terça-feira, 4 de agosto de 2020

A palavra ''Ressurreição''

- A palavra ''Ressurreição'' possui três significados diferentes na Bíblia. Deve-se entender o termo ressurreição utilizado para este caso, como o retorno do Espírito ao corpo que não estava morto, mas em estado de letargia (como ocorreu com Lázaro).

Já no caso em que se diz que Jesus ressuscitou, significa que ele apareceu com o seu corpo espiritual após a morte, nada havendo com relação ao corpo físico usado (Lucas 24:13-49). E quando se diz, nas escrituras, que Elias ressuscitou como João Batista, quer dizer que ele reencarnou (Marcos 6:14-16; 9:11-13). 

 Segundo a medicina, a letargia é um estado patológico de sono profundo, sem paragem das funções vitais e de duração variável, podendo ser causado por infecções graves que afetam os centros nervosos; sono artificial provocado quer pela sugestão (hipnose) quer por um medicamento (narcose-“ estado de inconsciência ou letargia produzido pela ação de narcótico, barbitúrico ou anestésico.

manifestações que ocorrem em pessoas submetidas a mudança súbita de pressão.

narcose ocorre geralmente em aviadores e em mergulhadores pode ser bastante grave.)  

É pelos olhos e pelos ouvidos que têm essas percepções?

“Não; pelo Espírito. O Espírito tem consciência de si, mas não pode comunicar-se.”

Por quê?

Porque a isso se opõe o estado do corpo. E esse estado especial dos órgãos vos prova que no homem há alguma coisa mais do que o corpo, pois que, então, o corpo já não funciona e, no entanto, o Espírito se mostra ativo. (O Livro dos Espíritos. Questão 422. Allan Kardec).

Na letargia, pode o Espírito separar-se inteiramente do corpo, de modo a imprimir-lhe todas as aparências da morte e voltar depois a habitá-lo?

Na letargia, o corpo não está morto, porquanto há funções que continuam a executar-se. Sua vitalidade se encontra em estado latente, como na crisálida, porém não aniquilada.

Ora, enquanto o corpo vive, o Espírito se lhe acha ligado. Em se rompendo, por efeito da morte real e pela desagregação dos órgãos, os laços que prendem um ao outro, integral se torna a separação e o Espírito não volta mais ao seu envoltório. Desde que um homem, aparentemente morto, volve à vida, é que não era completa a morte. (O Livro dos Espíritos. Questão 423. Allan Kardec). 

Por meio de cuidados dispensados a tempo, podem reatar-se laços prestes a se desfazerem e restituir-se à vida um ser que definitivamente morreria se não fosse socorrido?

Sem dúvida e todos os dias tendes a prova disso. O magnetismo, em tais casos, constitui, muitas vezes, poderoso meio de ação, porque restitui ao corpo o fluido vital que lhe falta para manter o funcionamento dos órgãos. 

Contrário seria às leis da Natureza e, portanto, milagroso, o fato de voltar à vida corpórea um indivíduo que se achasse realmente morto. Ora, não é necessário recorrer a essa ordem de fatos, para ter-se a explicação das ressurreições que Jesus operou.

(...) O próprio Jesus declara positivamente, com relação à filha de Jairo: Esta menina, disse ele, não está morta, está apenas adormecida. Era um caso de catalepsia.

Dado o poder fluídico que ele possuía, nada de espantoso há em que esse fluido vivificante, acionado por uma vontade forte, haja reanimado os sentidos em torpor; que haja mesmo feito voltar ao corpo o Espírito, prestes a abandoná-lo, no caso de Lázaro que era letargia, uma vez que o laço perispirítico ainda se não rompera definitivamente.

Para os homens daquela época, que consideravam morto o indivíduo desde que deixara de respirar, havia ressurreição em casos tais; mas, o que na realidade havia era rara e não ressurreição, na acepção legítima do termo.

A evolução desse quadro levou as pessoas a colocarem um espelho em frente a boca e nariz do “morto!” para ver se respirava.

A ressurreição de Lázaro, digam o que disserem, de nenhum modo infirma este princípio. Ele estava, dizem, havia quatro dias no sepulcro; sabe-se, porém, que há letargias que duram oito dias e até mais. Acrescentam que já cheirava mal, o que é sinal de decomposição.

Esta alegação também nada prova, dado que em certos indivíduos há decomposição parcial do corpo, mesmo antes da morte, havendo em tal caso cheiro de podridão.  Vamos considerar também que um indivíduo há quatro dias enrolado em panos depois de um banho de unguentos, não deverá cheirar bem. A própria falta de banho em alguém por quatro dias já fica horrivelmente suportável.

