PORQUE NÃO SE ESTUDA O APOCALIPSE.
Último livro da Bíblia, o “Apocalipse” de João tem
constituído, através dos séculos, o grande campo de estudo para quantos se
dedicam à interpretação dos textos de sentido oculto. Não há parte alguma do
Velho ou Novo Testamento que apresente linguagem mais incompreensível; todavia,
nenhum outro livro bíblico possui tantas e tão variadas explicações.
A LITERATURA APOCALÍPTICA
Entre os judeus a literatura apocalíptica vicejou de forma
especial entre os anos 200 a.C. e 200 A.D. Diferenciava-se da literatura
profética, porque tratava mais dos acontecimentos futuros da Humanidade,
através de uma linguagem simbólica de grande obscuridade, do que da transmissão
de uma mensagem, como era o caso do profetismo, onde as imagens são, via de
regra, simples e objetivas.
Há um pensamento geral de que a literatura apocalíptica se
desenvolveu, em grande parte, como consequência do desespero em face da
situação humana.
Entre os muitos escritos apocalípticos podem ser
mencionados os “Oráculos Sibilinos”, a “Assunção de Moisés”, o “Livro dos
Jubileus”, as “Histórias de Adão e Eva”, o “Apocalipse de Abraão”, o
“Apocalipse de Sofonias” e a “Oração de José”.
Nenhum deles, contudo, conseguiu atrair para si tamanha
atenção como o “Apocalipse” escrito por João, livro que ainda constitui o
grande desafio para os estudiosos afeitos a semelhante literatura, em
decorrência de seus textos de dificílima interpretação.
O “APOCALIPSE” DE JOÃO
Apocalipse (do grego Apokalypsis) significa “revelação de coisas
ocultas”. A temática deste livro tem inspirado inúmeros ilustradores,
citando-se, sobretudo, as miniaturas de S. Severo e as gravuras em madeira de Dürer.
O livro foi escrito pelo apóstolo João (evangelista) quando
este se encontrava em Patmos, uma pequena ilha rochosa do Mar Egeu. Não se
pode, entretanto, determinar com precisão se o seu desterro ocorreu no reinado
de Domiciano ou de Nero. De acordo com o Dr. Joseph Angus, em seu trabalho
“História, Doutrina e Interpretação da Bíblia”, “a opinião geralmente aceita é
que o autor da obra teve aquela maravilhosa visão pelos fins do reinado de
Domiciano.
João foi expulso de Jerusalém, por Paulo de Tarso, na mesma
decisão que permitiu Pedro a continuar seu trabalho na Casa do Caminho, e
condenar a morte Estevão (Jesiel), antes de sua conversão em Damasco.
Essa decisão por orgulho ferido, prepotência e vaidade,
veio a ocasionar a morte de sua noiva (irmã de Jesiel), que o fez culpar
Ananias e persegui-lo até Damasco quando ocorreu sua conversão antes de entrar
na cidade.
Mas – continua ele -, essa opinião citada por Eusébio e
repetida em fins do terceiro século por Vitorino, bispo de Pettau, que escreveu
o mais antigo comentário que existe sobre o “Apocalipse”, não concorda com a
tradição preservada por Tertuliano (220 A.D.), por Jerônimo (378 A.D.) e
outros escritores, e pela qual se afirma que João foi desterrado para aquela
ilha no “reinado de Nero”.
Emmanuel, na obra “A Caminho da Luz”, assim se pronuncia a
respeito do “Apocalipse” de João:
“Alguns anos antes de terminar o primeiro século, após o
advento da nova doutrina, já as forças espirituais operam uma análise da
situação amargurosa do mundo, em face do porvir.
