quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

FIM DO CICLO

 

FIM DO CICLO

 (Mat. 25:31-46- "quando o Filho do Homem vier em sua glória e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória e serão reunidas em sua presença todas as nações e ele separará os homens uns dos outros como o pastor separa as ovelhas dos bodes e porá as ovelhas a sua direita e os bodes a sua esquerda. Então dirá o rei aos que estiverem a sua direita: “vinde benditos de meu Pai, receberei por herança o reino preparado para vós desde a fundação do mundo. Pois tive fome e me deste de comer. Tive sede e me destes de beber. Era forasteiro e me acolhestes. Estive nu e me vestistes, doente e me visitastes, preso e vieste ver-me. Então os justos lhe responderão. Senhor quando foi que te vimos com fome e te alimentamos, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos forasteiro e te recolhemos ou nu e te vestimos? Ao que lhe responderá o rei: em verdade vos digo cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes. Em seguida dirá aos que estiverem a sua esquerda: apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno preparado para o diabo e para os seus anjos. Porque tive fome e não me destes de comer. Tive sede e não me destes de beber. Fui forasteiro e não me recolhestes. Estive nu e não me vestistes, doente e preso e não me visitastes. Então também eles responderão. Senhor quando é que te vimos com fome ou com sede, forasteiro ou nu, doente ou preso e não te socorremos? E Ele respondera com essas palavras:” em verdade vos digo; todas as vezes que o deixastes de fazer a um desses mais pequeninos foi a mim que o deixastes de fazer. E estes irão para o castigo eterno (do Eon) enquanto os justos irão para a vida eterna (a vida imanente).

 

". Ainda prosseguem as previsões para o fim do ciclo. Anuncia o Mestre que "o Filho do Homem virá em sua substância". Neste versículo, o grego dóxa é traduzido como "glória" duas vezes nos textos vulgares. Analisando-se o contexto, todavia, verificamos que poderia ser dado esse sentido apenas lato sensu; mas que ideia faríamos daquele que encarnou o Amor mais sublime com a maior humildade, se ao invés de chegar com a simplicidade característica dos Grandes Espíritos, pretendesse impor-se pelo aparato pomposo de uma glória ostentatória, para esmagar as pobres criaturas com sua presença? Os seres inferiores podem impressionar-se com isso - as fêmeas dos irracionais deixam-se levar pela beleza "gloriosa" ou pela bela voz dos machos - mas repugna-nos admitir que um Espírito superior e divino aderisse a esse critério tão animalesco, tentando ofuscar pela emoção da forma majestosa. Daí termos traduzido dóxa por "SUBSTÂNCIA" neste passo. Mas no mesmo versículo há pela segunda vez a mesma palavra, na expressão "ele se sentará sobre o trono de sua glória" (grego dóxa, hebraico, kissê hakkabôd). Ora, se no primeiro caso preferimos aquele sentido: "em sua substância", isto é, EM PESSOA, ELE MESMO, e não mais seus emissários e mensageiros (COM os quais se apresentará, metà aggélôn autoú), neste segundo passo, devendo ele presidir à separação de bons e maus, o sentido mais consentâneo é "trono de sua decisão", legítimo significado de dóxa (cfr. Parmênides, Ésquilo, Persae, Sófocles, Fragmenta; e Trachiniae, Platão, Górgias, e; Filebo,). Ao assentar-se no "trono de sua decisão" (veremos o sentido mais profundo adiante), todos os povos (pánta tà éthnê) se Lhe reunirão em torno, conforme foi escrito também em (Joel4:2–“reunirei todas as nações e as farei descer ao vale de Josafá; ali entrarei em processo contra elas por causa de Israel, meu povo e minha herança) e (Zacarias14:2 – “ reunirei rodas as nações contra Jerusalém para o combate; a cidade será tomada, as casas serão saqueadas, as mulheres violentadas, a metade da cidade sairá para o exilio, mas o resto do povo não será eliminado da cidade).

