LETARGIA E A
CATALEPSIA
“A letargia e a catalepsia derivam do mesmo
princípio, que é a perda temporária da sensibilidade e do movimento, por uma
causa fisiológica ainda inexplicada. Diferem uma da outra, em que, na letargia,
a suspensão das forças vitais é geral e dá ao corpo todas as aparências da
morte; Na catalepsia fica localizada, podendo atingir uma parte mais ou menos
extensa do corpo, de sorte a permitir que a inteligência se manifeste
livremente, o que a torna inconfundível com a morte. A letargia é sempre
natural; a
catalepsia é por vezes magnética”. 
“A ciência moderna oficial, a Medicina,
conhece a catalepsia e a letargia, classifica-as, mas não se interessa por
elas, percebendo não ser da sua alçada o fato de curá-las.
A ciência psíquica, no entanto, assim também a
Doutrina Espírita, não só as conhecem como se interessam grandemente por elas,
pois que as estudam, tirando delas grandes ensinamentos e revelações em torno
da alma humana, e por isso podem curá-las e até evita-las, ao mesmo tempo que
também poderão provoca-las, contorna-las, dirigi-las, orientá-las e delas
extrair conhecimentos esplendentes para a instrução científico transcendente a
benefício da Humanidade. Se os adeptos encarnados dessa grande revelação
celeste — a Doutrina Espírita — não curam, no presente momento, as crises
catalépticas do próximo, as quais até mesmo uma obsessão poderá provocar, será
porque elas são raras ou, pelo menos, ignoradas, ou porque, lamentavelmente, se
descuram da instrução doutrinária necessária à habilitação para o importante
certame.
“A catalepsia, tal como a letargia, não é uma
enfermidade física, mas uma faculdade que, como qualquer outra faculdade
medianímica insipiente ou incompreendida, ou ainda descurada e mal orientada,
se torna prejudicial ao seu possuidor. Como as demais faculdades suas
companheiras, a catalepsia e a letargia também poderão ser exploradas pela
mistificação e
pela obsessão de inimigos e perseguidores
invisíveis, degenerando então em um estado mórbido do chamado períspirito,
tendência viciosa das vibrações perispirituais para o aniquilamento, as quais
se recolhem e fecham em si mesmas como a planta sensitiva ao ser tocada,
negando-se
às expansões necessárias ao bom funcionamento
do consórcio físico psíquico, o que arrasta uma como neutralidade do fluido
vital, dando em resultado o estado de anestesia geral ou parcial, a perda da
sensibilidade, quando todos os sintomas da morte e até mesmo o início da
decomposição física se apresentam, e somente a consciência estará vigilante, visto
que esta, fagulha da Mente Divina animando a criatura, jamais se deterá num
aniquilamento, mesmo temporário.
 
“Tanto a catalepsia como a letargia, pois elas
são faculdades gêmeas, se espontâneas (elas poderão ser também provocadas e
dirigidas, uma vez que a personalidade humana é rica de poderes espirituais,
sendo, como foi criada à imagem e semelhança de Deus). 
Se espontâneas, serão, portanto, um como vício
que impõe o acontecimento, como os casos de animismo nas demais faculdades
mediúnicas, vício que, mais melindroso que os outros lembrados, se a tempo não
for corrigido, poderá acarretar consequências imprevisíveis, tais como a morte
total da organização física, a loucura, dado que as células cerebrais, se
atingidas frequentemente e por demasiado tempo, poderão levar à obsessão, ao
suicídio, ao homicídio e a graves enfermidades nervosas: esgotamento,
depressão, alucinações, etc. 
Mas, uma vez contornadas por tratamento psíquico
adequado, transformar-se-ão em faculdades anímicas importantes, capazes de
altas
realizações supranormais, consoante a prática
o tem demonstrado, fornecendo aos estudiosos e observadores dos fatos
mediúnicos vasto campo de elucidação científica transcendental.
“Entretanto, se os adeptos da grande doutrina
da imortalidade — os espíritas — não sabem, conscientemente, ou não querem
resolver os intrincados problemas oferecidos pela catalepsia e sua irmã gêmea,
a letargia (eles, os espíritas, não se preocupam com esses fenômenos), sem o
quererem e o saberem corrigem a sua possibilidade de expansão com o cultivo geral
da mediunidade comum, visto que, ao contato das correntes vibratórias
magnéticas constantes, e o suprimento das forças vitais próprias dos fenômenos
mediúnicos mais conhecidos, aquele vício, se ameaça, será corrigido, podendo,
não obstante, a faculdade cataléptica ser orientada inteligentemente para fins
dignificantes a bem da evolução do seu possuidor e da coletividade. 