Sob a égide de Jesus, estabelecem novas linhas de progresso
para a civilização, assinalando os traços iniciais dos países europeus dos
tempos modernos. Roma já não representa, então, para o plano invisível, senão
um foco infeccioso que é preciso neutralizar ou remover. Todas as dádivas do
Alto haviam sido desprezadas pela cidade imperial, transformada num Vesúvio de
paixões e de esgotamentos. O Divino Mestre chama aos Espaços o Espírito João,
que ainda se encontrava preso nos liames da Terra, e o Apóstolo, atônito e,
aflito, lê a linguagem simbólica do invisível.
Recomenda-lhe o Senhor que entregue os seus conhecimentos
ao planeta como advertência a todas as nações e a todos os povos da Terra, e o
velho Apóstolo de Patmos transmite aos seus discípulos as advertências
extraordinárias do Apocalipse.
Todos os fatos posteriores à existência de João estão ali
previstos. É verdade que frequentemente a descrição apostólica penetra o
terreno mais obscuro; vê-se que a sua expressão humana não pode copiar
fielmente a expressão divina das suas visões de palpitante interesse para a
história da Humanidade. As guerras, as nações futuras, os tormentos
porvindouros, o comercialismo, as lutas ideológicas da civilização ocidental,
estão ali pormenorizadamente entrevistos. E a figura mais dolorosa, ali
relacionada, que ainda hoje se oferece à visão do mundo moderno, é bem aquela
da igreja transviada de Roma, simbolizada na besta vestida de púrpura e
embriagada com o sangue dos santos. ”
A leitura desta página – tirada da obra lançada em 1939
pela Federação Espírita Brasileira nos conduz ao seguinte posicionamento:
– A elaboração do “Apocalipse” está circunscrita no século
I da Era Cristã. Aliás, o Dr. Joseph Angus levanta duas épocas prováveis: ou 68
a 70 A.D. ou 95 a 96 A.D.
– O fenômeno
mediúnico que possibilitou a elaboração do livro na ilha de Patmos teve a
supervisão do próprio Mestre
– Foi João o
apóstolo que escreveu o último livro da Bíblia, apesar de algumas obras dizerem
que o escrito é tradicionalmente atribuído a João, o que, na verdade, levanta certa
dúvida no leitor. A “Grande Enciclopédia Delta Larousse” chega a afirmar que
muitos estudiosos modernos entendem que João, o autor do livro, não era o mesmo
que escrevera o Evangelho e as Cartas, ou seja, as três Epístolas, incluídas no
Novo Testamento.
Na época de Eusébio, o historiador, responsável por várias
obras, destacando-se “Questões e Soluções Concernentes à Paixão e
Ressurreição do Salvador”, acreditava-se ser o “Apocalipse” atribuído a um
outro João, contemporâneo do apóstolo, em Éfeso. Mas os estudiosos do assunto
consideram esta hipótese como “insustentável”. Como difícil de ser aceita –
alegam – é a teoria de Vischer, discípulo de Harnack, segundo a qual o livro
teve origem judaica, foi escrito em hebreu antes da destruição de
Jerusalém, sofrendo
depois interpolações diversas de acordo com as ideias cristãs e, muitas vezes,
atendendo interesses particulares. (Grifo nosso.) Mas, apesar do que tem sido exposto, pode-se
afirmar que foi mesmo João o apóstolo que escreveu o último livro da Bíblia.
Recorramos, agora, a um pequeno detalhe.
Em “Pão Nosso”, trabalho ditado por Emmanuel a Francisco
Cândido Xavier, no capítulo 122, “Pecado e pecador”, antes do comentário do
autor espiritual, deparamo-nos com este versículo:
“Amado, não sigas o mal, mas o bem. Quem faz o bem, é
de Deus; mas quem faz o mal, não tem visto a Deus. ”
E logo a seguir: III João, 11, ou seja, Terceira Epístola
de João, versículo 11. (Esta Epístola só tem um capítulo.)
Na mensagem que comenta o referido versículo, há esta frase
de Emmanuel que é para nós uma “chave”: “O evangelista (João) apresenta
conceito justo. ” (Grifo nosso.)
Chega-se, pois, à evidência de que o João que escreveu o
“Apocalipse” foi o mesmo que escreveu as Epístolas e um dos Evangelhos!
