FIM DO CICLO
(Mat.
25:31-46- "quando o Filho do Homem vier em sua glória e todos os anjos com
ele, então se assentará no trono da sua glória e serão reunidas em sua presença
todas as nações e ele separará os homens uns dos outros como o pastor separa as
ovelhas dos bodes e porá as ovelhas a sua direita e os bodes a sua esquerda.
Então dirá o rei aos que estiverem a sua direita: “vinde benditos de meu Pai, receberei
por herança o reino preparado para vós desde a fundação do mundo. Pois tive
fome e me deste de comer. Tive sede e me destes de beber. Era forasteiro e me
acolhestes. Estive nu e me vestistes, doente e me visitastes, preso e vieste ver-me.
Então os justos lhe responderão. Senhor quando foi que te vimos com fome e te
alimentamos, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos forasteiro e
te recolhemos ou nu e te vestimos? Ao que lhe responderá o rei: em verdade vos
digo cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o
fizestes. Em seguida dirá aos que estiverem a sua esquerda: apartai-vos de mim,
malditos, para o fogo eterno preparado para o diabo e para os seus anjos.
Porque tive fome e não me destes de comer. Tive sede e não me destes de beber.
Fui forasteiro e não me recolhestes. Estive nu e não me vestistes, doente e
preso e não me visitastes. Então também eles responderão. Senhor quando é que
te vimos com fome ou com sede, forasteiro ou nu, doente ou preso e não te
socorremos? E Ele respondera com essas palavras:” em verdade vos digo; todas as
vezes que o deixastes de fazer a um desses mais pequeninos foi a mim que o
deixastes de fazer. E estes irão para o castigo eterno (do Eon) enquanto os justos
irão para a vida eterna (a vida imanente).
". Ainda prosseguem as previsões para o
fim do ciclo. Anuncia o Mestre que "o Filho do Homem virá em sua
substância". Neste versículo, o grego dóxa é traduzido como
"glória" duas vezes nos textos vulgares. Analisando-se o contexto,
todavia, verificamos que poderia ser dado esse sentido apenas lato sensu; mas
que ideia faríamos daquele que encarnou o Amor mais sublime com a maior
humildade, se ao invés de chegar com a simplicidade característica dos Grandes
Espíritos, pretendesse impor-se pelo aparato pomposo de uma glória
ostentatória, para esmagar as pobres criaturas com sua presença? Os seres
inferiores podem impressionar-se com isso - as fêmeas dos irracionais deixam-se
levar pela beleza "gloriosa" ou pela bela voz dos machos - mas
repugna-nos admitir que um Espírito superior e divino aderisse a esse critério
tão animalesco, tentando ofuscar pela emoção da forma majestosa. Daí termos
traduzido dóxa por "SUBSTÂNCIA" neste passo. Mas no mesmo versículo
há pela segunda vez a mesma palavra, na expressão "ele se sentará sobre o
trono de sua glória" (grego dóxa, hebraico, kissê hakkabôd). Ora, se no
primeiro caso preferimos aquele sentido: "em sua substância", isto é,
EM PESSOA, ELE MESMO, e não mais seus emissários e mensageiros (COM os quais se
apresentará, metà aggélôn autoú), neste segundo passo, devendo ele presidir à
separação de bons e maus, o sentido mais consentâneo é "trono de sua
decisão", legítimo significado de dóxa (cfr. Parmênides, Ésquilo, Persae,
Sófocles, Fragmenta; e Trachiniae, Platão, Górgias, e; Filebo,). Ao assentar-se
no "trono de sua decisão" (veremos o sentido mais profundo adiante),
todos os povos (pánta tà éthnê) se Lhe reunirão em torno, conforme foi escrito
também em (Joel4:2–“reunirei todas as nações e as farei descer ao vale de Josafá;
ali entrarei em processo contra elas por causa de Israel, meu povo e minha
herança) e (Zacarias14:2 – “ reunirei rodas as nações contra Jerusalém para o
combate; a cidade será tomada, as casas serão saqueadas, as mulheres
violentadas, a metade da cidade sairá para o exilio, mas o resto do povo não
será eliminado da cidade).
