segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

PAI PORQUE TU ME ABANDONASTE

 

 

PAI PORQUE TU ME ABANDONASTE

Jesus durante todo o seu ensinamento, falou por parábolas, citou os profetas e principalmente salmos.

Pensar que em algum momento Jesus demonstrou fraqueza, medo, demonstrou incerteza é declarar que não conhece seu evangelho e principalmente se leu não entendeu e não estudou ficando com as interpretações que o poder temporal resolver destinar ao entregar a uma pessoa incompetente o destino de traduzir, com as adaptações e interpolações que julgaram necessárias, a ponto dessa pessoa declarar:

 "Obrigas-me fazer de uma Obra antiga uma nova… da parte de quem deve por todos ser julgado, julgar ele mesmo os outros, querer mudar a língua de um velho e conduzir à infância o mundo já envelhecido. Qual, de fato, o douto e mesmo o indouto que, desde que tiver nas mãos um exemplar, depois de o haver percorrido apenas uma vez, vendo que se acha em desacordo com o que está habituado a ler, não se ponha imediatamente a clamar que eu sou um sacrílego, um falsário, porque terei tido a audácia de acrescentar, substituir, corrigir alguma coisa nos antigos livros? (Meclamitans esse sacrílego qui aldeão liquida in verteres libres adere, multar, corrigir). Um duplo motivo me consola desta acusação. O primeiro é que vós, que sois o soberano pontífice, me ordenais que o faça; o segundo é que a verdade não poderia existir em coisas que divergem, mesmo quando tivessem elas por si a aprovação dos maus". (Obras de São Jerônimo, edição dos Beneditinos, 1693, t. It. Col. 1425).

Teria Jesus acreditado na ausência do Pai?

Há alguns anos, um grupo de jovens espíritas da Baixada Fluminense, carregavam uma dúvida sobre “as fraquezas de Jesus”. Um tema inusitado e qual deveria ser o motivo da dúvida e disseram que havia passagens nos Evangelhos que sugeriam ter Jesus fraquejado algumas vezes e, como exemplo, citaram a passagem em que Jesus, antes de desencarnar diz a frase –“Pai porque me abandonastes”.

Pesquisando o assunto, verificamos que os judeus no momento da grande aflição e, a morte é um desses momentos, costumavam apelar para O Senhor, pedindo a sua ajuda. Foi exatamente isto o que Jesus fez.  E, para se dirigir ao pai, ele se vale do salmo XXII que começa exatamente dizendo: “Pai, Pai, por que me abandonaste”. Jesus, portanto, não está lamentando o “abandono” de Deus no momento extremo, mas conversando com ele, por meio da prece. Reforça esta ideia o fato de que este salmo é um salmo messiânico típico, que trata dos sofrimentos do justo e que se adequa perfeitamente à situação de Jesus.

Diz este salmo:

Meus Deus meu Deus, Porque me abandonastes? descuidado de me salvar, apesar das palavras de meu rugir? Meu Deus eu grito de dia, e não me respondes, de noite e nunca tenho descanso(...) cercaram-me cães poderosos, um bando de malfeitores me envolve, como para retaliar, minhas mãos e meus pés. Posso contar meus ossos todos, as pessoas me olham e me veem, repartem entre si as minhas vestes e sobe a minha túnica tiram sorte(...)

“ Cães numerosos me cercam. Um bando de malfeitores me envolve,
Como para retalhar  minhas mãos e  meus pés.

Posso contar todos os meus ossos. As pessoas me olham e me vêm ;
Repartem entre si as minhas veste; e sobre a minha túnica tiram sorte. 

Se continuarmos a leitura deste salmo, veremos que ele começa com uma aparente lamentação e acaba com a exaltação. Com ele Jesus expressa a sua crença firme em Deus e revela, ao final da sua vida terrena que ele era o Messias de Israel, o Cristo de Deus.

FONTE:

CARLOS T PASTORINO

Bíblia de Jerusalém

Correio Espirita

Huberto Rodhen

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