quarta-feira, 3 de março de 2021

AÇÃO DOS OBSESSORES

 

AÇÃO DOS OBSESSORES

O tema realmente é muito profundo e requer estudos mais avançados como o conhecimento do livro dos Médiuns e do Evangelho; mas vamos a ele:

43." Quando o Espírito impuro sai do homem perambula por lugares áridos, procurando repouso, mas não o encontra. 44.Então diz: voltarei para minha casa de onde sai. Chegando lá encontra-a, desocupada varrida e arrumada. 45.Diante disso vai e toma consigo outros sete espíritos piores do que ele, e vem habitar aí. E com isso, a condição final, daquele homem torna-se pior do que antes. Eis o que acontecerá a esta geração má”.

(Mat. 12:43-45)

***

24. "Quando o espírito impuro saí do homem, perambula por lugares áridos, procurando repouso; mas não encontrando diz:  "Voltarei para minha casa de onde saí". 25.  chegando, encontra-a varrida e arrumada. 26. Diante, vai e toma outros sete espíritos piores que ele, os quais vem habitar aí. E com isso a condição final daquele homem torna-se pior do que antes".

(Luc. 11:24-26)

***

Como Mateus a coloca depois do episódio do “pedido de um sinal celeste”, e Lucas a situa antes, preferimos não estabelecer nenhuma ligação lógica entre esse fato e o ensino aqui dado, deixando-o como lição autônoma. Mesmo porque não acreditamos nas redações imaginando pela similaridade que foram feitas pelo tradutor.

Na interpretação vulgar, entendemos a advertência como relativa às obsessões, devendo ter sido dada em conexão com algumas das libertações de obsessores, executada por Jesus, e talvez a mais recente, a do cego-mudo. O Mestre firma doutrina a respeito da técnica obsessiva por parte dos desencarnados. Perfeito conhecedor do assunto, pode revelar-nos com segurança, há dois mil anos, uma coisa que o ocidente só ficou sabendo, por experiência direta, há um século, com os estudos do Espiritismo de Allan Kardec e seus seguidores. O obsessor - espirito não-purificado (a + kátharton) e, por conseguinte, não-esclarecido (mas não se use o termo contundente e descaridoso "imundo”: afinal é um "espírito" filho de Deus, como nós!) liga-se a uma criatura por quem sente ódio e sede de vingança. Ora, o ódio é o desequilíbrio de um amor, frustrado por qualquer motivo: e quanto maior o amor, mais fundo o ódio. Uma vez ligado fluidicamente à criatura – ou, na linguagem errada evangélica, "tendo entrado nele" - o obsessor passa a usufruir de todas as sensações e emoções da vítima, ao mesmo tempo que lhe injeta todas as suas próprias sensações, emoções e pensamentos estabelecendo-se, assim, tenebroso intercâmbio de vibrações barônticas (2), muito desagradáveis para o encarnado, embora aprazíveis para o perseguidor. Ocorre que, quando, por ação externa, é ele desligado de sua vítima, se vê coagido a permanecer pervagando (Caminhar sem rumo; vagar sem destino certo) no plano astral que, mutável como é, apresenta a cada entidade o aspecto condizente com sua evolução.

Em se tratando, pois, de entidades não-evoluídas, a ambiência astral manifesta-se como a exteriorização da imaginação de cada um: região ainda inóspita, árida. ("sem água'" = anhydrôn), cansativa porque sem postos fixos de referência, já que é instável, onde o "espírito" não encontra repouso, porque sua desorganização mental faz que aí os sítios se modifiquem, a cada alteração do pensamento.

O repouso (ou paz) só poderia provir de seu próprio âmago, de seu coração; e justamente aí reside a insatisfação frustrada e a rebeldia inconformada, que se projetam no intelecto, o qual, ao pensar, plasma os ambientes pavorosos em seu redor.

Quando, porém, se vê desligado da vítima e aliviado das pressões fluídicas que o expulsaram daquele posto avançado da luta em que vivia empenhado, se sente descontrolado e confuso e tenta voltar.

Ao chegar, novamente atraído pela sintonia vibratória - alguns ex-obsidiados registram sensações desagradáveis pela ausência do peso do perseguidor a que estavam habituadas, e este "vazio” faz que subconscientemente de novo o atraiam para junto de si percebe que há dificuldade em influenciar a antiga vítima: a "casa" está "desocupada, varrida e arrumada". Significa isso que a personagem visada já se corrigiu de alguns defeitos, colocou em ordem suas emoções, reequilibrando sua aura e se libertou das falsas imagens sugeridas pelo perseguidor espiritual. Talvez, até, tente injetar-lhe novos quadros astrais inferiores, sem encontrar ressonância: perdeu a antiga ascendência.