Utilizará, então, o método empregado pelos
pastores ("fará COMO"), o que oferece significado especial que
procuraremos estudar, a fim de "separar uns dos outros" (aphorísei
autoús ap'allêlois). Vem a seguir o discurso dirigido aos da direita, em que é
salientado o grande, o inestimável, o único valor que conta: a misericórdia em
relação aos desgraçados de qualquer espécie: "felizes os misericordiosos
porque eles obterão misericórdia" (Mat. 5:7– “felizes
os misericordiosos porque alcançarão a misericórdia”). E as "obras de
misericórdia" são enumeradas uma a uma: alimentar os famintos abeberar os
sedentos vestir os nus assistir os enfermos visitar os presos. Conforme
comprovamos, referem-se todas à matéria física, ao corpo e ao conforto moral;
nenhuma se dirige à parte espiritual, reservada apenas aos
"discípulos" da Escola. Trata-se de verdadeiro resumo dos objetivos
da "Assistência Social" ou da Caridade. A misericórdia, no ambiente
israelita era sobretudo moral e corporal e vem citada como necessária em
diversos passos (Gên. 21:23 – “agora pois, jura-me aqui, por Deus que não me
enganaras, nem a minha linhagem e parentela e que terás para consigo e para com
esta terra a que viestes como hospede a mesma amizade que tive por ti”); (Jos.
2:14 – “e os homens disseram-lhe: “a nossa vida responderá pela vossa, se não
denunciares a nossa missão e quando Iahweh nos der a terra usaremos de
misericórdia e de fidelidade para contigo”) e (Jos11:20 – “Iahweh havia, pois,
decidido endurecer o coração desses povos para que combatessem Israel, para que
fossem anátemas, e para que não houvesse para eles remissão, mas fossem
exterminados, como Iahweh ordenara a Moises”); (Sam. II 10:2- “Davi disse:
usarei para com Hanoin, filho de Naas, da mesma fidelidade que teve seu pai
para comigo...”); (3:8- “Iahweh voltou a chamar Samuel pela terceira vez. El se
aproi8mou de Eli e disse: aqui estou porque me chamaste. Então Eli compreendeu
que era Iahweh que chamara o menino”) e (Sam 9;1- “havia um homem de Benjamin
que se chamava Cis filho de Abiel, filho de Seror, filho de Becorat, filho de
Afio, filha de um benhaminita, um homem valente”); (Jo 31:18- “na verdade,
desde a minha infância Deus criou-me como um, pai e desde o seio de minha mãe
guiou-me”); (Ecli. 18:12- “vê e reconhece como é miserável o seu fim, por isso,
multiplica o perdão”); (Zac. 7:9- “assim fala Iahweh dos exércitos: fazei um
julgamento verdadeiro, praticai o amor e a misericórdia cada um com o seu
irmão”), etc.); a misericórdia dá honra a quem na recebe (Prov. 14:31- “oprimir
o fraco é ultrajar seu criador; honrá-lo é ter piedade do indigente”); mas deve
ser acompanhada de constância e justiça (Jos. 2:14 – “e os homens disseram-lhe:
a nossa vida responderá pela vossa, se não denunciardes a nossa missão; e
quando Iahweh nos der a terra usaremos de misericórdia e de fidelidade para
contigo”); (Prov. 3:3- “o amor e a fidelidade não te abandonem, ata ao pescoço,
inscreve-os na tabua do coração”); (14:22 – “não é extraviar-se maquinar o m
al? Amor e fidelidade para quem busca o bem”); (16:6 – “com amor e fidelidade
expia-se a culpa pelo temor de Iahweh o mal é afastado”) e (20:28- “amor e fidelidade
preservam o rei; ele sustenta no amor o seu trono”). Numa frase citada por
Jesus (Mat. 9:13- “ide, pois, e aprendei o que significa misericórdia quero e
não o sacrifício. Com efeito eu não vim chamar justos, mas pecadores”) e (12:7-
“se soubésseis o que significa: misericórdia é que eu quero e não sacrifício,
não condenaras os que tem culpa”) é dito que a misericórdia tem mais valor que
os sacrifícios (Oseas, 6:6- “porque é o amor que eu quero e não os sacrifícios,
conhecimento de Deus mais do que holocaustos”); (Ecli. 35:4- “dar esmola é
oferecer sacrifício de louvor”); cfr. ainda: (Mat. 15:5, 6- “vós, porém dizeis:
aquele que disser ao pai ou a mãe: aquilo que de mm podarias receber foi consagrado
a Deus; esse não está obrigado a honrar pai e mãe”) e (Marc. 7:10-13- “com
efeito Moises disse: honra teu pai e tua mãe. Aquele que amaldiçoar pai ou mãe
certamente deve morrer”) As parábolas do "bom samaritano" (Luc.