Utilizará, então, o método empregado pelos pastores ("fará COMO"), o que oferece significado especial que procuraremos estudar, a fim de "separar uns dos outros" (aphorísei autoús ap'allêlois). Vem a seguir o discurso dirigido aos da direita, em que é salientado o grande, o inestimável, o único valor que conta: a misericórdia em relação aos desgraçados de qualquer espécie: "felizes os misericordiosos porque eles obterão misericórdia" (Mat. 5:7– “felizes os misericordiosos porque alcançarão a misericórdia”). E as "obras de misericórdia" são enumeradas uma a uma: alimentar os famintos abeberar os sedentos vestir os nus assistir os enfermos visitar os presos. Conforme comprovamos, referem-se todas à matéria física, ao corpo e ao conforto moral; nenhuma se dirige à parte espiritual, reservada apenas aos "discípulos" da Escola. Trata-se de verdadeiro resumo dos objetivos da "Assistência Social" ou da Caridade. A misericórdia, no ambiente israelita era sobretudo moral e corporal e vem citada como necessária em diversos passos (Gên. 21:23 – “agora pois, jura-me aqui, por Deus que não me enganaras, nem a minha linhagem e parentela e que terás para consigo e para com esta terra a que viestes como hospede a mesma amizade que tive por ti”); (Jos. 2:14 – “e os homens disseram-lhe: “a nossa vida responderá pela vossa, se não denunciares a nossa missão e quando Iahweh nos der a terra usaremos de misericórdia e de fidelidade para contigo”) e (Jos11:20 – “Iahweh havia, pois, decidido endurecer o coração desses povos para que combatessem Israel, para que fossem anátemas, e para que não houvesse para eles remissão, mas fossem exterminados, como Iahweh ordenara a Moises”); (Sam. II 10:2- “Davi disse: usarei para com Hanoin, filho de Naas, da mesma fidelidade que teve seu pai para comigo...”); (3:8- “Iahweh voltou a chamar Samuel pela terceira vez. El se aproi8mou de Eli e disse: aqui estou porque me chamaste. Então Eli compreendeu que era Iahweh que chamara o menino”) e (Sam 9;1- “havia um homem de Benjamin que se chamava Cis filho de Abiel, filho de Seror, filho de Becorat, filho de Afio, filha de um benhaminita, um homem valente”); (Jo 31:18- “na verdade, desde a minha infância Deus criou-me como um, pai e desde o seio de minha mãe guiou-me”); (Ecli. 18:12- “vê e reconhece como é miserável o seu fim, por isso, multiplica o perdão”); (Zac. 7:9- “assim fala Iahweh dos exércitos: fazei um julgamento verdadeiro, praticai o amor e a misericórdia cada um com o seu irmão”), etc.); a misericórdia dá honra a quem na recebe (Prov. 14:31- “oprimir o fraco é ultrajar seu criador; honrá-lo é ter piedade do indigente”); mas deve ser acompanhada de constância e justiça (Jos. 2:14 – “e os homens disseram-lhe: a nossa vida responderá pela vossa, se não denunciardes a nossa missão; e quando Iahweh nos der a terra usaremos de misericórdia e de fidelidade para contigo”); (Prov. 3:3- “o amor e a fidelidade não te abandonem, ata ao pescoço, inscreve-os na tabua do coração”); (14:22 – “não é extraviar-se maquinar o m al? Amor e fidelidade para quem busca o bem”); (16:6 – “com amor e fidelidade expia-se a culpa pelo temor de Iahweh o mal é afastado”) e (20:28- “amor e fidelidade preservam o rei; ele sustenta no amor o seu trono”). Numa frase citada por Jesus (Mat. 9:13- “ide, pois, e aprendei o que significa misericórdia quero e não o sacrifício. Com efeito eu não vim chamar justos, mas pecadores”) e (12:7- “se soubésseis o que significa: misericórdia é que eu quero e não sacrifício, não condenaras os que tem culpa”) é dito que a misericórdia tem mais valor que os sacrifícios (Oseas, 6:6- “porque é o amor que eu quero e