O
SINAL DE JONAS
"Como
as multidões se aglomerassem, começou a dizer: Esta geração é geração má;
procura um sinal, mas nenhum sinal lhe dará, exceto o sinal de Jonas. Pois
assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também o Filho do homem será
um sinal para esta geração. A rainha do Sul se levantará no julgamento, com os
homens desta geração, e os condenará; porque veio dos confins da terra para
ouvir a sabedoria de Salomão; mas aqui está algo mais do que Salomão. Os
habitantes de Nínive se levantarão no julgamento juntamente com esta geração, e
a condenarão; porque se converteram pela pregação de Jonas e aqui está algo
mais que Jonas." (Lucas, XI, 29-32.)
"Os
fariseus e os saduceus vieram até ele e pediram-lhe, para pô-lo a prova, que
lhes mostrasse um sinal vindo do céu. Mas Jesus lhes respondeu: ” ao entardecer
dizeis: vai fazer bom tempo, porque o céu está avermelhado, e de manhã: o
aspecto do céu Sabeis interpretar, mas os sinais dos tempos, não sois capazes. Geração
má e adúltera! Reclama um sinal; e de sinal não lhe será dado, senão o sinal de
Jonas. E deixando-os foi-se embora." (Mateus, XVI, 1-4.)
"Saíram
os fariseus e começaram a discutir com ele, para pô-lo a prova pediram-lhe um
sinal vindo do Céu. Suspirando profundamente em seu espírito ele disse: Porque
esta geração procura um sinal? Em verdade vos digo que a esta geração nenhum
sinal será dado. E deixando-os, embarcou de novo e foi para a outra
margem" (Marcos, VIII, 11-13.)
*
*
"Eles
lhe perguntaram: o que devemos lazer para praticar as obras de Deus?
Respondeu-lhes Jesus: a obra de Deus é esta, que creiais naquele que Ele
enviou. Perguntaram-lhe, pois: que milagres operas tu para que o vejamos e te
creiamos? Que fazes tu? Nossos pais comeram o maná do deserto, como está escrito:
deu-lhe a comer o pão do céu. Replicou-lhes Jesus: em verdade, em verdade vos
digo, não foi Moisés quem vos deu o pão do Céu, mas meu Pai é quem vos dá o
verdadeiro pão do Céu; porque o pão de Deus é o que desce do Céu e dá vida ao
mundo. Disseram-lhe então: Senhor, dá-nos sempre desse pão. Declarou-lhes
Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim de modo nenhum terá fome; e o que
crê em mim nunca, jamais, terá sede. Mas eu vos disse que vós me tendes visto e
não credes. Tudo o que meu Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim, de modo
nenhum o lançarei fora; porque eu desci do Céu, não para fazer a minha vontade,
mas a vontade daquele que me enviou. A vontade daquele que me enviou é esta:
que eu nada perca de tudo o que Ele me tem dado, mas que eu o ressuscite no
último dia. Porque esta é a vontade de meu Pai, que todo o que vê o Filho do
Homem e nele crê, tenha a vida eterna, e eu o ressuscite no último dia.
"Os
judeus, pois, murmuravam dele porque dissera: Eu sou o pão que desci do Céu, e
perguntaram: Este não é Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos?
Como, pois, diz agora: desci do Céu? Respondeu-lhes Jesus: não murmureis entre
vós. Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o
ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: e serão todas ensinados
por Deus; todo aquele que do Pai tem ouvido e aprendido, vem a mim. Não que
alguém tenha visto o Pai. Em verdade, em verdade vos digo: quem crê, tem a vida
eterna. Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram.
Este é o pão que desce do Céu, para que o homem coma dele e não morra. Eu sou o
pão vivo que desci do Céu; se alguém comer deste pão viverá eternamente; e o
pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne. Disputavam, pois, os judeus
entre si, dizendo: Como pode este homem dar-nos a comer sua carne?