10:30-37- “um homem descia e Jerusalém a jerico, e caiu no meio de assaltantes
que, após havê-lo despojado e espancado, foram-se deixando-o semimorto.
Casualmente descia por esse caminho um sacerdote, viu=o e passou adiante.
Igualmente um levita atravessando esse lugar, viu-o e prosseguiu. Certo
samaritano, em viajem, porém, chegou junto dele viu-o e moveu-se de compaixão.
Aproximou-se, Cuidou de suas chagas derramando óleo e vinho, depois colocou-o
em seu próprio animal, conduziu-o a hospedaria e dispensou-lhe cuidados. No dia
seguinte, tirou dois denarios e deu-os ao hospedeiro dizendo: cuida dele e oque
gastares a mais, em meu regresso te pagarei. Qual dos três em tua opinião, foi
o próximo do homem que caiu na mão dos assaltantes?”) e do perdão (Mat.
18:23-35- “eis porque o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu
acertar contas com os seus servos. Ao começar o acerto trouxeram-lhe um que
devia dez mil talentos. Não tendo este com o que pagar, o senhor ordenou que o
vendessem justamente com a mulher e com os filhos e todos os seus bens para o
pagamento da dívida. O servo, porém, caiu a seus pés e prostrado suplicava-lhe.
Dá-me um prazo e eu te pagarei tudo. Diante disso o senhor compadecendo-se do
servo soltou-o e perdoou-lhe a dívida. Mas quando saiu dali esses servos
encontrou um de seus companheiros de servidão que lhe devia cem denarios e
agarrando-o pelo pescoço pôs-se a sufocar e insistir. Paga-me o que deves. O comunheiro
caindo a seus pês rogava-lhe dá-me um prazo e eu te pagarei. Mas ele não quis
ouvi-lo; antes retirou-se e mandou lançá-lo na prisão até que pagasse o que
devia. Vendo os companheiros de sérvio o que acontecera, ficaram muito
penalizados, e procurando o senhor, contaram-lhe todo o acontecido. Então o
senhor mandou chamar aquele servo e lhe disse: servo meu, eu te perdoei toda a
tua dívida porque me rogaste. Não devias também tu ter compaixão do teu companheiro
como eu tive compaixão de ti. Assim encolerizado o seu senhor o entregou aos
verdugos) são exemplos de misericórdia e da ausência dela. Paulo de Tarso e
João recomendam que os cristãos tenham "vísceras de misericórdia"
(Flp. 2:1 – “portanto pelo conforto que há em Cristo, pela consolação que há no
amor, pela comunhão no espirito por toda ternura e compaixão”; (Col. 3:12- “portanto
como eleitos de Deus, santos e amados, revesti-vos de sentimentos de compaixão,
de bondade, humildade, mansidão, longanimidade.”). e (1.ª João 3:17-“se alguém
possuindo os bens desse mundo vê seu irmão na necessidade e lhe fecha as
entranhas como permaneceria nele o amor de Deus?”). Os que praticaram e
viveram essas "obras de misericórdia" são os chamados, porque
"escolhidos pelo Pai" para tomar parte no reino "preparado desde
a constituição do mundo". Admirados, perguntarão quando tiveram
oportunidade de fazer tudo isso, se jamais O encontraram na Terra. E a resposta
é que "tudo o que se faz a um desses meus irmãos pequeninos necessitados,
é feito a Ele mesmo". Lição magnífica e oportuna. Já aos "da
esquerda", são eles convidados a afastar-se, infelizes que são, "para
o fogo do Eon, destinados ao adversário e seus mensageiros". Sentido algo
enigmático, que tentaremos analisar. O que os tornou "infelizes" foi,