Como se não fosse suficiente a palavra de Emmanuel,
há características bem curiosas, as quais, sendo comuns às obras citadas,
deixam perceber a existência de um único autor. Identifiquemos três apenas:
I – Concessão do título “palavra de Deus” a Jesus
(“Apocalipse”, 19:13) – No Evangelho de João, 1 :1, nas traduções em português,
o termo usado é Verbo. Na versão em Esperanto, vamos encontrar o termo vorto, o qual,
consoante o “Grande Dicionário Esperanto-Português”, compilado pelo saudoso Prof.
Ismael Gomes Braga, tem o sentido geral de palavra; vocábulo. (Para o sentido
religioso a tradução será verbo. Já na Primeira Epístola de João, 1 :1, o termo
usado é mesmo palavra.
II – Concessão do título “Cordeiro” a Jesus – Esta
designação ocorre 26 vezes no “Apocalipse”; no Evangelho escrito por João,
aparece em 1:29 e 36.
III – O desusado emprego, do termo sangues – Neste
particular há uma interessante observação a se fazer. O Dr. Joseph Angus
esclarece que no original grego a palavra usada é sangues (no
plural), embora nas traduções feitas tenha-se tomado o termo sangue, conforme se
verifica em “Apocalipse”, 18:24, e no “Evangelho de João”, 1:13.
Outros confrontos poderiam ser feitos. Por exemplo, com os
termos vencer, verdadeiro, testemunho, a frase e os que o transpassaram, etc. Para os que desejarem colher maiores detalhes, duas
obras são aconselhadas: a “Introduction to the New Testament”, vol. II, do
Dr. S. Davidson e a “Introduction and Exposition of the Gospel of St. John”, do
Dr. H. R. Reynolds, no “Pulpit Commentary”
Conteúdo do Livro-Enigma
Milton, o sempre lembrado autor de “O Paraíso
Perdido”, - o descreve como “imagem majestosa de uma alta e imponente
tragédia, encerrando e misturando as suas solenes cenas e atos, com o
sétuplo coro de aleluias e sinfonias de harpa”.
Emmanuel, na apreciação que faz sobre a obra afirma que “o
Apocalipse de João tem singular importância para os destinos da Humanidade
terrestre”.
De uma forma muito genérica o livro pode ser dividido em
duas partes. A primeira – capítulos
1 a 3 – refere-se às coisas que são. A segunda – capítulos
4 a 22 – compreende as coisas que hão de acontecer.
Se se quiser estabelecer uma divisão mais minuciosa,
pode-se dizer que a matéria está encerrada em sete partes:
1ª) as sete epístolas às sete igrejas;
2ª) os sete selos;
3ª) as sete trombetas ressonantes;
4ª) as sete figuras místicas: a mulher vestida de sol; o
dragão vermelho; o filho da mulher; a primeira besta que saiu do mar; a segunda
besta que se levantou da terra; o Cordeiro no monte de Sião e o semelhante
ao Filho do Homem sobre a nuvem;
5′) o derramamento das sete taças;
6ª) a aniquilação dos inimigos da igreja;
7ª) as glórias da Cidade Santa, a Nova Jerusalém.
Trata-se, conforme se pode observar pela leitura do livro, de
uma série de visões, traduzidas por meio de imagens simbólicas e uma linguagem
figurada.
Último livro da Bíblia, o “Apocalipse” de João tem
constituído, através dos séculos, o grande campo de estudo para quantos se
dedicam à interpretação dos textos de sentido oculto. Não há parte alguma do
Velho ou Novo Testamento que apresente linguagem mais incompreensível; todavia,
nenhum outro livro bíblico possui tantas e tão variadas explicações.
