sábado, 28 de agosto de 2021

ENDOMETRIOSE UMA DOENÇA SILENCIOSA

 

ENDOMETRIOSE UMA DOENÇA SILENCIOSA

 

O endométrio é o tecido que reveste a parede interna do útero, se não houver fecundação, boa parte do endométrio é eliminada durante a menstruação.

Endometriose é um distúrbio inflamatório, multifatorial, provocado por células do endométrio que deveriam ter sido expelidas, mas começam a crescer fora do útero, nos ovários e/ou cavidade abdominal, causando intensas dores

A endometriose pode ser assintomática, mas normalmente causa sintomas como:

·        Cólica menstrual que evolui aumentando a intensidade e dor durante as relações sexuais;

·        Dor e sangramento intestinais e urinários durante a menstruação;

·        Infertilidade

Os tratamentos ocidentais visam diminuir os sintomas através de medicamentos anti-inflamatórios, para retardar o crescimento dessas células e nos casos mais graves, cirurgia.

As causas ainda são desconhecidas, mas alguns estudos comprovam que a acupuntura é eficaz pois não só alivia a dor menstrual, como também reduz o tamanho das massas pélvicas

 

A medicina tradicional chinesa considera a endometriose uma sindrome da estagnação de sangue e Qi (energia) no utero e/ou no aquecedor inferior e esta relacionada a disfunção do figado, baço e rins.

Essa estagnação de QI e sangue causa:

§  TPM; irritabilidade; período menstruais irregulares; o sangue menstrual poderá ser escuro e ter coágulos com muita dor abdominal

O frio em excesso também pode causar obstrução dos meridianos e impedir a circulação do Qi e do sangue no utero, causando dores menstruais.

Para tratar a endometriose precisamos mover o Qi e o sangue do utero e remover a umidade para dissolver as massas, melhorar a função dos orgaos acima citados para equilibrar o organismo.

Se é o seu caso, experimente Tamaras, uvas e morangos.

Conhece alguem com esses sintomas? compartilhe

FONTE:

Dra. Daniele Lugarinho

 

EPIDEMIA DA ILHA MAURICE

 

MENSAGEM DE JULHO DE 1867 CONSTANTE NA REVISTA ESPÍRITA DE 1867

Lembrando que Kardec desencarnou (morreu...) em fins de março de 1869, portanto mensagem dois anos antes de sua morte

“Epidemia da Ilha Mauricio”

A ilha Maurice está no oceano indico ao sudeste do continente africano; foi uma colônia francesa depois se tornando uma colônia inglesa. O relato tem muitas coisas semelhante a atual PANDEMIA.

A mensagem chegou ao conhecimento de Kardec que submeteu aos Espíritos, obtendo aprovação e comentando depois.

 

EPIDEMIA DA ILHA MAURICE


Comentário de Kardec

Há alguns meses, um de nossos médiuns, o Sr. T..., que, frequentemente, cai em sonambulismo espontâneo, sob a magnetização dos Espíritos, nos disse que a ilha Maurice estava, nesse momento, assolada por uma epidemia terrível, que dizimava a população. Esta previsão foi realizada, mesmo com circunstâncias agravantes. Acabamos de receber, de um de nossos correspondentes da Ilha Maurice, uma carta datada de 8 de maio e da qual extraímos as passagens seguintes.

Carta do representante da sociedade espírita nas ilhas Mauricio

"Vários Espíritos nos anunciaram, alguns claramente, os outros em termos proféticos, um flagelo destruidor prestes a nos atingir. Tomamos essas revelações do ponto de vista moral e não do ponto de vista físico. Súbito uma doença estranha eclodiu sobre nossa pobre ilha; uma febre sem nome, que reveste todas as formas, começa docemente, hipocritamente, depois cresce e derruba todos aqueles que pode atingir. É agora uma verdadeira peste; os médicos dela não entendem nada; todos aqueles que dela foram atingidos não puderam se curar até o presente. São acessos terríveis que nos cansam e nos torturam durante doze horas, pelo menos, atacando em sequência cada órgão importante; depois, o mal cessa durante um dia ou dois, deixando a doença coberta até seu próximo retorno, e se caminha assim, mais ou menos rapidamente, para o termo fatal. Por mim, vejo nisto tudo um desses flagelos anunciados, que devem retirar do mundo uma parte da geração presente, e destinados a operar uma renovação tornada necessária. Vou vos dar um exemplo das infâmias que se passam aqui. O quinino (era a cloroquina da época), em dose fortíssima, susta os acessos por alguns dias somente; é o único específico capaz de deter, momentaneamente pelo menos, o progresso da cruel doença que nos dizima. Os negociantes e os farmacêuticos tinham dela uma certa quantidade que lhes chegava a quase 7 f r. a onça, ora, como esse remédio estava fortemente comprado por todo o mundo, esses senhores aproveitaram a ocasião para elevarem o preço da poção de um indivíduo, de 1 f r. preço comum, até 15 f r. Depois a quinina veio a faltar; quer dizer que aqueles que a tinham, e que a recebiam pelas malas, vendiam-na ao preço fabuloso de 2 f r. 50 c. o grão no varejo, e no atacado 675 e 800 f. a onça. Numa poção entram, pelo menos, 30 grãos, o que faz 75 f r. a poção. Só os ricos podiam, pois, dela se proporcionar, e esses comerciantes viam com indiferença os milhares de infelizes expirarem ao redor deles, por falta de dinheiro necessário para se proporcionar esse medicamento. Que dizeis disto? Pois bem! É a história! Ainda neste momento, a quinina chega em quantidade; as lojas dos farmacêuticos dela regurgitam, mas, não obstante, não querem dar uma dose a menos de 12 f r. 50 c.; também os pobres morrem sempre olhando com um olhar desolado esse tesouro que não podem alcançar! Eu mesmo fui atingido pela epidemia, e dela estou em minha quarta recaída. Eu me arruíno em quinina. Isto prolonga a minha existência, mas se, como temo, as recaídas continuem, na verdade, caro senhor, é bastante provável que dentro em pouco, eu terei o prazer de assistir em Espírito às vossas sessões parisienses, e nelas tomar parte, se Deus o permitir. Uma vez no mundo dos Espíritos, estarei mais perto de vós e da Sociedade, do que não o sou na ilha Maurice; em um pensamento vou às vossas sessões sem fadiga e sem medo de mau tempo. De resto, não tenho o menor medo, eu vos juro; sou muito sinceramente espírita por isto. Todas as minhas precauções estão tomadas, e se vier a deixar o mundo, disto sereis instruídos. À espera disso, caro senhor, tende a bondade de rogar aos meus irmãos da Sociedade Espírita de juntar suas preces às nossas para as infelizes vítimas da epidemia, pobres Espíritos muito materiais, na maioria, e cujo desligamento deve ser penoso e longo. Rogamos também por aqueles, muito diferentemente infelizes, que ao flagelo da doença, acrescentam o de desumanidade. Nosso pequeno grupo está disseminado há três meses; todos os membros foram mais ou menos atingidos, mas nenhum de nós morreu até o presente. Recebei, etc.