Respondeu-lhes Jesus: em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne
do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue não tendes a vida em vós. Quem
come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei
no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue
verdadeiro bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim
e eu nele. Assim como o meu Pai que vive, me enviou, eu também vivo pelo meu
Pai; assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim. Este é o pão que
desceu do Céu; não é como o pão de vossos pais, que comeram e morreram; quem
come este pão, viverá eternamente. Esta coisa disse ele quando ensinava na sinagoga
de Cafarnaum. Muitos dos seus discípulos ouvindo isto, disseram: duro é este
discurso, quem o pode ouvir? Mas Jesus, sabendo por si mesmo que seus
discípulos murmuravam das suas palavras, disse-lhes isto vos escandaliza? Que
seria se vós vísseis, o Filho do Homem subir aonde estava antes. O espírito é o
que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito
são espírito e vida." (João, VI, 29-63.)
A
estória de Jonas acha-se contida no Antigo Testamento, no livro deste profeta,
constante de quatro pequenos capítulos. Resumamo-la:
Depois
da morte de Elizeu, os dons proféticos explodiram em Jonas, e foi ele enviado
pelo Espírito chefe de Israel a Nínive, onde o povo vivia em grande dissolução,
a fim de fazer que aquela gente se arrependesse e mudasse sua norma de
proceder, caso contrário ele mandaria um anjo para destruir a cidade.
Nínive,
capital do Império da Assíria, vivia, de fato, mergulhada, como se observa hoje
em nosso país, na impiedade e na idolatria.
Jonas
tinha conhecimento de tudo e desejava mesmo, segundo se depreende do seu livro,
ver Nínive arrasada.
O
profeta não se conformou, primeiramente, com as ordens que recebera do Alto;
muito aborrecido da missão de que fora revestido, saiu de sua cidade para
Tarshih, comprou passagem e embarcou.
Em
alto-mar fez-se um grande vento e caiu uma tempestade. Todos atribuíam aquele
fenômeno a uma ação superior que tinha por motivo algum dos tripulantes ou
passageiros, do barco. Lançaram sortes para ver quem era causador daquele mal e
a sorte indicou Jonas. Este, arrependido de haver contrariado as ordens que
receberas disse que desejava ser lançado ao mar. A ordem foi executada e a
tempestade cessou, como por encanto. E Jonas foi engolido por um peixe grande.
Três dias depois Jonas era atirado às praias de Nínive.
Não
se sabe como, mas o profeta dizia que viera no ventre de um grande peixe; quem
sabe algum bote o levou à praia?
Jonas
rende, então, uma sentida ação de graças pelo seu salvamento, faz uma prece
muito tocante, e, novamente, ouve a voz que lhe ordena entrar em Nínive, que da
praia ainda distava três dias de viagem. Novamente Jonas quer recusar
obediência a Voz que lhe fala, mas a Voz é imperiosa e afinal o profeta cede,
percorrendo as ruas e batendo em todas as portas clamando: "Arrependei-vos
e fazei penitência porque daqui a 40 dias Nínive será arrasada; cada um deixe
os seus maus caminhos; quem sabe se o Senhor não nos perdoará ainda e não nos
salvará da morte?"
O
povo, como era costume daquele tempo, cobriu-se de cinza, cingiu-se de cilícios
e retrocedeu do caminho mau em que ia. Até o rei estremeceu, fez penitência e
lançou um édito para que o povo deixasse os maus caminhos.
De
fato, em vista da nova atitude dos ninivitas, nada aconteceu.
Jonas,
que havia apregoado o arrasamento da cidade, julgando ter sido vítima de um
espírito mentiroso, ficou irritado e, saiu da cidade e ficou sob uma arvore
pequena e cuidou dia até crescer usando sua sombra para proteção e clamava
pedindo a morte. Nesse ínterim, um bicho ataca-a e ela morre imediatamente!
