domingo, 13 de fevereiro de 2022

OS 7 PECADOS CAPITAIS

 

PERANTE JESUS

 (MATEUS, 26:22- “eles muito entristecidos, puseram-se – um por um – a perguntar-lhe: Acaso sou eu Senhor? Ele respondeu: o que comigo põe a m~]ao no prato, esse me entregará. Com efeito o Filho do Homem vai conforme está escrito a seu respeito, mas ai daquele homem por quem o Filho do Homem for entregue! Melhor seria para aquele homem não ter nascido!”)

 Diante da palavra do Mestre, reportando-se ao espírito de leviandade e defecção que o cercava, os discípulos perguntaram afoitos: – “Porventura sou eu, Senhor?” E quase todos nós, analisando o gesto de Judas, incriminamo-la em pensamento. Por que teria tido a coragem de vender o Divino Amigo por trinta moedas? Entretanto, bastará um exame mais profundo em nós mesmos, a fim de que vejamos nossa própria negação à frente do Cristo. Judas teria cedido à paixão política dominante, enganado pelas insinuações de grupos famintos de libertação do jugo romano... Teria imaginado que Jesus, no Sinédrio, avocaria a posição de emancipador da sua terra e da sua gente, exibindo incontestável triunfo humano... E, apenas depois da desilusão dolorosa e terrível, teria assimilado toda a verdade!... Mas nós? Em quantas existências e situações tê-lo-emos vendido no altar do próprio coração, ao preço mesquinho de nosso desvairamento individual? Nos prélios da vaidade e do orgulho... Nas exigências do prazer egoísta... Na tirania da opinião... Na crueldade confessa... Na caça da fortuna material... Na rebeldia destruidora... No olvido de nossos deveres... No aviltamento de nosso próprio trabalho... Na edificação íntima do Reino de Deus, meditemos nossos erros conscientes ou não, definindo nossas responsabilidades e débitos para com a vida, para com a Natureza e para com os semelhantes e, em todos os assuntos que se refiram à deserção perante o Cristo, teremos bastante força para desculpar as faltas do próximo, perguntando, com sinceridade, no âmago do coração: – “Porventura existirá alguém mais ingrato para contigo do que eu, Senhor?”

 

OS 7 PECADOS CAPITAIS

Pequenas, muito pequenas são, às vezes, as causas de grandes danos. Um descuido qualquer pode ter em consequência, grandes desastres. Na vida espiritual não é diferente. Quem se acostuma a cometer faltas leves, sem delas se arrepender, sem fazer uma análise diária de tudo o que fez no dia e nada fazer para dessas faltas se livrar, está em grande perigo de cometer faltas graves.

Particularmente acho que os 7 pecados são na verdade 8 pecados porque orgulho e vaidade    "São duas inclinações muito distintas, mesmo que frequentemente confundidas, o orgulho, um desejo de dominação (amor-próprio demasiado, Conceito elevado ou exagerado de si próprio) e a vaidade, um desejo de aprovação(desejo de atrair admiração ou homenagens, qualidade do que é vão, ilusório, instável ou pouco duradouro )"

Os pecados capitais surgiram no século IV, numa lista elaborada por um monge grego. O objetivo desse monge era fazer um levantamento dos principais vícios que atrapalham uma rotina voltada ao exercício espiritual (ascese).

Então os sete pecados capitais não surgiram na Bíblia, embora todos eles estejam associados a passagens bíblicas. Numa leitura atenta da Bíblia, podem-se encontrar referências a cada um dos sete pecados, mas não se encontrará em parte alguma o nome “sete pecados” ou algo que se assemelhe a uma lista dos mais graves vícios que afastam os cristãos da graça de Deus.

Os pecados capitais na verdade são a fonte de todos os vícios. Estão na origem de todas as ações pecaminosas conhecidas. Hoje são reconhecidos os seguintes pecados capitais:

SOBERBA,AVAREZA,INVEJA,  IRA,  LUXÚRIA,  GULA e  PREGUIÇA.

Mas a lista de pecados capitais variou ao longo do tempo. A primeira lista, por exemplo, trazia oito em vez de sete pecados, sendo que um deles é o vício da tristeza, que já não consta das listas atuais.

A formulação original do monge ganhou contornos oficiais só no século VI, quando o Papa Gregório I escreveu a sua própria lista. Ela continha: inveja, ira, avareza, gula, luxúria, tristeza e vanglória.

na lista de Gregório os pecados são reduzidos a sete. Mantêm-se dois pecados que já apareciam na lista original: a tristeza e a vanglória (vaidade). Exclui-se o pecado da preguiça e adiciona-se a inveja, que se mantém até hoje. A lista de Gregório é menor porque ele decidiu excluir o orgulho, elevando-o à categoria de “senhor” de todos os pecados.

·              ORGULHO - SOBERBA

soberba é uma manifestação de orgulho, de pretensão, de superioridade sobre as outras pessoas. É a arrogância, a altivez, a autoconfiança exagerada.; do latim supervia, que significa elevação, presunção, orgulho; é aquela manifestação negativa que denota pretensão de superioridade, podendo se manifestar individualmente ou em grupo, externada em manifestações ostensivas para menosprezar e massacrar os indivíduos considerados, por eles, como seres inferiores. O racismo, a xenofobia, o elitismo, o corporativismo, são comportamentos que se caracterizam pela soberba.

É o indivíduo considerado orgulhoso, altivo, que está dominado pela arrogância. É também um adjetivo que qualifica aquele que é mais alto ou está mais elevado que outro, que tem soberba, vaidoso, grandioso, sublime, magnífico, belo.

