Toda revelação feita a Moisés veio de espírito, isto é, do Mundo
Espiritual, assim como as catalogadas por Allan Kardec que foram diretamente
editadas em livros depois de confrontadas com as recebidas pelo mundo todo
através de diversos médiuns em vários países.
Kardec então colocou sua visão explicativa daquelas comunicações.
O mesmo ocorreu com os Profetas que eram médiuns sem saber.
O que aconteceu com os evangelhos?
A maioria dos evangelhos escritos nos séculos 1 e 2 desapareceu,
ou foram “desaparecidos”.
Naquela época, um “livro” era um amontoado de papiros avulsos,
enrolados em forma de pergaminho, podendo ser facilmente extraviados e
perdidos. Mas alguns evangelhos foram copiados e recopiados à mão, por membros
da Igreja. Gerações e gerações de copiadores já haviam introduzido alterações
nos textos originais – seja por opinião, seja por descuido, seja de propósito.
E de muitos deles, foram aproveitados apenas quatro, por esclarecimento
pessoal, ou dúvida, que tiveram interpolações, que eram as observações dos
copistas no rodapé das cópias.
“Muitos erros foram feitos nas cópias, erros que às vezes mudaram
o sentido dos textos. Em certos casos, tais erros foram também propositais, de
acordo com a teologia do escrivão”, afirma o padre e teólogo Luigi Schiavo, da
Universidade Católica de Goiás.
Por esses motivos os evangelhos não são o que os evangelistas
anotaram.
Havia mais de 60 evangelhos, como os de Tomé (que foi encontrado
enterrado protegido em uma caixa em 1945), de Pedro, de Felipe, de Tiago, dos
Hebreus, dos Nazarenos, dos Doze, dos Setenta, etc. Foi um bispo quem escolheu,
no século IV, os 27 textos do atual Novo Testamento. Em relação ao Antigo
Testamento, o problema só foi definitivamente resolvido no ano de 1546, durante
o Concílio de Trento. Depois de muita controvérsia, acalorados debates e até
luta física entre os participantes, o Concílio decretou que os livros 1 e 2 de
Esdras e a Oração de Manassés sairiam da Bíblia.
A primeira Bíblia foi a editada por Marcião e continha apenas o
Evangelho de João, 11 cartas de Paulo e nenhuma página do Velho Testamento. Se
as ideias de Marcião tivessem triunfado, hoje as histórias de Adão e Eva no
paraíso, a arca de Noé e a travessia do mar Vermelho não fariam parte da
cultura ocidental. Mas, por volta de 170, o gnosticismo foi declarado proibido
pelas autoridades eclesiásticas, e o primeiro editor da Bíblia cristã acabou
excomungado.
Não havia regra, nem a religião dos seguidores de Jesus era ainda majoritária,
mas em 313 o imperador romano Constantino se aliou à Igreja usando a força
crescente da nova religião para fortalecer seu império, logo após vencer Magêncio
em uma batalha épica, na ponte Milvia, onde em sonho (há quem diga que foi sua
esposa), viu no céu uma inscrição com uma cruz “com este sinal vencerás” e
mandou pinta-lo em todos os escudos e bandeiras, vencendo um exército bem mais
numeroso. Para isso, no entanto, precisava de uma fé una e sólida. A pressão de
Constantino levou os mais influentes bispos cristãos a se reunirem no Concílio
de Nicéia, em 325, surgiu o cânone do cristianismo – a lista oficial de livros.
Uma escolha política, pois o cristianismo havia sido ordenado por
decreto. Um grupo afirmou seu poder e autoridade sobre os outros”, diz o padre
Luigi Schiavo, teólogo da Universidade Católica de Goiás, já foi dito. Os
apostólicos eram, por assim dizer, o “partido do governo”, definiram o que iria
entrar, ou ser eliminado, das Escrituras.
