Deus não criou a imperfeição do
universo para fazê-lo evoluir e voltar a perfeição; Deus não teria criado o
mal, a dor, para nos submeter a elas para evoluir simplesmente como regime de
criação; não seria propicio a um ser infinitamente amoroso e sábio.
E isso está
explicado com riqueza de detalhes nas obras de Ubaldi. 
Vale lembrar que
Ubaldi submeteu a teoria da queda a biologia, a filosofia, a física, as
religiões, e no sistema Ubaldi coloca a teoria da queda para desconstruir e não
consegue, apenas afirmá-la cada vez mais. 
Veio a revelação
judaica, a revelação cristã, a revelação espírita e as outras revelações
espalhadas pelo mundo e quando se pega a queda ela faz uma síntese de tudo isso
sem descartar a cultura humana.
E COMO CONCILIAR AS QUESTÕES DO LIVRO DOS ESPÍRITOS 114 E 115 QUE
DIZ QUE O ESPÍRITO FOI CRIADO SIMPLES E IGNORANTE?
Questão que todo
espírita suscita e compreendemos de uma forma diferente. Entendemos hoje que o espírito se tornou
simples e ignorante em decorrência de sua contração; ele contraiu-se ao
se inserir no átomo, na matéria; ele sofreu uma contração da consciência e exatamente
por isso que ele almeja a dilatação da sua consciência e a evolução é um
processo de dilatação da consciência porque ela foi contraída; Deus não faria
isso conosco.
Quando o Espírito reencarna não perde o patrimônio e da
mesma forma quando contraiu nada perdeu.
A questão 621 do Livro dos Espíritos parece contrariar ou
contradizer essa tão famosa afirmativa,
Kardec pergunta:
onde está escrita a Lei de Deus? E os Espíritos respondem: na consciência e
Kardec insiste: visto que o homem traz na sua consciência a Lei de Deus, que
necessidade havia de lhe ser ela revelada?
 E os Espíritos respondem: Ele a esquecera e a
desprezara. Quis então Deus lhe fosse lembrada. 
(“621. Onde está escrita a lei de Deus? 
“Na consciência. ” 
a) — Visto que o homem traz em sua
consciência a lei de Deus, que necessidade havia de ela revelada a ele? 
“O homem a esqueceu e a desprezou. Então, Deus quis que
lhe fosse lembrada. ”)
Ora se nós
sabíamos e conhecíamos a Lei de Deus nós não éramos...  E nós não estamos aprendendo a Lei de Deus pela primeira vez;
nós estamos é relembrando, como disse Platão aprender é recordar. Essa questão
se opõe a criação do espírito simples e ignorante, porque a Lei de Deus é o
conhecimento de tudo o que existe. Com desprezo esquecemos e agora temos
que lembrar de novo com esforço, porque a Lei não nos inibe de sofrer pela criança. O ignorante
sofre assim como o cego cai num buraco.
No capitulo III item 21 da gênese Kardec trata da destruição dos
animais; ele nega que isso seja divino aguardando até que
possamos compreender melhor; se não compreendermos não podemos enfrentar esse
regime de vida.
Preste atenção no
processo evolutivo; são bilhões
de anos no reino animal e o que você aprende no reino animal? A matar, a se
defender, a roubar, a usar da astucia, a criar venenos e em bilhões de anos
você assimila aquilo tudo na sua bagagem de conhecimento. Segundo André Luiz
são 15 milhões de séculos; e depois vem a lei e diz, agora não, agora faça
diferente, agora não pode, ame teu próximo, não bata mais nele, dê a outra
face; soa estranho; não tire a vida, dê a sua vida.
Deus não
entenderia o custo benefício?
É uma pergunta
que parece herética ao primeiro momento, assusta, mas é crucial porque seria
anti didático. Você é
treinado nesse regime animalesco e vira homem tem que negar isso tudo de um dia
para o outro; é cruel e tem gente que diz Deus nos ensinou a roubar e a matar.
Nos registros dos
exilados de Capela tem
registros de Emmanuel que diz que eles vieram e trouxeram más influencia para
nós. Trouxeram espíritos para intelectualizar o mundo primitivo, mas que
vieram também com inclinações que perverteram a mente dos homens que eram simples e ignorantes;
então trouxeram com sua intelectualidade uma perversão da inocência aos vícios.
Então como pensar da justiça divina que coloca um adulto para conviver com uma
criança e esse adulto já com maus hábitos embora vá educando positivamente
alimentando o intelecto, perverte os valores morais; e essa criança que culpa
ela tem? Se nós entendermos pelo espiritismo que essa união no campo material
não se da por acaso como é que podemos justificar esses povos que vem de um
orbe como podemos explicar isso?