Talvez o Orgulho pode seja considerado o mais importante de todos porque seu nascimento deriva de uma Lei Divina

(A Lei da Preservação das Espécies)

 

Basto-me, não dependo de ninguém! altivez, arrogância, presunção, conceito exagerado de si próprio, excesso de autoconfiança

Sempre importante lembrar G.G.M. em “Cem Anos de Solidão”:

“Ninguém soube com certeza quando começou a perder a vista. Mesmo nos seus últimos anos, quando já não podia se levantar da cama, parecia que estava simplesmente vencida pela velhice extrema, mas ninguém descobriu que estava cega. Ela o percebera desde o nascimento de seu neto. A princípio pensou que se tratava de uma debilidade transitória e tomava escondida xarope de tutano e botava mel de abelha nos olhos, mas muito brevemente foi se convencendo de que afundava sem salvação nas trevas, a ponto de nunca ter tido uma noção muito clara da invenção da luz elétrica, porque quando instalaram os primeiros focos só pode perceber o brilho. Não disse nada a ninguém, pois teria sido um reconhecimento público da sua inutilidade. Empenhou-se numa calada aprendizagem da distância das coisas e das vozes das pessoas, para continuar vendo com a memória. Mais tarde havia de descobrir o auxílio imprevisto dos cheiros, que definiram nas trevas com uma força muito mais convincente do que os volumes e a cor e a salvaram definitivamente da vergonha de uma renúncia. Na escuridão do quarto podia enfiar a linha na agulha e bordar e sabia quando o leite estava por ferver. Conheceu com tanta certeza o lugar em que se encontrava cada coisa que ela mesma se esquecia as vezes de que estava cega. Uma tarde estava a sobrinha bordando na varanda e ela tropeçou nela.

Pelo amor de Deus, protestou a sobrinha veja por onde anda.

Mas naquele dia começou a se dar conta de alguma coisa que ninguém havia percebido e era de que no transcurso do ano o sol ia mudando de posição e quem se sentava na varanda tinha que ir mudando de lugar sem perceber. A partir de então tinha apenas que se lembrar da data para saber o lugar exato em que a sobrinha se sentava.”

Certo dia um casal ao chegar do trabalho encontrou algumas pessoas dentro de sua casa.

Um atleta sarado, uma velha curvada, um mendigo, uma modelo, um velho quieto, uma jovem coberta de joias e uma criança.

Achando que eram ladrões ficaram assustados, mas o homem forte e saudável, com corpo sarado disse:

- Calma pessoal, nós somos velhos conhecidos e estamos em toda parte do mundo.

- Mas quem são vocês? - pergunta a mulher.

- Eu sou a PREGUIÇA! - responde o homem forte - Estamos aqui para que vocês escolham um de nós para sair definitivamente da vida de vocês.

- Como pode você ser a preguiça se tem um corpo de atleta que vive malhando e praticando esportes? - indagou a mulher.

- A preguiça é forte como um touro e pesa toneladas nos ombros dos preguiçosos, com ela ninguém pode chegar a ser um vencedor.

Uma mulher velha curvada, com a pele muito enrugada que mais parecia uma bruxa diz:

- Eu sou a LUXÚRIA.

- Não é possível! - diz o homem - Você não pode atrair ninguém com essa feiura.

- Não há feiura para a luxúria queridos. Sou velha porque existo a muito tempo entre os homens, sou capaz de destruir famílias inteiras, perverter crianças e trazer doenças para todos até a morte. Sou astuta e posso me disfarçar na mais bela mulher.

Um mau cheiroso homem, vestindo uns maltrapilhos de roupas, que mais parecia um mendigo diz:

- Eu sou a COBIÇA, por mim muitos já mataram, por mim muitos abandonaram famílias e pátria, sou tão antigo quanto a Luxúria, mas eu não dependo dela para existir. Tenho essa aparência de mendigo porque por mais bem vestido que me apresente, por mais rico que seja sempre vou querer o que não me pertence.

- E eu, sou a GULA. - diz uma mulher muito linda com um corpo escultural e cintura finíssima, seus contornos eram perfeitos e tudo no corpo dela tinha harmonia de forma e movimentos.

Assustam-se os donos da casa, e a mulher diz:

- Sempre imaginei que a gula seria gorda.

- Isso é o que vocês pensam! - responde ela. - Sou bela e atraente porque se assim não fosse seria muito fácil livrarem-se de mim. Minha natureza é delicada, normalmente sou discreta, quem tem a mim não se apercebe, mostro-me sempre disposta a ajudar a busca da luxúria.

Sentado em uma cadeira num canto da casa, um senhor, também velho, mas com o semblante muito sereno, com voz doce e movimentos suaves, diz:

- Eu sou A IRA. Alguns me conhecem como cólera. Tenho muitos milênios também. Não sou homem, nem mulher assim como meus companheiros que estão aqui.

- Ira? Parece mais o vovô que todos gostariam de ter! - diz a dona da casa.

- E a grande maioria me tem! - responde o vovô. - Matam com crueldade, provocam brigas horríveis e destroem cidades quando me aproximo. Sou capaz de eliminar qualquer sentimento diferente de mim, posso estar em qualquer lugar e penetrar nas mais protegidas casas. Mostro-me calmo e sereno para mostrar-lhes que a Ira pode estar aparentemente manso. Posso também ficar contido no íntimo das pessoas sem me manifestar provocando úlceras, câncer e as mais temíveis doenças.

- Eu sou a INVEJA. Faço parte da história do homem desde sua aparição. - diz uma jovem que ostentava uma coroa de ouro cravada de diamantes, usava braceletes de brilhantes e roupas de fino pano, assemelhando-se a uma princesa rica e poderosa.

- Como inveja? Se é rica e bonita e parece ter tudo o que deseja. –diz a mulher da casa.