não os sacrifícios, conhecimento de Deus mais do que holocaustos”); (Ecli. 35:4- “dar esmola é oferecer sacrifício de louvor”); cfr. ainda: (Mat. 15:5, 6- “vós, porém dizeis: aquele que disser ao pai ou a mãe: aquilo que de mm podarias receber foi consagrado a Deus; esse não está obrigado a honrar pai e mãe”) e (Marc. 7:10-13- “com efeito Moises disse: honra teu pai e tua mãe. Aquele que amaldiçoar pai ou mãe certamente deve morrer”) As parábolas do "bom samaritano" (Luc. 10:30-37- “um homem descia e Jerusalém a jerico, e caiu no meio de assaltantes que, após havê-lo despojado e espancado, foram-se deixando-o semimorto. Casualmente descia por esse caminho um sacerdote, viu=o e passou adiante. Igualmente um levita atravessando esse lugar, viu-o e prosseguiu. Certo samaritano, em viajem, porém, chegou junto dele viu-o e moveu-se de compaixão. Aproximou-se, Cuidou de suas chagas derramando óleo e vinho, depois colocou-o em seu próprio animal, conduziu-o a hospedaria e dispensou-lhe cuidados. No dia seguinte, tirou dois denarios e deu-os ao hospedeiro dizendo: cuida dele e oque gastares a mais, em meu regresso te pagarei. Qual dos três em tua opinião, foi o próximo do homem que caiu na mão dos assaltantes?”) e do perdão (Mat. 18:23-35- “eis porque o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu acertar contas com os seus servos. Ao começar o acerto trouxeram-lhe um que devia dez mil talentos. Não tendo este com o que pagar, o senhor ordenou que o vendessem justamente com a mulher e com os filhos e todos os seus bens para o pagamento da dívida. O servo, porém, caiu a seus pés e prostrado suplicava-lhe. Dá-me um prazo e eu te pagarei tudo. Diante disso o senhor compadecendo-se do servo soltou-o e perdoou-lhe a dívida. Mas quando saiu dali esses servos encontrou um de seus companheiros de servidão que lhe devia cem denarios e agarrando-o pelo pescoço pôs-se a sufocar e insistir. Paga-me o que deves. O comunheiro caindo a seus pês rogava-lhe dá-me um prazo e eu te pagarei. Mas ele não quis ouvi-lo; antes retirou-se e mandou lançá-lo na prisão até que pagasse o que devia. Vendo os companheiros de sérvio o que acontecera, ficaram muito penalizados, e procurando o senhor, contaram-lhe todo o acontecido. Então o senhor mandou chamar aquele servo e lhe disse: servo meu, eu te perdoei toda a tua dívida porque me rogaste. Não devias também tu ter compaixão do teu companheiro como eu tive compaixão de ti. Assim encolerizado o seu senhor o entregou aos verdugos) são exemplos de misericórdia e da ausência dela. Paulo de Tarso e João recomendam que os cristãos tenham "vísceras de misericórdia" (Flp. 2:1 – “portanto pelo conforto que há em Cristo, pela consolação que há no amor, pela comunhão no espirito por toda ternura e compaixão”; (Col. 3:12- “portanto como eleitos de Deus, santos e amados, revesti-vos de sentimentos de compaixão, de bondade, humildade, mansidão, longanimidade.”). e (1.ª João 3:17-“se alguém possuindo os bens desse mundo vê seu irmão na necessidade e lhe fecha as entranhas como permaneceria nele o amor de Deus?”). Os que praticaram e viveram essas "obras de misericórdia" são os chamados, porque "escolhidos pelo Pai" para tomar parte no reino "preparado desde a constituição do mundo". Admirados, perguntarão quando tiveram oportunidade de fazer tudo isso, se jamais O encontraram na Terra. E a resposta é que "tudo o que se faz a um desses meus irmãos pequeninos necessitados, é feito a Ele mesmo". Lição magnífica e oportuna. Já aos "da esquerda", são eles convidados a afastar-se, infelizes que são, "para o fogo do Eon, destinados ao adversário e seus mensageiros". Sentido