segunda-feira, 8 de março de 2021

AS MANIFESTAÇÕES PÓSTUMAS

 

AS MANIFESTAÇÕES PÓSTUMAS

 

O Espiritismo é um campo vasto de estudos; é um repositório, um manancial de sabedoria, único capaz de solucionar todos os problemas da Vida e da Morte.

Pena é que a opinião pública, mal orientada, não veja nele o que, de fato, ele é.

Quanto à Moral, o Espiritismo é o protótipo, o fac-símile da Doutrina de Jesus Cristo; como Filosofia e Ciência, é um sistema maravilhosamente erguido sobre fatos escrupulosamente observados e constatados pelos sábios de maior nomeada e dos mais circunspetos do mundo.

Analisando-se com espírito inteligente, imparcial, mesmo prevenido, os fenômenos de aspectos múltiplos, chamados supranormais, sejam os casos de materializações, transportes, levitações, fotografias (que constituem os fenômenos objetivos); sejam as comunicações faladas ou escritas pelos médiuns (que constituem fenômenos subjetivos), não se pode deixar de chegar à conclusão da sobrevivência da alma, com todas as suas prerrogativas e aquisições.

Seria mesmo tolice negar tais fatos ou lhes querer dar explicação diversa da que eles mesmos exprimem.

A constância, a persistência dessas manifestações, o caráter que exprimem, tudo nos induz a crer que o EU Subsisto à morte do corpo, assim como perante às renovações contínuas das substâncias que o mantêm durante a influência vital, que não permite a desagregação das suas células.

Assim, pois, o método indutivo, que é a regra geral para o estudo dos fatos que se verificam em todos os ramos da Ciência, confirma categoricamente o que o Espiritismo ensina sobre a existência e imortalidade do Espírito.

Encaremos agora nossa tese sob outro prisma: a dedução.

Comecemos do maior para o menor; do grande para o pequeno; do Macrocosmo para o Microcosmo; do ômega para o alfa; da causa para os efeitos; do princípio para as consequências; do geral para o particular.

Ao contemplarmos os vastos horizontes que cobrem as imensas paisagens, do céu infinito recamado de estrelas, é que notamos quão insignificantes somos neste conjunto da Criação!

Entretanto, nos sentimos presos a essa criação, sentimos fazer parte dela; admiramo-la, estudamo-la e aumenta nossa ansiedade por conhecermos os seus enigmas.

É então que, sejam quais forem nossas crenças, seja qual for nossa posição social, sentimos a necessidade de nos conhecer intimamente e de saber as leis que regem nossa existência. Quaisquer que sejam nossas preocupações, sentimo-nos invencivelmente levados a ocuparmo-nos do nosso destino e de saber as leis que o regem.

É no contacto com a Natureza, essa sublime criação de Deus, que a alma se eleva, que a razão se aclara, que o sentimento se abre para aprofundar os mistérios da existência.

Se no meio das cidades populosas essa necessidade domina muitas vezes nosso espírito, com quanto maior força ela se apodera de nós ao nos encontrarmos perante a Natureza eterna!

O que é a Terra? O que é esse firmamento marchetado de estrelas que cintilam sobre nossas cabeças?

Esses sítios que observamos e estudamos e que já foram calcados por multidões de homens que, de sua passagem, não deixaram mais que o vestígio do pó dos seus ossos; homens que viveram como nós, que amaram, que sofreram; esses sítios que se vão engrandecendo todos os dias com o trabalho inteligente das gerações, representarão, porventura, uma vasta cloaca onde o progresso, palavra sem significação literal, ergue escolas, edifica monumentos, faz cruzar redes aéreas e subterrâneas para unir os povos e desenvolver civilizações; para logo depois, após alguns anos, fazer desaparecer nos precipícios do nada, nos famintos sorvedouros das trevas, sem aproveitar a quem quer que seja, nem fazer prevalecer a sua obra, para formação, engrandecimento e persistência das inteligências submetidas aos seus ditames, ao seu império dominador?

Por que e para que todo esse movimento contínuo de trabalhos, de lucubrações modernas, de galas e esplendores, de consecução de um ideal, se de todo esse harmonioso conjunto não resulta ao menos uma luz para esclarecer nosso futuro?

Se tudo é matéria e não passa de matéria; se a sabedoria não é mais que uma função do cérebro e a virtude uma vibração do coração, vamos abrir bancarrota à Moral e continuemos a caminhar ao léu da sorte dará, aos barulhos do acaso, sem Deus, sem alma, sem religião, visto que tudo não passa de mera convenção humana!

Para que a vida, se não existe alma? Para que a verdade, se tudo é falsidade? Para que a luz, se as trevas virão dominar até seus últimos reflexos?

Existem, no infinito, globos como o nosso, que obedecem a regras invariáveis e cuja harmonia é tão admirável que não podemos deixar de reconhecer uma profunda sabedoria presidindo à sua disposição!

Como admitir sem autoria de uma Inteligência Suprema e Permanente no Universo, essa complicada máquina celeste, que liga em suas órbitas milhões de mundos, com uma regularidade tão poderosamente estabelecida, que a mais fértil imaginação somente com muito esforço pode descobrir as suas leis mais elementares! Quem não fica maravilhado e não estremece de emoção vendo as miríades de estrelas, sóis gigantescos, centros de outros sistemas planetários, pairando no espaço! Quem não se sente admirado pensando no astro em que pousamos, que desliza no éter com a velocidade superior à de uma bala de canhão, e sem outro ponto de apoio que não seja a atração de um astro longínquo! Quem não compreenderá que a harmonia não pode nascer do caos, e que a casualidade, a força-cega não pode engendrar a ordem e a regularidade?!