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A Literatura Apocalíptica
Entre os judeus a literatura apocalíptica vicejou
de forma especial entre os anos 200 a.C. e 200 A.D. Diferenciava-se da
literatura profética, porque tratava mais dos acontecimentos futuros da
Humanidade, através de uma linguagem simbólica de grande obscuridade, do que da
transmissão de uma mensagem, como era o caso do profetismo, onde as imagens
são, via de regra, simples e objetivas.
Há um pensamento geral de que a literatura apocalíptica se desenvolveu, em
grande parte, como consequência do desespero em face da situação humana.
Entre os muitos escritos apocalípticos podem ser mencionados os “Oráculos
Sibilinos”, a “Assunção de Moisés”, o “Livro dos Jubileus”, as “Histórias de
Adão e Eva”, o “Apocalipse de Abraão”, o “Apocalipse de Sofonias” e a “Oração
de José”.
Nenhum deles, contudo, conseguiu atrair para si tamanha atenção como o
“Apocalipse” escrito por João, livro que ainda constitui o grande desafio
para os estudiosos afeitos a semelhante literatura, em decorrência de seus
textos de dificílima interpretação.
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O “Apocalipse” de João
Apocalipse (do grego Apokalypsis) significa
“revelação de coisas ocultas”. A temática deste livro tem inspirado
inúmeros ilustradores, citando-se, sobretudo, as miniaturas de S. Severo e as
gravuras em madeira de Dürer.
O livro foi escrito pelo apóstolo João (evangelista) quando este se encontrava
em Patmos, uma pequena ilha rochosa do Mar Egeu. Não se pode, entretanto,
determinar com precisão se o seu desterro ocorreu no reinado de Domiciano ou de
Nero. De acordo com o Dr. Joseph Angus, em seu trabalho “História, Doutrina e
Interpretação da Bíblia”, “a opinião geralmente aceita é que o autor da obra
teve aquela maravilhosa visão pelos fins do reinado de Domiciano. Mas –
continua ele -, essa opinião citada por Eusébio e repetida em fins do terceiro
século por Vitorino, bispo de Pettau, que escreveu o mais antigo comentário que
existe sobre o “Apocalipse”, não concorda com a tradição preservada por
Tertuliano (220 A.D.), por Jerônimo (378 A.D.) e outros escritores, e pela
qual se afirma que João foi desterrado para aquela ilha no “reinado de
Nero”.
Emmanuel, na obra “A Caminho da Luz”, assim se pronuncia a respeito do
“Apocalipse” de João:
“Alguns
anos antes de terminar o primeiro século, após o advento da nova doutrina, já
as forças espirituais operam uma análise da situação amargurosa do mundo, em
face do porvir.
Sob a égide de Jesus, estabelecem novas linhas de
progresso para a civilização, assinalando os traços iniciais dos países
europeus dos tempos modernos. Roma já não representa, então, para o plano
invisível, senão um foco infeccioso que é preciso neutralizar ou remover. Todas
as dádivas do Alto haviam sido desprezadas pela cidade imperial, transformada
num Vesúvio de paixões e de esgotamentos. O Divino Mestre chama aos Espaços o
Espírito João, que ainda se encontrava preso nos liames da Terra, e o Apóstolo,
atônito e, aflito, lê a linguagem simbólica do invisível.
Recomenda-lhe o Senhor que entregue os seus conhecimentos ao planeta como
advertência a todas as nações e a todos os povos da Terra, e o velho Apóstolo
de Patmos transmite aos seus discípulos as advertências extraordinárias do
Apocalipse.
Todos os fatos posteriores à existência de João estão ali previstos. É verdade
que frequentemente a descrição apostólica penetra o terreno mais obscuro;
vê-se que a sua expressão humana não pode copiar fielmente a expressão divina
das suas visões de palpitante interesse para a história da Humanidade. As
guerras, as nações futuras, os tormentos porvindouros, o comercialismo, as
lutas ideológicas da civilização ocidental, estão ali pormenorizadamente
entrevistos. E a figura mais dolorosa, ali relacionada, que ainda hoje se
oferece à visão do mundo moderno, é bem aquela da igreja transviada de Roma,
simbolizada na besta vestida de púrpura e embriagada com o sangue dos santos. ”
A leitura desta página – tirada da obra lançada em 1939 pela Federação Espírita
Brasileira nos conduz ao seguinte posicionamento:
– A elaboração do “Apocalipse” está circunscrita no século I da Era Cristã.