algo enigmático, que tentaremos analisar. O que os tornou "infelizes" foi, exatamente, o contrário das obras de misericórdia: A avareza que não reparte de sua mesa com os famintos; O egoísmo que, rodeado de bebidas finas, não pensa na sede dos desgraçados; O orgulho mal entendido, que não abre sua porta a estranhos; A vaidade que exige para si trajos luxuosos, deixando sem roupa os mendigos; O comodismo que não sai de seu conforto para estender a mão e abrir seu coração aos enfermos; e C. TORRES PASTORINO Página 102 de 143 A dureza de coração que não se apiada dos que sofrem nos cárceres, castigados por descontroles emocionais. A resposta é o reverso da medalha da que foi dada aos primeiros. E vemos sempre a referência "a estes meus irmãos (IRMÃOS!) mais pequeninos (enì toútôn tõn adélphôn mou tôn elachístôn). Repete-se, como um refrão, que os homens, por menores que sejam, por mais desgraçados, por mais atrasados, são SEUS IRMÃOS: "quem faz a vontade do Pai é meu irmão, minha irmã, minha mãe" (Mat. 12:50-“porque aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe”) e (Marc. 3:35-“quem fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe”); "são meus irmãos os que fazem a vontade do Pai" (Luc. 8:21- “mas ele respondeu: minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põe em prática”); "ide avisar a meus irmãos" (Mat. 28:10- “então Jesus disse: Não temais! Ide anunciar a meus irmãos que se dirijam para a galileia; lá me verão) e os humildes são seus irmãos pequeninos, Dele que "é o primogênito entre muitos irmãos" (Rom. 8:29-“porque os que de antemão ele conheceu estres também predestinou a serem conforme a imagem do seu Filho a fim de ser ele o primogênito entre muitos irmãos”); e mais: "quem vos recebe, me recebe" (Marc. 10:40-“todavia o assentar-se a minha direita ou a minha esquerda não cabe a mim com cede-lo, mas é para os quais isso foi destinado”); "quem recebe a uma destas criancinhas em meu nome é a mim mesmo que recebe" (Mat. 18:5-“e aquele que receber uma criança como esta, por causa do meu nome, recebe a mim”). Não vimos aí, em absoluto, um DEUS EM SUA GLÓRIA, como quiseram fazer-nos crer durante dois milênios, mas um irmão mais velho, cheio de carinho e ternura, de cuidados verdadeiramente maternais para com os IRMÃOZINHOS mais pequeninos! Vemos um amor aconchegante, que se preocupa com os sofrimentos até do físico e sente em si mesmo os efeitos dos benefícios recebidos por eles e a amargura das portas que se fecham diante deles; lembramo-nos do anexim popular: "quem meu filho beija, minha boca adoça". Mas o Mestre nem fala de filhos ("um só é vosso Pai, a ninguém na Terra chameis de Pai", Mat. 23:9- “a ninguém na terra chamais Pai pois só tendes o Pai celeste”) e sim, igualando-se a eles, em irmãos menores, ainda pequeninos, dignos de toda atenção e amor. Os que desprezam "seus irmãos mais pequeninos" são ditos katêraménoi, isto é, "infelizes"; mas observamos que, enquanto os misericordiosos são "abençoados pelo PAI", os duros de coração se desgraçam a si mesmos. A estes está reservado o "fogo do Eon" (to pyr aiônion), que é a lavareda do sofrimento no percurso lento e doloroso de mais um Eon ou ciclo de evolução. Trata-se do fogo purificador, que faz a catarse dos espíritos, aquele "fogo inextinguível que queimará a palha" das imperfeições (Mat. 3:12- “a pá está na sua mão: limpará sua eira e recolhera seu trigo no celeiro; mas, quanto a palha, a queimara num fogo inextinguível”) e que atinge a todos os que são "lançados na fornalha de fogo" (Mat. 13:42-“e os lançara na fornalha ardente. Ali haverá choro e ranger de dentes”) das reencarnações cármicas