A
situação melancólica de Jonas se agrava porque aquela arvore era a sua joia,
digamos mais, o produto de seus dons mediúnicos de materialização. Jonas
irrita-se, blasfema, e a voz lhe responde: "Farás bem em te apaixonares
por causa da arvore que trataste e na qual trabalhaste, mas não a fizeste
crescer, e que nasceu numa noite, e numa noite pereceu?" "E eu não
havia de ter compaixão de Nínive, na qual se acham mais de cento e vinte mil
homens que não sabem discernir entre a sua mão esquerda e a mão direita, e
ainda onde há muitos animais? Todos meus filhos (Jonas, IV, 9-11.)
Feita
esta exposição, digam: qual é o sinal de Jonas?
Haverá
alguém que afirme lembrar ou representar ele algum dogma ou sacramento do
Romanismo ou do Protestantismo?
Não
está peremptoriamente esclarecido ser a Pregação da Fé, para mudança de vida,
para regeneração, o abandono da idolatria e dos pagodes que embriagam os
sentidos e afastam os homens dos seus deveres religiosos?
Não
representará, também, o sinal de Jonas o mesmo sinal que Jesus deu de Vida
Eterna, de Ressurreição, aparecendo depois de sua morte corporal e prosseguindo
em sua missão de ensinar, como Jonas após três dias de naufrágio apareceu aos
ninivitas para levar-lhes a salvação? Estude-se bem e procure-se tirar uma
conclusão do que Jesus afirmou: "A esta geração adúltera não se dará outro
sinal senão o do profeta Jonas."
Quanto
aos demais versículos que precedem à pregação de Jonas, citados por Lucas vamos
ver:
Referindo-se
à rainha do Sul, que outra não era senão a Rainha de Sabá, pois foi esta que
saiu dos confins da Terra para ouvir a sabedoria de Salomão, Jesus deu a
entender que o Espírito dessa mulher voltaria a encarnar-se no mundo por
ocasião do julgamento daquela geração que lhe pedia sinais, e, juntamente com
os espíritos dos ninivitas, condenaria tal geração.
Realizar-se-ia
já está profecia? Quem seria essa mulher? Quais seriam os ninivitas? Mas, não
vale entrar nessas indagações, pois que nos compete realçar o Espírito do
Cristianismo.
O
inegável é que os condenados não podem deixar de ser outros, senão os que,
pelas suas ideias e norma de proceder, não estão de acordo com os ensinamentos
de Jesus, os que substituíram a glória de Deus pela glória dos homens, os que
amam mais a criatura do que o Criador, os que puseram outro fundamento na
religião, excluindo dela Jesus Cristo.
Lendo-se
com atenção e analisando-se oração por oração o capítulo VI, de João,
versículos 29 a 64, fica-se inteirado do pensamento íntimo do Mestre, cuja
ideia mater. É a "Ressurreição e a Vida Eterna", princípio, base e
fim da sua inigualável Doutrina, sendo os meios de alcançar esse objetivo, a
crença em Jesus e a obediência aos seus preceitos.
-
No versículo 39, lê-se: "A vontade daquele que me enviou é esta: que eu
não perca nada do que ele me deu, mas o RESSUSCITE no último dia. No versículo
40, diz: "Sim esta é a vontade de meu Pai, quem vê o Filho nele crê, tem a
vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia."
No
versículo 44, diz: "ninguém pode vir a mim, se o pai que me enviou, não o
atrair; e eu o ressuscitarei no último dia."
No
versículo 47, repete: "em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê,
tem a vida eterna."
No
versículo 54: "quem come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida
eterna, e eu o ressuscitarei no último dia." no versículo 58: " este
é o pão, que desceu do céu; ele não é como o quer os pais comeram e pereceram
quem come este pão viverá eternamente."
A
questão da Imortalidade e da Outra Vida, é base principal da Doutrina de Jesus.
