CIRCUITO ELÉTRICO
E MEDIÚNICO
Chamamos corrente
elétrica ao deslocamento da massa elétrica, através de um fio condutor.
Quando a
intensidade e o sentido da propagação da corrente são invariáveis, dizemos que
a corrente é contínua ou direta.
Quando a
intensidade e o sentido variam periodicamente, obedecendo ao movimento de
vai-e-vem temos a corrente alternada.
Também na
mediunidade, podemos ter uma corrente contínua ou direta, nos casos de
passividade absoluta, quando a corrente mediúnica caminha tão-somente do
Espírito comunicante para o médium. Do mesmo modo, podemos ter corrente
alternada, quando o médium age, com seu pensamento, sobre o Espírito
comunicante. Nos casos de manifestação de entidades sofredoras, através da
corrente alternada, a mente do médium poderia auxiliar na doutrinação. Mas,
essa corrente alternada também pode explicar o grau de interferência do médium
na comunicação recebida.
Denominamos
circuito elétrico o conjunto de aparelhos onde se pode estabelecer uma corrente
elétrica. O gerador é a parte interna do circuito; os demais aparelhos
constituem o circuito externo.
Na verdade,
gerador elétrico é o aparelho que realiza a transformação de uma forma qualquer
de energia em energia elétrica.
Fechar um
circuito é efetuar a ligação que permite a passagem da corrente elétrica; abrir
é interromper essa corrente. Para realizar essas operações, utilizamo-nos de
uma chave.
Vejamos a
analogia que André Luiz faz entre circuito elétrico e mediúnico:
“Aplica-se o conceito de circuito mediúnico a
extensão do campo de integração magnética em que circula uma corrente mental,
sempre que se mantenha a sintonia psíquica entre os seus extremos ou, mais
propriamente, o emissor e o receptor.
O circuito
mediúnico, dessa maneira, expressa uma vontade-apelo e uma vontade-resposta,
respectivamente, no trajeto ida e volta, definindo o comando da entidade
comunicante e a concordância do médium, fenômeno esse exatamente aplicável
tanto à esfera dos Espíritos desencarnados, quanto a dos Espíritos encarnados,
porquanto exprime conjugação mental. Para a realização dessas atividades, o
emissor e o receptor guardam consigo possibilidades particulares nos recursos
do cérebro, em cuja intimidade se processam circuitos elementares do campo
nervoso, atendendo a trabalhos espontâneos do Espírito, como sejam, ideação,
seleção, autocrítica e expressão.
Para que a
corrente elétrica se mantenha, é preciso que o circuito esteja fechado, isto é,
que o interruptor esteja ligado. No circuito mediúnico, para que a corrente
mental permaneça em circulação, é também necessário que esse circuito se
mantenha fechado, o que vale dizer que a entidade comunicante tenha o
pensamento constante de aceitação ou adesão do médium em constante equilíbrio.
Se o médium se mostrar desatento, a corrente de associação mental não se
articula.
RESISTÊNCIA,
INDUTÂNCIAE CAPACITÂNCIA
Quando se aplica
a mesma diferença de potencial entre os extremos de duas barras, uma de cobre e
outra de madeira, as correntes resultantes são muito diferentes. Nesse caso, é
relevante a característica do condutor chamada resistência.
Qualquer condutor
de eletricidade opõe uma resistência à passagem da corrente. Esta varia segundo
diversos fatores: material de que é composto o condutor, temperatura,
características do fio etc.
André Luiz lembra:
“Resistência é a propriedade que assinala o gasto de energia elétrica no
circuito, como provisão de calor, correspondendo à despesa de atrito em
mecânica.
Igualmente no
circuito mediúnico, a resistência significa a dissipação de energia mental,
destinada à sustentação de base entre o Espírito comunicante e o médium”.
E o médico
desencarnado ressalta um outro fator importante a ser analisado: “No circuito
elétrico, indutância é a peculiaridade através da qual a energia é acumulada no
campo magnético provocado pela corrente, impedindo-lhe a alteração, seja por aumento
ou por diminuição. Uma vista da indutância, quando a corrente varia, aparece na
intimidade do circuito determinado acréscimo de força, opondo-se à mudança, o
que faz dessa
propriedade uma
característica semelhante ao resultado da inércia em mecânica. Se o circuito
elétrico em ação sofre abrupta solução de continuidade, o efeito em estudo
produz uma descarga elétrica, cujas consequências variam com a intensidade da
corrente, de vez que o circuito, encerrando bobinas e motores, caracteriza-se
por natureza profundamente indutiva, implementos esses que não devem ser
interrompidos de chofre e cujos movimentos devem ser reduzidos devagar, único
modo de frustrar o aparecimento de correntes extras, suscetíveis de determinar
fechamentos ou rupturas desastrosas para os aparelhos de utilização.
