O TENEBROSO PROPLEMA DO SOFRIMENTO INOCENTE
E dizia Jó: “ Nu nasci do ventre da
minha mãe...
E nu tornarei para lá...
Quando os amigos de Jó tinham esgotado os recursos
da sua sabedoria, sem solver o tenebroso problema da dor, mas complicando-o
cada vez mais com os seus falsos postulados, interveio o próprio Deus e disse
ao homem de Hus e a seus desastrados consoladores:
"Quem é esse homem que com palavras insensatas
obscurece planos cheios de sabedoria? Levanta-te! Arma-te! Perguntar-te-ei — e
dar-me-ás lições!... Ousarás condenar a justiça dos meus desígnios?
Condenar-me a mim para te justificares a ti mesmo?". . .Em seguida, enumera
Deus todas as grandezas da sua creação, desde as maravilhas do mundo sideral
até aos prodígios da força e beleza que povoam a terra, e faz sentir a Jó a sua
própria miséria e insignificância. O que o apóstolo Paulo, mais tarde, escreveu
sobre o absoluto e inconteste direito que o oleiro tem sobre o vaso de barro
que formou... Isto faz Deus sentir em cheio ao homem justo e reto de Hus,
reduzido àquela extrema miséria.
Por que sofria Jó? Não porque tivesse pecado, mas
porque o divino Artífice tem o direito de fazer do seu artefato o que lhe
aprouver. Pode dar-lhe forma perfeita ou imperfeita como quiser. Pode orná-lo
de belos desenhos, ou deixá-lo sem ornato algum. Pode destiná-lo a fins
honrosos ou a uso ordinário. Pode também quebrar o vaso de argila, parti-lo ao
meio, reduzi-lo a mil fragmentos, a pó, se quiser — sem que ao barro assista o
direito de se queixar desse trato, uma vez que o vaso - quer em sua
matéria-prima, quer em sua forma, é absoluta e incondicional propriedade de seu
dono e autor.
Reconhece Jó a grandeza de Deus e a humana pequenez,
e exclama:
(JO 42;1,6Então Jó respondeu ao Senhor:
2"Reconheço que tudo podes e que nenhum dos teus desígnios
fica frustrado. Quem é aquele que vela teus planos com propósitos sem sentido?
Falei de coisas que não entendia, de maravilhas que me ultrapassam: escuta-me
que vou falar; interrogar-te-ei e tu me responderás. Eu te conhecia só de
ouvir, mas agora meus olhos te veem; por isso retrato-me e faço penitencia no pó e na cinza”).
E, no momento em que Jó reconhece e confessa que
Deus pode fazer do homem o que entender, cede a tensão do problema, termina o
drama dos conflitos, está solucionado o enigma do sofrimento, e, de acordo com
a ideologia da época, é o sofredor inocente reintegrado em todos os seus direitos:
recupera saúde perfeita e são-lhe restituídos duplamente os haveres que
perdera.
Assim devia necessariamente rematar a tragédia das
dores, à luz da Torah — como não teria terminado a luz do Evangelho. . .
Tal era à solução que então se sabia dar ao tenebroso
enigma do sofrimento humano, sobretudo às dores do inocente.
Fontes:
Huberto Rodhen
Bíblia de Jerusalém
Wikipédia
Deus tem o direito. . .
Deus o quer. . .
Só cumpre ao homem calar e submeter-se. . .
Solução verdadeira e certa — mas ainda incompleta...
As
edições posteriores foram reescritas, mas, a beleza do texto deve constar na
memória Rohden.
Quando os amigos de Jó tinham esgotado os recursos
da sua sabedoria, sem solver o tenebroso problema da dor, mas complicando-o
cada vez mais com os seus falsos postulados, interveio o próprio Deus e disse
ao homem de Hus e a seus desastrados consoladores:
"Quem é
esse homem que com palavras insensatas obscurece planos cheios de sabedoria?
Levanta-te! Arma-te! Perguntar-te-ei — e dar-me-ás lições!... Ousarás
condenar a justiça dos meus desígnios? Condenar-me a mim para te justificares a
ti mesmo?". . .
Em seguida, enumera Deus todas as grandezas da sua
creação, desde as maravilhas do mundo sideral até aos prodígios da força e
beleza que povoam a terra, e faz sentir a Jó a sua própria miséria e
insignificância. O que o apóstolo Paulo, mais tarde, escreveu sobre o absoluto
e inconteste direito que o oleiro tem sobre o vaso de barro que formou... Isto
faz Deus sentir em cheio ao homem justo e reto de Hus, reduzido àquela extrema
miséria.
Por que sofria Jó? Não porque tivesse pecado, mas
porque o divino Artífice tem o direito de fazer do seu artefato o que lhe
aprouver. Pode dar-lhe forma perfeita ou imperfeita como quiser. Pode orná-lo
de belos desenhos, ou deixá-lo sem ornato algum. Pode destiná-lo a fins
honrosos ou a uso ordinário. Pode também quebrar o vaso de argila, parti-lo ao
meio, reduzi-lo a mil fragmentos, a pó, se quiser — sem que ao barro assista o
direito de se queixar desse trato, uma vez que o vaso - quer em sua
matéria-prima, quer em sua forma, é absoluta e incondicional propriedade de seu
dono e autor.
Reconhece Jó a grandeza de Deus e a humana pequenez, e exclama:
"Agora reconheço, Senhor, que tudo podes!
Só de ouvir-dizer te conhecia eu —
Agora te conheço de vista...
Por isto, revogo!
Arrependo-me!
Eu — cinza e pó”!
E, no momento em que Jó reconhece e confessa que Deus pode fazer do homem o que
entender, cede a tensão do problema, termina o drama dos conflitos, está
solucionado o enigma do sofrimento, e, de acordo com a ideologia da época, é o
sofredor inocente reintegrado em todos os seus direitos: recupera saúde
perfeita e são-lhe restituídos duplamente os haveres que perdera.
Assim devia necessariamente rematar a tragédia das
dores, à luz da Torah — como não teria terminado a luz do Evangelho...
Tal era à solução que então se sabia dar ao
tenebroso enigma do sofrimento humano, sobretudo às dores do inocente.
Deus tem o direito. . .
Deus o quer. . .
Só cumpre ao homem calar e submeter-se. . .
Solução verdadeira e certa — mas ainda incompleta. . .
Fonte:
Huberto Rodhen
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