Regressa, então, descoroçoado (Que deixou de ter determinação; que perdeu as forças ou o ânimo; sem motivação; desmotivado ou desanimado.), mas não desanima de seus objetivos.

Consegue, nas rodas de entidades semelhantes a si, outros sete "piores que ele”. A decepção com a evolução de quem ele considera seu inimigo, faz nele crescer proporcionalmente a raiva e o desejo insano de derrubá-lo do ponto atingido, e não aceita obstáculos a seu ódio implacável.

Ao lado dos sete novos "amigos”, e já a eles subjugado porque devedor de um obséquio que será cobrado até o último centavo e mais os “juros” - embora eles só aceitem a empreitada quando veem possibilidades de auferir boas vantagens de baixo teor - o ataque é renovado.

E a condição última torna-se pior que a anterior. Jesus termina prevendo e predizendo que assim aconteceria àquela geração má - ou melhor, “enferma” (ponerá) - que não está assimilando a profundidade de Seu ensino.

A lição desdobra-se em profundidade maior que a aparente.

A escala de valores, como sempre, aplica-se a diversos graus, segundo a interpretação que pode ser dada. Em primeiro plano aparece, sem dúvida, a lição literal, que vimos acima. Trata-se do que realmente ocorre nos casos de obsessão e possessão, por parte de espíritos desencarnados. O texto é claro: é o exemplo da vida diária.

Fatos corriqueiros. Há outra interpretação: após a "conversão" de uma criatura, do materialismo ou da descrença, à espiritualidade, verificamos que foi dela expulso um "espírito atrasado": o da dúvida. Mas logo depois, com a "casa vazia, limpa e arrumada", surgem outros sete espíritos piores, que são: a vaidade de ter alcançado aquela compreensão: o convencimento de sua capacidade pessoal em melhorar; o orgulho de haver galgado um passo a mais na evolução: a autossatisfação da crença de que realmente é um eleito; a pretensa superioridade que o faz acreditar-se melhor que "os outros"; a arrogância que descaridosamente despreza os outros pecadores; e o pior de todos, a invigilância que se supõe infalível em suas opiniões, em seus julgamentos, em suas condenações (Atenção crentes e principalmente os Espíritas). Esses sete espíritos piores - muito piores - que o materialismo e a descrença, passam a morar naquele indivíduo, cujo estado se tornou muito mais grave do que antes.

Huberto Rohden tem uma frase que descreve bem esse caso tão típico e, infelizmente, tão comum nos espiritualistas de qualquer religião: "Livre-me Deus de minhas virtudes, que de meus vícios eu me livrarei".

No entanto, a última frase profética de Jesus, relatada por Mateus, e que amplia o conceito do indivíduo para a coletividade, abre-nos o horizonte para uma terceira interpretação. Diz: "e assim acontecerá a esta geração". Essa profecia é facilmente verificável, agora, após vinte séculos, em sua realização comprovada. Aqueles homens que ingressaram no cristianismo, embora o cristianismo não tivesse ingressado neles, e que, portanto, não perceberam o âmago, a base, a profundidade do ensino de Cristo, foram exatamente os que se apoderaram do poder, imbuídos da convicção de se haverem libertado do "espírito" do paganismo e do judaísmo.

Expulso aquele espírito, todavia, outros sete piores vieram neles habitar. Convenceram-se de que eram os melhores. Quiçá os únicos que realmente compreendiam e interpretaram a verdadeira religião cristã, numa vaidade sem limitações: incharam de convencimento a ponto de se intitularem, eles mesmos, os legítimos e indiscutíveis representantes de Deus na Terra, herdeiros dos "Apóstolos", fundamentando-se, para isso, no lugar geográfico em que se encontravam, e não no espírito que possuíam,. encheram-se de orgulho, certos de que eram "donos de Deus" e chegaram ao cúmulo de se julgarem por Ele obedecidos, podendo determinar "por decreto", aqueles que deviam habitar o céu (e mesmo, durante certa época o fizeram, até o lugar do céu que deveriam ocupar ...); dormiram sobre os louros das conquistas de seus postos, com a autossatisfação de que eram “escolhidos”, os “eleitos de Deus”, os privilegiados" do planeta: felicitaram-se com a pretensa superioridade de que, quem os não seguisse, estaria condenado, e desprezaram, perseguiram, e espezinharam outros povos, destruindo documentos e monumentos que - por não provirem deles - eram julgados "diabólicos"; cresceram em sua arrogância desmesurada, torturando, queimando, e assassinando, em "nome de Deus" e como delegados Seus, todos aqueles que se lhes não queriam submeter; e finalmente caíram na pior das invigilância, solenemente decretando-se a si mesmos como sendo infalíveis, pois o que diziam era o próprio Deus que falava por sua boca.