De outro modo, o tratamento magnético através
de passes, em particular os passes ditos espirituais, aplicados por médiuns
idôneos e não por magnetizadores, e a intervenção oculta, mas eficiente, dos
mestres da Espiritualidade, têm evitado que a catalepsia e a letargia se propaguem
entre os homens com feição de calamidade, daí advindo a relativa raridade,
espontânea, de tais fenômenos nos dias
presentes. E essa nossa assertiva também revela que todas as criaturas humanas
mais ou menos possuem em germe as ditas faculdades e as poderão dirigir à própria
vontade, se conhecedoras dos seus fundamentos, uma vez que nenhum filho de Deus
jamais foi agraciado com predileções ou
menosprezado com desatenções pela obra da Criação.
“Dos casos citados nos Evangelhos cristãos,
todavia, destaca-se o de Lázaro pela sua estranha particularidade. Aí vemos um
estado cataléptico superagudo, porque espontâneo, relaxamento dos elos vitais
pela depressão cansada por uma enfermidade, fato patológico, portanto, provando
o desejo incontido que o espírito encarnado tinha de deixar a matéria para alçar-se
ao infinito, e onde o próprio fluido vital, que anima os organismos vivos, se
encontrava quase totalmente extinto, e cujos liames magnéticos do períspirito
em direção à carne se encontravam de tal forma frágeis, danificados pelo
enfraquecimento das vibrações e da vontade.
(Lázaro já cheirava mal, o que é frequente em
casos de crises catalépticas agudas, mesmo se provocadas, quando o paciente
poderá até mesmo ser sepultado vivo, ou antes, não de todo no estado de
cadáver), que fora necessário, com efeito, o poder restaurador de uma alma virtuosa
como a do Nazareno para se impor ao fato, substituir células já corrompidas,
renovar a vitalidade animal, fortalecer liames magnéticos com o seu poderoso
magnetismo em ação. 
Na filha de Jairo, porém, e no filho da viúva
de Naim as forças vitais se encontravam antes como que anestesiadas pelo
enfraquecimento físico derivado da enfermidade, mas não no mesmo grau do
sucedido a Lázaro. Neste, as mesmas forças vitais se encontravam já em
desorganização adiantada, e não fora o concurso dos liames magnéticos ainda
aproveitáveis e as reservas vitais conservadas pelo períspirito nas
constituições físicas robustas (o períspirito age qual reservatório de forças
vitais e os laços magnéticos são os agentes transmissores que suprem a
organização física); se não fossem aquelas reservas Jesus não se abalaria à
cura porque esta seria impossível. 
Muitos homens e até crianças assim têm
desencarnado. E se tal acontece antes da época prevista pela programação da lei
da Criação, nova existência corpórea os reclamará para o cumprimento dos deveres
assumidos e, portanto, para a continuação da própria evolução.
“Caberia a pergunta, então: ‘Porque tal coisa
é possível sob as vistas da harmoniosa lei da Criação? Que culpa tem o homem de
sofrer tais ou quais acidentes se não é ele quem os provoca e que se realizam,
muitas vezes, à revelia da sua vontade? ’
“A resposta será então a seguinte: “Tais
acidentes são próprios do carreiro da evolução, e enquanto o homem não se integrar
na sua condição de ser divino, vibrando satisfatoriamente no âmbito das expansões
sublimes da Natureza, mecanicamente estará sujeito a esse e demais distúrbios.
Segue-se que, para a lei da Criação, a chamada morte não só não existe como é
considerada fenômeno natural, absolutamente destituído da importância que os
homens lhe atribuem, exceção feita aos casos de suicídio e homicídio. 
A morte natural, então, em muitos casos será
um acidente facilmente reparável e não repercutirá com os foros de anormalidade
como acontece entre os homens. De outro modo, sendo a catalepsia e a letargia
uma faculdade, patrimônio psíquico da criatura e não propriamente uma
enfermidade, compreender-se-á que nem sempre a sua ação comprova inferioridade
do seu possuidor, pois que, uma vez adestradas, ambas poderão prestar excelentes
serviços à causa do bem, tais como as demais faculdades mediúnicas, que, não adestradas,
servem de pasto a terríveis obsessões, que infelicitam a sociedade, e quando
bem compreendidas e dirigidas atingirão feição sublime. 