dolorosas. Esse fogo foi preparado para o adversário (diabolôs) e seus mensageiros desde a criação do mundo, pois desde aí começou o funcionamento da grande lei de causa e efeito. A consequência final é que os misericordiosos irão participar da "vida imanente" (eis zôên aiônion) enquanto os endurecidos irão para o "sofrimento imanente" (eis kólasin aiônion) em segura oposição de resultados. Também poder-se-iam traduzir as expressões por: "vida do Eon" e "sofrimento do Eon". Muito temos que aprender nas sábias e profundas lições do Evangelho. Vejamos inicialmente as previsões exteriores. Todas as vezes que o Filho do Homem aparece em Sua própria substância, e não através de intermediários, essa presença assinalará fundamental modificação na tônica vibratória do planeta: é como se Ele se sentasse em seu "trono da decisão", para firmar o tom de seu diapasão na energia sonora (o Som, a Palavra criadora ou Verbo ou Logos do Pai), pelo qual será testada a sintoma intrínseca dos seres. O fenômeno da separação "à direita e à esquerda" - como costumam fazer os pastores ao separar os bodes das ovelhas, nas épocas em que não deve haver procriação - não é religioso, nem místico, nem teológico: é CIENTÍFICO. Desde que a chegada do Filho do Homem em Sua substância faça que o planeta evolua, elevando sua tônica vibratória, automaticamente ocorrerá que os espíritos que sintonizarem com esse diapasão elevado, nela permanecerão, enquanto os que tiverem tons mais baixos serão atraídos para planetas de tônica vibratória mais baixa, ou seja, de menor evolução, sendo, portanto, "deportados" da Terra (cfr. Prov. 2:21-22-"porque os retos habitarão a Terra e os íntegros nela permanecerão, os ímpios porem, serão expulsos da terra, e  os traidores serão dela varridos”) e mais adiante( Prov. 10:30-"o justo jamais vacilará, mas os ímpios não habitarão a terra”)

 Como vemos, o julgamento ou "juízo" no final do ciclo (ou separação dos bons dos maus) será uma ação automaticamente científica, de acordo com a lei física das sintonias vibratórias intrínsecas de cada ser não havendo, pois, nenhuma possibilidade de enganos, nem de privilégios, nem de valorizações por estar rotulado nesta ou naquela religião, com este ou aquele cargo. Exemplificando grosseiramente: a Terra tem atualmente (suponhamos!) uma vibração de número 30, tal como grande parte (dois terços, segundo (Zacarias 13:8- “e acontecera em toda a terra – oraculo de Iahweh – que dois terços serão exterminados(perecerão) e que o outro terço será deixado nele”). de seus moradores. Ao elevar-se a vibração da Terra para o número 50, só conseguirão permanecer nela aqueles espíritos cuja vibração intrínseca seja de número 50 (que são os que hoje se sentem tão mal neste ambiente de falsidades, ódios, guerras e violências); e todos os que tiverem vibração número 30, serão automaticamente atraídos por outro planeta que também tenha vibração número 30. Exatamente isso ocorreu quando para a Terra vieram tantos espíritos, ao ser vibratoriamente elevado seu planeta de origem na Constelação do Cocheiro (cfr. Francisco Cândido Xavier "A Caminho da Luz", FEB, 1941, 2.