Comenta o codificador após a leitura da carta:

É preciso ser verdadeiramente espírita para encarar a morte com esse sangue-frio e essa indiferença, quando ela estende seus estragos em redor de nós e quando se sentem os seus ataques. É que, em semelhantes casos, a fé séria no futuro, tal qual só o Espiritismo pode dar, proporciona uma força moral que é, ela própria, um poderoso preservativo, assim como foi dito a propósito da cólera. (Revista de novembro de 1865). Isto não quer dizer que nas epidemias os espíritas sejam necessariamente poupados, mas não há dúvida que em tais casos, até agora eles têm sido os menos atingidos. É preciso dizer que se trata de espíritas de coração, e não dos que são espíritas apenas em aparência.

 

 

Os flagelos destruidores que devem punir a Humanidade, não sobre um ponto, mas por toda superfície do globo terrestre, são pressentidos em toda parte pelos Espíritos.

A comunicação que segue, verbal e espontânea, foi dada a esse respeito e após a leitura da carta acima.

(Sociedade de Paris, 21 de junho de 1867.)

(Médium, Sr. Morin, em sonambulismo espontâneo)

 

Aproxima-se a hora, a hora marcada no grande e perpétuo quadrante do infinito, a hora na qual vai começar a operar-se a transformação do vosso globo, para fazê-lo gravitar para a perfeição. Muitas vezes vos foi dito que os mais terríveis flagelos dizimariam as populações. Não é preciso que tudo morra para se regenerar? Mas, o que é isto? A morte não é senão a transformação da matéria. O Espírito não morre, apenas muda de habitação. Observai, e vereis começar a realização de todas essas previsões. Oh! Como são felizes aqueles que nessas terríveis provações foram tocados pela fé espírita! Eles ficam calmos no meio da tormenta, como o marinheiro aguerrido em meio à tempestade.

“Eu, neste momento personalidade espiritual, muitas vezes fui acusado por personalidades terrestres de brutalidade, de dureza, de insensibilidade! …. É verdade, contemplo com calma todos esses flagelos destruidores, todos esses terríveis sofrimentos físicos. Sim, atravesso, sem me emocionar, todas essas planícies devastadas, juncadas de restos humanos! Mas se posso fazê-lo, é que minha visão espiritual vai além desses sofrimentos; é que, antecipando-se sobre o futuro, ela se apoia no bem-estar geral, que será a consequência desses males passageiros para a geração futura, para vós mesmos que fazeis parte dessa geração, e que então recolhereis os frutos que tiverdes semeado.

“Espírito de conjunto, olhando do alto de uma esfera onde morava (muitas vezes fala de si na terceira pessoa), seu olhar fica enxuto. Contudo, sua alma palpita, seu coração sangra em face de todas as misérias que a Humanidade deve atravessar, mas a visão espiritual repousa do outro lado do horizonte, contemplando o resultado que será a sua consequência certa.

“A grande emigração é útil, e aproxima-se a hora em que se deve efetuar… ela já começa… A quem será ela fatal ou proveitosa? Olhai bem, observadores; considerai os atos desses exploradores dos flagelos humanos, e distinguireis, mesmo com os olhos do corpo, os homens predestinados à falência. Vede-os ávidos à carniça, duros no ganho, presos como à sua vida a todas as posses terrenas, e sofrendo mil mortes quando perdem uma parcela do que, entretanto, ser-lhes-á preciso deixar… como será terrível para eles a pena de talião, porque no exílio que os aguarda, verão ser-lhes recusado um copo d’água para estancar a sede! … olhai-os, e neles reconhecereis, sob as riquezas que acumulam à custa dos infelizes, os futuros humanos decaídos! Considerai seus trabalhos, e vossa consciência vos dirá se esses trabalhos devem ser pagos lá no alto, ou embaixo! Olhai-os bem, homens de boa vontade, e vereis que o joio começa, desde esta Terra, a ser separado do bom grão.

