quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

JERONIMO o tradudor da Bíblia

 

JERONIMO o tradudor da Bíblia

Carta, escrita em 376 ou 377 d.C., ilustra a atitude de Jerônimo à Sé de Roma, neste momento governada por Dâmaso, (...)

(...)se você acha que é melhor promulgar um decreto; e então eu não hesitarei em falar de três hipóstases. Encomende um novo credo para substituir o de Nicéia; e, em seguida, se somos arianos ou ortodoxos, uma confissão fará por todos nós. Em toda a gama do ensino secular de hipóstase nunca significou nada além de essência. E alguém pode ser mais profano do que quando fala em três essências ou substâncias na Divindade? Há uma natureza de Deus e uma somente; e isso, e isso por si só, é verdadeiro. Pois o ser absoluto não é derivado de nenhuma outra fonte, mas é próprio de si mesmo. Todas as coisas, além disso, isto é, todas as coisas criadas, embora parecem ser, não são. Pois houve um tempo em que não eram, e aquilo que uma vez que não foi pode voltar a deixar de ser. Só Deus que é eterno, isto é, que não tem começo, realmente merece ser chamado de uma essência. Por isso, também Ele diz a Moisés na sarça, EU SOU O QUE SOU, e Moisés diz dele, EU SOU me enviou. [Êxodo 3, 14] Tanto os anjos, o céu, a terra, os mares, tudo existia na época, deve existir como o ser absoluto que Deus reivindicou para si mesmo esse o nome da essência, que, aparentemente, era comum a todos. (...)

A igreja desde o início aceitou que havia a necessidade de traduzir a Bíblia. Embora o grego comum do Novo Testamento fosse amplamente compreendido em todo o Império Romano, nem todos conheciam aquela língua, e a igreja tinha o objetivo de alcançar a todos com o Evangelho.

Surgiram as primeiras traduções em várias línguas, especialmente para o latim (que, com o tempo, passou a ser a língua oficial do império), o siríaco e o copta. Embora possamos destacar o zelo dos primeiros tradutores, infelizmente nem sempre tinham bom domínio do grego.

 

“-Dâmaso foi bispo de Roma de 366 a 385. Embora o bispado de Roma fosse tido em grande estima, ele ainda não alcançara o poder superior ao dos outros bispados, e Dâmaso gostava de poder. Ele queria libertar o cristianismo ocidental da dominação do Oriente. Havia muito tempo, o grego era a língua aceita pela igreja, mas Dâmaso queria que a igreja do Ocidente se tornasse claramente latina. Uma das maneiras de conseguir isso seria traduzir a Bíblia para o latim”.

O secretário de Dâmaso era Eusebius Hieronymus Sophronius, embora fosse mais conhecido na igreja por Jerónimo. Ele foi treinado nos clássicos em latim e grego e repreendia severamente a si mesmo por sua paixão pelos autores seculares. Para punir-se, praticava uma vida de renúncia e retirou-se para a Síria para estudar hebraico. Jerónimo já havia se tornado um dos maiores estudiosos na época em que começou a trabalhar para Dâmaso.

 

Desse modo, Dâmaso sugeriu que seu secretário produzisse uma tradução latina da Bíblia, que eliminasse as imprecisões das traduções mais antigas. Dâmaso buscava a uniformidade. Assim como já padronizara o culto de adoração das igrejas que estavam sob sua autoridade, Dâmaso queria um conjunto padronizado das Escrituras.

Jerónimo começou sua obra em 382. Quando Dâmaso morreu, em 384, Jerónimo, aparentemente, alimentava o desejo de ocupar a posição de bispo de Roma. Em parte, pela amargura de não ter sido escolhido, e em parte pelo desejo de se livrar das distrações, Jerónimo mudou-se de Roma para a Terra Santa, estabelecendo-se em Belém. Em 405, terminou sua tradução, que não foi sua única obra. Durante aqueles 23 anos, ele também produziu comentários e outros escritos, servindo de conselheiro espiritual para algumas viúvas ricas e bastante devotas. Ele se envolveu em várias batalhas teológicas de seus dias, por meio de cartas eloquentes — e, às vezes, bastante cáusticas — que até hoje são consideradas muito dramáticas.

Jerónimo começou sua tradução trabalhando a partir da Septuaginta, a versão grega do Antigo Testamento. Porém, logo estabeleceu um precedente para todos os bons tradutores do Antigo Testamento: passou a trabalhar a partir dos originais em hebraico. Jerónimo consultou muitos rabinos e procurava com isso atingir um alto grau de perfeição.

Jerónimo ficou surpreso com o fato de as Escrituras hebraicas não incluírem os livros que chamamos hoje apócrifos. Por terem sido incluídos na Septuaginta, Jerónimo foi compelido a incluí-los também em sua tradução, mas deixou sua opinião bastante clara: eles eram liber ecclesiastici (“livros da igreja”), e não liber canonici (“livros canónicos”). Embora os apócrifos pudessem ser usados para a edificação, não poderiam ser utilizados para estabelecer doutrina alguma. Centenas de anos mais tarde, os líderes da Reforma dariam um passo adiante e não incluiriam esses livros na versão bíblica protestante.