ª ed. pág. 27- “Há muitos milênios, um dos orbes da Capela, que guarda muitas afinidades com o globo terrestre, atingira a culminância de um dos seus extraordinários ciclos evolutivos. As lutas finais de um longo aperfeiçoamento estavam delineadas, como ora acontece convosco, relativamente às transições esperadas no século XX, neste crepúsculo de civilização. Alguns milhões de Espíritos rebeldes lá existiam, no caminho da evolução geral, dificultando a consolidação das penosas conquistas daqueles povos cheios de piedade e virtudes, mas uma ação de saneamento geral os alijaria daquela humanidade, que fizera jus à concórdia perpétua, para a edificação dos seus elevados trabalhos As grandes comunidades espirituais, diretoras do Cosmos, deliberam, então, localizar aquelas entidades, que se tornaram pertinazes no crime, aqui na Terra longínqua, onde aprenderiam a realizar, na dor e nos trabalhos penosos do seu ambiente, as grandes conquistas do coração e impulsionando, simultaneamente, o progresso dos seus irmãos inferiores. Foi assim que Jesus recebeu, à luz do seu reino de amor e de justiça, aquela turba de seres sofredores e infelizes. Com a sua palavra sábia e compassiva, exortou essas almas desventuradas à edificação da consciência pelo cumprimento dos deveres de solidariedade e de amor, no esforço regenerador de si mesmas. Mostrou-lhes os campos imensos de luta que se desdobravam na Terra, envolvendo-as no halo bendito da sua misericórdia e da sua caridade sem limites. Abençoou-lhes as lágrimas santificadoras, fazendo-lhes sentir os sagrados triunfos do futuro e prometendo-lhes a sua colaboração cotidiana e a sua vinda no porvir. Aqueles seres angustiados e aflitos, que deixavam atrás de si todo um mundo de afetos, não obstante os seus corações empedernidos na prática do mal, seriam degredados na face obscura do planeta terrestre; andariam desprezados na noite dos milênios da saudade e da amargura; reencarnariam no seio das raças ignorantes e primitivas, a lembrarem o paraíso perdido nos firmamentos distantes. Por muitos séculos não veriam a suave luz da Capela, mas 36 EMMANUEL trabalhariam na Terra acariciados por Jesus e confortados na sua imensa misericórdia.). Podemos dar outro exemplo: suponhamos que o planeta seja um rádio receptor, e o espírito uma estação transmissora. O planeta que esteja ligado na sintonia de 800 quilohertz, atrairá espíritos dessa mesma sintonia (tal como o rádio receptor atrai as ondas da Rádio Ministério da Educação). Mas se esse planeta muda sua agulha para a sintonia de 1.400 quilohertz, os espíritos de 800 não mais são ali recebidos: só os que possuem a sintonia de 1.400 quilohertz o serão. No entanto, aqueles de 800 irão para outro planeta que tenha essa sintonia. Prosseguindo na interpretação do trecho quanto à parte externa, vemos que a grande chave determinante da sintonia é a MISERICÓRDIA que tira de si para dar aos outros, ou seja, o AMOR em toda a extensão ampla de suas consequências. Como escreveu H. Rohden: "não é o saber, não é o ter, não é o falar nem o fazer: o que vale é o SER". Achada conforme a sintonia dos "justos" e dos "perfeitos", estes terão sua recompensa numa evolução menos atribulada de dores, porque isenta de ódios e violências, ao passo que os sem misericórdia continuarão alhures a série de encarnações de resgate, de purificação, de aprendizado: "o fogo inextinguível do Amor que purifica e eleva". Se, no entanto, trouxermos a análise para a vida espiritual interna, de acordo com a interpretação que vimos dando nos últimos capítulos, veremos que o sentido ainda aqui é perfeito. Todas às vezes que o Filho do Homem nasce, com Sua própria substância, na criatura, acompanhado de todos os seus mensageiros, ou seja, de Suas características, para assumir o bastão de comando como regente supremo, ele decide a respeito de todos os atos dessa criatura. Quando o Filho do Homem assume o comando ("senta em seu trono decisão"), já o eu pequeno personalístico desapareceu, aniquilando-se em sua nulidade temporária, e o Homem Novo, já então Filho do Homem é o Senhor absoluto do terreno. Esse é o significado da expressão “trono da decisão": o Eu