“Minha alma é forte, minha vontade é grande! ─ Minha alma é forte porque sua força é o resultado de um trabalho coletivo de alma a alma; minha vontade é grande porque tem como ponto de apoio a imensa coluna formada por todos os sentimentos de justiça e de bem, de amor e de caridade. Eis por que sou forte, eis por que sou calmo para olhar; eis por que seu coração, que bate como se fosse estourar dentro do peito não se comove. Se a decomposição é o instrumento necessário à transformação, assiste, ó minha alma, calma e impassível, a essa destruição!

"A hora avança, a hora marcada no grande e perpétuo relógio do infinito, a hora na qual vai começar a se operara transformação de vosso globo para fazê-lo gravitar para a perfeição. Foi-vos dito, frequentemente, que os mais terríveis flageles dizimariam as populações; não é preciso que tudo morra para se regenerar? Mas o que é isto? A morte não é senão a transformação da matéria, o Espírito não morre: ele não faz senão mudar de habitação. Observai, e vereis começar a realização de todas essas previsões. Oh! Quantos são felizes, aqueles que nessas terríveis provas a fé espírita tocou! Eles permanecem calmos no meio da tormenta, como o marinheiro aguerrido diante da tempestade. "Eu, neste momento personalidade espiritual, frequentemente acusado pelas personalidades terrestres, de brutalidade, de dureza, de insensibilidade!... É verdade, contemplo com calma todos esses flageles destruidores, todos esses terríveis sofrimentos físicos; sim, eu atravesso sem me emocionar todas essas planícies devastadas, juncadas de restos humanos! Mas se pude fazê-lo, foi porque a minha visão espiritual se leva além desses sofrimentos; é que, antecipando sobre o futuro, ele se apoia sobre o bem-estar geral que será a consequência desses males passageiros para a geração futura, para vós mesmos que fareis parte dessa geração, e que recolhereis então os frutos que tiverdes semeado. "Espírito do conjunto, olhando do alto de uma esfera que ele habita (frequentemente ele fala dele na terceira pessoa), seu olhar permanece seco; no entanto, sua alma palpita, seu coração sangra em face de todas as misérias que a Humanidade deve atravessar, 13, mas a visão espiritual repousa do outro lado do horizonte, contemplando o resultado que lhe será a continuação certa. "A grande emigração é útil, e a hora se aproxima em que ela deverá se efetuar... ela já começa... Aquém será fatal ou proveitosa? Olhai bem, observadores; considerai os atos desses exploradores dos flagelos humanos e distinguireis, mesmo com os olhos do corpo, os homens predestinados à queda. Vede-os depois da carniça, enrijecidos no ganho, presos como em sua vida a todas as posses terrestres, e sofrendo mil mortes na perda de uma parcela daquilo que, no entanto, lhe será preciso deixar.... Quanto será terrível, para eles, a pena de talião, porque, no exílio que os espera, verão lhe recusar um copo d'água para estancar a sua sede!... Olhai-os, aqueles, reconhecereis neles, sob as riquezas que acumulam às expensas dos infelizes, os futuros humanos caídos! Considerai seus trabalhos e a vossa consciência vos dirá se esses trabalhos devem ser pagos lá em cima, ou nesse mundo! Olhai-os bem, homens de boa vontade, e vereis que o joio começa, desde esta Terra, a ser separado do bom grão. "Minha alma é forte, minha vontade é grande! -Minha alma é forte, porque sua força é o resultado de um trabalho coletivo de alma a alma; minha vontade é grande, porque ela tem por ponto de apoio a imensa coluna formada de todos os sentimentos de justiça e de bem, de amor e de caridade. Eis porque sou forte, eis porque sou calmo para olhar; eis porque seu coração que bate a se romper em seu peito não se comove. Se a decomposição é instrumento necessário da transformação, assista, ó minha alma, calma e impassível, a essa destruição!"

(Sociedade de Paris, 21 de junho de 1867; méd. Sr. Morin, ou sonambulismo espontâneo.)

 

Entramos cada vez mais no período transitório, que deve levar à transformação orgânica da Terra e à regeneração de seus habitantes. Os flagelos são os instrumentos de que se serve o grande cirurgião do Universo para extirpar, do mundo, destinado a marchar para frente, os elementos gangrenados que nele provocam desordens incompatíveis como o seu novo estado. Cada órgão, ou melhor dizendo, cada região será, sucessivamente, dissecada por flagelos de diversas naturezas. Aqui, a epidemia sob todas as suas formas; ali, a guerra, a fome. Cada um deve, pois, preparar-se para suportar a prova nas melhores condições possíveis, melhorando-se e se instruindo, a fim de não ser surpreendido de improviso

 Algumas regiões já foram provadas, mas seus habitantes se equivocariam redondamente se se fiassem na era de calma, que vai suceder à tempestade, para recaírem nos seus antigos erros. É uma pequena trégua que lhes é concedida, para entrarem num caminho melhor; se não o aproveitarem, o instrumento de morte os experimentará até os trazer ao arrependimento. Bem-aventurados aqueles a quem a prova feriu de começo, porque terão, para se instruírem, não só os males que sofreram, mas o espetáculo daqueles seus irmãos em humanidade, que por sua vez serão feridos. Esperamos que um tal exemplo lhes seja salutar, e que entrem, sem hesitar, na via nova, que lhes permitirá marchar de acordo com o progresso. Seria desejável que os habitantes de Maurício não fossem os últimos a tirar proveito da severa lição que receberam.