A profecia de Jesus cumpria-se ad litteram: "nem um iota" ... No capítulo 17 do Apocalipse há outros pormenores proféticos a respeito da " Babilônia a grande" (v. 5-sob a fronte estava escrito um nome, um mistério “Babilônia a grande, a mãe das prostitutas e das abominações da terra), "instalada sobre sete colinas" (v. 9-...aqui é necessário a inteligência que tem discernimento: as sete cabeças são sete montes ”Roma cidade -das sete colinas” sobre os quais a mulher está sentada) e que está "embriagada (satisfeita, feliz em sua irresponsabilidade) com o sangue dos mártires (testemunhas) de Jesus", tanto que o vidente "ficou estupefato ao vê-la” (v. 6-vi então que a mulher estava embriagada com o sangue dos santos e o sangue das testemunhas de Jesus. E vendo-a fiquei profundamente admirado).

OBSERVAÇÃO:

1.     Na questão459 do Livro dos Espíritos Kardec pergunta:

P: Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?

R: “Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto que, de ordinário, são eles que vos dirigem”

2.     no processo da Apometria trabalhamos com 3 energias: Apometria 
Processo de receptividade e exteriorização de energia.

As energias envolvidas no trabalho são: 

- Energia K: Plasma cósmico 

- Energia Z: Energia animal, pertence aos encarnados. 

- Energia B: É a Energia barôntica que se contrapõem ao Plasma cósmico e a energia animal. Provém dos nossos desequilíbrios. 

3.     Já havíamos citado o exemplo, mas vale a pena repetir quase no final do livro da Dona Ivone do Amaral Pereira recordações da Mediunidade.

4.     Quando os evangelista dizem sai ou volta para a casa de onde saiu não quer dizer que vá habitar aquele corpo físico, pois sabemos que só há espaço para um espirito. Ocorre que o espirito do homem é fraco, ou por falta de crença, espiritualidade, orações, hábitos etc... e o espirito mau junto com os outros ficam junto influenciando e sugando seu fluido vital.

5.     P: 473- “Pode um Espírito tomar temporariamente o invólucro corporal de

uma pessoa viva, isto é, introduzir-se num corpo animado e obrar em

lugar do outro que se acha encarnado nesse corpo?”

R: “O Espírito não entra em um corpo como entras numa casa.

Identifica-se com um Espírito encarnado, cujos defeitos e qualidades

sejam os mesmos que os seus, a fim de obrar conjuntamente com ele.

Mas, o encarnado é sempre quem atua, conforme quer, sobre a matéria de que se acha revestido. Um Espírito não pode substituir-se ao que está encarnado, por isso que este terá que permanecer ligado ao seu corpo até ao termo fixado para sua existência material.”

6.     Acompanhava-nos um guardião da Espiritualidade, visto que, em vigília não será lícito a um médium penetrar ambientes dessa espécie, a não ser visando a serviços de legítima caridade, menos admissível será que ele o faça em espírito, durante o sono natural ou o transe, a não ser acompanhado pelos tutores espirituais, e igualmente para fins caritativos ou instrutivos.

É notável que, penetrando no antro referido, nenhum mal-estar nos

atingisse. Sentíamo-nos envolvida como que numa redoma de muito tênue neblina, invisível a olhos inferiores em vibrações. Parece que os Espíritos caritativos, que visitam tais locais, se imunizam previamente, a fim de resistir aos choques vibratórios e fumo, de entidades maléficas que neles voluteiam, e imunizam também seus médiuns.

As entidades desencarnadas entrevistas na dita taverna bebiam aguardente e cerveja, devoravam comestíveis avidamente, fumavam, jogavam cartas e dados, brigavam, discutiam, insultavam-se, esbofeteavam-se, mimoseavam-se com epítetos de baixo calão. Nosso guardião, invisível explicou-nos:

"A estes e a seus congêneres deve a sociedade do Rio de Janeiro grande percentagem dos acidentes verificados diariamente nas vias públicas e pelos domicílios particulares: atropelamentos, quedas, braços e pernas partidos, queimaduras, suicídios, homicídios, brigas, escândalos, confusões domésticas, assaltos, etc., etc.

É a atmosfera em que vivem e se agitam, porque já eram afins com ela antes de passarem para a vida invisível. É o que possuem. Odeiam os homens e os seguem, sorrateira e covardemente, porque odiavam a própria sociedade, antes de morrerem, sabendo que não serão vistos nem pressentidos.

- "Mas..., como poderão persistir em tal procedimento contra os homens? Não existirá, no Além-Túmulo, uma lei que os impeça de tais monstruosidades contra pessoas que, além do mais, ignoram encontrar-se sob suas influências?