- Há os que são ricos, os que são poderosos, os que são famosos e os que não são nada disso, mas eu estou entre todos, a inveja surge pelo que não se tem e o que não se tem é a felicidade. Felicidade depende de amor, e isso é o que mais carece na humanidade. Mortes e sofrimento, onde eu estou está também a Tristeza.

Enquanto os invasores se explicavam, um garoto que aparentava cerca de cinco a seis anos brincava pela casa. Sorridente e de aparência inocente, característica das crianças, sua face de delicados traços mostravam a plenitude da jovialidade, olhos vívidos.

- E você garoto, o que faz junto a esses que parecem ser a personificação do mal?

O garoto responde com um sorriso largo e olhar profundo:

- Eu sou o ORGULHO.

- Orgulho? Mas você é apenas uma criança? Tão inocente como todas as outras.

O semblante do garoto tomou um ar de seriedade que assusta o casal, e ele então disse:

- O orgulho é como uma criança mesmo, mostra-se inocente e inofensivo, mas não se enganem, sou tão destrutível quanto todos aqui, quer brincar comigo?

A Preguiça interrompe a conversa e diz:

- Vocês devem escolher quem de nós sairá definitivamente de suas vidas.

Queremos uma resposta.

O homem da casa responde:

- Por favor, deem dez minutos para que possamos pensar.

O casal se dirige para seu quarto e lá fazem várias considerações.

Dez minutos depois retornam.

- E então? - pergunta a Gula.

- Queremos que o Orgulho saia de nossas vidas.

O garoto olha com um olhar fulminante para o casal, pois queria continuar ali. Porém, respeitando a decisão dirige-se para a saída. Os outros, em silêncio, iam acompanhado o garoto quando homem da casa pergunta:

- Ei! Vocês vão embora também?

O Menino, agora com ar de severo e com a voz forte de um orador experiente diz:

- Escolheram que o Orgulho saísse de suas vidas e fizeram a melhor escolha.

Pois onde não há Orgulho não há preguiça, pois os preguiçosos são aqueles que se orgulham de nada fazer para viver não percebendo que na verdade vegetam.

Onde não há orgulho não há Luxúria, pois os luxuriosos têm orgulho de seus corpos e julgam-se merecedores.

Onde não há orgulho, não há Cobiça, pois os cobiçosos têm orgulho das migalhas que possuem, juntando tesouros na terra e invejando a felicidade alheia, não percebendo que na verdade são instrumentos do dinheiro.

Onde não há orgulho, não há Gula, pois os gulosos se orgulham de suas condições e jamais admitem que o são, arrumam desculpas para justificar a gula, não percebendo que na verdade são marionetes dos desejos.

Onde não há orgulho, não há Ira, pois os irados têm facilidade com aqueles que, segundo o próprio julgamento, não são perfeitos, não percebendo que na verdade sua ira é resultado de suas próprias imperfeições.

Onde não há orgulho, não há inveja, pois os invejosos sentem o orgulho ferido ao verem o sucesso alheio seja ele qual for, precisam constantemente superar os demais nas conquistas, não percebendo que na verdade são ferramentas da insegurança.

Saíram todos sem olhar para trás, e ao baterem a porta, um fulminante raio de luz invadiu o recinto, e o casal desintegrou-se

Diz a lenda que eles viraram Anjos.

A importância que se dá aos bens materiais, excita a cobiça, a inveja e o ciúme de quem tem pouco contra aquele que tem muito.

Da cobiça ao desejo de adquirir (poder, coisas), o passo é simples; daí ódios, querelas (discussão, pendências), processos, guerras e todos os males engendrados (gerados, produzidos) pelo egoísmo.

Quanto mais você aprende mais aumenta a sua responsabilidade perante Deus, você e os outros.  Adianta sempre lembrar o ditado popular (Deus deu a você, dois ouvidos, apenas uma boca, e uma cabeça enorme que foi feita pra pensar o que ouve antes de falar qualquer coisa) é bom lembrar sempre que a comunicação no mundo espiritual é pelo pensamento.

Os olhos e os ouvidos são a porta de entrada para a consciência que é o espelho da alma.

Assumir a postura da responsabilidade. Ao escovar os dentes, perca esse tempo para também através do espelho se olhar nos olhos e examinar a consciência, passando o filme do dia revendo nossas falhas cometidas e pedindo perdão com sinceridade e permissão a Deus para que os espíritos bons te amparem se desfalecer e não voltar a cometê-las de novo.

Armadilhas e oportunidades acontecem a toda hora.

·        AVAREZA

A avareza, também chamada de ganância, é o apego excessivo aos bens materiais e ao dinheiro. A pessoa avarenta é mesquinha, isto é, não gosta de compartilhar o que tem e faz de tudo para ter sempre mais. A avareza é o oposto da generosidade. Há muitas passagens na Bíblia que fazem referência à avareza. Uma delas está na Primeira Epístola a Timóteo, (“Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos”).

parábola do avarento

Então um homem lhe disse do meio da multidão: Mestre, dizei a meu irmão que dívida comigo a herança que nos coube. Mas Jesus lhe disse: Ó homem! quem me estabeleceu para vos julgar ou para fazer vossas partilhas? Depois lhe disse: Tende cuidado em vos guardar de toda avareza; porque em qualquer abundância que o homem esteja, sua vida não depende dos bens que ele possua.