supremo passa a governar o eu menor e a decidir realmente por ele; o Cristo se substitui à personagem transitória; o Pai age através do Filho (João, 14:11-" crede-me: eu estou no Pai e o Pai mim. Crede-o, ao menos, por causa dessas obras”) as obras que faço, é o Pai que as faz” etc. Uma vez estabelecido em seu "trono de decisão" na criatura. o Filho do Homem terá a tarefa precípua, que não lhe é difícil, de discernir os espíritos, e o fará de acordo com rigorosa justiça por sua sintonia interna. O diapasão regulador será a bondade intrínseca que se exterioriza em favor dos menos aquinhoados, com esquecimento de si mesmo. Aqueles que sintonizarem, serão acolhidos como irmãos, enquanto os dessintonizados serão afastados de seu círculo para a indispensável catarse de seus erros. Também terá que agir assim o Filho do Homem em relação a seus veículos de revestimento temporário. Se estes (físico, etérico, astral e intelectual) tiverem contribuído não só para a evolução da humanidade com a assistência carinhosa aos irmãos pequeninos, que estão abaixo de nós, mas também para a evolução do Eu profundo? cuidando de alimentá-lo, de saciar sua sede, (tanto física, quanto moral, intelectual, emotiva e espiritualmente); buscando recebê-lo quando ainda era considerado "estrangeiro" porque desconhecido; vestindo-o com as matérias dos diversos planos, quando ele ainda se mantinha “naquela condição nua de puro espírito", no dizer de Paul Brunton; e visitando-o periodicamente com os esforços continuados de encontrá-lo, quando ainda enfermo pelo "desejo" de unir-se, mas "preso" às contingências de não poder violar o livre-arbítrio, - nesses casos, os veículos "inferiores" terão sua recompensa, mantendo-se todos em contato íntimo e permanente até mesmo sem experimentar a morte (João, 11:25-26-“eu sou a ressurreição. Quem crê em mim, ainda que morra vivera. E quem vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisso?) "quem sintoniza comigo, mesmo se estiver morto, viverá, e quem vive e sintoniza comigo, não morrerá no Eon"; e mais, (João 3:15- “a fim de que todo aquele que crer tenha nele vida eterna—J3;36 – “quem crê no filho tem a vida eterna; quem recusa crer no Filho não verá a vida. Pelo contrário a ira de Deus permanecera sobre ele”); (5:24- “em verdade, verdade, vos digo: quem escuta a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não vem a julgamento, mas passou da morte a vida”); (6:35- “eu sou o pão da vida. Quem vem a mim, nunca mais terá fome e o que crê em, mim nunca mais terá sede”), (40-“ sim esta é a vontade do meu Pai; quem vê o filho e nele crê tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia”), (47-“em verdade, verdade, vos digo aquele que crê tem a vida eterna”); e (14:12-“ em verdade, verdade, vos digo quem crê em mim fara as obras que faço e fara até maiores do que elas porque vou para o Pai”) e sem ser sequer julgado (João, 3:18-“quem crê não é julgado; quem não crê, já está julgado porque não creu no Nome do Filho único de Deus”). Se, ao contrário, tiver sido grande a oposição dos veículos em obter a sintonia com o Filho do Homem, resistindo a todos os apelos e chamados e egoisticamente debruçando-se para fora, sem mesmo praticar as "obras de misericórdia" em relação aos "irmãos pequeninos", os veículos serão destruídos pela morte, tendo que passar pelo fogo purificador do sofrimento, que não se extingue durante o Eon até a catarse integral. Digno de meditação o trecho. E quem o fizer, encontrará ainda mais pormenores para seu aprendizado e edificação.

FONTE:

Carlos Torres Pastorino

Bíblia de Jerusalém

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