Não se poderá afirmar, entretanto, que o próprio
homem, ou a sua mente, a sua vontade, o seu pensamento, se encontrem isentos de
responsabilidade no caso vertente, tanto na ação negativa como na positiva, ou
seja, tanto nas manifestações prejudiciais como nas úteis e beneméritas.
“Um Espírito encarnado, por exemplo, já
evolvido, ou apenas de boa vontade, senhor das próprias vibrações, poderá cair
em transe letárgico, ou cataléptico, voluntariamente, alçar-se ao Espaço para
desfrutar o consolador convívio dos amigos espirituais mais intensamente, dedicar-se
a estudos profundos, colaborar com o bem e
depois retornar à carne, reanimado e apto a excelentes realizações.
Não obstante, homens comuns ou inferiores
poderão cair nos mesmos transes, conviver com entidades espirituais inferiores
como eles e retornar obsidiados, predispostos aos maus atos e até inclinados ao
homicídio e ao suicídio. Um distúrbio vibratório poderá ter várias causas, e
uma delas será o próprio suicídio em passada existência. Um distúrbio vibratório
agudo poderá ocasionar um estado patológico, um transe cataléptico, tal o
médium comum que, quando esgotado ou desatento da própria higiene mental ou
moral (queda de vibrações e, portanto, distúrbio vibratório), dará
possibilidades às mistificações do animismo e à obsessão. Nesse caso, no
entanto, o transe cataléptico trará feição de enfermidade grave, embora
não o seja propriamente, e será interpretado
como ataques incuráveis, indefiníveis, etc. O alcoólatra poderá renascer
predisposto à catalepsia porque o álcool lhe viciou as vibrações, anestesiando-as,
o mesmo acontecendo aos viciados em entorpecentes, todos considerados suicidas
pelos códigos da Criação. Em ambos os casos a terapêutica psíquica bem
aplicada, mormente a renovação mental, influindo poderosamente no sistema de
vibrações nervosas, será de excelentes resultados para a corrigenda do
distúrbio, enquanto que a atuação espírita propriamente dita abrirá novos
horizontes para o porvir daquele distúrbio, que evolverá para o seu justo plano
de faculdade anímica. E tudo isso, fazendo parte de uma expiação, porque será o
efeito grave de causas graves, também assinalará o estado de evolução, visto
que, se o indivíduo fosse realmente superior, estaria isento de padecer os
contratempos que acima descrevemos.
Todavia, repetimos, tanto a catalepsia como a
letargia, uma vez bem compreendidas e dirigidas, quer pelos homens quer pelos
Espíritos Superiores, transformar-se-ão em faculdades preciosas, conquanto
raras e mesmo perigosas, pois que ambas poderão causar o desenlace físico do
seu
paciente se uma assistência espiritual
poderosa não o resguardar de possíveis acidentes. 
A letargia, contudo, presta-se mais à ação do
seu possuidor no plano espiritual. Ao despertar, o paciente trará apenas
intuições, às vezes úteis e preciosas, das instruções que recebeu e sua aplicação
nos ambientes terrenos. É faculdade comum aos gênios e sábios, sem, contudo,
constituir
privilégio, agindo sem que eles próprios dela
se apercebam, porque se efetivam durante o sono e sob vigilância de Espíritos
prepostos ao caso.
“A provocação desses fenômenos nada mais é que
a ação magnética anestesiando as forças vibratórias até ao estado agudo, e
anulando, por assim dizer, os fluidos vitais, ocasionando a chamada morte
aparente, por suspender-lhe, momentaneamente, a sensibilidade, as correntes de
comunicação com o corpo carnal, qual ocorre no fenômeno espontâneo, se bem que
o fenômeno espontâneo possa ocupar um agente oculto, espiritual, de elevada ou
inferior categoria.
Se, no entanto, o fenômeno espontâneo se
apresentar frequentemente e de forma como que obsessiva, a cura será
inteiramente moral e psíquica, com a aproximação do paciente aos princípios
nobres do Evangelho moralizador e ao cultivo da faculdade sob normas espíritas
ou magnéticas legítimas, até ao seu pleno florescimento nos campos mediúnicos.
