quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

SENSAÇÕES ALÉM TÚMULO

 

SENSAÇÕES ALÉM TÚMULO -Emmanuel

 

Não divides que a morte do corpo denso reintegrar-te-á no patrimônio de emoções que amealhaste a benefício ou em desfavor de ti mesmo. Agora que te confias à multiplicidade de ideias e sonhos, anseios e impressões, no campo da própria alma, a dividir-se através dos sentidos que te compõem o mundo sensorial, és qual fonte de vida a espraiar-se no solo da experiência; entretanto, amanhã, serás a síntese de ti próprio, na justa aferição dos valores que a Providência te conferiu.

Se o Bem te preside a jornada, decerto, sob o Amparo da Lei, receberás do Senhor novos mandatos de serviço em consonância com os teus ideais, porque no culto do dever retamente cumprido, todas as criaturas ascendem verticalmente a novos quadros evolutivos. Mas, se encarceras o espírito nos enganos da sombra, não esperes que a ausência da teia física se te faça, mais tarde, equilíbrio e libertação, de vez que a Lei, ciosa de seus princípios, guardar-te-á nos resultados da tuas próprias ações, compelindo-te a restaurar os fios do destino, associando-se aos propósitos do Pai Excelso.

É por isso que as sensações além-túmulo representam o retrato positivo das imagens que criamos no laboratório da existência física, determinando, segundo a lição do Mestre, que o fruto de nossos desejos esteja à nossa espera, onde guardarmos o coração. Não te esqueças de que a alegria do Céu e os tormentos do inferno começam, invariavelmente, em nós próprios, plasmando em derredor de nós mesmos o flagelo das paixões destruidoras que houvermos abraçado no convívio deliberado da sombra, ou no Brilho do Bem, a que tivemos empenhados as nossas melhores forças, no sacrifício incessante pela Vitória da Luz

 

O corpo é o instrumento da dor. Se não é a causa primária, é a causa imediata.

A alma tem a percepção da dor que é o efeito.

A lembrança que a alma conserva da dor pode ser penosa, mas não pode ter ação física.

na questão 257 do L.E.

Ensaio Teórico da sensação dos Espíritos.

A dor tem como instrumento o corpo, mas a percepção da dor ocorre na alma. Como comparação podemos pensar naqueles a quem se amputou um membro e costumam sentir dor no membro que lhes falta.

Vale lembrar um caso de Ernesto Bozano

 “Estando de visita a Véretz (Indreet-Loire), viu um moço maneta (braço direito), chamado Sicos, passar diante de casa. Alguns dias depois encontrou com a sua mãe, que me relatou o acidente de seu filho, cujo braço fora esmagado por uma engrenagem.

 “O que de mais estranho há – disse ela – é que meu filho sente a presença de seu braço que falta, cujos dedos, afirma, pode mover à vontade.”

Ernesto disse então: “Diga a seu filho que ele estenda seu braço faltante sobre a chama de uma vela, de modo que a chama o percorra desde o ombro até a ponta dos dedos e talvez ele venha a sentir a queimadura.”

Dois dias depois ouviu o moço chamar-lhe na rua para dizer o seguinte: “Ah!, o senhor me pregou uma boa peça e me fez queimar os dedos.”

 Então explicou que estendera o braço ausente sobre a chama da vela, fazendo com que ela o percorresse até a ponta dos dedos, e que somente neles havia sentido a queimadura, ao passo que no braço nada experimentara.

 Ainda disse que podia torcer o braço ausente à vontade, mas não completamente e só em ângulo reto.         

Foi então à sua casa, vendou-lhe os olhos e, agindo sobre o seu braço, ora percorrendo-o com a chama de uma vela, ora passando sobre ele a mão, ficou convencido de que me havia dito a verdade. Sabia que a medicina já observara casos semelhantes, mas os atribuía a uma causa diversa da presença do períspirito, no qual ela não acreditava...”

É que o cérebro guarda a impressão da existência do membro. Fato que ocorre no sofrimento do Espírito, após a morte.

Liberto do corpo o Espírito pode sofrer, mas um sofrimento que não é corporal.

A dor que sente não é uma dor física. É um vago sentimento íntimo que as vezes nem compreende, porque a dor não se acha localizada.