A morte só se verifica quando são atacados os órgãos essenciais à vida. (A

Essa “moléstia” era muito comum na Judéia, onde os enterramentos eram imediatos.

Vemos, por exemplo, no capítulo V, versículo 5 e seguintes de Atos dos Apóstolos, que tendo Ananias e sua mulher Safira retido parte da importância de uma propriedade que venderam e deveria ser entregue aos Apóstolos, só pelo fato de Pedro repreendê-los severamente, caíram ambos mortos e em menos de 3 horas foram enterrados.

Nestes dois exemplos vemos não se tratar de morte real, mas de simples casos de sincope ou catalepsia.

Assim foi, certamente, o que aconteceu a Lázaro em estado letárgico.

Vitimado por uma letargia, imediatamente fizeram-no enterrar, permanecendo no túmulo durante a crise letárgica.

Jesus, conhecendo a natureza de seu amigo Lázaro e as crises a que ele estava sujeito; dotado ainda, o Mestre, como era, dessa vista dupla, ou clarividência, que transpõe distâncias e não conhece barreiras, verificou que Lázaro não fora atacado de uma enfermidade física, mas que a sua moléstia era toda de ordem psíquica, como se observa nos casos de sonambulismo, catalepsia; letargia.

Foi isto que o fez demorar 4 dias para chegar a Betânia. Ele tinha certeza de que não houvera ruptura dos laços fluídicos que ligam o Espírito ao corpo.

E tanto é assim, que o despertou com voz alta e imperiosa: Lázaro, sai para fora, operando a ressurreição do seu amigo.

Aí vemos um estado letárgico superagudo, porque espontâneo, relaxamento dos elos vitais pela de­pressão causada por uma enfermidade, fato patológico, portanto, provando o desejo incontido que o espírito encarnado tinha de deixar a matéria para alçar-se ao infinito, e onde o próprio fluido vital, que anima os organismos vivos, ao encontrava quase totalmente ex­tinto, e cujos liames magnéticos do perispírito em dire­ção à carne se encontravam de tal forma frágeis, dani­ficados pelo enfraquecimento das vibrações e da vontade.

(...) Neste, as mesmas forças vitais se encontravam já em desorganização adiantada, e não fora o concurso dos liames magnéticos ainda aprovei­táveis e as reservas vitais conservadas pelo perispírito nas constituições físicas robustas (o perispírito age qual reservatório de forças vitais e os laços magnéticos são os agentes transmissores que suprem a organização física) e se não fossem aquelas reservas Jesus não se abalaria à cura porque esta seria impossível.

            

Um espírito encarnado, por exemplo, já evolvido, ou apenas de boa vontade, senhor das próprias vibra­ções, poderá cair em transe letárgico, ou cataléptico, voluntariamente, alçar-se ao Espaço para desfrutar o consolador convívio dos amigos espirituais mais inten­samente, dedicar-se a estudos profundos, colaborar com o bem e depois retornar à carne, reanimado e apto a excelentes realizações. Não obstante, homens comuns ou inferiores poderão cair nos mesmos transes, conviver com entidades espirituais inferiores como eles e retornar obsidiados, predispostos aos maus atos e até inclinados ao homicídio e ao suicídio. Isso pode ocorrer mesmo durante a noite no sono reparador

1.     Ressurreição é termo que pode ser empregado sob o ponto de vista material e espiritual. Quando dizemos que tal indivíduo “ressuscitou”, afirmamos que ele reapareceu, porque “ressuscitar” quer dizer “reaparecer”. Esse reaparecimento se pode dar em corpo carnal ou em Espírito.

2.     Por exemplo: Lázaro “ressuscitou”, reapareceu com seu corpo carnal, que todos já julgavam morto. Mas os “mortos” também ressuscitam em corpo espiritual.

3.     Foi assim que Moisés e Elias ressuscitaram no Tabor, assim Samuel ressuscitou no Endor, assim Jesus Cristo ressuscitou em Jerusalém e circunvizinhanças.

4.     Destes” morreram os corpos carnais, mas eles ressuscitaram em seus corpos espirituais. A Imortalidade não é apanágio do corpo material, mas sim do corpo fluídico, celeste, espiritual.

5.     A Ressurreição de Lázaro foi uma manifestação física do poder de Jesus; a Ressurreição de Jesus foi uma graça psíquica da Sabedoria Divina.

 

FONTES:

(Parábolas e ensinos de Jesus Cairbar Schutel).

A Gênese

Regeneracaoplanetaria.com.br

O Livro dos Espíritos. Questão 424.

 


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