Podemos comparar
a um Pai que tem muitos filhos e que para que esses filhos possam evoluir eles
são trancafiados num quarto de uma escola primaria, jardim da infância com a
ordem de comer uns aos outros para que possam conquistar as relações amorosas,
mas que uns comam os outros ate que aprendam;
Um absurdo um
processo didático dessa natureza justiça ficaria comprometida.
É uma ideia que
refuta a queda que no
espiritismo o espírito não retrograda, não degenera e muitos refutam a ideia da
queda por isso, achando que esse processo involutivo não pode acontecer
exatamente por isso.
A gente falou
acima de um exílio planetário de um degredo onde espírito sai, por exemplo, de um planeta de provas e
expiações e cai num planeta primitivo; então ele da um retorno, um passo atrás
para aprender de acordo com a sua consciência para depois dar um passo a frente
e, além disso, há a questão da ovoidização. O espírito entra num
monoideísmo uma ideia de vingança, de ódio e sofre um retrocesso.
Só que esses
retrocessos são em corpos espirituais; por exemplo, ele pega o perispirito dele
e nossa matriz humana termina no processo de ovoidização. Mas o espírito não
perde o patrimônio conquistado, tanto no degredo planetário, como na
ovoidização, ou na queda do sistema para o antissistema, na queda original não
se perdeu os valores essenciais, a herança não é perdida; e vamos chegar a mostrar que todo nosso
patrimônio está intacto na profundeza do inconsciente, nas potencialidades
ocultas que ficaram ocultas devido a essa negação. Estamos falando muito do
espiritismo.  Nosso foco não é esse de
ficar trazendo ou debatendo essas contraposições, pois temos o amor o respeito
a essa doutrina que permitiu nossa transformação; nossa posição sempre foi a de
questionar, dialogar, somar até o esgotamento para o esclarecimento total.
A gente preza a
liberdade de consciência que Kardec nos ensinou. Então não estamos ofendendo
ninguém porque nossa posição nunca foi essa.
Essa é a posição
do antagonista de que compreendamos que uma das características da queda é a
posição de luta e guerra constante onde a gente se faz antagonista e
confrontador, característica do nosso universo; a nossa postura é aquela de
Kardec com o critico no
livro “o que é o espiritismo”.
É a posição de
Kardec com o critico onde ele
dialoga, busca esgotar a fundo o assunto a ser criticado, para ver se essa
critica tem fundamento ou não.
O espiritismo já
dissemos, não dogmatiza; não é uma seita nem uma ortodoxia é uma filosofia viva
patente a todos os espíritos livres e que progride por evolução. Não faz
imposições de ordem alguma; propõe e o que propõe apoia-se em fatos de
experiência e provas morais; não exclui nenhuma de outras crenças, mas se eleva
acima delas e abraça-as numa formula mais fácil, numa expressão mais elevada e
extensa da verdade; trecho do cap. 2 do livro “o problema do ser do destino e
da dor.
É por isso que
Kardec no capitulo 1 item 55 da Gênese, dá um conselho muito interessante
quando diz que o
espiritismo assimilará sempre todas as doutrinas progressivas em qualquer hora
que seja desde que haja assumido o estado de verdade pratica e abandonado o
domínio da utopia.
E a obra de
Ubaldi abandonou o estado de utopia. A queda foi um retrocesso e é incompatível
com o que Kardec nos ensinou valendo ponderar que nós observamos que o
retrocesso é uma defesa que ocorre por beneplácito divino. Um espírito rebelde
dedicado a maldade ele é inibido nas suas reencarnações posteriores, nascendo
cerceado com a sua liberdade; ele reencarna como alguém incapacitado, provido
de capacidades físicas e mentais (podemos chamar de touca cirúrgica) para que
ele não prossiga na sua trajetória de exercícios de maldade, então o retrocesso
é uma defesa que a lei proporciona ao ser para que ele não continue a sua
escalada de rebeldias e maldades e isso é evidente que se passa conosco;
qualquer espírito que abusa no exercício do mal ele é cerceado é limitado
sofrendo uma contenção que nós podemos chamar de retrocesso embora ele não
tenha perdido nada do que ele conquistou. É exatamente isso que aconteceu
conosco nas quedas planetárias, na primeira grande queda e nós observamos ao
ler o Livro dos Espíritos que quando Kardec propõe aos espíritos essa questão
do retrocesso, observa-se nitidamente que Kardec e os espíritos estavam se
referindo exatamente a “metempsicose”, uma velha doutrina apregoada pelos
egípcios e outras culturas em que a alma humana poderia desencarnar e em
seguida reencarnar como animal ou mesmo como um inseto e isso do ponto de vista
da evolução é um absurdo não havendo porque acreditar na metempsicose (ainda
existe na Índia hábitos de não cortar certas plantas ou não matar alguns animais
pois estaríamos matando um ser humano – coisa absurda. Tertuliano ao sentar à
mesa via aquele leitão assado na mesa e antes de comer comentava será que não
vou comer um antepassado que mataram e assaram? Absurdos típicos do atraso
intelectual); e nesse aspecto não há um retrocesso não há retrocesso; a alma
humana desencarna e continua humana, vai reencarnar no reino humano é a lógica
e o retrocesso existe em situações em que a alma adota caminhos inadequados
quando se atira a revoltas, maldades, ao exercício infrene do desamor da
crueldade como os famosos dragões do mundo espiritual; esses espíritos precisam
ser cerceados em sua liberdade e vão provocar um retrocesso evolutivo e vão
reencarnar com limitações serias, vão renascer como imbecis, como aleijados,
indivíduos privados de uma série de condições (microcefalias??? Down autismo etc.)