exatamente, o contrário das obras de misericórdia: A avareza que não reparte de
sua mesa com os famintos; O egoísmo que, rodeado de bebidas finas, não pensa na
sede dos desgraçados; O orgulho mal entendido, que não abre sua porta a
estranhos; A vaidade que exige para si trajos luxuosos, deixando sem roupa os
mendigos; O comodismo que não sai de seu conforto para estender a mão e abrir
seu coração aos enfermos; e C. TORRES PASTORINO Página 102 de 143 A dureza de
coração que não se apiada dos que sofrem nos cárceres, castigados por
descontroles emocionais. A resposta é o reverso da medalha da que foi dada aos
primeiros. E vemos sempre a referência "a estes meus irmãos (IRMÃOS!) mais
pequeninos (enì toútôn tõn adélphôn mou tôn elachístôn). Repete-se, como um
refrão, que os homens, por menores que sejam, por mais desgraçados, por mais
atrasados, são SEUS IRMÃOS: "quem faz a vontade do Pai é meu irmão, minha
irmã, minha mãe" (Mat. 12:50-“porque aquele que fizer a vontade de meu Pai
que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe”) e (Marc. 3:35-“quem fizer a
vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe”); "são meus irmãos os que
fazem a vontade do Pai" (Luc. 8:21- “mas ele respondeu: minha mãe e meus
irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põe em prática”); "ide
avisar a meus irmãos" (Mat. 28:10- “então Jesus disse: Não temais! Ide
anunciar a meus irmãos que se dirijam para a galileia; lá me verão) e os
humildes são seus irmãos pequeninos, Dele que "é o primogênito entre
muitos irmãos" (Rom. 8:29-“porque os que de antemão ele conheceu estres
também predestinou a serem conforme a imagem do seu Filho a fim de ser ele o
primogênito entre muitos irmãos”); e mais: "quem vos recebe, me
recebe" (Marc. 10:40-“todavia o assentar-se a minha direita ou a minha
esquerda não cabe a mim com cede-lo, mas é para os quais isso foi destinado”);
"quem recebe a uma destas criancinhas em meu nome é a mim mesmo que
recebe" (Mat. 18:5-“e aquele que receber uma criança como esta, por causa
do meu nome, recebe a mim”). Não vimos aí, em absoluto, um DEUS EM SUA GLÓRIA,
como quiseram fazer-nos crer durante dois milênios, mas um irmão mais velho,
cheio de carinho e ternura, de cuidados verdadeiramente maternais para com os
IRMÃOZINHOS mais pequeninos! Vemos um amor aconchegante, que se preocupa com os
sofrimentos até do físico e sente em si mesmo os efeitos dos benefícios
recebidos por eles e a amargura das portas que se fecham diante deles;
lembramo-nos do anexim popular: "quem meu filho beija, minha boca
adoça". Mas o Mestre nem fala de filhos ("um só é vosso Pai, a
ninguém na Terra chameis de Pai", Mat. 23:9- “a ninguém na terra chamais
Pai pois só tendes o Pai celeste”) e sim, igualando-se a eles, em irmãos
menores, ainda pequeninos, dignos de toda atenção e amor. Os que desprezam
"seus irmãos mais pequeninos" são ditos katêraménoi, isto é,
"infelizes"; mas observamos que, enquanto os misericordiosos são "abençoados
pelo PAI", os duros de coração se desgraçam a si mesmos. A estes está
reservado o "fogo do Eon" (to pyr aiônion), que é a lavareda do
sofrimento no percurso lento e doloroso de mais um Eon ou ciclo de evolução.