Os seus discípulos haviam de ter absoluta certeza da Imortalidade, porque o
Mestre, como aliás aconteceu, não deixaria de dar-lhes todas as provas de que
eles necessitassem para que tivessem uma fé científica comprovada pelos fatos,
de que a Imortalidade, a Vida Eterna não era um dogma que ele impunha, mas sim
um testemunho de que a sua Doutrina era de Deus, era o Pão que havia de dar às
almas o alimento da crença na Vida Eterna, na Imortalidade. Bastava que cressem
na sua palavra e o seguissem para observarem todos os fenômenos, todos os fatos
que se desdobravam com a sua presença, fatos transcendentais, metapsíquicos,
independentes de fatores físicos e que poderiam ter explicação com a aceitação
da "Teoria da Vida Eterna", da "Teoria da Imortalidade",
lógica e claramente proclamada por Ele em todos os seus discursos, em todas as
suas manifestações espirituais, e cimentada ainda com uma vida de abnegação e
sacrifícios, para que a sua Palavra de Vida Eterna não perecesse sob os dogmas
farisaicos que ensombravam a religião.
As
suas aparições depois da morte, constatadas por todos os Evangelistas, são
letras vivas, solenes reproduções desses versículos 39, 40, 44, 47, 54, 58, que
transcrevemos e não podem ter outra interpretação além da que expomos com a
maior clareza e concisão.
Essas
figuras de que Jesus usou, como por exemplo: "quem come a minha carne e
bebe o meu sangue tem a Vida Eterna; porque a minha carne é verdadeira comida e
o meu sangue verdadeira bebida", não podem ser tomadas à letra. E isto, o
próprio Jesus disse a seus discípulos que acharam duro o discurso impossível de
compreender: "Isto vos escandaliza? E quando virdes o Filho do Homem subir
aonde estava antes? O espírito é que vivifica, a carne para nada serve; as
palavras que vos disse são espírito e vida. (JO VI 62-63.).
Quem
não vê nessas palavras do filho de deus, a Doutrina pela qual Ele derramou seu
próprio sangue! Quem não vê que essa carne e esse sangue não são mais do que
símbolos do Verbo de Deus, que se fez carne e habitou entre nós! Quem não vê
que o Corpo, representado por carne e sangue, de que Jesus falou, constitui o
Corpo, o conjunto da sua Doutrina, dos seus ensinos, finalmente - o
Cristianismo!
Então
o Cristianismo não é o Corpo do Cristo? O
Cristo
não é o Espírito do Cristianismo?
E
o Verbo não é a Palavra de Deus que o Espírito de Cristo assimilou e, para que
fosse compreendida na Terra, constituiu um Corpo de Doutrina, verdadeira,
imaculada, inatacável pela sua pureza e pela verdade que encerra?
Responda
quem for capaz, mas responda com fatos, com critério, com lógica, com a razão,
com o bom senso.
O
que quer dizer aquela expressão do Mestre: "O espírito é que vivifica; as
palavras que eu vos tenho dito são Espírito e Vida"?
E
consentâneo com a razão fazer dessas palavras de Jesus preceitos dogmáticos e
fórmulas sacramentais, desvirtuando o pensamento do Senhor e materializando, ao
mesmo tempo, "o que é Espírito", a ponto de transformá-lo numa obreia
de trigo, como fazem os padres romanos, ou num pedaço de pão como fazem os pastores
protestantes?
E
que regras gramaticais usam esses exegetas para assim analisar o Evangelho,
submetendo-o a injunções arbitrárias, estreitando-o à sua teologia infantil!
Uma
coisa é ver o Evangelho na sua pureza "pagã", outra é observá-lo com
as "águas lustrais dos batismos sacerdotais"!
O
Evangelho não precisa ser "sacramentado" para viver no coração da
Humanidade; por si só ele se impõe, independente de influências científicas e
doutorais. Se os "filólogos" quisessem prestar-lhe um serviço, ele
aceitaria antes o obséquio de serem obedecidos os seus ditames de Imortalidade
e Vida Eterna, os seus parágrafos de caridade, humildade, benevolência,
tolerância e amor ao próximo, porque fora desses preceitos não há salvação.