“Casos há em que um consciencioso
experimentador remove a possibilidade, ou causa de tais acontecimentos, e o
paciente volta ao estado normal anterior. Mas o desenvolvimento pleno de tal
faculdade é que conscienciosamente restituirá ao indivíduo o equilíbrio das
próprias funções psíquicas e orgânicas. O tratamento físico medicinal,
atingindo o sistema neurovegetativo, fortalecendo o sistema nervoso com a
aplicação de tônicos reconstituintes, etc., também será de importância valiosa,
visto que a escassez de fluidos vitais poderá incentivar o acontecimento,
emprestando-lhe feição de enfermidade. Nos cumpre ainda advertir que tais faculdades,
relativamente raras porque não cultivadas, na atualidade, agem de preferência
no plano espiritual, com o médium encarnado sob a direção dos vigilantes
espirituais, campo apropriado, o mundo espiritual, para as suas operosidades,
tornando-se então o seu possuidor prestimoso colaborador dos obreiros do mundo
invisível em numerosas espécies de especulações a benefício da Humanidade
encarnada e desencarnada. Entre os homens a ação de tais médiuns se apresentará
de menor vulto, mas, se souberem atentar nas intuições que com eles virão ao despertar,
grandes feitos chegarão a realizar também no plano terreno.
“Os ensinamentos contidos nos códigos
espíritas, a advertência dos elevados Espíritos que os organizaram e a prática
do Espiritismo demonstram que nenhum indivíduo deverá provocar, forçando, o
desenvolvimento das suas faculdades mediúnicas, porque tal princípio
será contraproducente, ocasionando novos
fenômenos psíquicos e não propriamente espíritas, tais como a autossugestão ou
a sugestão exercida por pessoas presentes no recinto das experimentações, a
hipnose, o animismo, ou personismo, tal como o sábio Dr. Alexandre Aksakof classifica
o fenômeno, distinguindo-o daqueles denominados ‘efeitos físicos’. 
A mediunidade deverá ser espontânea por
excelência, a fim de frutescer com segurança e brilhantismo, e será em vão que
o pretendente se esforçará por atraí-la antes da ocasião propícia. Tal
insofridez redundará, inapelavelmente, repetimos, em fenômenos de autossugestão
ou o chamado “animismo”, ou ‘personismo’, isto é, a mente do próprio médium
criando aquilo que se faz passar por uma comunicação de Espíritos
desencarnados. Existem mediunidades que do berço se revelam no seu portador, e
estas são as mais seguras, porque as mais positivas, frutos de longas etapas
reencarnatórias, durante as quais os seus possuidores exerceram atividades
marcantes, assim desenvolvendo forças do períspirito, sede da mediunidade,
vibrando intensamente num e noutro setor da existência e assim adquirindo
vibratilidades acomodatícias do fenômeno. 
Outras existem ainda em formação (forças
vibratórias frágeis, incompletas, os chamados ‘agentes negativos’), que jamais
chegarão a se adestrar satisfatoriamente numa só existência, e que se mesclarão
de enxertos mentais do próprio médium em qualquer operosidade tentada, dando-se
também a possibilidade até mesmo da pseudo perturbação
mental, ocorrendo então a necessidade dos estágios em casas de saúde e
hospitais psiquiátricos se se tratar de indivíduos desconhecedores das ciências
psíquicas. Por outro lado, esse tratamento será balsamizante e até necessário,
na maioria dos casos, visto que tais impasses comumente sobrecarregam as
células nervosas do paciente, consumindo ainda grande percentagem de fluidos
vitais, etc., etc.
consignamos aqui alguns casos para estudo e
análises dos fatos espíritas, aconselhando à meditação sobre eles, pois o
espírita necessita profundamente de instrução geral em torno dos fenômenos e
ensinamentos apresentados pela ciência transcendente de que se fez adepto,
ciência imortal que não poderá sofrer o abandono das verdadeiras atenções do
senso e da razão. ”
Letargia e
Catalepsia são conceitos associados à tese da emancipação da alma e que com o
passar do tempo foram ganhando novos sentidos até caírem em desuso na Medicina
e na Psicologia.
É possível que o
sentido utilizado por Kardec tenha sido obtido nas teorias do magnetismo animal
desenvolvidas depois de Mesmer, especialmente na obtenção do sonambulismo
provocado.
Letargia, em “O
Livro dos Espíritos” significa um estado de “perda temporária da sensibilidade
e do movimento”, em que o corpo parece morto, no qual os sinais vitais se
tornam quase imperceptíveis, a respiração reduz-se bastante e a pessoa pode ser
tomada como morta.