Maria Helena de Oliveira Tricca, compiladora da obra Apócrifos, “Os
Proscritos da Bíblia”, diz: "Muitos dos chamados textos apócrifos já
fizeram parte da Bíblia, mas ao longo dos sucessivos concílios acabaram sendo
eliminados. Houve os que depois seriam beneficiados por uma reconsideração e
tornariam a partilhar da Bíblia. ”
Os cristãos não tinham ídolos e no seu culto nada havia para ser
visto.
Seu culto era espiritual, quando se punham de pé e oravam de olhos
fechados, suas orações não eram dirigidas a nenhum objeto visível.
Mas às autoridades romanas, acostumadas às manifestações materiais
simbólicas de seus deuses, foi interferindo.
Isso nada mais era do que ateísmo.
A Igreja para aproximar-se do Estado passou a repudiar as expressões
mais espiritualistas, gnósticas, e passou para um padrão mais materialista; que
culminou em 553 no V Concílio de Constantinopla II condenando a doutrina da
preexistência do espírito defendida por Orígenes.
Na ocasião desse concílio, o povo era reencarnacionista, apesar de
ser em sua maioria cristão. A humanidade mesmo antes do Cristo sempre foi
reencarcionista.
Nos seus primeiros séculos, a Igreja serviu-se sobretudo da língua grega.
Foi nesta língua que foi escrito todo o Novo Testamento,
incluindo a Carta
aos Romanos, de São Paulo, bem como muitos escritos cristãos.
No século IV já existiam muitas versões dos evangelhos e do velho
testamento em grego e latim quando o papa Damaso determinou que o importante
biblista São
Jerónimo traduzisse o Antigo Testamento para
o latim e fizesse a revisão a Vetus Latina
(textos bíblicos traduzidos para o latim antes da confecção da vulgata)
A Vulgata foi
a primeira, e por séculos a única, versão da Bíblia que verteu o Velho Testamento diretamente
do hebraico e não
da tradução grega conhecida como Septuaginta, afinal
São Jeronimo não dominava o grego, apenas entendendo, o que gerou inúmeros
erros de interpretação pois não sabendo que verbo usar usava o similar em latim.
No Novo Testamento, São Jerônimo selecionou e revisou textos.
No google
existe a confissão de São Jeronimo de que seguiu a ordem do papa para a revisão
e tradução em um único documento chamado de Vulgata, alterando, interpolando ou
corrigindo o que achasse conveniente (carta de são Jeronimo).
Em 543, Justiniano publicou um édito, em que expunha e condenava
as principais ideias de Orígenes, sendo uma delas a da preexistência.
Em seguida à publicação do citado édito, Justiniano determinou ao
patriarca Menas de Constantinopla que convocasse um sínodo, convidando os
bispos para que votassem em seu édito, condenando dez anátemas deles constantes
e atribuídos a Orígenes [O Mistério do Eterno Retorno, pág. 127-127, Jean
Prieur, Editora Best Seller, São Paulo, 1996].
A seguir convocou em 553 o concílio onde foram cometidas outras
séries de arbitrariedades, como participação só de bispos do Oriente
(ortodoxos). Nenhum de Roma. E o próprio Papa, que estava em Constantinopla
naquela ocasião, deixou isso bem claro.
O Concílio de Constantinopla, o quinto dos Concílios, foi um
encontro em caráter privado, organizado por Justiniano, que, mancomunado com
alguns vassalos, excomungou e maldisse a doutrina da preexistência da alma,
apesar dos protestos do Papa Vigílio, com a publicação de seus Anathemata.
Ocorre que a imperatriz Teodora tinha sido prostituta desde menina
e para não ser reconhecida e apontada, pelas ex colegas de profissão, com auxílio
de seu general Belizário destronou e exilou o papa Vigílio e nomeou Silvério em
seu lugar, efetuando o concilio e expurgando das ideias da igreja a
reencarnação, pois temia reencarnar negra e mendiga devido seus crimes (mandara
matar todas as prostitutas e as sobreviventes encarcerou em um convento que
mandara construir, onde muitas suicidaram-se).
A Igreja aceitou o edito do Justiniano – “Todo aquele que ensinar
esta fantástica preexistência da alma e sua monstruosa reencarnação será
condenado” – como parte das conclusões do Concílio. Portanto, a proibição da
doutrina da reencarnação passou a não ser um erro histórico, sem qualquer
validade eclesiástica. (KERSTEN, 1988, pp. 239-241).