Trata-se do fogo purificador, que faz a catarse dos espíritos, aquele
"fogo inextinguível que queimará a palha" das imperfeições (Mat. 3:12-
“a pá está na sua mão: limpará sua eira e recolhera seu trigo no celeiro; mas,
quanto a palha, a queimara num fogo inextinguível”) e que atinge a todos os que
são "lançados na fornalha de fogo" (Mat. 13:42-“e os lançara na
fornalha ardente. Ali haverá choro e ranger de dentes”) das reencarnações
cármicas dolorosas. Esse fogo foi preparado para o adversário (diabolôs) e seus
mensageiros desde a criação do mundo, pois desde aí começou o funcionamento da
grande lei de causa e efeito. A consequência final é que os misericordiosos
irão participar da "vida imanente" (eis zôên aiônion) enquanto os
endurecidos irão para o "sofrimento imanente" (eis kólasin aiônion)
em segura oposição de resultados. Também poder-se-iam traduzir as expressões
por: "vida do Eon" e "sofrimento do Eon". Muito temos que
aprender nas sábias e profundas lições do Evangelho. Vejamos inicialmente as
previsões exteriores. Todas as vezes que o Filho do Homem aparece em Sua
própria substância, e não através de intermediários, essa presença assinalará
fundamental modificação na tônica vibratória do planeta: é como se Ele se
sentasse em seu "trono da decisão", para firmar o tom de seu diapasão
na energia sonora (o Som, a Palavra criadora ou Verbo ou Logos do Pai), pelo
qual será testada a sintoma intrínseca dos seres. O fenômeno da separação
"à direita e à esquerda" - como costumam fazer os pastores ao separar
os bodes das ovelhas, nas épocas em que não deve haver procriação - não é
religioso, nem místico, nem teológico: é CIENTÍFICO. Desde que a chegada do
Filho do Homem em Sua substância faça que o planeta evolua, elevando sua tônica
vibratória, automaticamente ocorrerá que os espíritos que sintonizarem com esse
diapasão elevado, nela permanecerão, enquanto os que tiverem tons mais baixos
serão atraídos para planetas de tônica vibratória mais baixa, ou seja, de menor
evolução, sendo, portanto, "deportados" da Terra (cfr. Prov. 2:21-22-"porque os retos habitarão a Terra
e os íntegros nela permanecerão, os ímpios porem, serão expulsos da terra, e os traidores serão dela varridos”) e mais
adiante( Prov. 10:30-"o justo jamais vacilará, mas os ímpios não habitarão
a terra”)
Como
vemos, o julgamento ou "juízo" no final do ciclo (ou separação dos
bons dos maus) será uma ação automaticamente científica, de acordo com a lei
física das sintonias vibratórias intrínsecas de cada ser não havendo, pois,
nenhuma possibilidade de enganos, nem de privilégios, nem de valorizações por
estar rotulado nesta ou naquela religião, com este ou aquele cargo.
Exemplificando grosseiramente: a Terra tem atualmente (suponhamos!) uma
vibração de número 30, tal como grande parte (dois terços, segundo (Zacarias
13:8- “e acontecera em toda a terra – oraculo de Iahweh – que dois terços serão
exterminados(perecerão) e que o outro terço será deixado nele”). de seus
moradores. Ao elevar-se a vibração da Terra para o número 50, só conseguirão
permanecer nela aqueles espíritos cuja vibração intrínseca seja de número 50
(que são os que hoje se sentem tão mal neste ambiente de falsidades, ódios,
guerras e violências); e todos os que tiverem vibração número 30, serão
automaticamente atraídos por outro planeta que também tenha vibração número 30.
Exatamente isso ocorreu quando para a Terra vieram tantos espíritos, ao ser
vibratoriamente elevado seu planeta de origem na Constelação do Cocheiro (cfr.
Francisco Cândido Xavier "A Caminho da Luz", FEB, 1941, 2.ª ed. pág.