Outra
expressão digna de nota nas referidas sentenças de Jesus, é a que o Mestre
repete com singular insistência: "EU O RESSUSCITAREI NO ÚLTIMO DIA."
Essa
promessa feita em todos esses versículos, a todos os que nele crerem, deve ter
uma significação formal de realização categórica.
O
estudante do Evangelho não pode pôr à margem essas palavras, que representam a
realização de um fato que tem como primícia a necessidade da crença nas
palavras de quem as pronunciou.
O
último dia da vida terrena é o dia da morte, logo a ressurreição no último dia
não pode deixar de significar o reaparecimento daquele que morreu e sua
consequente posse da Vida Eterna.
O
texto da Vulgata diz claramente EGO RESUSCITABO E UM IN NOVISSIMO DIE, do verbo
resuscitare, que quer dizer - fazer voltar à vida, tornar a aparecer,
restabelecer, fazer reviver.
Não
foi outro o sentido que os Evangelistas deram a essas palavras.
A
expressão RESSURREIÇÃO está intimamente ligada às APARIÇÕES de Jesus, como se
depara muito bem no (Jo, XX ;9:"pois ainda não tinham compreendido que
conforme a escritura ele deveria RESSUSCITAR dos mortos)."
A
palavra RESSURREIÇÃO não tem mesmo outra significação evangélica, que voltar à
vida, tornar a aparecer, restabelecer-se, reviver.
Indo
as santas mulheres ao sepulcro, diz (Lc, XXIV, 5, - cheias de medo inclinaram o
rosto para o chão; eles, porém, disseram: porque procurais entre os mortos
aquele que vive?
Ficaram
perplexas por não terem encontrado o corpo de Jesus e por aparecerem dois
varões com vestes resplandecentes, que lhes disseram: "Por que procurais
entre os mortos aquele que vive?
Ele
não está aqui, RESSUSCITOU - sed surrexit.
Em
Marcos, (cap. XVI, 8-11, - “elas saíram e fugiram do tumulo, pois, um temor e
um estupor se apossaram delas. E nada contaram a ninguém, pois tinham medo. Ora
tendo ressuscitado na madrugada do primeiro dia da semana, ele apareceu
primeiro a Maria de Magdala, de quem havia expulsado sete demônios. Ela foi
anuncia-los aqueles que haviam estado em companhia deles e que estavam aflitos
e choravam. Eles ouvindo que ele estava vivo e que fora visto por elas não
creram”) diz-se: "Surgens autem mané, prima sabbati, aparuit primó Mariae
Magdalenae, de qua ejecerat septem daemonia." -
O
trecho de Mateus não é menos categórico e claro. É assim que diz o Evangelista
no (cap. XXVIII,5: , mas "O anjo dirigindo-se às mulheres disse-lhes: Não
temais sei que estais procurando Jesus, o crucificado; Ele não está aqui; Pois
RESSUSCITOU, como disse; vinde e vede o lugar onde jazia. Ide depressa dizer
aos seus discípulos que Ele RESSUSCITOU como havia dito. Vide ver o lugar onde jazia)
”."
-
"Et citó euntes, dicite discipulis, ejus quia surrexit et ecce proecedit
vos in Galilaeam, ibi eum videbitis, ecce praedixi vobis."
(Paulo
na I Epistola aos Coríntios, capítulo XV,) é bem explícito sobre a ressurreição
de Cristo e a RESSURREIÇÃO DOS MORTOS, e diz claramente, para quem tiver olhos
de ver; que o Evangelho por ele anunciado, Evangelho da salvação que ele
recebeu e anunciou, é justamente este: "Que Cristo morreu por nossos pecados
segundo as Escrituras.
Apareceu
a Cefas e depois aos doze; em seguida apareceu a mais de quinhentos irmãos de
uma vez, a maioria dos quais ainda vive, enquanto alguns já adormeceram;
posteriormente apareceu a Tiago, e depois a todos os apóstolos; em último lugar
apareceu também a mim como a um abortivo.