E assim a igreja de Roma foi criando seus mistérios, seus dogmas,
determinando que apenas o papa tem a verdade e que seus fiéis devem seguir seus
ensinamentos sem restrições sem questionamentos ou duvidas, pois, a verdade
está com a igreja (infalibilidade papal).
Essa tradução (vulgata) ficou trancada a sete chaves só sendo
permitida ser lida por autorização do papa, fato que ocorreu até o “racha” na
igreja ocasionado por Martinho Lutero que foi
responsável por uma revolução religiosa, subjugando o poder do Papado Católico,
o poder de Roma e modificando para sempre o caminho religioso e espiritual na
sociedade.
No monastério, Lutero possuía um tutor
compreensivo e perspicaz que o auxiliou e o enviou a
Roma com uma missão burocrática.
Ao cruzar
os portões da "metrópole", encontrou uma cidade deturpada, um mercado
da fé. Haviam prostíbulos exclusivos para monges, vendas de artigos e imagens
religiosas, com promessas de salvação (aliás cá entre nós nada muito diferente
de hoje).
O que mais
o impactou, foi a venda de indulgências. A Igreja
vendia papéis (indulgências) e uma vez obtidas o comprador ganhava desde a
diminuição de seu sofrimento no purgatório pós morte, até a absolvição absoluta
de seus pecados.
Estava em
leilão uma passagem direta ao paraíso, dependendo da quantia disposta. Ao regressar à Alemanha, pressionado por seu tutor,
confessou-lhe seu desgosto com os procedimentos da Igreja Católica em Roma.
Lutero encontrava um paradoxo entre os ensinamentos da Teologia Cristã e a
prática da religião, nas atitudes controversas do papado.
Aos poucos
Lutero começa a questionar determinados dogmas da Igreja e ganha confiança e
admiração dos camponeses da região.
Com
objetivo de construir uma nova basílica, Roma intensifica a venda de
indulgências e Lutero responde escrevendo suas "95 Teses";
essas escrituras, foram divulgadas em toda a região rapidamente e até hoje são
base do protestantismo.(relação
das teses ao fim do texto e que serviu apenas para estudo e debate).
Lutero pregava
a salvação com base no amor a Cristo, no verdadeiro arrependimento dos pecados
e na compaixão; e desafiava as doutrinas papais, dizendo que apenas as
escrituras eram capazes de mostrar a verdade. As arrecadações, com vendas de
indulgências, chegaram a baixar em 80%.
Convidado a
depor e forçado a abdicar de suas palavras e seus escritos, Lutero negou-se a
fazê-lo e foi excomungado.
Foi
aconselhado a se recolher ao monastério em reclusão onde fez a tradução das
escrituras bíblicas do novo testamento para o Alemão tornando publica a reclusa
Vulgata.
Aproveitando
a invenção da imprensa, popularizou a Bíblia.
A sociedade
vivia um momento anárquico, onde as distorções dos ensinamentos de Lutero
geravam comportamentos violentos. Martinho abandona sua reclusão e volta ao
povo, encontrando uma sociedade destroçada.
Nos anos
que se seguiram, desde 1521, quando Lutero retornou de sua reclusão, florescia
aí a reforma protestante, o
Luteranismo nascia. Com esforço Lutero conseguiu aos poucos abrir os caminhos
para a liberdade religiosa. Casou-se, compôs hinos para seus discípulos e
morreu de forma natural em 1546. Seu legado permanece vivo ainda hoje, porém
com uma divisão fragmentada onde cada pastor cria sua igreja com um nome
diferente, com intenção de enriquecimento, usando a fé de cada adepto.
Evangélicos, é importante esclarecer, é a mesma coisa que
protestantes. As duas palavras são sinônimas. Ou seja, evangélicas são praticamente
todas as correntes nascidas do racha entre o teólogo alemão Martinho Lutero e a
Igreja Católica, em 1517, portanto evangélico é protestante.