 

COMENTARIOS:

                 Fenômenos objetivos e fenômenos subjetivos

O Espiritismo veio chamar a atenção dos homens para uma série enorme de fenômenos comprovativos da Imortalidade que, desde tempos imemoriais, manifestam-se por todo o orbe terráqueo.

O Espiritismo não inventou, absolutamente, tais fatos, mas o seu papel, no conceito inteligente daqueles que procuram estudar “o porquê das coisas”, não passa do de um descobridor, como tantos outros que se têm apresentado, no cenário mundial, para mostrar aos homens o que eles, por estreiteza de inteligência e cegueira espiritual, não podiam ver.

Assim tem acontecido, em todos os ramos dos conhecimentos humanos: Colombo não inventou a América, nem Galileu o movimento da Terra, assim como não foi Bell que organizou o funcionamento dos nervos espinais e nem Young que deu vibrações à luz; esses grandes espíritos, cujo arrojo soube enfrentar os apodos dos ignorantes, não passaram de reveladores de fenômenos que pareciam não existir às inteligências embrionárias.
Tal também é a missão do Espiritismo, magnificamente desempenhada por Allan Kardec: revelar à humanidade fenômenos que, apesar de haverem existido, em todos os tempos, passavam despercebidos ou então eram incluídos no número dos milagres e dos casos sobrenaturais, sem uma explicação plausível, e desnaturados, portanto, do seu fim providencial.

Esses fenômenos, catalogados hoje, e inteligentemente sistematizados como uma das grandes prerrogativas da ALMA, estendem-se a um campo vasto de ação que constitui o ANIMISMO e o ESPIRITISMO EXPERIMENTAIS.

Foram justamente esses fatos que deram ao ilustre missionário as chaves dos grandes problemas, cuja solução tem sido objeto de estudo dos sábios e dos filósofos de todas as eras e de todos os países.

A Nova Psicologia, como se vê, constitui um tesouro inesgotável de conhecimentos oferecido a todos os homens de boa vontade, por uma copiosa fenomenologia, susceptível de reprodução, desde que nos coloquemos debaixo das leis necessárias à sua manifestação, pois, além de tudo, proclamando o livre-exame, todos esses fatos estão sujeitos ao experimentalismo científico que vem comprovar a sua veracidade.

Essas manifestações, a seu turno, compreendem as duas ramificações referidas: objetivas e subjetivas.

No íntimo de todos estes fatos, que vêm despertar a humanidade para o estudo do “EU” e de uma outra vida, sem dependência dos órgãos carnais, realça a existência da alma e sua sobrevivência, como o fator exclusivo e essencial de todos esses fenômenos, cuja explicação ultrapassa muito a todas as concepções humanas.

Os fenômenos objetivos são os que constituem as experiências de laboratório: podem ser pesados, medidos, fotografados e moldados.

Os fenômenos subjetivos, que nenhuma ação tem sobre a matéria, escapando, portanto, ao controle dos nossos órgãos sensoriais, são a leitura e transmissão de pensamento, a visão e audição à distância, a intuição, a incorporação, a glossolalia, etc.

A investigação e o estudo desses fatos não exigem, como pensam alguns, aparelhos complicados, mas somente um instrumento humano, o médium, um indivíduo dotado de faculdades particulares.

Aqueles que desejarem obter tal ou qual fenômeno, claro está que precisam procurar um médium dotado de tal prerrogativa.

Foi assim que William Crookes, Russel Wallace, César Lombroso, etc., etc., conseguiram os resultados necessários para a constatação dos fatos.

A experimentação espírita faculta a crítica severa, mas exige também que essa crítica seja substanciosa, cheia de conhecimentos, razoável. Os mesmos métodos adotados pela ciência, para o exame e investigação dos fatos que lhe servem de fundamento, devem ser aplicados na pesquisa dos fenômenos espíritas e anímicos, mas é preciso que se compreenda que são esses fenômenos oriundos de inteligências livres, revestidas de poder, mas também de vontade própria para uma ação qualquer.

Enfim, o Espiritismo, com o seu enorme cortejo de fatos, abriu à humanidade um campo novo, que lhe fora vedado pela ciência oficial e pelas religiões dominantes.

Apresentando a alma como a causa de todos esses fenômenos psíquicos e sensoriais, referendados na história e verificáveis hoje por qualquer pesquisador, o Espiritismo se constituiu o verdadeiro pegureiro que nos conduz aos altos cometimentos que são o apanágio da Verdade.

Graças à sua ação constante cheia de sabedoria, o homem pode saber donde veio, quem é e para onde vai. Quando ele chegar a despertar, no silêncio majestoso do Infinito, constatará a pujança dos Ensinos Espíritas e compreenderá que o tempo que mais aproveitou, no mundo, foi o que dedicou ao estudo da alma, sob o influxo da Nova Psicologia que abre a todos as clareiras do invisível para nos mostrar a Vida na Eternidade

            Cairbar Schutel

 

Fonte:

Estudos de Caibar Schutel



Nenhum comentário:

Postar um comentário