Doutor Demeure Espírito

Fonte:

Revista Espírita; Jornal e Estudos Psicológicos,1867,1868

Wikipédia

O INDECIFRÁVEL PROBLEMA DA MORTE

 

O INDECIFRÁVEL PROBLEMA DA MORTE

“Para desassombrar a impenetrabilidade da morte, não há nada como a bondade. (Ruy Barbosa, discurso pronunciado na Academia Brasileira de Letras, em 10 de outubro de 1908.) ”

Num enfoque panorâmico apenas, diremos algo, tangenciando o problema da morte – tema da mais alta magnitude, pelo que representa para todas as criaturas humanas. Problema, aliás, que se constitui um tabu para muitos e um doloroso enigma para outros; problema, para a maioria, sombrio e angustioso, diante do qual até muitos espiritualistas não ousam olhar vis-à-vis, tal a educação manipuladora do medo irracional, abrigado nos desvãos do subconsciente.

Nós, os espiritualistas – queremos nos referir a todos os que adotam uma religião ou, simplesmente, intitulados como livres-pensadores, aceitam a sobrevivência do Espírito –, não podemos, às portas do Terceiro Milênio, em face das conquistas do pensamento contemporâneo, alimentar vacilações quanto à continuidade da vida, após nossa jornada pelos caminhos, por vezes, acidentados, da existência terrena.

Quem se diz cristão espiritualista ou se rotula como tal, e vacila quanto à realidade da sobrevivência do Espírito, é um incrédulo disfarçado com a roupagem cinzenta da dúvida. Esta é uma forma sofrível de espiritualidade vazia, que não enxerga na morte mais que um silêncio indecifrável, uma interrogação angustiante.

A morte, para nós espiritualistas de todos os matizes, cristãos ou não“ domiciliados na esfera física”, deve significar uma lei que se cumpre; um marco, entre duas fases, na eternidade de nossas vidas; uma simples mudança de estado; um eclipse momentâneo; uma transição da vida física para a vida espiritual; um indispensável episódio; o abandono necessário de um veículo em decadência – o nosso corpo; veste por vezes imprestável, que cumpriu o seu papel, nos labores evolutivo do nosso Espírito; fardo por demais pesado, sob os anos, para ser carregado, e que não mais corresponde às exigências da vida física, que deve ser devolvido ao laboratório da Natureza. Para a maioria dos homens, voltamos a repetir, a morte continua a ser um pesadelo, uma indecifrável, enigmática e sombria interrogação, que não ousam olhar com olhos de ver, quando a maior parte das religiões literalistas da Crosta, que deveriam instruir seus adeptos, ficam apenas na periferia do problema, sem quase nada a oferecer aos seus profitentes. Todavia, ao invés de repelirmos a ideia da morte dos nossos pensamentos, encaremo-la com tranquilidade, lembrando, com o grande vulto do pensamento científico da França, Charles Robert Richet, que “a morte é a porta da vida”, como escreveu em carta a Cairbar Schutel. Esforcemo-nos, sim, por desmistificá-la, por desembaraçá-la dos preconceitos que a envolvem, da roupagem angustiosa com que, em geral, é cercada por nossa incapacidade de entendê-la. O medo da morte, a tanatofobia, gera verdadeira crise, verdadeiro tormento, chegando a tal demasia, a tal desespero para certas pessoas, “que morrem do medo de morrer”.

São criaturas, como afirmam nossos Benfeitores espirituais, que fazem da morte uma deusa sinistra, vendo no fenômeno natural da renovação as mais negras cores, transformando-o numa terrível noite de amarguroso e definitivo adeus. As solenidades fúnebres, ritos ou cerimônias, engendrados por certos costumes ou por cultos religiosos, concorrem para dar à morte esse aspecto lúgubre, sombrio, chorado, sofrido, num verdadeiro culto a cadáveres, com esquecimento do culto devido ao Espírito. É costume de mau gosto, que vem desde a nossa infância, apresentar-nos a morte, ainda que com fundo alegórico para o bom compreendedor, de forma esquelética, com a destra empunhando a foice inclemente, fatídica, inexorável. E de tal modo, que essa ideia excêntrica e esdrúxula provoca verdadeira afecção mental, desde a inexperiência de nossa infância. Cria tal psicose, vendo nela um asqueroso vampiro, buscando vítimas a imolar, sequiosa de lágrimas e desesperos; a todos ceifando sem hesitação e sem clemência; vulto hirto e frio como um “cipreste, que, ainda, mesmo florido, sombra da morte no ramal encerra”, no dizer de Castro Alves, poeta genial de “Espumas Flutuantes”. É preciso despir a morte desse aspecto mórbido, nascido de condicionamento milenar.

Sabemos que não é fácil assistirmos impassíveis, quando o corpo de um ente querido baixa ao silêncio, para muitos indecifrável, do sepulcro, deixando-nos mergulhados numa saudade infinita, amargurada em lágrimas sofridas, como se nos amputasse, dolorido, um pedaço de nossa alma. “Não permitamos, assim, que a saudade se converta em motivo de angústia e opressão. ”

Não é insensibilidade que as circunstâncias nos pedem, porém, uma compreensão equilibrada, racional, ainda que banhada com pranto, certo que uma folha não se move no Universo senão pela vontade de Deus, sempre para o nosso bem, como tudo que nos vem do Criador; situação tão difícil de suportar e entender, em nossa visão limitada da vida e da morte. Procuremos compreender, tanto quanto possível, a sabedoria Divina, sem dimensioná-la, ou tentar dimensioná-la com a bitola estreita da nossa visão limitadíssima das coisas e dos fatos, coerentes com a posição de meros aprendizes, que todos nós somos, das lições de imortalidade, que a escola da vida nos oferece, com vistas aos nossos esforços evolutivos; certo que Deus não nos criou, simplesmente, para ali, mais adiante, nos aniquilar, brincando com os nossos destinos. Deus não joga dados, como afirmava Einstein. Para o materialista, que nada vê além da vida física; para o agnóstico, que declara o absoluto, o espiritual inacessíveis ao espírito humano; para o niilista, hóspede de profunda letargia espiritual – para todos eles, aferrados à dimensão física, refocilados nas transitoriedades do mundo –, a morte é o mergulho do ser no nada ou no mistério indecifrável, ainda que, no íntimo, procurem disfarçar suas dúvidas, seus pesadelos irrevelados.