Lutero
abriu a primeira fenda no até então indevassável poder papal sobre as almas do
Ocidente. A ele se seguiram outros. Na Inglaterra, o rei Henrique VIII criou
sua própria dissidência do catolicismo – batizada de anglicanismo (mas que não
deixa de ser um novo catolicismo) – só porque o papa não queria que ele se
divorciasse e casasse de novo.
Na verdade,
ele se casou muito jovem porque seu irmão mais velho se casara, mas sem
consumar o casamento veio a falecer e o velho testamento pregava que seu irmão
deveria assumir a esposa casando-se para dar continuidade a linhagem.
Na Suíça,
Ulrico Zwinglio e João Calvino aprofundaram as reformas de Lutero. Zwinglio
pregava o princípio que fundamentaria todo o movimento: o cristão deve seguir
apenas a Bíblia (os católicos aceitam influências de teólogos, como Santo
Agostinho e Santo Tomás de Aquino). Já Calvino foi o responsável pela
introdução do puritanismo, que combinava regras rígidas de conduta com uma
fervorosa dedicação ao trabalho (o que não ocorreu com Agostinho de Hipona elevado
a condição de Santo).
No começo
do século 20, o sociólogo alemão Max Weber publicou o texto clássico A Ética
Protestante e o Espírito do Capitalismo, no qual atribui a essa invenção de
Calvino o sucesso do capitalismo em países evangélicos.
Todos
esses movimentos estimulavam o fim do monopólio da Igreja sobre a interpretação
da Bíblia. Cabia a todo e qualquer cristão ler as Escrituras e tirar delas o
que quisesse. Os protestantes recusavam a ideia de que um único líder – o papa
– deveria guiar os rumos da religião. Foi isso que começou a fragmentação do
movimento em diversas correntes, com pequenas diferenças doutrinárias. Surgem
os batistas, os metodistas, os presbiterianos…
Mas o Brasil
colonial passou quase imune à avalanche protestante. Houve apenas algumas
exceções, como os calvinistas franceses e holandeses que invadiram o país – o
primeiro culto evangélico por estas terras foi celebrado por franceses no Rio
de Janeiro, em 1557, só 57 anos depois da missa católica inaugural. Era
proibido realizar cultos de qualquer religião que não o catolicismo no
território português (imposição para que o Brasil permanecesse católico e
subjugado ao papa).
A liberdade
religiosa no Brasil só veio com a independência, na Constituição de 1824, ainda
que impondo restrições de que as reuniões acontecessem em locais que não
tivessem “aparência exterior de templo”. No mesmo ano, alemães fundaram a
primeira comunidade luterana do Brasil. Logo depois chegaram as correntes
missionárias, como os metodistas, dispostas a pregar nas ruas para salvar
almas. Eles caíram nas graças da elite intelectual republicana que,
impressionada com a “ética protestante”, defendia a presença de evangélicos
como condição para a modernização do país.
Os pentecostais
eram os “crentes” estereotípicos: mulheres de cabelos compridos e saia, homens
de terno e Bíblia na mão. As palavras essenciais para entender suas rotinas de
vida são ascetismo, ou a recusa de usufruir os prazeres da carne, e sectarismo,
o isolamento do restante da sociedade. Por trás delas, está a ideia de que o
cristão deve se manter concentrado em Deus. Só assim ele pode evitar que o
Diabo ganhe espaço na sua vida. Para os pentecostais, o mundo é simples: o que
não é de Deus é do Diabo.
A “Deus é Amor”,
abriu um mega templo no centro de São Paulo, sendo uma das mais rigorosas entre
as pentecostais. Ela proíbe frequentar praias, praticar esportes ou participar
de festas. Às mulheres, é vetado cortar o cabelo e depilar. Crianças com mais
de 7 anos não podem jogar bola, graças a um versículo bíblico que diz “desde
que me tornei homem, eliminei as coisas de criança”. Tantas regras têm
compensação: para os pentecostais, o melhor da vida está reservado aos fiéis
para depois da morte.