(Lucas, XII, 13;21- “E lhe disse em seguida esta parábola.  A terra de um rico, produziu muito. Ele então, refletia: que hei de fazer? Não tenho onde guardar minha colheita. Depois pensou: eis o que farei: demolirei meus celeiros, construirei maiores, e lá recolherei todos o meu trigo e os meus bens. E direi a minha alma: minha alma; tens uma quantidade de bens em reserva para muitos anos; repoisa, coma, bebe e regala-te. Mas Deis lhe diz: insensato nesta mesma noite ser-te-á reclamada a alma. E as coisas que acumulastes, de quem serão? Assim acontece aquele que ajunta tesouros para si mesmo, e não é rico para Deus.)

Mas Deus ao mesmo tempo disse a esse homem: Insensato que és! vai ser retomada tua alma esta noite mesmo; e para quem será o que amontoaste?

É isso o que acontece àquele que amontoa tesouros para si mesmo, e que não é rico diante de Deus.                                                              

*

Jacó foi colocar um anúncio no jornal.  Gostaria de colocar uma nota fúnebre sobre a morte da minha esposa, diz ao balconista.

- Pois não, quais são os dizeres?

- Sara morreu!

- Só isso? - espanta-se o rapaz.

- Sim, Jacó não quer gastar muito.

- Mas o preço mínimo permite até 5 palavras.

- Então tá bom coloca aí: "Sara morreu. Vendo Monza 94."

·        INVEJA

A inveja é a tristeza pelo bem de outra pessoa. O invejoso é aquele que se sente mal pelas conquistas alheias, incapaz de ficar feliz pelos outros, como se a vitória alheia representasse uma perda pessoal. O oposto da inveja é a caridade, o desapego e a generosidade.

Há muitas passagens na Bíblia sobre a inveja, uma das mais importantes aquelas em que é narrado o primeiro homicídio (Gênesis 4- “Abel era pastor de ovelhas e Caim cultivava o solo. Passado o tempo Caim apresentou produtos do solo em oferenda a Iahweh. Abel ofereceu as primícias e a gordura de seu rebanho. Iahweh agradou-se de Abel e sua oferenda. Mas não se agradou de Caim e sua oferenda e Caim ficou muito irritado e abatido e foi repreendido por Iahweh. Caim disse a seu irmão Abel. Saiamos. E como estavam no campo Caim se lançou sobre seu irmão Abel e o matou. Iahweh disse a Cai m. Onde está teu irmão Abel? Ele respondeu: não sei! Acaso sou guarda de meu irmão?). No Antigo Testamento, lemos que Caim matou seu próprio irmão porque Deus havia apreciado mais os sacrifícios feitos por Abel. Portanto, de acordo com a Bíblia, o vício que está por trás do primeiro homicídio é a inveja.

Em Pedro 2:1, há uma advertência sobre a inveja: (- “Portanto, rejeitando toda a maldade, toda mentira, todas as formas de hipocrisia e de inveja e toda maledicência, desejai como criança recém-nascida, o leite não adulterado da palavra, a fim de que por ele cresçais para a salvação, já que provastes que o Senhor é bondoso”)

A inveja é a tristeza pelo bem de outra pessoa. O invejoso é aquele que se sente mal pelas conquistas alheias, incapaz de ficar feliz pelos outros, como se a vitória alheia representasse uma perda pessoal. O oposto da inveja é a caridade, o desapego e a generosidade.

Há muitas passagens na Bíblia sobre a inveja, uma das mais importantes aquelas em que é narrado o primeiro homicídio (Gênesis 4). No Antigo Testamento, lemos que Caim matou seu próprio irmão porque Deus havia apreciado mais os sacrifícios feitos por Abel. Portanto, de acordo com a Bíblia, o vício que está por trás do primeiro homicídio é a inveja.

Em Pedro 2:1, há uma advertência sobre a inveja (“Livrem-se, pois, de toda maldade e de todo engano, hipocrisia, inveja e toda espécie de maledicência”).

Outra menção à inveja pode ser encontrada em (Gálatas 5:26- “não sejamos cobiçosos de vanglória, provocando-nos uns aos outros e invejando-nos uns aos outros”)

Uma vez uma serpente começou a perseguir um vaga-lume.

Este fugia rápido, com medo da feroz predadora e a serpente nem pensava em desistir.

Fugiu um dia e ela não desistia, dois dias e nada...

No terceiro dia, já sem forças o vaga-lume parou e disse a cobra:

- Posso lhe fazer três perguntas?

- Não costumo abrir esse precedente para ninguém, mas já que vou te devorar mesmo, pode perguntar...

- Pertenço a sua cadeia alimentar?

- Não.

- Eu te fiz algum mal?

- Não.

- Então, por que você quer acabar comigo?

- Porque não suporto ver você brilhar...

·        IRA

            A ira humana é um dos pecados capitais, e há muitas passagens bíblicas que abordam o vício da pessoa irritadiça,  

            furiosa ou violenta. É o que se vê, por exemplo, em (Provérbios 15:18 - “o homem colérico atiça a querela; o  

            homem

            paciente acalma a rixa”).

            Em (Salmos 37:8 - “deixa a ira, abandona o furor; não te irrites, só farias o mal”) leem-se conselhos importantes

            direcionados à pessoa irritadiça:

           Mas muito se fala também da ira divina. Para os cristãos, ela é a reação legítima de Deus contra o pecado, mas,

           maior que a Sua ira é o Seu amor, que perdoa aqueles que se arrependem.

           (Rom 1:18 - “manifesta-se, com efeito, a ira de Deus, do alto do céu, contra toda impiedade e injustiça dos homens

           que mantém a verdade prisioneira da injustiça”)

Ira, raiva ou fúria é uma manifestação intensa de indignação que pode levar a agressões verbais ou físicas. O oposto da ira é a paciência.

A ira humana é um dos pecados capitais, e há muitas passagens bíblicas que abordam o vício da pessoa irritadiça, iracunda ou violenta. É o que se vê, por exemplo, em (Provérbios 15:18 – “o homem colérico atiça a querela, o homem paciente acalma a rixa”).