Depois
diz ele: "ora se proclama que Cristo ressuscitou dos mortos, como pode
alguns dentre vós dizer que não há ressurreição dos mortos? Se não há
ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou, e se Cristo não
ressuscitou vazia também é a vossa fé.
Tão
importante julga Paulo a ressurreição dos mortos, a aparição dos mortos, que
chega a dizer que não se crendo nela, é vã a pregação e a fé; não tem efeito,
não tem valor nenhum a fé, nem a pregação.
E
em todo o resto desse capítulo o Apóstolo não faz outra coisa senão demonstrar
a veracidade da RESSURREIÇÃO, ou seja, da APARIÇÃO DOS MORTOS, explicando até
com que CORPOS eles aparecem, ressuscitam e vivem.
Diz
que o homem não traz só a imagem do corpo terreno, mas também a imagem do corpo
celestial (versículos 48-49); e é com este que aparece, que ressuscita, que
revive (“Tal foi o homem terrestre, tais são também os terrestres. Tal foi o
homem celeste tais serão os celestes. E assim como traremos a imagem do homem
terrestre, assim também traremos a imagem do homem celeste,
Conclui-se,
de tudo isso, que o sinal de Jonas é a pregação do Evangelho no espírito que
vivifica, e não na letra que mata. Conclui-se mais, que a Ressurreição, a
Aparição, ou antes, as Aparições de Jesus, também são sinal de Jonas. Pois,
assim como Jonas apareceu em Nínive depois do naufrágio, Jesus também apareceu
aos discípulos e a muita gente, depois da morte.
Conclui-se
ainda mais que crer em Jesus não é só proferir a palavra - creio. É
acompanhá-lo, segui-lo no seu Evangelho, estudar e meditar os seus ensinos.
Paulo
seguia a Jesus em espírito, pois no seu tempo Jesus já se havia passado para a
Vida Eterna. Entretanto, não há quem conteste que a Doutrina de Paulo é a
inspiração de Jesus, que não abandonava a Paulo, porque Paulo o seguia. E tão
firme estava o Apóstolo da luz na sua fé de que Jesus o assistia, que afirmava
peremptoriamente: "Já não sou mais eu quem vive, mas Jesus que vive em mim
e faz todas as obras."
Conclui-se,
finalmente, que o Espiritismo é o Espírito do Cristianismo, Espírito esse
encarregado por Jesus para vivificar a sua Doutrina, dar-lhe ampla expansão,
explicá-la e até trazer-lhe o complemento indispensável, de acordo com o
progresso dos povos, segundo disse o próprio Jesus:
-
"Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele
vos dará outro Paracleto (Consolador, Advogado, Defensor), a fim de que esteja
para sempre convosco, o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber
porque não o vê nem o conhece (são os espíritos que se comunicaram através das
médiuns que trabalharam com Kardec); vós o conheceis, porque ele habita
convosco e estará em vós. (João, XIV, 15-17-“ se me amais observareis meus
mandamentos e rogarei ao pai e ele vos dará outro paraclito para que convosco
permaneça para sempre o espirito da verdade que o mundo não pode acolher porque
não o vê nem o conhece vós o conheceis porque permanece convosco”). Notem bem a
expressão "habita convosco e estará em vós"' - quiad apud vos
manebit, et in vobs erit.
O
Espiritismo não é, como pensam alguns, uma coleção de livros que ornamentam as
bibliotecas e circulam pelo mundo. Muito mais do que isso, é o Ideal grandioso
que paira sobre nós como um corpo flutuante dos Sagrados Ensinos, sustentados
pelos mais poderosos sábios e santos Espíritos de Deus.
Fica,
pois, prevalecendo o Sinal de Jonas, como o único fenômeno capaz de converter a
Humanidade e estabelecer no mundo a Paz e a Fraternidade.
FONTE:
Carlos
T. Pastorino
Bíblia
de Jerusalém
Huberto
Rodhen
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