Para resumir, neopentecostalíssimo
quer dizer que Monique Evans, Gretchen (com 18 casamentos) e Marcelinho Carioca
podem agora se considerar “crentes”. Para isso, algumas adaptações aconteceram:
saem os homens de terno e as mulheres de pelos nas pernas, entram pessoas que
se vestem com roupas comuns e não se animam a seguir normas rígidas de conduta.
(Afinal seria hipocrisia demais pedir que Gretchen e Marcelinho carioca fossem
radicais). A primeira inovação foi riscar do mapa o ascetismo, o sectarismo e a
crença de que a melhor parte da vida está reservada para o Paraíso. “A
preocupação dos neopentecostais é com esta vida. O que interessa é o aqui e o
agora”.
Outra diferença é a
radicalização da divisão do Universo entre Deus e o Diabo. Para os
neopentecostais, os homens não são responsáveis pelos atos de maldade que
cometem: é o Diabo que os leva a pecar; expulsar o demônio do corpo é a receita
única para todos os males, de casamento infeliz até câncer no pulmão (pensam
eles). E com isso morreram Marcelo Rezende, Pedro de Lara e Waldick Soriano
agarrados a Bíblia esperando a cura divina.
A inovação mais
profunda do neopentecostalismo foi a aplicação da teologia da prosperidade.
Graças a ela, o neopentecostalismo ganhou o apelido de “fé de resultados”.
“Na teologia da
prosperidade “O crente dá ordens e determina o que pretende. No Brasil, além da
Universal, a Renascer em Cristo, a Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra e a
Internacional da Graça de Deus adotam a teologia da prosperidade.
A força de
enxurrada com que o neopentecostalismo cresceu desorganizou todo o
protestantismo. “Há uma verdadeira perda de identidade no movimento evangélico
mundial; boa parte do mundo protestante aceita a teologia da prosperidade.
A onda de mudança
foi bater até onde a Reforma de Lutero não tinha chegado: nas praias do
catolicismo. A influência neopentecostal sobre a renovação carismática católica
é tão grande que seu maior expoente no Brasil, padre Marcelo Rossi, é acusado
de ter gravado hinos religiosos tirados de templos evangélicos.
Pe. Marcelo Rossi
mediunizou em uma reunião de renovação carismática, foi levado a Roma às
pressas; recebeu um curso completo de Espiritismo, gravou em Portugal o vira e
ao voltar ao Brasil, mudou radicalmente sua postura romana criando nova frente
da igreja católica e passou a receber críticas.
O avanço evangélico
seria um plano dos Estados Unidos (ou do Diabo grande satã apelido dado pelo
Islã) para dominar a América Latina. A hipótese foi defendida a sério pela
Confederação Nacional dos Bispos do Brasil CNBB, que adota uma postura de
esquerda (petista-socialista-comunista), que enviou memorando ao Vaticano,
afirmando que a CIA, aliada à direita brasileira, acelerava a “expansão dessa
religião alienante no continente para frear a proliferação da Igreja Católica
progressista”.
Não é apenas a
questão médica que está em jogo. A dualidade entre Deus e o Diabo é uma das
mais eficientes respostas para a eterna pergunta sobre como é possível
existirem tantos coisas ruins. Um presidiário pode culpar a influência do
demônio pelo passado violento – uma explicação para o sucesso da religião nas
prisões. Essa dualidade também pode estar na raiz da popularidade evangélica
entre ex-viciados em drogas – e de sua comprovada eficácia na luta contra o
vício. O apelo pode efetivamente ajudar ex-criminosos e ex-viciados a deixarem
seus “maus hábitos” para trás. Com isso, os neopentecostais respondem
satisfatoriamente às questões dos nossos tempos – coisa que outras religiões
nem sempre conseguem fazer.
Juntando tudo, o
que se tem é uma religião que escancara uma ambição materialista e imediata na
relação com Deus. As pessoas sempre rezam com o objetivo de pedir e receber
algo. A diferença é que os evangélicos assumem essa faceta sem se envergonhar.
”
Um evangélico foi
ao Programa do Ratinho pedir a devolução dos dízimos que havia dado à igreja.