Também no
circuito mediúnico verifica-se a mesma propriedade, ante a energia
mento-eletromagnética armazenada no campo da associação mental, entre a
entidade comunicante e o médium, provocada pelo equilíbrio entre ambos,
obstando possíveis variações. Em virtude de semelhante princípio, se aparece
alguma alteração na corrente mental, surge nas profundezas da conjugação
mediúnica um certo aumento de força, impedindo a variação. Se a violência
interfere criando mudanças bruscas, a indutância no plano mental determina uma
descarga magnética, cujos efeitos se hierarquizam, conforme a intensidade da
integração em andamento (destaques nossos).
Não é difícil
compreender as explicações de André Luiz, quando a gente se lembra que o
circuito mediúnico envolve implementos do períspirito e dos tecidos celulares complexos,
tanto no plano físico quanto no espiritual, mostrando-se fortemente indutivo,
não devendo ser submetido a interrupções intempestivas.
Todo o cuidado é
pouco para impedir a formação de extracorrentes magnéticas, capazes de operar
desajustes e perturbações físicas, perispiríticas e emocionais, de resultados
imprevisíveis para o médium e para a entidade em processo de comunicação.
Na primeira parte
estudamos casos em que o Espírito obsessor não pôde ser retirado deforma
abrupta ou violenta, sob pena de causar sérias perturbações para as duas
consciências em conúbio. Temos, como exemplo, o caso Odila-Zulmira, de Entre a
Terra e o Céu, com importantes ensinamentos para os doutrinadores e estudiosos
da mediunidade, em geral.
No circuito
elétrico, há ainda outra característica a ser considerada: a capacitância.
Através dela, pode-se dar acúmulo de energia no campo elétrico, energia essa
que acompanha a presença da voltagem, semelhante ao efeito da elasticidade em
mecânica. Temos, assim, os capacitores ou condensadores - aparelhos que guardam
energia no campo
eletrostático do
circuito. Com eles, armazena-se energia elétrica durante a carga que depois é
restituída ao circuito, por ocasião da descarga.
Esses aparelhos
são construídos de modo que tenham, intercalados, corpos bons condutores de
eletricidade e material isolante (dielétrico). O fato de não se tocarem entre
si os condutores, faz com que a corrente, mesmo não passando de um a outro,
provoque a criação, entre eles, de um campo elétrico.
Há condensadores
fixos e variáveis. Os primeiros recebem e emitem energia num só comprimento de
onda, sem selecioná-las. Os variáveis têm a possibilidade de selecionar os
diversos comprimentos de onda, de acordo com a maior ou menor superfície de
campo, estabelecido pelas placas. O exemplo conhecido de condensador variável é
o que existe no radio receptor, que utilizamos comumente.
André Luiz faz a
natural correlação com o circuito mediúnico. Nesse caso, capacitância exprime a
propriedade pela qual se verifica o armazenamento de recursos espirituais no
circuito, recursos esses que correspondem a sintonia psíquica (destaques
nossos).
Isso ocorre,
especialmente, nas tarefas mediúnicas para fins nobres, quando É sempre
necessária a formação de um circuito em que cada médium permanece subordinado
ao tradicional Espírito-guia ou determinado orientador da Espiritualidade.
No livro Nos
Domínios da Mediunidade, André Luiz descreve na cabeça de Ambrosina um pequeno
funil de luz, aparelho magnético ultrassensível, através do qual permanecia em contato
com o responsável pela obra espiritual, Gabriel. Seria uma espécie de capacitor do além.
Formou-se, assim,
uma faixa pela qual a médium e o dirigente associam-se intimamente. O
desenvolvimento mais amplo das faculdades mediúnicas exige essa providência,
principalmente, tendo em vista a missão de que o médium se acha investido para
ampliar o socorro à coletividade humana.
Enfim, um mandato
mediúnico reclama ordem, segurança e eficiência, para se efetivar.
Nessa passagem,
temos perfeitamente descrita a ligação Chico-Emmanuel e o extraordinário
mandato de amor que o médium desenvolveu neste século, em 70 anos de abençoada
mediunidade, que se comemora a 8 de julho de 1997.
Fonte:
Obsessão e suas
máscaras
Dra. Marlene
Nobre
Técnicas da
Mediunidade
Fundamentos da
Física
Mundo Maior
Nos Domínios da Mediunidade
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