O materialista, principalmente, para efeito externo, para manifestação de fachada, se diz suficientemente esclarecido e inteligente para não aceitar crendice, como essa da sobrevivência do ser após a morte; colocando-se, assim, numa posição impertinente, vendo-se dono intransigente e irreverente da sua pseudoverdade, para si inquestionável; olhando de cima de um pedestal de soberba os que não lhe comungam das ideias, gesto que, por vez, toca à arrogância, num “flagrante delito de ignorância”.

Todavia, para este ou para aquele, quer acreditem ou não acreditem na realidade da sobrevivência do ser – todos nós, na linguagem popular, na sua maneira de dizer e conceber –, chegado o momento decisivo, daremos de cara com nós mesmos.

E, então, transferidos todos, pela morte, aos pórticos impassíveis do território cósmico da vida espiritual, que a nós todos espera, ali teremos, ante os olhos da alma, a inarredável e irrecorrível realidade. E vê-se cumprida, assim, a sentença inapelável, que nos diz que não há morte, senão para o corpo físico, certo que a individualidade permanece eterna, incorruptível, perfectível pelos caminhos inquestionáveis da sua destinação espiritual. Na vida espiritual é que, a cada giro da Terra sobre si mesma, são despejadas multidões de criaturas; a grande maioria totalmente despreparada para o culminante evento, que a todos espera, porém, com perspectiva sombria para aqueles que acreditam apenas no império do NADA depois desta vida: os piores cegos, a exemplo dos que dizem que mesmo que vissem não acreditariam. A indispensável preparação, que devemos diligenciar, enquanto por aqui nos encontrarmos, é tarefa de todos nós; o que não depende do rótulo religioso, do rótulo filosófico, ou mesmo não depende de rótulo nenhum, que daqui levarmos; depende, e muito, da compostura com que nos conduzirmos na vida de relação; da observância de uma linha de conduta, não apenas para efeito externo, porém da vivência de uma legítima dignidade moral, de uma nobreza de sentimentos, de uma ética indiscutível, de uma solidariedade efetiva, que venha espontânea de dentro dos nossos corações; certo que, na vida extrafísica, perante a Consciência Cósmica do Bem Eterno, da Justiça Infinita, responderemos, não apenas pelo mal que houvermos praticado, mas, também, pelo bem que deixamos de fazer.

Este ensino serve a todos os matizes religiosos e a todas as filosofias positivas de vida. Entre a alma, que conhece a Doutrina, mas não lhe vive a sua substancialidade no coração, e aquela que, desconhecendo-a, vive, porém, o Evangelho, espontaneamente, em sua vida de relação, é flagrante o contraste, transpostos os umbrais da eternidade. Enquanto esta desperta tranquila ao abrigo de paz indefectível, a primeira vê entorpecida, quando não frustrada a ascensão de quem “conhecendo a verdade, almejava a realização divina sem esforço humano, o trigo da verdade sem participar da semeadura, a tranquilidade sem dar-se ao trabalho das obras, a ciência sem a consciência, as facilidades sem as responsabilidades”, diremos inspirados na beleza estilística da linguagem “ luizínia”. Independentes dos fatores apontados, que dificultam o momento de regresso, e a vivência no plano espiritual, outros existem que o próprio homem cria, como duendes alucinados das confusões do seu mundo mental: são as inibições interiores, isto é, as vacilações, as deficiências de fé, o apego inútil e prejudicial às circunstâncias e aos circunstantes, o desespero sem razão e o pânico de quem, segundo dizem alhures, “faz da morte uma deusa sinistra, apresentando o fenômeno natural da renovação com as mais negras cores, e transformando a separação provisória numa terrível noite de amarguroso adeus”.

No século XXI, já dentro do Terceiro Milênio, é urgente que revisemos a nossa atitude mental diante da morte; que rejeitemos essa visão arcaica, paranoica até, de desespero em face do problema da morte, certo que morrer é tão importante quanto viver ou mais, pelas perspectivas que abre à nossa frente.

Aceitemos ou não aceitemos a lei das vidas sucessivas, todos nós já morremos e renascemos inúmeras vezes, na vivência desse projeto divino, impositivo cósmico da vida, no interesse de nossa ascensão espiritual, até que não precisemos mais envergar a libré da carne. Há livros que ensinam como nascer ou como viver, poucos ensinam como morrer. A propósito escreve Emmanuel, ao prefaciar o livro “Obreiros da Vida Eterna”:

“O homem moderno (...) esbarra, ante os pórticos do sepulcro, com a mesma aflição dos egípcios, dos gregos e dos romanos de épocas recuadas. Os séculos que varreram civilizações e refundiram povos, não transformaram a misteriosa fisionomia da sepultura. Milenário ponto de interrogação, a morte continua ferindo sentimentos e torturando inteligências. ”

Afirma, ainda, Emmanuel em outra oportunidade:

“A morte já liberta de sua clássica significação macabra, é, precisamente, o ponto de partida do Espírito para a vida irradiante, infinita e luminosa, nos mundos ultraterrestres, vibrantes de Luz e Fraternidade, de Verdade e Amor. ”