Argumentava que o pastor lhe prometera prosperidade em troca do dinheiro. Sem
melhorar de vida, o fiel, como se fosse um consumidor lesado, foi ao Ratinho
pedir o dinheiro de volta.
Essa história
ilustra de modo brilhante a relação que as neopentecostais criaram com seus
fiéis-clientes. Elas prestam um serviço. E eles pagam. É bom lembrar que dar
dinheiro a Deus, seja através da caridade ou de doações, é parte da doutrina de
diversas religiões, incluindo todas do braço judaico-cristão. Com a teologia da
prosperidade, no entanto, o dinheiro ganhou nova função. Agora é preciso dar
para receber.
A Reforma protestante
começou justamente porque Lutero se levantou contra a venda das indulgências”, disse
o líder da Igreja Evangélica Maranata, uma pentecostal que rejeita a teologia
da prosperidade.
Em termos legais,
não há diferença entre um templo evangélico e qualquer outro local de cultos
religiosos. A Constituição garante a todos – evangélicos, católicos ou budistas
– a mesma isenção de vários tributos, entre eles o IPTU e o Imposto de Renda.
A Assembleia de
Deus prefere abrir templos dentro de bairros isolados, enquanto a Universal
opta pelas grandes vias de acesso – uma decisão que pouco tem a ver com a fé,
segue mais a lógica da competição de qualquer mercado capitalista.
De um lado, estão
os que acham que o boom já passou e que a Igreja Católica, com a renovação carismática,
equilibrou o jogo. Do outro cerca de 80% dos nossos católicos se dizem
não-praticantes. É um enorme mercado para os evangélicos.
Com isso o
Espiritismo tem recebido uma enxurrada de católicos confusos que encontram
explicação para suas dúvidas.
Não é à toa que a
maioria dos convertidos vem do catolicismo. O pentecostalismo ataca o candomblé
e a umbanda. E vai na jugular, às vezes escorregando para a intolerância
religiosa. Em quase todos os templos é possível ouvir que essas religiões
cultuam o Diabo.
Há casos de ataques
a terreiros estimulados por pastores. A popularidade dos evangélicos chegou ao
fundo do poço quando um pastor da Universal chutou na TV uma estátua de Nossa
Senhora Aparecida (os evangélicos não cultuam imagens).
Aliás na campanha
presidencial de 2018 foi comum se ver manifestantes do PT chutando imagens e
defecando em porta de igrejas e logo após os candidatos irem à missa e
comungarem apesar de serem ateus declarados.
É o que sugerem
pesquisas mostrando concentrações de evangélicos nas mesmas regiões onde há
altos índices de pessoas “sem religião” – caso do estado do Rio e da zona leste
paulistana. “As pessoas estão experimentando uma nova crença”.
Com a rejeição à
centralização da interpretação bíblica herdada da Reforma protestante, qualquer
um pode abrir um templo e pregar como quiser. Assim, enquanto seus “irmãos” se
expandiam em áreas pobres, a Igreja Bola de Neve cresceu 1.100% em três anos
orando para os ricos. Seus dez templos, cuja marca registrada são as pranchas de
surfe como púlpito e os hinos religiosos em ritmo de reggae, funcionam em áreas
de classe média-alta de São Paulo e cidades de praia como Florianópolis,
Itacaré e Guarujá. Os públicos são jovens da classe A e B, com curso superior.
Para quem está acostumado a fiéis pobres e pouco instruídos, a Bola de Neve é
uma surpresa desconcertante. Para os evangélicos, somente mais uma prova de que
a obra de Deus chegará a todos.
Os mórmons,
adventistas e testemunhas de Jeová nasceram no protestantismo, mas geralmente
não são considerados evangélicos porque, além da Bíblia, baseiam as doutrinas
também em escrituras modernas.
CURIOSIDADE
95 teses
1.
Ao dizer: "Fazei penitência", etc. [Mt 4.17], a partir desse momento
começou Jesus a pregar. Arrependei-vos porque está próximo o reino dos céus.
2.