que antes eles tinham, um retrocesso necessário.
Em relação à vida
aqui no Brasil ou na África são filhos do mesmo Pai soberanamente bom e justo,
porém diante de condições extremamente diferentes provocando situações de muito
constrangimento pelo próprio determinismo causado pela lei de causa e efeito
tão estudada pelos espíritos e as informações que temos do plano espiritual é
que esses irmãos que nascem
na África negra hoje são os mesmos irmãos arianos, nossos alemães da segunda
guerra mundial que hoje repercutem em seu perispirito toda dificuldade,
tudo aquilo de mal que foi causado aos povos do planeta na guerra e que hoje
reencarnam dentro de um planeta de provas e expiações como é natural, porém em
uma condição bem mais difícil que tinham (por isso essa fuga tresloucada para asilo na Europa-saíram
de lá e querem voltar). É o caso do ovoide que muitos falam que é uma
regressão da forma; mas a forma obedece aos impulsos do espírito; a forma não é
isolada do espírito e se houve um retrocesso da forma é porque foi induzida
pelo espírito. Essa questão tem que ser tratada de uma forma diferente, não
podendo ser interpretada ao pé da letra; espírito não retrocede e ponto; você pode pegar o pau,
pode pintar e bordar, pode soltar a bomba atômica e destruir milhares de
pessoas, você não vai retroceder jamais, não vai perder nada do que você
conquistou; isso é um absurdo! Esse retrocesso não serve para negar a
tese da queda, em absoluto, a
queda não pressupõe perdas, supõe o nosso acesso ao potencial que fomos criados.
Seria injusto um espírito que intenta contra si mesmo, ele não sofrer a ideia
de dar um passo atrás para aprender a caminhar para a frente. Ele não retrograda de reinos.
Qualquer vidente que vê um ovoide é uma coisa triste; é uma degeneração da
forma que é impactante demais para as pessoas que estão entrando em contato
pela primeira vez com essas ideias. É preciso tranquilizar o coração porque por
trás dessa dolorosa realidade há um amor muito grande. Um amor de Deus por nós
muito grande. Se nós temos em vista essa triste realidade da ovoidização do
espírito qual não foi o impulso de revolta e de negação para impulsionar o
espírito ao átomo quando (questão 540 do LE-“ É assim que tudo serve, tudo se encaixa na natureza, desde o átomo
primitivo até o arcanjo que começou pelo átomo; admirável lei de harmonia da
qual Espírito limitado de vocês ainda não pode entender o conjunto.”);
como foi grande a obstinação do espírito em apartar-se da criação original e
desejar e utilizar o seu patrimônio a sua herança como disse o filho prodigo;
me dá aqui a minha parte da herança que eu quero ir  para reinos distantes e esses reinos
distantes é o reino da matéria e já  falamos
muito sobre isso a significação da arvore do bem e do mal no centro do paraíso;
no centro de toda a criação Deus falou você pode tudo mas meu conselho pra você
é que da arvore do bem e do mal não prove, dessa arvore não coma; isso é
anteposição dos desejos do filho aos desígnios do Pai, ou seja, a minha
vontade  me dê minha parte na herança que
eu quero fazer o meu universo do meu jeito; e ele tem essa liberdade; do dia em
que delas comeres morrerás; essa arvore do bem e do mal nos lançou no idealismo
que nós vivemos que é nos apartarmos dos desígnios de Deus, da vontade da
herança do pai que é a perfeita harmonia do sistema? Porque o símbolo da
criação no judaísmo é uma arvore, um organismo? E porque nós temos a sensação
de que estamos isolados do todo sendo que nada vive isoladamente. No nosso
organismo se fizermos um mergulho, quantos trilhões de células de átomos, é um
universo um infinito pra baixo, pra dentro e pra fora da mesma maneira, então
Ubaldi tem a Lei das unidades coletivas, mostrando que tudo esta interconectado
no nosso universo e, no entanto pra ver como ele é exótico, nós temos a