Alguns fenômenos
parapsicológicos (humanos, mas não estudados convenientemente pela Psicologia)
podem ser encontrados concomitantemente a estes dois estados. 
Um deles é a
hiperestesia, ou seja, uma ampliação paradoxal da capacidade dos sentidos. Há
registros de casos de sonâmbulos que, em estado cataléptico, eram capazes de
descrever o que acontecia a uma distância muito superior à capacidade de nossos
órgãos, ou de descrever, por exemplo, percepções que eles alegavam ter de
órgãos internos do organismo de pacientes que lhes eram trazidos.
Kardec analisou
situações de quase-morte na Revista Espírita. Há diversos casos de letárgicos,
pessoas que chegaram a ser consideradas mortas pela medicina da época como a
Sra. Schwabenhaus (Revista Espírita, 1858) ou que passaram por situações de
claro risco de morte, ou como o Dr. D. (Revista Espírita, 1867), que ficou mais
de meia hora debaixo d’água e foi resgatado e retomou a consciência.
Outro caso
apresentado por Kardec é o da jovem cataléptica de Souabe, que após um evento
traumático (morte da irmã), entrou em um estado entre cataléptico e letárgico e
passou a ser capaz de descrever pessoas enterradas, bastando ser levada próxima
ao túmulo e a descrever a aparência de pessoas idosas que a visitavam quando
eram jovens e sem modificações do tempo e das doenças.
Eles narram
histórias envolvendo o contato com pessoas desencarnadas e descrições do plano
espiritual. Por esta razão, Kardec teorizou que os sonâmbulos, letárgicos e
catalépticos perceberiam o plano espiritual, ou dariam notícias de eventos à
distância porque perceberiam com a alma, semi-liberta do corpo (emancipação)
que transmitiria suas sensações espirituais ao cérebro.
Posteriormente, o
hipnotismo e a neurologia dariam um outro sentido à letargia e à catalepsia,
que hoje se encontram em desuso (muitos hipnotizadores ainda os utilizam),
substituídas pelo conceito mais preciso de “coma”, mas os estranhos fenômenos
descritos por Kardec continuam
acontecendo, como se pode ler no livro “Vida além da Vida” do Dr. Raymond Mood
Jr. e nos estudos de experiências de quase-morte, que se transformou em linha
de pesquisa de médicos e parapsicólogos modernos.
- No Evangelho, Lázaro
é apresentado como irmão de Marta e Maria, residentes todos em Betânia, perto
da cidade de Jerusalém. Jesus muito o amava, assim como as suas irmãs.
- Quando
Lázaro ficou ''doente'‘, as suas irmãs mandaram dizer a Jesus:
"Senhor, aquele a quem amas está doente". Ao ouvir isso, Jesus disse:
"Essa doença não acabará em morte; é para a glória de Deus, para que o
Filho de Deus seja glorificado por meio dela". No entanto, quando ouviu a
notícia, ficou mais dois dias onde estava.
- Jesus,
conhecia a condição de seu amigo Lázaro. Através da dupla vista (vista da
alma), que transpõe distâncias e não conhece barreiras, verificou que
Lázaro não fora atacado de uma doença física, mas que estava em estado de
letargia, que têm o mesmo princípio da catalepsia. A catalepsia, tal como a
letargia, não é uma doença física, mas uma faculdade mediúnica
incompreendida.   
-  A
letargia e a catalepsia têm como característica a perda momentânea da
sensibilidade e do movimento, por uma causa fisiológica ainda inexplicada.
Elas
diferem entre si em que, na letargia a suspensão das forças vitais é geral,
dando ao corpo todas as aparências da morte, e na catalepsia é localizada e
pode afetar uma parte mais ou menos extensa do corpo, de maneira a deixar a
inteligência livre para se manifestar, o que não permite confundi-la com a
morte.
-- O fluído
vital é essencial para a manter o funcionamento dos órgãos (tais como: o
coração, o pulmão, o estômago, os rins, etc.) e lhes dar o movimento.  Na
letargia, o corpo não está morto, pois há funções vitais que continuam a
realizar-se, porém o fluido vital, que anima todos os seres vivos, encontra-se
quase totalmente extinto. Os liames que ligam o períspirito ao corpo
encontram-se enfraquecidos (frágeis), diz-se que a vida aí está por um fio. No
entanto, o corpo ainda vive, enquanto estiver ligado pelo cordão
fluídico. 