27- “Há muitos milênios, um dos
orbes da Capela, que guarda muitas afinidades com o globo terrestre, atingira a
culminância de um dos seus extraordinários ciclos evolutivos. As lutas finais
de um longo aperfeiçoamento estavam delineadas, como ora acontece convosco,
relativamente às transições esperadas no século XX, neste crepúsculo de
civilização. Alguns milhões de Espíritos rebeldes lá existiam, no caminho da
evolução geral, dificultando a consolidação das penosas conquistas daqueles
povos cheios de piedade e virtudes, mas uma ação de saneamento geral os
alijaria daquela humanidade, que fizera jus à concórdia perpétua, para a
edificação dos seus elevados trabalhos As grandes comunidades espirituais,
diretoras do Cosmos, deliberam, então, localizar aquelas entidades, que se
tornaram pertinazes no crime, aqui na Terra longínqua, onde aprenderiam a
realizar, na dor e nos trabalhos penosos do seu ambiente, as grandes conquistas
do coração e impulsionando, simultaneamente, o progresso dos seus irmãos
inferiores. Foi assim que Jesus recebeu, à luz do seu reino de amor e de
justiça, aquela turba de seres sofredores e infelizes. Com a sua palavra sábia
e compassiva, exortou essas almas desventuradas à edificação da consciência pelo
cumprimento dos deveres de solidariedade e de amor, no esforço regenerador de
si mesmas. Mostrou-lhes os campos imensos de luta que se desdobravam na Terra,
envolvendo-as no halo bendito da sua misericórdia e da sua caridade sem
limites. Abençoou-lhes as lágrimas santificadoras, fazendo-lhes sentir os
sagrados triunfos do futuro e prometendo-lhes a sua colaboração cotidiana e a
sua vinda no porvir. Aqueles seres angustiados e aflitos, que deixavam atrás de
si todo um mundo de afetos, não obstante os seus corações empedernidos na
prática do mal, seriam degredados na face obscura do planeta terrestre;
andariam desprezados na noite dos milênios da saudade e da amargura;
reencarnariam no seio das raças ignorantes e primitivas, a lembrarem o paraíso
perdido nos firmamentos distantes. Por muitos séculos não veriam a suave luz da
Capela, mas 36 EMMANUEL trabalhariam na Terra acariciados por Jesus e
confortados na sua imensa misericórdia.). Podemos dar
outro exemplo: suponhamos que o planeta seja um rádio receptor, e o espírito
uma estação transmissora. O planeta que esteja ligado na sintonia de 800 quilohertz,
atrairá espíritos dessa mesma sintonia (tal como o rádio receptor atrai as
ondas da Rádio Ministério da Educação). Mas se esse planeta muda sua agulha para
a sintonia de 1.400 quilohertz, os espíritos de 800 não mais são ali recebidos:
só os que possuem a sintonia de 1.400 quilohertz o serão. No entanto, aqueles
de 800 irão para outro planeta que tenha essa sintonia. Prosseguindo na
interpretação do trecho quanto à parte externa, vemos que a grande chave
determinante da sintonia é a MISERICÓRDIA que tira de si para dar aos outros,
ou seja, o AMOR em toda a extensão ampla de suas consequências. Como escreveu
H. Rohden: "não é o saber, não é o ter, não é o falar nem o fazer: o que
vale é o SER". Achada conforme a sintonia dos "justos" e dos
"perfeitos", estes terão sua recompensa numa evolução menos
atribulada de dores, porque isenta de ódios e violências, ao passo que os sem
misericórdia continuarão alhures a série de encarnações de resgate, de
purificação, de aprendizado: "o fogo inextinguível do Amor que purifica e
eleva". Se, no entanto, trouxermos a análise para a vida espiritual
interna, de acordo com a interpretação que vimos dando nos últimos capítulos, veremos
que o sentido ainda aqui é perfeito. Todas às vezes que o Filho do Homem nasce,
com Sua própria substância, na criatura, acompanhado de todos os seus
mensageiros, ou seja, de Suas características, para assumir o bastão de comando
como regente supremo, ele decide a respeito de todos os atos dessa criatura.