Em (Salmos 37:8 - “deixa a ira, abandona o furor, não te irrites: só farias o mal, porque os maus serão extirpados e quem espera em Iahweh, possuirá a terra”).

Mas muito se fala também da ira divina. Para os cristãos, ela é a reação legítima de Deus contra o pecado, mas maior que a Sua ira é o Seu amor, que perdoa aqueles que se arrependem.

(Romanos 1:18- “manifeste-se, com efeito, a ira de Deus, do alto do céu, contra toda a impiedade e injustiça dos homens que mantém a verdade prisioneira da injustiça”)

·        LUXÚRIA

vegetar com opulência, Fig.  Entregar-se a libertinagens (Livre de qualquer impedimento moral; devasso, depravado)

E Deus criou um plano de exercícios, academias e o Homem perdeu

aqueles quilos extras.

A luxúria é o pecado associado aos desejos sexuais. Para os católicos, a luxúria tem a ver com o abuso do sexo ou a busca excessiva do prazer sexual. O oposto da luxúria é a castidade.

Das passagens bíblicas que tratam desse pecado, uma das mais incisivas é a que está em (Gálatas 5:19,21- “ora as obras da carne são manifestas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, rixas, ciúmes, ira discussões, discórdia, divisões, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas a respeito das quais eu vos previno, como já os preveni: os que praticam tais coisas não herdarão o Reino de Deus”)

Em (Colossenses 3:5-6 - “mortificai, pois, vossos membros terrenos: fornicação, impureza, paixão, desejos maus, e a cupidez, que é idolatria. Essas coisas provocam a ira de Deus sobre os desobedientes”) há outra referência ao pecado da luxúria:

A luxúria é vista como um vício por ser vista como uma satisfação desregrada dos desejos sexuais. Para muitas pessoas, a luxúria tem uma conotação negativa, porque indicam que usar a capacidade sexual sem a razão causa o desprestígio das características únicas da sexualidade.  autores afirmam que a luxúria prejudica o desenvolvimento harmonioso da personalidade, porque atua como uma força contrária em relação à dignidade do ser humano.

a luxúria é um dos sete pecados capitais, porque indica uma atitude de amor aos prazeres da carne e a comportamento sexuais exagerados e muitas vezes promíscuos. Quem vive uma vida de luxúria é classificado como luxurioso ou lascivo.

No Brasil, em linguagem informal a palavra luxúria serve para designar o esperma e o cio.

No âmbito da botânica, luxúria consiste no viço dos vegetais ou exuberância da seiva.

·        GULA

A guia é o pecado associado ao desejo de comer e beber de maneira exagerada, para além das necessidades. Esse é um pecado que tem a ver com a perda de controle em relação ao próprio corpo. O oposto da gula é a moderação.

Quase todos os pecados estão relacionados à falta de moderação. No caso da gula, trata-se do consumo em excesso de comida e bebida, ao qual se atribuem males físicos e espirituais, já que a gula pode levar a outros pecados, como a preguiça. O pecado da gula é uma manifestação da busca da felicidade em coisas materiais.

Em (Provérbios 23:20-21 - “não estejas entre bebedores de vinho, nem entre comedores de carne, pois bebedor e glutão empobrecem e o sono veste o homem com trapos”), há um conselho aos que querem se manter distantes da tentação da gula:

E Deus disse: "Experimentem a minha salada".

E Satanás criou os pratos de bacalhau com natas e 4 queijos.

E o homem engordou 20 quilos.

E Deus disse: "Enviei-vos bons e saudáveis vegetais e o azeite puro para que os possam cozinhar".

E Satanás inventou o óleo vegetal, a base de soja, a galinha e o peixe frito.

E o homem ganhou mais 20 quilos e os níveis de colesterol foram lá pra cima.

           E Deus disse: "Vocês estão passando dos limites e criou a batata, um vegetal naturalmente baixo em calorias e nutritivo.

           E Satanás tirou a saudável pele cortou em palitos o miolo e fritou-as em óleo vegetal. E com o resto do miolo criou o purê de batatas com natas; E deu ao homem uma televisão por cabo com controle remoto para que ele não tivesse de se levantar para mudar de canal. E o Homem ganhou mais vinte quilos, e não escapou do infarte.

·        PREGUIÇA

Não a patológica; mas a que leva ao desconhecimento das obras de Deus e a não praticar os exemplos mostrados por Jesus.

É o mesmo que negligência, indolência, vadiagem, morosidade, lentidão, moleza.

um Homem agarrado ao controle remoto, com batatas fritas, purê cerveja, chocolate outros pratos, foi ver televisão, carregado de colesterol, achando que "Isto está bom". teve um ataque cardíaco e desencarnou.

A preguiça é a falta de vontade ou interesse em atividades que exigem algum esforço, seja físico ou intelectual. A preguiça pode ser definida como a falta de ação, a ausência de ânimo para o trabalho e outras tarefas do nosso dia a dia. O oposto da preguiça é o esforço, a força de vontade, a ação.

Para os adeptos do catolicismo, o pecado da preguiça tem a ver com a recusa voluntária ao dever do trabalho (da busca do pão de cada dia), mas também se relaciona com a falta de ânimo nas práticas de devoção e na busca da virtude.

Dentre as passagens bíblicas em que se faz referência a esse pecado, destacam-se as seguintes:

(Provérbios 13:4 -”o preguiçoso espera, e nada tem para sua fome; a fome dos diligentes é saciada.”)

(Provérbios 6:6 - “anda, preguiçoso, olha a formiga, observa o seu proceder, e torna-te sábio”).