Aliás, o Dr. Joseph Angus levanta duas épocas prováveis: ou 68 a 70 A.D. ou 95
a 96 A.D.
– O fenômeno mediúnico que possibilitou a elaboração do livro na ilha de Patmos
teve a supervisão do próprio Mestre.
– Foi João o apóstolo que escreveu o último livro da Bíblia, apesar de algumas
obras dizerem que o escrito é tradicionalmente atribuído
a João, o que, na verdade, levanta certa dúvida no leitor. A “Grande
Enciclopédia Delta Larousse” chega a afirmar que muitos estudiosos modernos
entendem que João, o autor do livro, não era o mesmo que escrevera o Evangelho
e as Cartas, ou seja, as três Epístolas, incluídas no Novo Testamento.
.
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Na época de Eusébio, o historiador, responsável por várias obras, destacando-se
“Questões e Soluções Concernentes à Paixão e Ressurreição do Salvador”,
acreditava-se ser o “Apocalipse” atribuído a um outro João, contemporâneo do
apóstolo, em Éfeso. Mas os estudiosos do assunto consideram esta hipótese como
“insustentável”. Como difícil de ser aceita – alegam – é a teoria de Vischer,
discípulo de Harnack, segundo a qual o livro teve origem judaica, foi escrito
em hebreu antes da destruição de Jerusalém, sofrendo depois interpolações
diversas de acordo com as ideias cristãs e, muitas vezes, atendendo interesses
particulares. (Grifo nosso.)
Mas, apesar do que tem sido exposto, pode-se afirmar que foi mesmo João o
apóstolo que escreveu o último livro da Bíblia. Recorramos, agora, a um pequeno
detalhe.
Em “Pão Nosso”, trabalho ditado por Emmanuel a Francisco Cândido Xavier, no
capítulo 122, “Pecado e pecador”, antes do comentário do autor espiritual,
deparamo-nos com este versículo:
“Amado,
não sigas o mal, mas o bem. Quem faz o bem, é de Deus; mas quem faz o mal, não
tem visto a Deus. ”
E logo a seguir: III João, 11, ou seja, Terceira Epístola de João, versículo
11. (Esta Epístola só tem um capítulo.)
Na mensagem que comenta o referido versículo, há esta frase de Emmanuel que é
para nós uma “chave”: “O evangelista (João) apresenta conceito justo.” (Grifo
nosso.)
Chega-se, pois, à evidência de que o João que escreveu o “Apocalipse” foi o
mesmo que escreveu as Epístolas e um dos Evangelhos!
Como se não fosse suficiente a palavra de Emmanuel, há características bem
curiosas, as quais, sendo comuns às obras citadas, deixam perceber a existência
de um único autor. Identifiquemos três apenas:
I – Concessão do título “palavra de Deus” a Jesus
(“Apocalipse”, 19:13) – No Evangelho de João, 1 :1, nas traduções em português,
o termo usado é Verbo. Na versão em Esperanto, vamos encontrar o termo vorto, o qual, consoante o “Grande Dicionário
Esperanto-Português”, compilado pelo saudoso Prof. Ismael Gomes Braga, tem o
sentido geral de palavra; vocábulo. (Para o sentido religioso a tradução será
verbo. Já na Primeira Epístola de João, 1 :1, o termo usado é mesmo palavra.
II – Concessão do título “Cordeiro” a Jesus – Esta
designação ocorre 26 vezes no “Apocalipse”; no Evangelho escrito por João,
aparece em 1:29 e 36.
III – O desusado emprego, do termo sangues – Neste particular há uma interessante
observação a se fazer. O Dr. Joseph Angus esclarece que no original grego a
palavra usada é sangues (no plural), embora
nas traduções feitas tenha-se tomado o termo sangue, conforme se
verifica em “Apocalipse”, 18:24, e no “Evangelho de João”, 1:13.
Outros confrontos poderiam ser feitos. Por exemplo, com os termos vencer, verdadeiro, testemunho, a frase
e os que o transpassaram, etc. Para os que desejarem
colher maiores detalhes, duas obras são aconselhadas: a “Introduction to the
New Testament”, vol. II, do Dr. S. Davidson e a “Introduction and
Exposition of the Gospel of St. John”, do Dr. H. R. Reynolds, no “Pulpit
Commentary”
Conteúdo do Livro-Enigma
Milton, o sempre lembrado autor de “O Paraíso
Perdido”, - o descreve como “imagem majestosa de uma alta e imponente
tragédia, encerrando e misturando as suas solenes cenas e atos, com o
sétuplo coro de aleluias e sinfonias de harpa”.
Emmanuel, na apreciação que faz sobre a obra afirma que “o Apocalipse de João
tem singular importância para os destinos da Humanidade terrestre”.
De uma forma muito genérica o livro pode ser dividido em duas partes. A
primeira – capítulos
1 a 3 – refere-se às coisas que são. A segunda –
capítulos 4 a 22 – compreende as coisas que hão de acontecer.
Se se quiser estabelecer uma divisão mais minuciosa, pode-se dizer que a
matéria está encerrada em sete partes:
1ª as sete
epístolas às sete igrejas;
2ª) os sete
selos;
3ª) as sete
trombetas ressonantes;
4ª) as sete
figuras místicas: a mulher vestida de sol; o dragão vermelho; o filho da
mulher; a primeira besta que saiu do mar; a segunda besta que se levantou da
terra; o Cordeiro no monte de Sião e o semelhante ao Filho do Homem sobre
a nuvem;
5′) o
derramamento das sete taças;
6ª) a
aniquilação dos inimigos da igreja;
7ª) as glórias
da Cidade Santa, a Nova Jerusalém.
Trata-se, conforme se pode observar pela leitura do livro, de uma série de
visões, traduzidas por meio de imagens simbólicas e uma linguagem figurada.
A Variedade das Interpretações
No passado, os que estudavam o “Apocalipse”
agrupavam-se em torno de um dos seguintes Sistemas:
Praeterista – Admitia que
grande parte das revelações contidas no “Apocalipse” já tinham acontecido. Eram
partidários desta opinião Grocio, Hammond, Stuart, Hug, S. Davidson, Farrar,
Wetstein, Eichhorn, De Wette, Ewald, Herder, Bleek e F. D. Maurice.
Histórico – Considerava
as revelações como um delineamento dos grandes acontecimentos da História da
Terra, desde os tempos apostólicos até o fim do mundo. Destacam-se neste
sistema as figuras de Vitringa, Elliott e Bengel.
Futurista – Sustentava
que os fatos previstos – em grande parte ou mesmo na sua totalidade – estão
reservados para os últimos dias da Humanidade. Tinha a aquiescência de
Maitland, Burg, W. Kelly e outros.
Espiritual ou Ideal–
Considerava o livro uma descrição pitoresca do desenvolvimento dos grandiosos
princípios que sempre se apresentam em constante conflito, embora sob várias
formas e ecléticos no seu caráter. Adotavam este ponto de vista o Bispo Boyd
Carpenter, o Prof. Milligan e o Arcediago Lee.
Hoje em dia, não é fácil enumerar todas as interpretações existentes em torno
dos textos do
“Apocalipse”. Elas divergem sensivelmente,
consoante este ou aquele autor. A esse respeito o Dr. Joseph Angus é muito
claro:
“Na verdade, se um intérprete (Elliott) vê no sexto selo uma referência a
Constantino, outro (Faber) diz que se trata de uma alusão à primeira Revolução
Francesa; e, se Bengel vê na estrela que cai do céu um anjo bom, Elliott crê
ser ela uma figura de Maomé. Os gafanhotos com o poder dos escorpiões, e que
haviam de produzir grande calamidade por cinco meses, significam para Mede
cento e cinquenta anos de domínio dos sarracenos, mas para Vitringa significam
os godos e para Max Scherzer, os jesuítas. ”
O caso da besta apocalíptica, uma das figuras bem discutidas do livro de João,
tem as mais variadas interpretações. Para os adeptos do Sistema Praeterista, o
número simbólico 666 corresponderia ao valor numérico das letras hebraicas nas
palavras Neron Cesar. O Arcediago Lee no seu livro “Speaker’s Commentary”
acreditava que a besta apocalíptica seria realmente um infiel que haveria de
dominar toda a extensão do velho império romano. Já Cairbar Schutel em um
trabalho publicado em 1918 (“Interpretação Sintética do Apocalipse”) e Emmanuel
em “A Caminho da Luz” (1939) transferem o símbolo do livro-enigma à figura
central e dominante da Igreja Romana
A Variedade das Interpretações
No passado, os que estudavam o “Apocalipse” agrupavam-se
em torno de um dos seguintes Sistemas:
Praeterista – Admitia que grande parte das revelações contidas no
“Apocalipse” já tinham acontecido. Eram partidários desta opinião Grocio,
Hammond, Stuart, Hug, S. Davidson, Farrar, Wetstein, Eichhorn, De Wette, Ewald,
Herder, Bleek e F. D. Maurice.
Histórico – Considerava as revelações como um delineamento dos grandes
acontecimentos da História da Terra, desde os tempos apostólicos até o fim do
mundo. Destacam-se neste sistema as figuras de Vitringa, Elliott e Bengel.
Futurista – Sustentava que os fatos previstos – em grande parte ou mesmo na
sua totalidade – estão reservados para os últimos dias da Humanidade. Tinha a
aquiescência de Maitland, Burg, W. Kelly e outros.
Espiritual ou Ideal– Considerava o livro uma descrição pitoresca do
desenvolvimento dos grandiosos princípios que sempre se apresentam em constante
conflito, embora sob várias formas e ecléticos no seu caráter. Adotavam este
ponto de vista o Bispo Boyd Carpenter, o Prof. Milligan e o Arcediago Lee.
Hoje em dia, não é
fácil enumerar todas as interpretações existentes em torno dos textos do
“Apocalipse”. Elas divergem sensivelmente, consoante este
ou aquele autor. A esse respeito o Dr. Joseph Angus é muito claro:
“Na verdade, se um intérprete (Elliott) vê no sexto selo
uma referência a Constantino, outro (Faber) diz que se trata de uma alusão à
primeira Revolução Francesa; e, se Bengel vê na estrela que cai do céu um anjo
bom, Elliott crê ser ela uma figura de Maomé. Os gafanhotos com o poder dos
escorpiões, e que haviam de produzir grande calamidade por cinco meses,
significam para Mede cento e cinquenta anos de domínio dos sarracenos, mas para
Vitringa significam os godos e para Scherzer, os jesuítas. ”
O caso da besta
apocalíptica, uma das figuras bem discutidas do livro de João, tem as mais
variadas interpretações. Para os adeptos do Sistema Praeterista, o número
simbólico 666 corresponderia ao valor numérico das letras hebraicas nas palavras
Neron Cesar. O Arcediago Lee no seu livro “Speaker’s Commentary” acreditava que
a besta apocalíptica seria realmente um infiel que haveria de dominar toda a
extensão do velho império romano. Já Cairbar Schutel em um trabalho publicado
em 1918 (“Interpretação Sintética do Apocalipse”) e Emmanuel em “A Caminho da
Luz” (1939) transferem o símbolo do livro-enigma à figura central e
dominante da Igreja Romana
Dificuldade na Transmissão da Mensagem em Patmos
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