Quando o Filho do Homem assume o comando ("senta em seu trono
decisão"), já o eu pequeno personalístico desapareceu, aniquilando-se em
sua nulidade temporária, e o Homem Novo, já então Filho do Homem é o Senhor
absoluto do terreno. Esse é o significado da expressão “trono da decisão":
o Eu supremo passa a governar o eu menor e a decidir realmente por ele; o
Cristo se substitui à personagem transitória; o Pai age através do Filho
(João, 14:11-" crede-me: eu estou no Pai e o Pai mim. Crede-o, ao menos,
por causa dessas obras”) as obras que faço, é o Pai que as faz” etc. Uma
vez estabelecido em seu "trono de decisão" na criatura. o Filho do
Homem terá a tarefa precípua, que não lhe é difícil, de discernir os espíritos,
e o fará de acordo com rigorosa justiça por sua sintonia interna. O diapasão
regulador será a bondade intrínseca que se exterioriza em favor dos menos
aquinhoados, com esquecimento de si mesmo. Aqueles que sintonizarem, serão
acolhidos como irmãos, enquanto os dessintonizados serão afastados de seu
círculo para a indispensável catarse de seus erros. Também terá que agir assim
o Filho do Homem em relação a seus veículos de revestimento temporário. Se
estes (físico, etérico, astral e intelectual) tiverem contribuído não só para a
evolução da humanidade com a assistência carinhosa aos irmãos pequeninos, que
estão abaixo de nós, mas também para a evolução do Eu profundo? cuidando de
alimentá-lo, de saciar sua sede, (tanto física, quanto moral, intelectual,
emotiva e espiritualmente); buscando recebê-lo quando ainda era considerado
"estrangeiro" porque desconhecido; vestindo-o com as matérias dos
diversos planos, quando ele ainda se mantinha “naquela condição nua de puro
espírito", no dizer de Paul Brunton; e visitando-o periodicamente com os
esforços continuados de encontrá-lo, quando ainda enfermo pelo "desejo"
de unir-se, mas "preso" às contingências de não poder violar o
livre-arbítrio, - nesses casos, os veículos "inferiores" terão sua
recompensa, mantendo-se todos em contato íntimo e permanente até mesmo sem
experimentar a morte (João, 11:25-26-“eu sou a ressurreição. Quem crê em mim,
ainda que morra vivera. E quem vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisso?)
"quem sintoniza comigo, mesmo se estiver morto, viverá, e quem vive e
sintoniza comigo, não morrerá no Eon"; e mais, (João 3:15- “a fim de que todo
aquele que crer tenha nele vida eterna—J3;36 – “quem crê no filho tem a vida eterna;
quem recusa crer no Filho não verá a vida. Pelo contrário a ira de Deus
permanecera sobre ele”); (5:24- “em verdade, verdade, vos digo: quem escuta a
minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não vem a julgamento,
mas passou da morte a vida”); (6:35- “eu sou o pão da vida. Quem vem a mim,
nunca mais terá fome e o que crê em, mim nunca mais terá sede”), (40-“ sim esta
é a vontade do meu Pai; quem vê o filho e nele crê tem a vida eterna e eu o
ressuscitarei no último dia”), (47-“em verdade, verdade, vos digo aquele que crê
tem a vida eterna”); e (14:12-“ em verdade, verdade, vos digo quem crê em mim
fara as obras que faço e fara até maiores do que elas porque vou para o Pai”) e
sem ser sequer julgado (João, 3:18-“quem crê não é julgado; quem não crê, já está
julgado porque não creu no Nome do Filho único de Deus”). Se, ao contrário,
tiver sido grande a oposição dos veículos em obter a sintonia com o Filho do
Homem, resistindo a todos os apelos e chamados e egoisticamente debruçando-se
para fora, sem mesmo praticar as "obras de misericórdia" em relação
aos "irmãos pequeninos", os veículos serão destruídos pela morte,
tendo que passar pelo fogo purificador do sofrimento, que não se extingue
durante o Eon até a catarse integral. Digno de meditação o trecho. E quem o
fizer, encontrará ainda mais pormenores para seu aprendizado e edificação.
FONTE:
Carlos Torres Pastorino
Bíblia de Jerusalém
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