Esta penitência não pode ser entendida como penitência sacramental (isto é, da
confissão e satisfação celebrada pelo ministério dos sacerdotes).
3.
No entanto, ela não se refere apenas a uma penitência interior; sim, a penitência
interior seria nula, se, externamente, não produzisse toda sorte de
mortificação da carne.
4.
Por consequência, a pena perdura enquanto persiste o ódio de si mesmo (isto é a
verdadeira penitência interior), ou seja, até a entrada do reino dos céus.
5.
O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas que impôs
por decisão própria ou dos cânones.
6.
O papa não pode remitir culpa alguma senão declarando e confirmando que ela foi
perdoada por Deus, ou, sem dúvida, remitindo-a nos casos reservados para si; se
estes forem desprezados, a culpa permanecerá por inteiro.
7.
Deus não perdoa a culpa de qualquer pessoa sem, ao mesmo tempo, sujeitá-la, em
tudo humilhada, ao sacerdote, seu vigário.
8.
Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vivos; segundo os mesmos
cânones, nada deve ser imposto aos moribundos.
9.
Por isso, o Espírito Santo nos beneficia através do papa quando este, em seus
decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade.
10.
Agem mal e sem conhecimento de causa aqueles sacerdotes que reservam aos
moribundos penitências canônicas para o purgatório.
11.
Essa erva daninha de transformar a pena canônica em pena do purgatório parece
ter sido semeada enquanto os bispos certamente dormiam.
12.
Antigamente se impunham as penas canônicas não depois, mas antes da absolvição,
como verificação da verdadeira contrição.
13.
Através da morte, os moribundos pagam tudo e já estão mortos para as leis
canônicas, tendo, por direito, isenção das mesmas.
14.
Saúde ou amor imperfeito no moribundo necessariamente traz consigo grande
temor, e tanto mais, quanto menor for o amor.
15.
Este temor e horror por si sós já bastam (para não falar de outras coisas) para
produzir a pena do purgatório, uma vez que estão próximos do horror do
desespero.
16.
Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mesma forma que o desespero, o
semi-desespero e a segurança.
17.
Parece desnecessário, para as almas no purgatório, que o horror diminua na
medida em que cresce o amor.
18.
Parece não ter sido provado, nem por meio de argumentos racionais nem da
Escritura, que elas se encontram fora do estado de mérito ou de crescimento no
amor.
19.
Também parece não ter sido provado que as almas no purgatório estejam certas de
sua bem-aventurança, ao menos não todas, mesmo que nós, de nossa parte,
tenhamos plena certeza.
20.
Portanto, sob remissão plena de todas as penas, o papa não entende simplesmente
todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs.
21.
Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é
absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa.
22.
Com efeito, ele não dispensa as almas no purgatório de uma única pena que,
segundo os cânones, elas deveriam ter pago nesta vida.
23.
Se é que se pode dar algum perdão de todas as penas a alguém, ele, certamente,
só é dado aos mais perfeitos, isto é, pouquíssimos.
24.
Por isso, a maior parte do povo está sendo necessariamente ludibriada por essa
magnífica e indistinta promessa de absolvição da pena.
25.
O mesmo poder que o papa tem sobre o purgatório de modo geral, qualquer bispo e
cura tem em sua diocese e paróquia em particular.
26.
O papa faz muito bem ao dar remissão às almas não pelo poder das chaves (que
ele não tem), mas por meio de intercessão.
27.
Pregam doutrina humana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na
caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu].
28.
Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa, podem aumentar o lucro e a cobiça; a
intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus.
29.
E quem é que sabe se todas as almas no purgatório querem ser resgatadas? Dizem
que este não foi o caso com S. Severino e S. Pascoal.
30.
Ninguém tem certeza da veracidade de sua contrição, muito menos de haver
conseguido plena remissão.
31.
Tão raro como quem é penitente de verdade é quem adquire autenticamente as
indulgências, ou seja, é raríssimo.
32.
Serão condenados em eternidade, juntamente com seus mestres, aqueles que se
julgam seguros de sua salvação através de carta de indulgência.
33.
