JERONIMO o
tradudor da Bíblia
Carta, escrita em
376 ou 377 d.C., ilustra a atitude de Jerônimo à Sé de Roma, neste momento
governada por Dâmaso, (...)
(...)se você acha
que é melhor promulgar um decreto; e então eu não hesitarei em falar de três
hipóstases. Encomende um novo credo para substituir o de Nicéia; e, em seguida,
se somos arianos ou ortodoxos, uma confissão fará por todos nós. Em toda a gama
do ensino secular de hipóstase nunca significou nada além de essência. E alguém
pode ser mais profano do que quando fala em três essências ou substâncias na
Divindade? Há uma natureza de Deus e uma somente; e isso, e isso por si só, é
verdadeiro. Pois o ser absoluto não é derivado de nenhuma outra fonte, mas é
próprio de si mesmo. Todas as coisas, além disso, isto é, todas as coisas
criadas, embora parecem ser, não são. Pois houve um tempo em que não eram, e
aquilo que uma vez que não foi pode voltar a deixar de ser. Só Deus que é
eterno, isto é, que não tem começo, realmente merece ser chamado de uma
essência. Por isso, também Ele diz a Moisés na sarça, EU SOU O QUE SOU, e
Moisés diz dele, EU SOU me enviou. [Êxodo 3, 14] Tanto os anjos, o céu, a
terra, os mares, tudo existia na época, deve existir como o ser absoluto que
Deus reivindicou para si mesmo esse o nome da essência, que, aparentemente, era
comum a todos. (...)
A igreja desde o início aceitou que havia a necessidade de
traduzir a Bíblia. Embora o grego comum do Novo Testamento fosse amplamente
compreendido em todo o Império Romano, nem todos conheciam aquela língua, e a
igreja tinha o objetivo de alcançar a todos com o Evangelho.
Surgiram as primeiras traduções em várias línguas, especialmente
para o latim (que, com o tempo, passou a ser a língua oficial do império), o
siríaco e o copta. Embora possamos destacar o zelo dos primeiros tradutores,
infelizmente nem sempre tinham bom domínio do grego.
“-Dâmaso foi bispo de Roma de 366 a 385. Embora o bispado de Roma
fosse tido em grande estima, ele ainda não alcançara o poder superior ao dos
outros bispados, e Dâmaso gostava de poder. Ele queria libertar o cristianismo
ocidental da dominação do Oriente. Havia muito tempo, o grego era a língua
aceita pela igreja, mas Dâmaso queria que a igreja do Ocidente se tornasse
claramente latina. Uma das maneiras de conseguir isso seria traduzir a Bíblia
para o latim”.
O secretário de Dâmaso era Eusebius Hieronymus Sophronius, embora
fosse mais conhecido na igreja por Jerónimo. Ele foi treinado nos clássicos em
latim e grego e repreendia severamente a si mesmo por sua paixão pelos autores
seculares. Para punir-se, praticava uma vida de renúncia e retirou-se para a
Síria para estudar hebraico. Jerónimo já havia se tornado um dos maiores
estudiosos na época em que começou a trabalhar para Dâmaso.
Desse modo, Dâmaso sugeriu que seu secretário produzisse uma
tradução latina da Bíblia, que eliminasse as imprecisões das traduções mais
antigas. Dâmaso buscava a uniformidade. Assim como já padronizara o culto de
adoração das igrejas que estavam sob sua autoridade, Dâmaso queria um conjunto
padronizado das Escrituras.
Jerónimo começou sua obra em 382. Quando Dâmaso morreu, em 384,
Jerónimo, aparentemente, alimentava o desejo de ocupar a posição de bispo de
Roma. Em parte, pela amargura de não ter sido escolhido, e em parte pelo desejo
de se livrar das distrações, Jerónimo mudou-se de Roma para a Terra Santa,
estabelecendo-se em Belém. Em 405, terminou sua tradução, que não foi sua única
obra. Durante aqueles 23 anos, ele também produziu comentários e outros
escritos, servindo de conselheiro espiritual para algumas viúvas ricas e
bastante devotas. Ele se envolveu em várias batalhas teológicas de seus dias,
por meio de cartas eloquentes — e, às vezes, bastante cáusticas — que até hoje
são consideradas muito dramáticas.
Jerónimo começou sua tradução trabalhando a partir da Septuaginta,
a versão grega do Antigo Testamento. Porém, logo estabeleceu um precedente para
todos os bons tradutores do Antigo Testamento: passou a trabalhar a partir dos
originais em hebraico. Jerónimo consultou muitos rabinos e procurava com isso
atingir um alto grau de perfeição.
Jerónimo ficou surpreso com o fato de as Escrituras hebraicas não
incluírem os livros que chamamos hoje apócrifos. Por terem sido incluídos na
Septuaginta, Jerónimo foi compelido a incluí-los também em sua tradução, mas
deixou sua opinião bastante clara: eles eram liber ecclesiastici (“livros da
igreja”), e não liber canonici (“livros canónicos”). Embora os apócrifos
pudessem ser usados para a edificação, não poderiam ser utilizados para
estabelecer doutrina alguma. Centenas de anos mais tarde, os líderes da Reforma
dariam um passo adiante e não incluiriam esses livros na versão bíblica
protestante.