A biblioteca divina, termo pelo qual Jerónimo se referia à Bíblia, foi finalmente disponibilizada em uma versão precisa e muito bem escrita, na linguagem usada comumente nas igrejas do Ocidente. Ficou conhecida por Vulgata (do latim vulgus, “comum”). A enorme influência de Jerónimo fez com que todos os estudiosos sérios da Idade Média tivessem grande respeito por sua tradução. Martinho Lutero, que conhecia hebraico e grego, fez citações da Vulgata durante toda sua vida.

Pelo fato de a obra de Jerónimo ter o selo de aprovação da igreja, outros tradutores tiveram dificuldades em segui-lo. Até a Reforma, poucas traduções haviam sido feitas para as línguas europeias e, mesmo assim, em vez de trabalhar a partir do Novo Testamento em grego, os tradutores se voltavam para a Vulgata.

Ironicamente, a tradução da Bíblia no idioma que toda a igreja ocidental pudesse usar, provavelmente, fez com que a igreja tivesse um culto de adoração e uma Bíblia que nenhum leigo podia entender. A tradução de Jerónimo deu ao latim o ímpeto que Dâmaso buscava, mas a Vulgata se tornou tão sacrossanta que a tradução da Bíblia para outras línguas bastante utilizadas foi proibida.

 

A confissão de São Jerônimo

Responsável pela tradução da versão vulgata da bíblia, "popular", Jerônimo traduziu as escrituras do grego para o Latim, mesmo não sendo perito em grego. A pedido do Papa Jerônimo fez uma versão mais helenista das escrituras e menos judaicas, afastando assim o judaísmo do cristianismo. Em seu diário, Jerônimo confessa seu pesar por tal atitude. Erros de traduções propositais são encontradas na versão vulgata da bíblia, pois Jerônimo substitui palavras judaicas, por palavras greco-romanas. A seguir, alguns trechos acerca de seus atos:

São Jerônimo sentiu o peso da responsabilidade, escrevendo ao papa sobre suas preocupações acerca da tradução. Eis o seu desabafo:

“Da velha obra me obrigais a fazer obra nova. Quereis que, de alguma sorte, me coloque como árbitro entre os exemplares das Escrituras que estão dispersos por todo o mundo e, como diferem entre si, que eu distinga os que estão de acordo com o verdadeiro texto grego. É um piedoso trabalho, mas é também um perigoso arrojo, da parte de quem deve ser por todos julgado, julgar ele mesmo os outros, querer mudar a língua de um velho e conduzir à infância o mundo já envelhecido."

"Um duplo motivo me consola desta acusação. O primeiro é que vós, que sois o soberano pontífice, me ordenais que o faça; o segundo é que a verdade não poderia existir em coisas que divergem, mesmo quanto tivessem elas por si a aprovação dos maus."

Santo Agostinho, bispo de Hipona, escreve a São Jerônimo no ano 395, demonstrando sua preocupação com relação à sua tradução e testificando a inexistência de exatidão nas traduções bíblicas. Vejamos sua carta:

"A meu ver, eu preferiria que tu antes nos interpretasse as Escrituras gregas canônicas que são atribuídas aos setenta intérpretes, pois se há dissonância entre o latim das antigas versões e o grego da Setenta, pode-se ir verificar, mas se há dissonância entre o latim da nova versão e o texto conhecido do público, como dar a prova da sua exatidão?"


"Qual de fato, o sábio e mesmo o ignorante que, desde que tiver nas mãos um exemplar novo, depois de o haver percorrido apenas uma vez, vendo que se acha em desacordo com o que está habituado a ler, não se ponha imediatamente a clamar que eu sou um sacrílego, um falsário, porque terei tido a audácia de acrescentar, substituir, corrigir alguma coisa nos antigos livros?"

CONCLUSÃO:

Jeronimo não dominava o grego. Apenas conhecia pouco e usou palavras e verbos do latim para substituir os originais em grego, copta, aramaico.

Por desconhecimento ou por indução? Por isso se estuda a Bíblia até hoje e quem a aceita com antolhos ou porque os novos escribas e fariseus a citam erra tanto quanto quem erra.

A Bíblia possui muitas alterações a vontade do poder temporal assim como interpolações, que não correspondem a verdade, mas, que eram anotações que pessoas faziam no rodapé dos livros.

Jeronimo traduziu para o latim por já existir versões em latim, grego e textos em copta e aramaico. Pecou ao considerar por determinação da igreja, muitos livros verdadeiros como apócrifos. O principal dele é o evangelho de Tomé, encontrado intacto em 1947, enterrado.

A Vulgata e apenas ela é confiável? É mas precisa ser estudada, principalmente o novo testamento os se encontram os principais erros alterações e interpolações

Fonte:

Ante-Nicen Fathers

escola-ebd.com.br

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