(Provérbios 21:25 - “o desejo do preguiçoso causa sua morte, porque suas mãos recusam o trabalho”).

FONTE:

Gabriel Garcia Marques

Bíblia de Jerusalém

Web

O que é o Espiritismo-Allan Kardec

 

DECLARAÇÃO DE FALÊNCIA

DECLARAÇÃO DE FALÊNCIA

Sobre o grosso da humanidade, se devia colocar uma lápide sepulcral depois da morte e escrever o seguinte: 

aqui jazem os restos mortais de fulano, sicrano que viveu 50, 70 , 80 anos sem saber por quê. 

Que coisa triste! Declaração de falência! Completamente falido. De zero a zero. É bom a gente sair fora desta IGNORÂNCIA de uma vez. Será que eu posso levar alguma coisa?...

Posso, graças a Deus! Não daquilo que eu tenho, mas daquilo que eu sou. Ah! Agora vem a grande solução! Não daquilo que eu recebi de fora, mas daquilo que eu mesmo fiz de dentro. Valores eu posso levar comigo. Objetos eu não posso levar. Do mundo dos objetos, não há nenhum caminho que conduza ao mundo dos valores porque os valores vêm de outra região; palavras de Einstein! Os objetos vêm de fora, os valores vêm de dentro”.

Logo nós devíamos seriamente pensar em criar valores. Valores são coisas fabricadas pela nossa consciência; não são fabricados pela nossa inteligência. A inteligência não pode fabricar valores. A inteligência só pode descobrir objetos, fatos da natureza pela física, química, eletrônica, atômica, etc... Mas nós não podemos levar conosco os fatos. A única coisa que podemos levar conosco são valores da nossa consciência. Que é isto? Valor não é um fato, Valor não é um objeto, valor não tem peso, não tem cor, não tem tamanho. Ninguém pode dizer quanto pesa um valor, quantos metros tem um valor, que cor tem um valor. Valor é uma criação da nossa consciência. Verdade, justiça, honestidade, sinceridade, amizade, isso são valores.

Nós somos criadores de valores e somos descobridores de fatos. Mas os fatos estão entre um zero do nascimento e um zero da morte. Nenhum fato pode nos acompanhar. Nada nos pode acompanhar, exceto os valores. Por isto dizia o maior dos mestres: uma só coisa é necessária, Maria escolheu a parte boa que nunca lhe será tirada, porque ela estava descobrindo valores em sua alma e não estava descobrindo fatos fora do seu corpo.

 Einstein, na Universidade de Princeton, era o homem mais silencioso que já viram na vida. Ele não dizia duas palavras durante o dia. Quando não era provocado não dizia nada. Quando era provocado ele tinha obrigação de dizer algumas palavras. Então este homem andava em eterna meditação. Em um de seus livros ele diz assim: por que é que todas as igrejas prometem o céu aos bons e não aos inteligentes? As igrejas prometem o céu aos bons e não aos inteligentes. E Einstein responde: As igrejas têm razão. Os inteligentes descobrem os fatos da natureza que já existiam antes deles, mas os bons criam valores que não existiam antes deles e eles criaram. Por isso é muito mais importante criar valores do que descobrir fatos. Palavras de Einstein.

Cuida da ordem - e a ordem te cuidará!

Desempenha o múnus que te coube no organismo social e serás feliz.

Sem subordinação e coordenação não há ordem nem beleza. A beleza resulta da unidade na multiplicidade.

A harmonia é o esplendor da ordem.

Querer nivelar todas as aptidões e todos os ofícios é o absurdo dos absurdos.

Seria implantar o prosaísmo sobre as ruínas da poesia.

Que seria o cosmos se todos os planetas e satélites quisessem ser sóis?

Que seria da fauna se as aves pretendessem ser mamíferos?

Que seria da flora se os lírios aspirassem à condição de rosas?

Da perfeição de cada um nasce a harmonia e beleza do todo - e a perfeição do conjunto é garantia da prosperidade do indivíduo...

Tanto o mandar como o obedecer é integrar-se na ordem do Universo.

Enobrece o próprio Eu quem serve aos outros com os olhos em Deus.

Da inteligente hierarquia dos seres e suas faculdades brota o esplendor da perfeição e o dulçor da felicidade...

FONTE :

Huberto Rodhen

  

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

CONCÍLIOS: SIGNIFICADOS E A VISÃO ESPÍRITA

 

CONCÍLIOS: SIGNIFICADOS E A VISÃO ESPÍRITA

Concílios são assembleias de autoridades eclesiásticas com o objetivo de discutir e deliberar sobre questões pastorais, de doutrina, fé e costumes. Os concílios nacionais e regionais envolvem o episcopado da área abrangida e os concílios ecumênicos são convocados pelo Papa e têm representação internacional; apenas 21 foram efetivados com estas características.

Referido em Atos dos Apóstolos (15, 1-23 – “Haviam descido alguns da Judeia e começaram a ensinar aos irmãos. Se não vos circundastes  segundo e Lei de Moises não podereis salvar-vos. Surgindo daí uma agitação e tornando-se veemente a discussão de Paulo e Barnabé,  com eles, decidiu-se que Paulo e Barnabé e outros dos seus, subiriam a Jerusalém, aos apóstolos e anciãos, para tratar da questão.(...)  tendo sabido que alguns dos nossos sem mandato de nossa parte, saindo até vós, perturbaram-vos transformando vossas almas com suas palavras, pareceu-nos bem chegados a pleno acordo escolher alguns representantes e envia-los a vós (...) nós vos enviamos pois Judas e Silas com nossos diletos Barnabé e Paulo(...)”) os apóstolos e anciãos, para examinarem o problema e por Paulo na Epístola aos Gálatas (2, 1-10 – “ é por ventura o favor dos homens que agora eu busco, ou o favor de Deus? Ou procuro agradar os homens? Se eu quisesse ainda agradar aos homens não seria servo de Cristo”), o concílio de Jerusalém é considerado o primeiro de todos os tempos. Os apóstolos se reuniram para tratar sobre a polêmica entre os judaizantes (judeus convertidos) e os gentios (não-judeus convertidos): ao se converterem ao cristianismo, os gentios teriam que adotar práticas da Lei Mosaica como a circuncisão? Foi convocado por Pedro e Tiago; Paulo teve importante posição não judaizante. Após a reunião, Pedro ficou em Jerusalém; Paulo, Barnabé, Judas (Barsabás) e Silas seguiram para Antióquia.