Para quem fez por merecer, podemos acrescentar. Quanto à duração de nossa vida na Terra, todos nós temos o nosso momento de regresso ao lar espiritual, marcado no relógio da eternidade, com certa flexibilidade; cada qual tem o seu relógio invisível, que toca no momento certo, convocando-o para a viagem de volta, assinalada por um Poder Maior, que supervisiona com sabedoria, justiça, misericórdia e amor os nossos destinos; evidente que não vivemos ao sabor do acaso. Todavia, existem aqueles que adulteram sua máquina física nos desatinos dos desregramentos de toda ordem, antecipando, irresponsavelmente, esse evento, com graves e dolorosas consequências. Escrevendo sobre o problema da morte, no seu magnífico livro “Da Alma Humana”, o doutor Antônio Joaquim Freire, uma das culturas mais brilhantes do Espiritismo português, refere-se à morte como “a polarização máxima da ignorância da ciência contemporânea”. Entretanto, a Ciência caminha, ainda que com passos lentos e vacilantes para comprovar, definitivamente, a sobrevivência do ser.

Psiquiatras começam a fazer regressões às vidas passadas, para cura de certas moléstias com raízes nas vidas pretéritas, ainda que esse procedimento seja questionável para alguns profissionais desinformados da área, que se negam a examinar os fatos. Essas conquistas liberam, para a parcela refratária da comunidade científica, uma nova e revolucionária visão da vida e da morte, queira ou não queira, comprovando, mais uma vez, a tese milenária da existência e sobrevivência do Espírito, após a morte do corpo somático. Esses acontecimentos representam uma clarinada de alerta à ciência e às filosofias casuísticas e ortodoxas do nosso tempo, empedernidas na negação sistemática, pura e simples, quando não fogem pela evasiva estreita de não querer ver os fatos, temendo comprometer pseudoverdades, cristalizadas em velhos tabus. Ignoram que estamos sujeitos a uma lei de evolução, força cósmica, que se processa inquestionável e coercitiva, desde o microcosmo ao macrocosmo, na execução do pensamento Divino. Diligenciamos por derrubar as bastilhas milenares dos preconceitos que envolvem o problema, oferecendo uma visão mais justa, mais consoladora, mais enobrecedora e mais racional do fenômeno da morte, quando o sabemos um determinismo irrevogável, sentença inapelável da sabedoria Divina; verdade incontestável, pela qual seguiremos “um a um no caminho de todos”, como disse Ruy Barbosa, sobre o túmulo, ainda aberto, de Joaquim Maria Machado de Assis. Sócrates, uma das celebrações mais extraordinárias do pensamento filosófico da Humanidade, dizia aos seus amigos, que se entristeciam com os seus últimos momentos: “Mostrai-vos alegres, e dizei-vos que ides unicamente sepultar meu corpo. ” Goethe, uma das mais notáveis expressões da civilização ocidental, passeando com seu amigo Eckermann pelo bosque de Weimar, disse: “Quando se tem setenta e cinco anos, não há como fugir de pensar algumas vezes na morte. Esta ideia, porém, me deixa numa calma perfeita, porque noutro a firme convicção de que o nosso Espírito é uma essência de natureza absolutamente indestrutível, e continua ativo, de eternidade em eternidade. ”

O eminente brasileiro José Bento Monteiro Lobato, em carta a Godofredo Rangel, afirma: “Eu não me desespero com mortes porque tenho a morte como um alvará de soltura. ” Emmanuel, o eminente pensador do Cristianismo redivivo – o Espiritismo – advertia alhures: “Ao invés de temeres a morte, faze da existência a lavoura sublime de bondade e trabalho, auxílio e compreensão, em favor dos que te rodeiam; e para o homem que, a cada dia, transforma a solidariedade em fartura de bênçãos, o ocaso da vida chega sempre por sombra esmaltada de estrelas, acalentando-lhe o sono e garantindo-lhe o despertar, em novo e glorioso dia, dourado de sol.”

FONTE:

NEY DA SILVA PINHEIRO

Revista Espírita, 1869

SIMONETTI. Quem tem medo da morte

O que é o Espiritismo

O Livro dos Espíritos

Pedro de Carvalho. Os Simples e os Sábios

POEMA DE EMMANUEL

 

EMMANUEL POETA

Esse é um verdadeiro poema na abertura do livro

E quando serenaram os elementos do mundo nascente, quando a luz do sol beijava, em silencio, a beleza melancólica dos continentes e dos mares primitivos, Jesus reuniu nas alturas os interpretes divinos do seu pensamento.

Viu-se então, descer sobre a Terra, das amplidões dos espaços ilimitados, uma nuvem de forças cósmicas, que envolveu o imenso laboratório planetário em repouso.

Daí a algum tempo, na crosta solidificada do planeta, como no fundo dos oceanos, podia-se observar a existência de um elemento viscoso que cobria toda a Terra.

Estavam dados os primeiros passos no caminho da vida organizada. Com essa massa gelatinosa, nascia no orbe o protoplasma e, com ele, lançara Jesus à superfície do mundo o germe sagrado dos primeiros homens.

FONTE:

Emmanuel, por Chico Xavier

“A Caminho da Luz”

OBSESSÕES NA VIDA FAMILIAR

OBSESSÕES NA VIDA FAMILIAR 

 

Podem ser frutos de inimizade, trazida de outras existências, os crimes tenebrosos que envolvem pais e filhos?

