As espetaculares realizações da ciência mostram-nos
que se está preparando algo de excepcional na história da humanidade. Algo se
está movendo nas vísceras do fenômeno evolutivo e por isso inconscientemente o
mundo se encontra numa ansiosa agitação, desconhecida no passado. Se falha o
salto, não se sabe como e onde se irá cair. É necessário mover-se orientados no
seio do organismo fenomênico universal, dentro do qual existimos e de cujas
reações não podemos prescindir, para saber o que se deve fazer, sabendo as
consequências do que se faz. Enquanto a vida avança, o homem não
compreende o que está sucedendo e resiste amarrado ao passado com a sua velha
forma mental. Adiante há uma estrada cheia de luz, ao longo da qual a vida o
impulsiona, mas ele continua olhando para trás, para um mundo cheio de trevas, (sem querer perceber que esse tempo jamais
retornará e a Terra está preparada para quem olha para a frente). Este é o tempestuoso contraste entre os impulsos
opostos do momento atual.
O homem tem hoje nas mãos poderes jamais possuídos.
Que uso fará deles? Servir-se-á para tornar-se sempre mais rico, egoísta e corrompido,
permanecendo no plano animal, ou, pelo contrário, servir-se-á para ascender a
um plano mais alto, transformando-se cada vez mais num ser de pensamento e
consciência? Estes poderes podem ser utilizados nestas duas direções. Eles
permitem um salto para a frente, de grandes proporções, mas se mal usados podem
levar a um grande retrocesso involutivo. A humanidade deve escolher entre as
duas direções a tomar. Mas o caminho é um só: o da evolução.
Não há dúvida, hoje em dia a técnica científica e a
organização industrial permitem sempre com menor trabalho alcançar maior
produção, com menor esforço, maior bem-estar. Ora, o perigo reside em ter mais
abundância de tempo e enriquecimento de meios não usados em sentido evolutivo,
isto é, um capital não utilizado para realizar um trabalho mais alto, mas em
sentido involutivo, ou seja, capital dissipado em satisfações de tipo inferior;
não para facilitar um impulso mental e espiritual, mas para abandonar-se, em
descida, embrutecendo-se em materialidade.
Se o momento é perigoso, no entanto, também é
maravilhoso, porque oferece possibilidades desconhecidas noutros tempos. O que
impele a vida sempre para diante é um irrefreável anseio em direção à
felicidade e o Alto sempre chama e a atrai desde longe. Rara é a oportunidade
presente e cumpre-nos aproveitar as circunstâncias atuais – não será fácil que
venha a sua repetição. O homem encontra-se perante perspectivas ilimitadas, com
liberdade e poder, mas também com uma responsabilidade desconhecida nos séculos
passados, lançado velozmente em direção a radicais mudanças de vida, com imensa
possibilidade de novas realizações e proporcionadas consequências de alegria ou
dor.
FONTE;
Instituto Pietro Ubaldi
Grifo do grupo de Estudos
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