quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

A CASA NA ROCHA

 

A CASA NA ROCHA

 “Também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha igreja”. (Mateus, XVI, 16: 18.)

 

Jesus conta a história de dois homens, um prudente e outro. Ambos construíram suas casas, porém, cada um deles edificou de uma forma. Um deles construiu os alicerces de sua casa sobre uma rocha, enquanto o outro construiu na areia. Jesus evidencia a diferença das duas construções, comparando-as com o tipo de crença de cada indivíduo. Existem aqueles que ouvem e praticam a sua palavra e os que fazem o contrário porque ouvem como se nada tivesse ocorrido.

Jesus compara a crença com um edifício. Crença é a ação de acreditar naquilo que convencionamos adotar como verdade; bem diferente de fé. Algumas são verdadeiras; outras não.  A boa crença é semelhante ao sólido edifício construído sobre a rocha; a má crença é como um edifício de má construção, levantado sobre a areia movediça.

A boa crença nasce do estudo, do livre-exame, da observação; portanto, é racional e científica, não é imposta. A má crença é passiva; aceita os dogmas, rituais e mistérios, que lhe são sugeridos, sem análise, sem questionar, como animal que anda com antolhos.

Devemos analisar o ideal que alimentamos. Ele deve ser puro, elevado, e, sobretudo ter como base fundamentos que não se alteram, pois, as leis de Deus não se modificam. Precisamos adquirir uma crença inabalável a respeito da realidade.  A convicção se adquire pelo estudo e pela investigação e cresce em nós à medida que a cultivamos.  Ou seja, a fé (exemplos, pensamentos, comportamentos, atitudes com base no Mestre) necessita de uma base, e essa base é a compreensão daquilo em que se deve crer. Para crer, não basta ver, não basta crer, é preciso compreender. 

A Doutrina Espírita oferece uma crença que se apoia na razão.  Prova o futuro por fatos evidentes; diz, em termos claros, que não nos deixa dúvidas, o que o Cristo disse por parábolas, metáforas, símbolos; explica as verdades desconhecidas ou falsamente interpretadas; revela a existência do mundo invisível, ou dos Espíritos, e inicia o homem nos mistérios da vida futura; prova a possibilidade dos Espíritos que são os mortos que já viveram de se comunicarem com os vivos; explica-nos a causa dos nossos sofrimentos neste mundo e o meio de abrandá-los;  enfim, vem estabelecer, entre os homens, o reino da caridade e da solidariedade anunciado pelo Cristo.

As palavras de Jesus são eternas, pois são a verdade que atravessam milênios. Através da observância dos Seus ensinos recebemos a fortaleza moral que precisamos para nos proteger das dificuldades da vida.  Com o espírito fortificado pelo conhecimento que possuímos das leis divinas, vamos triunfar diante dos sofrimentos terrenos e edificar nossas vidas em bases sólidas, que não poderão ser abaladas pelas ilusões da terra. Mas, não basta estudar ou ouvir os ensinos de Jesus, é preciso colocá-los em prática (exercitar a fé). 

Além do estudo contínuo do Evangelho, podemos fortalecer nosso espírito pela prece, pela leitura de bons livros, pela frequência a centros de cultura espiritual e pela prática da caridade.  A prece fortifica, principalmente se feita como um ato diário; forma-se, então, em nosso ambiente uma pequenina corrente espiritual, da qual receberemos benéficos fluidos, que fortificam nosso corpo e nossa alma.  A leitura dos bons livros fortalece a alma, pois assimilando os altos pensamentos dos bons escritores, nosso espírito se revigora e se aparelha para resistir aos embates da vida. Visitando doentes, idosos, levando-lhes nosso carinho e nossa palavra amiga de estímulo e de conforto, também adquirimos forças espirituais. Aliás, tudo isso são meios muito bons de fortificar nossa alma, ou seja, são formas para edificar nossa casa sobre a rocha, para que a chuva, os rios e os ventos não a derrubem.

 

Tradição é ato de transmissão oral ou escrita de costumes, lendas ou fatos levados de geração a geração através dos tempos. Quanto mais antigos, mais notáveis e fora do comum eles se tomam. Uma vez atingida essa dimensão, transformam-se em crenças inquestionáveis. As criaturas assimilam conceitos simplesmente porque outras, que elas julgam importantes e entendidas, lhes disseram que são verdadeiros. As crenças de toda espécie começaram geralmente através das histórias e dos costumes criados por alguém. Com o passar dos séculos, tomaram-se regras éticas. Crença é a ação de acreditar naquilo que convencionamos adotar como verdade. Evidentemente, algumas são verdadeiras; outras não.

 

Há, pois, duas crenças: a crença verdadeira e a falsa crença.

A boa crença nasce do estudo, do livre-exame, da observação; é a crença ativa, racional, científica.

A má crença é passiva, tradicional, hereditária; aceita os dogmas que lhe são sugeridos, sem consciência, sem análise, sem convicção.

A crença verdadeira representa o edifício construído sobre a rocha; a falsa, é a edificada sobre a areia.

Alegoria magnífica.

 

Fontes:

- O Evangelho Segundo o Espiritismo.

- O Livro dos espíritos.

- Parábolas e Ensinos de Jesus. Cairbar Schutel.

- O Evangelho dos Humildes.

- Nas pegadas do Mestre. Vinicius.

- Depois da morte.  León Denis.

- O Consolador. Chico Xavier.

- Cristianismo e Espiritismo.

-Bíblia de Jerusalém

-Francisco do Espírito Santo Neto).

- Parábolas e Ensinos de Jesus. Os dois fundamentos. Cairbar Schutel)

-Programa Verdade e Vida na Rede Bandeirantes.

 

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