- "Minha querida irmã! - explicou, será oportuno considerar que, da

mesma forma, monstruosidade será a sociedade deixar um órfão, ou um filho de pais miseráveis ou delinquentes, criar-se ao abandono, pelas ruas... E a sociedade o faz, agora, e o fez com estes mesmos que estás vendo aqui... Monstruosidade será também omitir providência humanitária para que o jovem abandonado, ou o pobre, se instrua, eduque e habilite de modo a furtar-se à humilhação da ignorância, prendando-se na escola do dever e da honestidade... No entanto, estes que aqui vemos foram banidos pela sociedade, que lhes não facilitou escola, nem educação, nem exemplos bons, senão a dureza de coração com que os tratou...

- "E sabem que são desencarnados?...

- "Como não haveriam de saber? Pois acompanharam, minuto a minuto, no próprio túmulo, a desagregação da matéria apodrecida, rodeando-se dos complexos de urna atração material reforçada pelo ódio, pelo desejo de vingança, pelo sensualismo, pela embriaguez,

pela desonestidade, etc. Sabem que não possuem corpos materiais, mas fingem que não sabem, pretendendo enganar a consciência, tais os doentes incuráveis, sobre a Terra... não entendem o mecanismo da separação dos próprios corpos astrais das formas carnais...

Pareciam antes homens que Espíritos desencarnados. E dir-se-ia embriagados. Eram, porém, tipos comuns, como tantos que vemos pelas ruas: vestes em desalinho, rotas, imundas, pés descalços, despenteados, fisionomias torturadas pela miséria e a fealdade,

Ao nos distinguirem, saudaram-nos com alegria e convidaram-nos a beber, supondo-nos uma parceira, ou mesmo nada supondo. Naturalmente, recusamos cortesmente, agradecendo a atenção. Um deles, que parecia ébrio, sentado sobre a mesa que os demais rodeavam, e com os pés descansados sobre o assento da cadeira onde deveria estar sentado, e sapateando sobre ela, disse de súbito, mal humor dirigindo-se a nós mesma:

- "Se não bebes, "sua" idiota, que vieste fazer aqui?... Vai-te, "desmancha prazeres",

... Vai-te, vai-te!...

antes que eu te quebre o braço ou a perna, com um encontrão...

Sorrimos, ouvindo-o, segura como estávamos da presença do guardião, a quem não víamos, mas sentíamos junto de nós.

- "Venho apenas visitá-los, pois somos irmãos à face de Deus...” - respondemos, com serenidade. Pareceu não ouvir.

eram criaturas de má vontade, cegos que não desejavam ver. Entretanto, continuou o que falara, ainda se dirigindo a nós:

- "Olha! Tens o braço quebrado?... Como quebraste teu braço?... Estás com o braço partido!... Foste atropelada?... Quando, hoje?... Sim! Serás atropelada amanhã, partirás o braço, darás entrada no hospital... Estarei lá para te assistir e consolar... Partirás o braço, partirás o braço... Serás atropelada amanhã, amanhã.

Os demais se puseram a nos olhar com atitudes zombeteiras e prorromperam em gargalhadas estridentes. Estabeleceu-se desordem, vozerio, confusão, e todo o grupo nos tocava o braço, afirmando que ele estava quebrado, pois no dia seguinte seríamos atropeladas...

Dor violenta começamos a sentir então, no braço. Era o esquerdo. Seguramo-lo com a destra e procuramos examiná-lo. Estava, com efeito, fraturado, ensanguentado, o osso à mostra, e as dores eram cada vez mais atrozes. Fôramos inteiramente envolvida pelas vibrações maléficas daquelas entidades. Certeza absoluta sentimos, então, de que no dia seguinte algo aconteceria, acarretando tal consequência para o nosso corpo carnal, completamente esquecida de que ali nos encontrávamos sob vigilância de um guardião da Espiritualidade, para instrução.

Ainda assim, tivemos forças para uma súplica:

- "Meu Deus! Livrai-me destes obsessores!"

Fomos, então, retirada do terrível recinto, e o amigo espiritual explicou:

- "Assim fazem eles com aqueles que se deixam envolver por suas sugestões...

Em vez de "braço fraturado" ou "atropelamento", suponhamos que sugiram o suicídio, o homicídio, uma mesa de jogo, um conflito, uma rixa, um adultério...

Suponhamos que, em vez de carregarem de vibrações pesadas um braço, para

que a vítima o suponha fraturado e sinta dores atrozes, carreguem a mente com sugestões luxuriosas... Aí teremos também a irremediável desonra, o vício, o  desregramento sexual... Far-se-á maléfica a hipnose, e aquele que não teve forças morais e vibratórias para se desvencilhar, das teias em que se deixou envolver, submeter-se-á a tudo. .

 

FONTES:

Carlos T. Pastorino

Huberto Rodhen

Bíblia de Jerusalém

Ivone do Amaral Pereira

O Livro dos Espíritos

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