sensação de que estamos separados uns dos outros, num universo as avessas do
universo divino, uma ilusão persistente e que precisa ser bem conversada pra se
perceber que todo nosso ponto de vista é o dos seres quedados, pois atribuímos
valores a essa teoria já partindo do ponto de vista invertido de quem esta em
queda e com isso nós cometemos muitos erros, por exemplo, um deles, é a questão
da justiça de Deus: nós somos criados a imagem e semelhança, mas optamos, por
orgulho, egoísmo e vaidade, pelo simples e ignorantes para que nós mereçamos
através da evolução o patrimônio que nós vamos receber. Raciocínio de quem
percebe a pequenez quando o outro só vai ganhar se tiver um mérito, se fizer
alguma coisa. Será que Deus se comporta assim conosco? Ou será que Deus dá a
gratuidade “exigindo” somente a reciprocidade, não para ele, porque seria
interessante perceber que no processo de queda o filho voltasse com o egoísmo, somente
para si mesmo, ele devolver amor para o Pai não é importante para o Pai é
importante para ele ratificar que o amor do qual ele era feito era validado,
era importante. Se negar a observar isso já foi uma grande derrota para o
espírito e dai se originou todo o afastamento que nós vamos perceber ao longo
desse estudo.
Essa ideia de
receber patrimônio através da evolução era um absurdo hoje, mas naquela época
importante para quem escreveu. As ideias são progressistas. O mérito do
desenvolvimento para o espírito é importante no processo evolutivo, mas se
olhar num contexto mais abrangente fica incompleto.
Se o espírito foi criado perfeito porque ele veio errar e passar
por todo esse processo evolutivo?
Se fomos criados
perfeitos como deuses e perfeitos porque a possibilidade da queda? A
possibilidade da queda estava inserida no contexto de liberdade. Os seres não
foram criados como autômatos, Deus não queria a criação de espíritos autômatos
que aceitassem a sua obra por uma imposição. Havia necessidade de uma livre
adesão e nessa possibilidade de livre adesão é que se insere a queda porque se
isso não fosse possível o ser não seria livre e uma vez que ele foi criado com
liberdade de escolha, ele poderia escolher, mas ele também não poderia saber
das consequências da sua escolha porque senão sua escolha não seria livre. Aí
está inserida a possibilidade da queda como atributo da perfeição. O sistema de
Ubaldi era tão perfeito que permitia uma má escolha do ser, porque o ser tinha
essa liberdade, mas o sistema de correção já estava inserido na própria
natureza do ser. Aqueles que escolheram mal, optaram por experimentar do fruto
do bem e do mal, vivenciar o ego, o egoísmo intenso e a negação do amor.
Aqueles que como todos nós vivemos nesse universo fizemos essa opção estávamos
fadados a correção que é evolução e vamos retornar ao mesmo ponto; diz Ubaldi
que a criação divina original não estava terminada até que o ser respondesse
sim; enquanto ele não respondesse sim a criação não estava terminada (seriam
incriados). Para aqueles que responderam sim a criação deles terminou eles se
inserem no sistema que Deus propõe vive como Deus inserido no universo divino.
E é uma coisa que acontece que nós não sabemos como é para quem ficou.
A perfeição do
sistema está na possibilidade do erro e o erro como uma consequência direta da
liberdade; somos criados sob regime da liberdade nós tínhamos essa autonomia;
Deus nos deu essa liberdade; esse é o critério da perfeição e como nós negamos
vamos passar por um desmoronamento e uma reconstrução e vamos retornar a Deus
no ponto em que estávamos, e dai a necessidade do processo evolutivo, passando
pelo mal, pela dor, por outros reinos.
Nós vamos voltar
no mesmo instante em que Deus perguntar e aí meu filho? Você aceita o meu
convite. E depois que a gente passar por todo esse processo que representa
bilhões de anos e que aos olhos de Deus é um átimo da eternidade.