- Através
do passe magnético é possível restituir ao corpo o fluido vital que lhe falta.
Quando diz que Jesus ressuscitou Lázaro, ele não estava morto, pois o Espírito
não pode retornar ao corpo morto, isto seria contrário as leis da natureza. Foi
através do poder fluídico que Jesus possuía, acionado por uma vontade forte que
fez o Espírito de Lázaro voltar ao corpo, prestes a abandoná-lo.  
- Este
fenômeno era muito comum naquela época e era dificilmente diagnosticado. Além
da ressurreição de Lázaro, outros casos podem ser verificados no Evangelho, tais
como a filha de Jairo e o filho da viúva de Naim, em que houve a
intervenção do mestre Jesus.  
"Essas
mortes aparentes sempre ocorreram, principalmente no passado quando os estados
catalépticos eram dificilmente diagnosticados. A técnica de diagnóstico da
morte era muito empírica, normalmente através da respiração e dos batimentos
cardíacos. Hoje, graças ao eletroencefalógrafo, pode-se detectar com maior
profundidade o momento da paragem cardíaca definitiva e da morte real.''
           
COMENTÁRIO:
A matéria
inerte é insensível; o fluido perispirítico igualmente o é, mas transmite a
sensação ao centro sensitivo, que é o Espírito. As lesões dolorosas do corpo
repercutem, pois, no Espírito, qual choque elétrico, por intermédio do fluido
perispiritual, que parece ter nos nervos os seus fios condutores. É o influxo
nervoso dos fisiologistas que, desconhecendo as relações desse fluido com o
princípio espiritual, ainda não puderam achar explicação para todos os efeitos.
A
interrupção pode dar-se pela separação de um membro, ou pela secção de um
nervo, mas, também, parcialmente ou de maneira geral e sem nenhuma lesão, nos
momentos de emancipação, de grande sobre-excitação ou preocupação do Espírito.
Nesse estado, o Espírito não pensa no corpo e, em sua febril atividade, atrai a
si, por assim dizer, o fluido perispiritual que, retirando-se da superfície,
produz aí uma insensibilidade momentânea. Poder-se-ia também admitir que, em
certas circunstâncias, no próprio fluido perispiritual uma modificação
molecular se opera, que lhe tira temporariamente a propriedade de transmissão.
É por isso que, muitas vezes, no ardor do combate, um militar não percebe que
está ferido e que uma pessoa, cuja atenção se acha concentrada num trabalho,
não ouve o ruído que se lhe faz em torno. Efeito análogo, porém, mais
pronunciado, se verifica nalguns sonâmbulos, na letargia e na catalepsia.
Finalmente, do mesmo modo também se pode explicar a insensibilidade dos
convulsionários e de muitos mártires.
A paralisia
já não tem absolutamente a mesma causa: aí o efeito é todo orgânico; são os
próprios nervos, os fios condutores que se tornam inaptos à circulação
fluídica; são as cordas do instrumento que se alteraram. 
Na Betânia,
pequena cidade perto de Jerusalém, situada no sopé do monte das Oliveiras, na
estrada geral de Jericó, próximo à de Betfagé, ficava a aldeia onde vivia
Lázaro. Jesus muito o amava, assim como às suas irmãs Marta e Maria. A afeição
que Jesus consagrava a esses irmãos constituía um ensino, um exemplo da
predileção que merecem aqueles que caminham pela estrada que conduz ao Senhor
Todo Poderoso. Lázaro era um dos Espíritos devotados que haviam encarnado para
cooperar no desempenho da missão terrena do divino Mestre, bem como Marta e
Maria, que encarnaram para assisti-lo e ajudá-lo. Jesus os distinguia com a sua
amizade. 
 OBSERVAÇÕES:
Casos
recentes de Catalepsia considerados pela medicina como estado de coma alguns
com regressão de memória ou de vidas passadas.
1.    
A menina que acordou do coma cantando “Mamma
Mia”; A maneira “clássica” de se acordar do coma seria abrir os olhos
lentamente, sem saber onde está, e reconhecer alguém sentado na borda da cama.
A pequena Layla Towsey, de apenas três anos de idade, resolveu inovar. Ao
entrar em coma após uma grave meningite, seus pais foram aconselhados pelos
médicos a dar nela um beijo de despedida. Cinco dias depois, no entanto, qual
não foi a surpresa da mãe, Katy, ao ver sua filha cantando o sucesso do Abba!