Incontestavelmente. Há criaturas que não se conseguem superar quando entram em contato com o mundo físico, evolando das profundezas “produtos psíquicos” de desconfianças, repulsas, etc.

Também situações assim costumam trazer fortes componentes de obsessões contribuindo para desfechos infelizes quando o amor não se envolve na educação.

 

Pais desencarnados podem vir a perturbar a vida de um filho na Terra?

Ocorre que muitos filhos passam a evocar seus genitores, pedindo ajuda ou maldizendo-os sem saber a condição que eles se acham no invisível.

Encontram-se desestruturados, portadores de agonias psíquicas, revoltas, insatisfações, sua aproximação impõe desequilíbrios.

As vezes querem se aproximar para trazer mensagem de saudades, fazer pedidos ou sugestões sem querer fazer mal algum; mas em virtude do estado de desarmonia em que se acham envolvem em fluidos enfermiços levando o encarnado a apresentar sintomas de enfermidades fantasma.

A oração ao desencarnado, a fluido terapia é sempre o caminho seguro, par ambos.

 

O que é mais importante para uma mãe espírita, seu trabalho na doutrina ou estar junto de seu filho?

O cuidar de um filho faz parte da proposta espírita, mas não se pode usar do pretexto da família par se afastar dos labores espíritas. Uma coisa não impede a ocorrência da outra.

O que pode haver de verdade na tese de muitas linhas psicológicas ou psicoterapêuticas, quando afirmam que grande parte dos conflitos humanos tem base na infância?

Não se pode ignorar tais afirmações por serem feitas por estudiosos imponentes, mas de inspiração materialista.

Quando os estudiosos das psicologias se derem conta da realidade do ser espiritual, da vida antes da vida, das influenciações do campo vibratório, ou do mundo espiritual sobre o material, os conflitos humanos serão estudados em suas bases não no presente, mas no passado uma vez que se encontram encarnados.

FONTE?

Desafios da Vida Familiar

José Raul Teixeira

 

  

A SEPARAÇÃO DOS CASAIS

 

 

A SEPARAÇÃO DOS CASAIS

O que é propriamente a separação do casal?

Um processo e desvinculação onde alguém perde o interesse de viver com outro alguém.

Deve-se evitar a separação?

Sempre que possível deveremos desestimular. Incentivar ao amadurecimento da convivência. Deve-se aprender a tolerar, compreender, perdoar, cooperar, a fim de se evitar razoes banais.

A vida na Terra não é uma estação de turismo, mas um estágio supervisionado em todos os níveis de parentesco.

As separações devem ocorrer quando o amor não mais se consegue ouvir, existe desrespeito humano e defecções a níveis insuportáveis de moral e bom senso.

É razoável insistir na mudança comportamental do cônjuge?

Desde que resulte em beneficio do ser querido. Mas não era mudando o outro que se mudará ávida. É preciso investir na melhoria de ambos. Quando se tenta transformar alguém sem se autotransformar, conseguiremos frustração sobre frustração.

O que fazer quando um cônjuge abandona o outro?

Cabe ao abandonado buscar em Deus a tranqüilidade, harmonia interior, para suportar o momento difícil.

Refletir em como foi e como tem sido a vida, bem antes da bomba estourar.

Discutir com lucidez e maturidade antes que estourem crises.

Jamais um processo de separação ocorre por responsabilidade de um só.

Pode se encontrara que apenas um esteja fazendo forças enquanto o outro já tenha desistido da relação.

Por que se encontram às vezes casais que se separam, embora um ou outro, ou mesmo ambos, pareçam tão dedicados ao lar e a família?

Há esposas formidáveis ms que tem manias. Forjam um quadro neurótico. Se o cônjuge não suportar a ansiedade, tomará o rumo da rua. (Mania de limpeza por ex.).

Há esposos que tratam esposa e filhos como se fossem animais de estimação, cobrindo o lado material, mas faltando o afeto, presença, companheirismo.

O amor do casal é como uma planta. Precisa de rega, poda, arrimo.

Tudo tem que ser administrado com equilíbrio. Água demais, poda errada, luz em demasia condenam a planta ao apodrecimento, seca e mutilação.

No caso de separação um terá que retornar com o outro, obrigatoriamente, em subseqüente reencarnação?

Não há na lei de Deus nada que o confirme. Ninguém será forçado a reencarnar com alguém.

A cAdA um será dado conforme suas obras.

Muitas são às vezes em que um casal se une legalmente e, quando o tempo mostra que foi um equivoco, um ou ambos se sentem insatisfeitos. Nesse ínterim parecem pessoas que lhes completam ou equilibram o psiquismo. O que fazer? Tem-se o direito de afastar-se da antiga ligação para tentar ser feliz com a nova pessoa?

Ter direito de se afastar da relação anterior não é bem o termo, pois o interessado em fugir já entrou na vida de outra pessoa e agora esta cogitando só de si próprio.

O bom senso diz que deve ser desta forma, salvo quando ocorra um acordo adulto do casal em que ambos se liberem reciprocamente.

Vale pensar que, antes da união cada um tem ensejos de fazer escolhas, opções, comparações, eleger sem ser obrigado a nada.

Acontece que incontavelmente as pessoas encontram-se com almas que fizeram parte de seu passado, em ligações serenas ou desastradas.

As primeiras se revertem em amizades mui caras, as outras provocam desejos, excitação e se tornam pontos de discórdia domestica e acabam se tornando ligações carnais.

A pessoa amadurecida se perguntaria “porque estou encontrando esta criatura tão especial, depois de eu haver assumido compromisso com outra? ”.

Porque colocou primeiro uma pessoa em meu caminho e não este ser maravilhoso que chega depois.