Alguns
eventualmente conseguem fazer grandes evoluções num período de tempo muito
curto. Nós podemos rejeitar a teoria da queda, por achar ser inconcebível com a
teoria espírita, mas o grande norteador dessa teoria é o evangelho então não
temos a menor duvida de que ela coincide com o evangelho, resgata a essência do
evangelho, resgata a missão do cristo em ter nós, explica os diálogos do cristo
que veio não pra julgar o mundo, mas para salvar o mundo, salvar o que estava
perdido, mostrando o caminho d salvação; ninguém sobe aos céus sem que de lá
tenha descido, sejais um com o Pai como eu sou um com o Pai, sejais perfeitos
como perfeito é nosso Pai. A essência do evangelho é a queda, se nós negarmos a
queda, vamos negar o evangelho. O que surpreende em Ubaldi é resgatar a
essência do evangelho sem negar o evolucionismo, sem negar a reencarnação e
todas as Teses espíritas. Ubaldi junta catolicismo e espiritismo e todas as
doutrinas que acompanham essas grandes ideias
Quer um exemplo da tal queda
vulgarmente chamada de anjos decaídos?
Jesus, ciente da nossa pobreza
moral, procurando traduzir a nossa condição espiritual, contou-nos uma parábola
(Lucas, 15:11 a 32-“disse ainda: um homem tinha dois filhos. O mais jovem disse
ao pai: dá-me a parte da herança que me cabe. E o pai dividiu os bens entre
eles. Poucos dias depois ajuntando os seus haveres, o filho mais jovem partiu
para uma região longínqua e ali dissipou sua herança numa vida devassa. E
gastou tudo.), que nos remetia a um reino distante onde um Pai Amoroso e bom,
vê partir um filho amado, imaturo e impulsivo, para uma terra longínqua, onde,
vivendo dissolutamente, dissipa todos os bens que havia herdado. Padecendo
extremas necessidades, chega a desejar o alimento dos porcos. Caindo em si,
após tanto sofrer, levanta-se e resolve voltar à morada paterna. Ainda quando
estava longe viu seu Pai, que o recebe com alegria e íntima compaixão. O filho
diz: "Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser
chamado teu filho" e o Pai misericordioso e magnânimo entre tantas
palavras amorosas e doces ressalta: "Este meu filho estava morto e reviveu;
tinha-se perdido e foi achado".
A parábola do Filho Pródigo é a nossa
própria história em sua faceta de involução ou
queda, e de ascensão ou evolução com o retorno a casa do Pai após sua queda
moral. Sobreveio aquela região uma grande fome e ele começou a passar privações.
Foi então empregar-se com um dos homens daquela região, que o mandou para seu
campo cuidar dos porcos. Ele queria matar a fome com as bolotas que os porcos comiam,
mas ninguém lhas dava e caindo em si disse: quantos empregados de meu pai tem
pão com fartura e eu aqui morrendo de fome! Vou-me embora procurar meu pai e dizer-lhe:
pai pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado seu filho.
Trata-me como um dos teus empregados. Partiu então e foi ao encontro do seu
pai. Ele estava ainda longe quando seu pai o viu, encheu-se de compaixão,
correu e lançou lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos o filho então disse: pai pequei
contra o céu e contra ti, já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai
disse aos servos: ide depressa, trazei a melhor túnica e revesti-o, ponham um
anel nos dedos e sandálias nos pês. Trazei o novilho cevado e matai-o; comamos
e festejemos, pois, esse meu filho estava morto e tornou a viver, estava
perdido e foi encontrado! E começaram a festejar.
Seu
filho mais velho estava no campo. Quando voltava, já perto de casa, ouviu músicas
e danças chamando um servo perguntou-lhe o que estava acontecendo. Este lhe
disse: é teu irmão que voltou e teu pai matou o novilho cevado (bem nutrido,
engordado), porque o recuperou com saúde. Então ele ficou com muita raiva e não
queria entrar. Seu pai saiu para suplicar-lhe. Ele, porém, respondeu a seu pai:
há tantos anos que te sirvo e jamais transgredi um só de teus mandamentos e
nunca me destes um cabrito para festejar com meus amigos. Contudo, veio esse
teu filho, que devorou teus bens com prostitutas e para ele matas o novilho cevado!
Mas o pai lhe disse: filho tu estas sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Mas
era preciso que festejássemos e nos alegrássemos, pois, esse teu irmão estava
morto e tornou a viver, ele estava perdido e foi reencontrado”.)
Esse
é nosso momento; comemos muito a comida dos porcos e agora estamos tentando nos
levantar voltando a casa paterna.
FONTE:
Pietro
Ubaldi
Bíblia
de Jerusalém
Colaboração
Sonia Leal  
 