Em breve, a pequena Layla já estava respirando sozinha novamente e se
recuperou.
2.    
A menina que começou a fumar e beber ao se
recuperar; quando uma pessoa sai do estado de coma, em geral, é uma época em
que renova seu apreço pela vida e decide cuidar melhor de si mesma. O problema
é quando não se teve muito tempo de vida antes de entrar em “coma”.
A pequena Ya Wen, de três anos, foi dada como morta após ser
atropelada por uma van. Apenas cinco dias depois, saiu do estado de coma e
iniciou a recuperação. O corpo estava de volta, mas a personalidade havia
mudado.
Ya Wen começou a se vestir como adulta (na verdade, como um
homem), por exemplo. Mas isso nem se compara ao fato de ser surpreendida no
banheiro fumando um cigarro! Inexplicavelmente, a criança contraiu vício em
cigarros e cerveja, e tudo o que o pai pôde fazer para interromper a situação
foi parar de fumar ele mesmo, já que a filha roubava seus cigarros. E já chora
durante a abstinência de tabaco, apesar de ainda nem ter quatro anos de idade.
3.    
A mulher que perdeu a memória após o coma; em
2008, a britânica Liz Sykes levava uma vida normal quando começou a ter longas
e dolorosas convulsões, ao final das quais ela nem sabia mais quem era. Após
dias no hospital, sem um diagnóstico seguro, os médicos decidiram colocá-la em
coma induzido por três semanas, na tentativa de salvar a sua vida.
Resultado:
Liz sofria da gravíssima encefalite, causada por um vírus que causa danos
cerebrais extensos. No caso dela, toda a sua memória simplesmente apagou, e ela
teve de reaprender tudo, incluindo a andar, falar e saber o que era tudo à sua
volta. Após onze meses em tratamento especial, ela teve alta, mas ainda sofre
perdas ocasionais de memória.
4.    
 A menina que aprendeu alemão durante o coma; funcionou
com a croata Sandra Ralic, de 13 anos.
Antes
de entrar em coma, a garota falava apenas o idioma croata. Depois de 24 horas,
ela se recuperou e voltou à consciência, mas com uma diferença: falava alemão
fluente. Houve, contudo, um efeito colateral: Ralic esqueceu sua língua nativa,
o croata, e agora se comunica apenas em alemão. Enquanto tentam ensinar
novamente a língua à menina, médicos quebram a cabeça para descobrir como isso
foi possível.
5.     Esses
transes são comuns à noite, durante o repouso do sono, e muitas vezes o próprio
paciente não se apercebe deles, ou se apercebe vagamente. Entre os
espiritualistas orientais torna-se fato comum, conforme é sabido, dado que os
mesmos cultivam carinhosamente os poderes da própria alma. (Recordações da
mediunidade. Cap. 1. Ivone A. Pereira).
6.     Porque
então tal coisa é possível sob as vistas da harmoniosa lei da Criação? Que
culpa tem o homem de sofrer tais ou quais acidentes se não é ele quem os
provoca e que se realizam, muitas vezes, à revelia da sua vontade?
7.     Tais
acidentes são próprios do carreiro da evolução, e enquanto o homem não se
integrar de boamente na sua condição de ser divino, vibrando satisfatoriamente
no âmbito das expansões sublimes da Natureza, mecanicamente estará sujeito a
esse e demais distúrbios.
8.     (...) De
outro modo, sendo a catalepsia e a letargia uma faculdade, patrimônio psíquico
da criatura e não propriamente uma enfermidade, compreender-se-á que nem sempre
a sua ação comprova inferioridade do seu possuidor, pois que, uma vez
adestradas, ambas poderão prestar excelentes serviços à causa do bem, tais como
as demais faculdades mediúnicas, que, não adestradas, servem de pasto a
terríveis obsessões, que infelicitam a sociedade, e quando bem compreendidas e
dirigidas atingirão feição sublime.
FONTES:
A CASA DO ESPIRITISMO
RECORDAÇÕES DA MEDIUNIDADE
Ivone do Amaral Peixoto
Antônio Luiz Sayão
Caibra Schutel
A gênese
Carlos T. Pastorino
Federação
Espirita de Mato Grosso do Sul
Dr. Adolfo
Bezerra, de Menezes
Casa do cinza
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