É que esse ser maravilhoso precisava chegar depois para não atrapalhar o cumprimento das leis divinas.

O compromisso assumido e aquele que deve ser levado adiante.

São testes de fidelidade, iscas perigosas que podem definir o destino final.

Deve-se ter maturidade, pois a argumentação de que “eu mereço ser feliz” só tem valor moral quando não se cria em cima da infelicidade de outro.

Se o relacionamento se desgastou para um, este deverá levá-lo adiante só para não fazer o outro infeliz? E a sua felicidade, não deve tentar reencontrá-la?

O amor verdadeiro não acaba porque é energia divina.

O amor quando existente pode mudar de intensidade, ajustar-se a nova dinâmica, adoecer, mas nunca acabar.

O que acontece em um planeta como a terra é que ainda não se sabe o que é amor.

Confunde-se desejo, paixão, empolgação, admiração, com amor.

Por isso é comum se ouvir “o amor acabou”.

Acaba, esfria, fica-se decepcionado, se desfaz, o desejo, a paixão, a admiração, a empolgação.

Transferimos de uma pessoa para outra, às vezes com a facilidade com que trocamos de roupa. Apenas fuga.

Se a união se faz com base em posições materiais, sociais, físicas, não havendo a ligação psíquica de amor, sentimento ainda desconhecido, pouco a pouco se caminha para as frustrações e dores.

Podemos até admitir que o sentimento seja qual for, que uniu um casal, vá se enfraquecendo, escapando entre os dedos, porque este planeta ainda vive a situação de tentativa de acerto e erro.

Por isso, não mais se conseguindo a convivência madura e sadia, o uso de mentiras, falsidades, só demonstra falta de maturidade, respeito e consideração a outra parte.

É como no anuncio da tva “vamos discutir a relação”.

É através do diálogo, entendimento, sem receio da situação, pois vai existir sofrimento de qualquer jeito, então é melhor sofrer com honestidade de propósitos.

Mas sempre de forma limpa, sincera, honestidade, lucidez, para que se mantenha o respeito, a consideração e quem sabe até amizade, principalmente quando há filhos envolvidos.

Esta é ainda a forma menos dolorosa de se cauterizar feridas.

Dói, claro! Arde, claro! Mas tudo que arde cura tudo que aperta segura!

Aquele responsável pelo desmanche, já levará na consciência a maior dor, cujo compromisso com as leis de causa e efeito não tardará a ocorrer. O “promoter” de dores e tormentos fica sempre preso as situações criadas.

O que se sentir injustiçado, prejudicado, desrespeitado, trabalhe a mente para o perdão (misericórdia).

Cada um segundo suas obras (justiça).

Quantos casos se conhecem de pares desfeitos e que reconstruíram seus caminhos com maturidade e muitas alegrias.

O livre arbítrio está aí para ser usado e as reações e os efeitos são proporcionais as ações e causas.

 

Qual o compromisso de uma pessoa com o seu ex-cônjuge?

Decidida a separação, tudo deve ocorrer sob imenso diálogo, respeito e amizade.

Mesmo que se decida não se verem jamais, não se falarem, não se encontrarem, seja por qual razão for, é bem lembrar o ditado que diz “o mundo é pequeno demais”, e qualquer sentimento de ódio, rancor, mágoa não resolvida pelo diálogo será resolvida pelo corpo energético provocando problemas de saúde física ou mental.

Por isso a relação com o “ex” deve ser a mais cordial possível, perto ou longe, pois nos filhos serão sempre produto de nossas ações e reações, além de serem Espíritos que irão nos trazer problemas ou alegrias, de acordo com a forma dos relacionamentos que ensinamos.

Se um casal se desagrega, é possível para cada ex-parceiro continuar progredindo, harmonicamente, mesmo que não se uma mais a ninguém?

Desde que não se entregue a paixões de ordem inferior, busque manter a harmonia íntima.

Para não descer a ladeira dos abusos sexuais é melhor “casar do que abrasar”, senão estiver disposto a dirigir suas energias em prol de causas humanitárias.

Como se pode entender os casos de pessoas que se casam inúmeras vezes, na busca da pessoa certa, sem jamais a encontrar?

Não encontraram o encaixe mental certo, porque dão preferência a relação libidinal atropelando-se no psiquismo.

Procuram uma relação hormonal, sem perceberem que mantém distância das questões morais, afetivas e espirituais.

Se emprestam, mas não se entregam. Trocam de parceiros, casando e descasando como trocam de roupa. Não conseguem perceber, porque nada sentem. Tudo é normal.

Falta a consciência do ser do destino e da dor e quando perceberem será através de muitos sofrimentos.

Fazer o que?

Não possuímos apenas uma única alma em nosso padrão vibratório. Ocorre que procuramos nos lugares, horas e caminhos errados.

E o que achamos vamos colocando no saco – usamos e de repente vem o desgaste e a necessidade de trocar. O carro está com 25.000 km saiu modelo novo está na hora de trocar.

Como ficam os Espíritos que contraem relações várias, unem-se muitas vezes? Qual o comprometimento deles perante a vida espiritual?

Questão pura de consciência falta de amadurecimento, lucidez.

“ A quem mais se deu mais se pedirá”.

Por isso dizem que quanto mais se desconhece mais se é feliz, porque quanto mais se conhece mais se tem a certeza da responsabilidade.

Deus é amor. Somos avaliados pelas leis divinas.

Estude ao invés de ler e ouvir o “evangelho de Jesus”.

Fonte?

Desafios da vida familiar

José Raul Teixeira