É uma reminiscência penosa – dor moral.

O períspirito é o agente das sensações exteriores. No corpo, os órgãos localizam essas sensações. Destruído o corpo, as sensações se tornam gerais.

·        Uma das propriedades do períspirito sensibilidade global

Não há como confundir, as sensações do períspirito, que se tornou independente, com as do corpo.

Liberto do corpo, o Espírito pode sofrer, mas esse sofrimento não é corporal.

A dor que sente não é uma dor física um vago sentimento íntimo, que o próprio Espírito nem sempre compreende bem.

Isso porque a dor não se acha localizada e porque não é produzida por agentes exteriores; é mais uma lembrança do que uma realidade, o que não torna a dor menos penosa.

·        Podemos lembrar-nos de Lázaro e o Rico o sofrimento moral do rico

Isso não acontece com os de períspirito mais denso, os quais percebem os sons e odores, mas não por uma parte limitada de suas individualidades, conforme quando vivo; neles as vibrações moleculares se fazem sentir em todo o ser e lhes chegam ao próprio Espírito.

Eles ouvem o som da nossa voz, entretanto nos compreendem sem o auxílio da palavra, somente pela transmissão do pensamento.

André Luiz conta casos de obsessão em que os Espíritos estão presos aos odores da bebida do fumo dos pensamentos eróticos etc...

Ao passarem de um mundo a outro, os Espíritos mudam de envoltório, como nós mudamos de roupa. Troca do corpo grosso pelo sutil.

Quando nos vêm visitar, os mais elevados se revestem do períspirito terrestre e então suas percepções se produzem como no comum dos Espíritos.

Conforme a categoria que ocupem, podem ocultar-se dos que lhes são inferiores, porém não dos que lhes são superiores.

Nos primeiros instantes que se seguem à morte, a visão do Espírito é sempre turbada e confusa. Aclara-se, à medida que ele se desprende, e pode alcançar a nitidez que tinha durante a vida terrena. E até mais por verem pela terceira visão.

Uma vez, quando livres do nosso envoltório grosseiro, podemos imaginar que não mais sofreríamos.

Mas podemos continuar a sofrer, e muito, e por longo tempo, mas também podemos deixar de sofrer, até mesmo desde o instante em que acabe a vida corporal.

Os sofrimentos deste mundo independem, algumas vezes, de nós; muito mais vezes, são devidos à nossa vontade, tais sofrimentos são efeitos de causas que nos teria sido possível evitar.

·        Os sofrimentos por que passa o Espírito são sempre a consequência da maneira como viveu na Terra.  Lázaro e o Rico

 

Sofrer resulta dos laços que ainda nos prendem à matéria; quanto mais livre estivermos de sua influência, ou, quanto mais desmaterializado nos acharmos, menos dolorosas sensações vamos experimentar.

Dominando as paixões animais; não alimentando ódio, nem inveja, nem ciúme, nem orgulho; não nos deixando dominar pelo egoísmo, nutrindo bons sentimentos; praticando o bem; não dando para as coisas deste mundo a importância que não merecem; embora revestidos do invólucro corporal, já estaremos depurados, já estaremos libertos do jugo da matéria e, quando deixarmos esse invólucro, não mais vamos sofrer sua influência.

Nenhuma recordação dolorosa virá dos sofrimentos físicos que passamos; nenhuma impressão desagradável ficará, porque apenas terão atingido o corpo e não a alma.

Hoje a dor chega mas passa e fica a lembrança apenas de que existiu, mas não nos lembramos como, apenas se foi muita ou pouco.

Os sofrimentos guardam relação com o proceder que tivemos e cujas consequências vamos experimentar; a outra vida é fonte de encantadora de ventura para os que seguiram o bom caminho.

Aos que sofrem, isso acontece porque quiseram; e, portanto, só de si mesmos devem se queixar, quer no outro mundo, ou neste.

Nós temos o conhecimento absoluto de certo-errado-bem-mal

FONTE:

O Livro dos Espíritos - Allan Kardec;

Quem tem medo da morte - Richard Simonetti 

Fenômenos de Bilocação-Ernesto Bozzano

Obsessão e suas máscaras-Dra. Marlene Nobre

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário