Células
e corpo espiritual PRINCÍPIOS INTELIGENTES RUDIMENTARES — Com o transcurso dos
evos, surpreendemos as células como princípios inteligentes de feição
rudimentar, a serviço do princípio inteligente em estágio mais nobre nos
animais superiores (cavalo – cachorro – golfinho – elefante) e nas criaturas
humanas, renovando-se continuamente, no corpo físico e no corpo espiritual, em
modulações vibratórias diversas, conforme a situação da inteligência que as
senhoreia, depois do berço ou depois do túmulo.
FORMAS
DAS CÉLULAS — Animálculos infinitesimais, que se revelam domesticados e
ordeiros na colmeia orgânica, assumem formas diferentes, segundo a posição dos
indivíduos e a natureza dos tecidos em que se agrupam, obedecendo ao pensamento
simples ou complexo que lhes comanda a existência. São cenositos –(uma célula, tecido ou organismo multinucleado )ou microrganismos que podem viver livremente, como
autositos (, ou como parasitos; sincícios ou massa de células que se fundem
para a execução de atividade particular, como, por exemplo, na musculatura
cardíaca ou na camada epitelial que compõe a parte externa da placenta, com
ação histolítica sobre a estrutura da organização materna; células
anastomosadas, como as que se coordenam na formação dos tecidos conjuntivos;
células em grupos coloniais, com movimentos perfeitamente coordenados, quais as
que se mostram nos volvocídeos; células com matriz intersticial, que elaboram
substâncias imprescindíveis à conservação da vida na província corpórea e as
células que podem diversificar-se, constituindo-se elementos livres, como na
preparação dos glóbulos da corrente sanguínea. Articulam-se em múltiplas
formas, adaptando-se às funções que lhes competem, no veículo de manifestação
da criatura que temporariamente as segrega, à maneira de peças eletromagnéticas
inteligentes, em máquina eletromagnética superinteligente, atendendo com
precisão matemática aos apelos da mente, assemelhando-se, de certo modo, no
organismo, aos milhões de átomos que constituem harmonicamente as cordas de um
piano, acionadas pelos martelos minúsculos dos nervos, ao impacto das teclas
que podemos simbolizar nos fulcros energéticos do córtice encefálico,
movimentado e controlado pelo Espírito, através do centro coronário que
sustenta a conjunção da vida mental com a forma organizada em que ela própria
se expressa. MOTORES ELÉTRICOS MICROSCÓPICOS — Dispostas na construção da forma
em processo idêntico ao da superposição dos tijolos numa obra de alvenaria, as
células são compelidas à disciplina, perante a ideia orientadora que as associa
e governa, quanto os tijolos vulgares são constrangidos à submissão ante as
linhas traçadas pelo arquiteto que lhes aproveita o concurso na concretização
de projeto específico. É assim que são funcionárias da reprodução no centro
genésico, trabalhadores da digestão e absorção no centro gástrico, operários da
respiração e fonação no centro laríngeo, da circulação no centro cardíaco,
servidoras e guardiãs fixas ou migratórias do tráfego e distribuição, reserva e
defesa no centro esplênico, auxiliares da inteligência e elementos de ligação
no centro cerebral e administradoras e artistas no centro coronário,
amolgando-se às ordens mentais recebidas e traduzindo na região de trabalho que
lhes é própria a individualidade que as refreia e influencia, com justas
limitações no 23 tempo e no espaço. Temo-las, desse modo — repetimos —, por
microscópicos motores elétricos, com vida própria, subordinando-se às
determinações do ser que as aglutina e que lhes imprime a fixação ou a
mobilidade indispensáveis às funções que devam exercer no mar interior do mundo
orgânico, formado pelos líquidos extracelulares, a se definirem no líquido
lacunar que as irriga e que circula vagarosamente; na linfa que verte dos
tecidos, endereçada ao sangue; e no plasma sanguíneo que se movimenta, rápido,
além de outros líquidos intersticiais, característicos do meio interno. O TODO
INDIVISÍVEL DO ORGANISMO — Lógico entender, dessa forma, que, diante do governo
mental, a reunião das células compõe tecidos, assim como a associação dos
tecidos esculpe os órgãos, partes constituintes do organismo que passa a
funcionar, como um todo indivisível em sua integridade, cingido pelo sistema
nervoso e controlado pelos hormônios ou substâncias produzidas em determinado
órgão e transportadas a outros arraiais da atividade somática, que lhes excitam
as propriedades funcionais para certos fins, hormônios esses nascidos de
impulsão mecânica da mente sobre o império celular, conforme diferentes estados
emotivos da consciência, enfeixando cargas de elementos químicos em nível
ideal, quando o equilíbrio íntimo lhe preside as manifestações, e
consubstanciando recursos de manutenção e preservação da vida normal,
perfeitamente isoláveis pela ciência comum, como já acontece com a adrenalina
das suprarrenais, com a insulina do pâncreas, a testosterona dos testículos e
outras secreções glandulares do cosmo orgânico. AUTOMATISMO CELULAR — É da
doutrina celular corrente no mundo que as células tomam aspectos diferentes
conforme a natureza das organizações a que servem, competindo-nos desenvolver
mais amplamente o asserto, para asseverar que a inteligência, influenciando o
citoplasma, que é, no fundo, o elemento intersticial de vinculação das forças
fisiopsicossomáticas, obriga as células ao trabalho de que necessita para
expressar-se, trabalho este que, à custa de repetições quase infinitas, se
torna perfeitamente automático para as unidades celulares que se renovam, de
maneira incessante, na execução das tarefas que a vida lhes assinala. EFEITOS
DO AUTOMATISMO — Perfeitamente compreensíveis, nessa base, os estudos
científicos que reconhecem os agrupamentos colaboracionistas das células
especializadas, através da cultura artificial dos tecidos orgânicos, em que um
fragmento qualquer desses mesmos tecidos, seja da epiderme ou do cérebro,
permanece vivo, por muito tempo, quando mergulhado em soro que, cuidadosamente
imunizado e mantido na temperatura correspondente à do corpo físico, acusa uma
vida intensa. Decorridas algumas horas, os produtos de excreta intoxicam o
soro, impedindo o desenvolvimento celular; mas, se o líquido for renovado,
continuam as células a crescer no mesmo ritmo de movimento e expansão que lhes
marca a atividade no edifício corpóreo. Todavia, fora do governo mental que as
dirigia, não se revelam iguais às suas irmãs em função orgânica. As células
nervosas, por exemplo, com as suas fibrilas especiais, não produzem células com
fibrilas análogas, e as que atendem nos músculos aos serviços da contração se
desdiferenciam, regredindo ao tipo conjuntivo. Todas as que se ausentam do
conjunto estrutural do tecido inclinam-se 24 para a apresentação morfológica da
ameba, segundo observações cientificamente provadas. Isso ocorre porque as
células, quando ajustadas ao ambiente orgânico, demonstram o comportamento
natural do operário mobilizado em serviço, sob as ordens da Inteligência,
comunicando-se umas com as outras sob o influxo espiritual que lhes mantém a
coesão, e procedem no soro quais amebas em liberdade para satisfazer aos
próprios impulsos. FENÔMENOS EXPLICÁVEIS — Dentro do mesmo princípio de
submissão das células ao estímulo nervoso, é que a experiência de transplante
dos tecidos de embriões entre si, com alguns dias de formação, pode oferecer
resultados surpreendentes, de vez que as células orientadas em determinado
sentido, quando enxertadas sobre tecidos outros “in vivo”, conseguem gerar
órgãos-extras em regime de monstruosidade, obedecendo a determinações
especializadas resultantes das ordens magnéticas de origem que saturavam essas
mesmas células. E é ainda aí, pelo mesmo teor de semelhante saturação, que
vamos entender as demonstrações do faquirismo e outras realizadas em sessões
experimentais do Espiritismo, nas quais a mente superconcentrada pode
arremessar fluídos de impulsão sobre vidas inferiores, como seja a das plantas,
imprimindo-lhes desenvolvimento anormal, e explicar os fenômenos da
materialização mediúnica. Neste caso, sob condições excepcionais e com o
auxílio de Inteligências desencarnadas, o organismo do médium deixa escapar o ectoplasma
ou o plasma exteriorizado, no qual as células, em tonalidade vibratória
diferente, elastecem-se e se renovam, de conformidade com os moldes mentais que
lhes são apresentados, produzindo os mais significativos fenômenos em
obediência ao comando da Inteligência, por intermédio dos quais a Esfera
Espiritual sugere ao Plano Físico a imortalidade da alma, a caminho da Vida
Superior.
Fonte:
Mundo
Maior
Evolução
em Dois Mundos
Carlos
T. Pastorino
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