Nos primeiros séculos ocorreram vários Concílios regionais, até para tratar das chamadas heresias, com punições a lideranças pioneiras como: Orígenes, Ário e Eusébio de Cesareia.

O primeiro Concílio Ecumênico (ou universal) ocorreu em Niceia (atual Iznik, Turquia), convocado e acompanhado pelo imperador Constantino e presidido pelo bispo Ócio de Córdoba. Constantino foi instado pelos bispos para promover tal evento, objetivando-se a pacificação geral e a organização da Igreja, que já se tornara uma instituição de apoio ao Império Romano. A sessão de abertura no dia 20 de maio de 325, no palácio imperial de Niceia, foi presidida por Constantino. Este tinha o direito de intervir na assembleia e exerceu papel destacado até sua conclusão no dia 25 de julho, seguindo-se as celebrações pelos 25 anos de seu reinado. Foram rejeitadas as propostas de Ário sobre a natureza de Jesus, contrárias à “doutrina da Trindade” e julgaram encerradas as crises que perturbavam a paz eclesial. Surgiu a estrutura do governo eclesiástico, institucionalizando-se a Igreja Católica Apostólica Romana. Constantino conferiu validade de leis do Estado às decisões do Concílio. Compareceram 318 pessoas: bispos, diáconos e acólitos (auxiliar do diácono).

Eusébio de Cesareia foi reabilitado, mantendo-se equidistante dos contendores Ário e Atanásio, mas após o Concílio voltou a apoiar Ario.

O Cristianismo se expandiu nos Séculos III e IV, destacando-se em Alexandria, Antióquia e Roma, e depois Jerusalém e Constantinopla.

Surge a tese do primado jurisdicional da Igreja de Roma. Alguns apontam Jerônimo (347-420) pela ideia, mas outros contestam pois este colocava o bispo de Roma em patamar de honra e autoridade na Igreja, sem estar acima dos demais.

A propósito são oportunas as considerações de Emmanuel: “A igreja de Roma, que antes da criação oficial do Papado considerava-se a eleita de Jesus, ao arvorar-se em detentora das ordenações de Pedro, não perdia ensejos de firmar a sua injustificável primazia junto às suas congêneres de Antióquia, de Alexandria e dos demais grandes centros da época. Herdando os costumes romanos e suas disposições multisseculares, procurou um acordo com as doutrinas consideradas pagãs, pela posteridade, modificando as tradições puramente cristãs, adaptando textos, improvisando novidades injustificáveis e organizando, finalmente, o Catolicismo sobre os escombros da doutrina deturpada. […] Os primeiros dogmas Católicos saem, com força de lei, desse parlamento eclesiástico de 325. […] A união com o Estado era motivo para grandes espetáculos de riqueza e vaidade orgulhosa, em contraposição com os ensinos d'Aquele que não possuía uma pedra para repousar a cabeça dolorida.”

Iniciam-se os concílios com “a inspiração de Deus para as conclusões de intermináveis debates. Não obstante, era evidente a presença de mandatários da política mundana forçando a vitória dos seus pontos de vista, das decisões de interesse dos mandatários políticos. […] o Reino de Deus, anunciado por Jesus, desaparecia do horizonte terreno”.

O imperador Teodósio no 1º Concílio de Constantinopla (381 d.C.) fortaleceu a proposta que o bispo de Constantinopla teria primazia de honra após o bispo de Roma. No 2º Concílio de Constantinopla (553 d.C.), o imperador Justiniano e sua esposa Teodora decidiram proibir a crença na reencarnação pois a ideia de inferno eterno seria mais forte para se forçar as conversões.

Num salto temporal focalizamos o Grande Cisma do Ocidente ou Cisma Papal, a profunda crise da Igreja Católica (1378 a 1417). Preliminarmente, entre 1309 e 1377, o papado foi mudado para Avignon (França), sendo o Papa Clemente V levado forçadamente pelo rei francês Felipe IV. Seguiram-se pressões para que o papado retornasse a Roma e surgiram três pontífices simultâneos: Bento XIII (Avignon), Gregório XII (Roma) e o anti papa João XXII ou XXIII para alguns (Pisa).1 No auge da instabilidade religiosa e política da Igreja foi convocado o Concílio de Constança (1414-1418) com apoio de reinos e impérios, para solucionar a crise do papado. Em 1417 foram destituídos os três papas e foi eleito Martinho V, findando o Grande Cisma do Ocidente e retornando a sede do pontificado para Roma. Esta foi “a maior e mais relevante assembleia da baixa Idade Média”. Ali foi condenado e sacrificado Jan Huss (1415), precursor do movimento reformista.

Com mais crises e como reação ao crescente movimento da Reforma, surge o Concílio de Trento (1545-1563), o mais prolongado da história da Igreja Católica, ao longo de cinco papados, e o que emitiu o maior número de decretos dogmáticos e reformas: criou o Index Librorum Prohibitorum; reorganizou a Inquisição; melhorou grau de eficiência dos papas: igreja romana e clerical; orientou os fervores populares; iniciou os tempos modernos com o catecismo e os pastores; na visão da Igreja, produziu resultados benéficos, duradouros e profundos sobre a fé e a disciplina.