A biblioteca divina, termo pelo qual Jerónimo se referia à Bíblia,
foi finalmente disponibilizada em uma versão precisa e muito bem escrita, na
linguagem usada comumente nas igrejas do Ocidente. Ficou conhecida por Vulgata
(do latim vulgus, “comum”). A enorme influência de Jerónimo fez com que todos
os estudiosos sérios da Idade Média tivessem grande respeito por sua tradução.
Martinho Lutero, que conhecia hebraico e grego, fez citações da Vulgata durante
toda sua vida.
Pelo fato de a obra de Jerónimo ter o selo de aprovação da igreja,
outros tradutores tiveram dificuldades em segui-lo. Até a Reforma, poucas
traduções haviam sido feitas para as línguas europeias e, mesmo assim, em vez
de trabalhar a partir do Novo Testamento em grego, os tradutores se voltavam
para a Vulgata.
Ironicamente,
a tradução da Bíblia no idioma que toda a igreja ocidental pudesse usar,
provavelmente, fez com que a igreja tivesse um culto de adoração e uma Bíblia
que nenhum leigo podia entender. A tradução de Jerónimo deu ao latim o ímpeto
que Dâmaso buscava, mas a Vulgata se tornou tão sacrossanta que a tradução da
Bíblia para outras línguas bastante utilizadas foi proibida.
A confissão de São
Jerônimo
Responsável pela tradução da versão vulgata da bíblia,
"popular", Jerônimo traduziu as escrituras do grego para o Latim,
mesmo não sendo perito em grego. A pedido do Papa Jerônimo fez uma versão mais
helenista das escrituras e menos judaicas, afastando assim o judaísmo do
cristianismo. Em seu diário, Jerônimo confessa seu pesar por tal atitude. Erros
de traduções propositais são encontradas na versão vulgata da bíblia, pois
Jerônimo substitui palavras judaicas, por palavras greco-romanas. A seguir,
alguns trechos acerca de seus atos:
São Jerônimo sentiu o peso da responsabilidade, escrevendo ao papa sobre
suas preocupações acerca da tradução. Eis o seu desabafo:
“Da velha obra me obrigais a fazer obra nova. Quereis que, de alguma
sorte, me coloque como árbitro entre os exemplares das Escrituras que estão
dispersos por todo o mundo e, como diferem entre si, que eu distinga os que
estão de acordo com o verdadeiro texto grego. É um piedoso trabalho, mas é
também um perigoso arrojo, da parte de quem deve ser por todos julgado, julgar
ele mesmo os outros, querer mudar a língua de um velho e conduzir à infância o
mundo já envelhecido."
"Um duplo motivo me consola desta acusação. O primeiro é que vós,
que sois o soberano pontífice, me ordenais que o faça; o segundo é que a
verdade não poderia existir em coisas que divergem, mesmo quanto tivessem elas
por si a aprovação dos maus."
Santo Agostinho, bispo de Hipona, escreve a São Jerônimo no ano 395,
demonstrando sua preocupação com relação à sua tradução e testificando a inexistência
de exatidão nas traduções bíblicas. Vejamos sua carta:
"A meu ver, eu preferiria que tu antes nos interpretasse as
Escrituras gregas canônicas que são atribuídas aos setenta intérpretes, pois se
há dissonância entre o latim das antigas versões e o grego da Setenta, pode-se
ir verificar, mas se há dissonância entre o latim da nova versão e o texto
conhecido do público, como dar a prova da sua exatidão?"
"Qual de fato, o sábio e mesmo o ignorante que, desde que tiver nas mãos
um exemplar novo, depois de o haver percorrido apenas uma vez, vendo que se
acha em desacordo com o que está habituado a ler, não se ponha imediatamente a
clamar que eu sou um sacrílego, um falsário, porque terei tido a audácia de
acrescentar, substituir, corrigir alguma coisa nos antigos livros?"
CONCLUSÃO:
Jeronimo não dominava o grego. Apenas conhecia pouco e usou palavras e
verbos do latim para substituir os originais em grego, copta, aramaico.
Por desconhecimento ou por indução? Por isso se estuda a Bíblia até hoje
e quem a aceita com antolhos ou porque os novos escribas e fariseus a citam
erra tanto quanto quem erra.
A Bíblia possui muitas alterações a vontade do poder temporal assim como
interpolações, que não correspondem a verdade, mas, que eram anotações que
pessoas faziam no rodapé dos livros.
Jeronimo traduziu para o latim por já existir versões em latim, grego e
textos em copta e aramaico. Pecou ao considerar por determinação da igreja,
muitos livros verdadeiros como apócrifos. O principal dele é o evangelho de
Tomé, encontrado intacto em 1947, enterrado.
A Vulgata e apenas ela é confiável? É mas precisa ser estudada,
principalmente o novo testamento os se encontram os principais erros alterações
e interpolações
Fonte:
Ante-Nicen
Fathers
escola-ebd.com.br
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