Com outro salto, chegamos ao Concílio Vaticano I (1869-1870), liderado por Pio IX, extremamente conservador e que combateu a Maçonaria, Espiritismo e muitos movimentos políticos. As posições defensivas não foram superadas porque o Papa se fixava nos “adversários de Deus” e que “tudo querem subverter”, gerando cisões, e alguns saíram antes de terminar. Superou o eurocentrismo e é considerado um evento de passagem entre os Concílios de Trento e o Vaticano II. Em 1870 Pio IX edita o decreto da infalibilidade papal, que assinalou a decadência e a ausência de autoridade do Vaticano, face a evolução científica, filosófica e religiosa da Humanidade.

O último Concílio, Vaticano II (1962-1965), convocado por João XXIII e concluído por Paulo VI, definiu novos rumos, com ênfase pastoral, sem imposição de normas rígidas e sanções disciplinares; reavivou o retorno às fontes primeiras do Cristianismo; surgiu a expressão e ação conhecida como “ecumenismo”.

Para concluirmos essa síntese sobre alguns concílios cabem algumas reflexões espíritas. Deve-se evitar paixões e reprimendas, distanciando-se coma a compreensão da atualidade, do julgamento de episódios passados. Como espíritos reencarnados, é importante lembrarmos a origem humana das deturpações do cristianismo. Sobre isto considera Schutel: “[…] de conformidade com a parábola que lembra os maus obreiros que a devastam, nota-se que da semente lançada pelo Senhor, nenhuma se perdeu, e, a despeito do mau, trata dos servidores de que resultou o quase aniquilamento das vinhas…”

Como reflexão para o movimento espírita, além das considerações de Emmanuel já transcritas, recorremos ao Codificador: "O laço estabelecido por uma religião, seja qual for o seu objetivo, é, pois, essencialmente moral, que liga os corações, que identifica os pensamentos, as aspirações, e não somente o fato de compromissos materiais, que se rompem à vontade, ou da realização de fórmulas que falam mais aos olhos do que ao espírito. O efeito desse laço moral é o de estabelecer entre os que ele une, como consequência da comunhão de vistas e de sentimentos, a fraternidade e a solidariedade, a indulgência e a benevolência mútuas“.

FONTE:

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Revista Internacional de Espiritismo. Ano XCIV. N. 4. Maio de 2019. P. 200-202.

Grupo de Estudos Chico Xavier

 

Referências:

1) Alberigo, Giuseppe (ecumênicos. São Paulo: Paulus.

2) Eusébio de Cesareia

3) Carvalho, Antonio Cesar Perri. 

4) Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. 

5) Pires, José Herculano. Revisão do cristianismo.

6) Schutel, Cairbar. O espírito do cristianismo.

7) Kardec, Allan. O Espiritismo é uma religião? Revista Espírita. Dezembro de 1868.

 

Nota: Antipapa é aquele que reclama o título de Papa e é elevado ao papado por trâmites não canônicos, em oposição a um Papa legitimamente eleito, ou durante algum período em que o título esteja vago.

 

Os 21 concílios ecumênicos da história da Igreja:

1. Niceia I – 20/5 a 25/7 de 325 Papa: Silvestre I (314-335)

2. Constantinopla I – maio a junho de 381 Papa: Dâmaso I (366-384)

3. Éfeso – 22/6 a 17/7 de 431 Papa: Celestino I (422-432)

4. Caledônia – 08/10 a 1/11 de 451 Papa: Leão I, O Grande (440-461)

5. Constantinopla II – 05/5 a 2/7 de 553 Papa: Virgílio (537-555)

6. Constantinopla III – 07/11 de 680 a 16/9 de 681 Papas: Ágato (678-681) e Leão II (682-683)

7. Niceia II – 24/9 a 23/10 de 787 Papa: Adriano I (772-795)

8. Constantinopla IV – 05/10 de 869 a 28/2 de 870 Papas: Nicolau I (858-867) e Adriano II (867-872)

9. Latrão I -18/3 a 06/4 de 1123 Papa: Calixto II (1119-1124)

10. Latrão II – abril de 1139 Papa: Inocêncio II (1130-1143)

11. Latrão III – 5 a 19 de março de 1179 Papa: Alexandre III (1159-1181)

12. Latrão IV – 11 a 30 de novembro de 1215 Papa: Inocêncio III (1198-1216)

13. Lyon I – 28/6 a 17/7 de 1245 Papa: Inocêncio IV (1243-1254)

14. Lyon II – 07/5 a 17/7 de 1274 Papa: Gregório X (1271-1276)

15. Vienne (França) – 16/10 de 1311 a 6/5 de 1312 Papa: Clemente V (1305-1314)

16. Constança – 5/11 de 1414 a 22/4 de 1418 Papas: situação de vários antipapas

17. Basileia-Ferrara-Florença – 1431-1445 Papa: Eugênio IV (1431-1447)

18. Latrão V – 10/5/1512 a 16/3/1517 Papas: Júlio II (1503-1413) e Leão X (1513-1521)

19. Trento – 13/12/1545 a 4/12/1563 (em três períodos) Papas: Paulo II (1534-1549); Júlio III (1550-1555) e Pio IV (1559-1565)

20. Vaticano I – 8/12/1869 a 18/7/1870 Papa: Pio IX (1846-1878)

21. Vaticano II – 11/10/1962 a 07/12/1965 Papas: João XXIII (1958-1963) e Paulo VI (1963-1978)