Deve-se ter muita cautela com aqueles que dizem serem as indulgências do papa
aquela inestimável dádiva de Deus através da qual a pessoa é reconciliada com
Deus.
34.
Pois aquelas graças das indulgências se referem somente às penas de satisfação
sacramental, determinadas por seres humanos.
35.
Não pregam cristãmente os que ensinam não ser necessária a contrição àqueles
que querem resgatar ou adquirir breves confessionais.
36.
Qualquer cristão verdadeiramente arrependido tem direito à remissão pela de
pena e culpa, mesmo sem carta de indulgência.
37
Qualquer cristão verdadeiro, seja vivo, seja morto, tem participação em todos
os bens de Cristo e da Igreja, por dádiva de Deus, mesmo sem carta de
indulgência.
38.
Mesmo assim, a remissão e participação do papa de forma alguma devem ser
desprezadas, porque (como disse) constituem declaração do perdão divino.
39.
Até mesmo para os mais doutos teólogos é dificílimo exaltar perante o povo ao
mesmo tempo, a liberdade das indulgências e a verdadeira contrição.
40.
A verdadeira contrição procura e ama as penas, ao passo que a abundância das
indulgências as afrouxa e faz odiá-las, pelo menos dando ocasião para tanto.
41.
Deve-se pregar com muita cautela sobre as indulgências apostólicas, para que o
povo não as julgue erroneamente como preferíveis às demais boas obras do amor.
42.
Deve-se ensinar aos cristãos que não é pensamento do papa que a compra de
indulgências possa, de alguma forma, ser comparada com as obras de
misericórdia.
43.
Deve-se ensinar aos cristãos que, dando ao pobre ou emprestando ao necessitado,
procedem melhor do que se comprassem indulgências.
44.
Ocorre que através da obra de amor cresce o amor e a pessoa se torna melhor, ao
passo que com as indulgências ela não se torna melhor, mas apenas mais livre da
pena.
45.
Deve-se ensinar aos cristãos que quem vê um carente e o negligencia para gastar
com indulgências obtém para si não as indulgências do papa, mas a ira de Deus.
46.
Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem bens em abundância, devem
conservar o que é necessário para sua casa e de forma alguma desperdiçar
dinheiro com indulgência.
47.
Deve-se ensinar aos cristãos que a compra de indulgências é livre e não
constitui obrigação.
48.
Deve-se ensinar aos cristãos que, ao conceder indulgências, o papa, assim como
mais necessita, da mesma forma mais deseja uma oração devota a seu favor do que
o dinheiro que se está pronto a pagar.
49.
Deve-se ensinar aos cristãos que as indulgências do papa são úteis se não
depositam sua confiança nelas, porém, extremamente prejudiciais se perdem o
temor de Deus por causa delas.
50.
Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa soubesse das exações dos pregadores
de indulgências, preferiria reduzir a cinzas a Basílica de S. Pedro a
edificá-la com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
51.
Deve-se ensinar aos cristãos que o papa estaria disposto - como é seu dever - a
dar do seu dinheiro àqueles muitos de quem alguns pregadores de indulgências
extraem ardilosamente o dinheiro, mesmo que para isto fosse necessário vender a
Basílica de S. Pedro.
52.
Vã é a confiança na salvação por meio de cartas de indulgências, mesmo que o
comissário ou até mesmo o próprio papa dessa sua alma como garantia pelas
mesmas.
53.
São inimigos de Cristo e do papa aqueles que, por causa da pregação de
indulgências, fazem calar por inteiro a palavra de Deus nas demais igrejas.
54.
Ofende-se a palavra de Deus quando, em um mesmo sermão, se dedica tanto ou mais
tempo às indulgências do que a ela.
55.
A atitude do papa é necessariamente esta: se as indulgências (que são o menos
importante) são celebradas com um toque de sino, uma procissão e uma cerimônia,
o Evangelho (que é o mais importante) deve ser anunciado com uma centena de
sinos, procissões e cerimônias.
56.
Os tesouros da Igreja, dos quais o papa concede as indulgências, não são
suficientemente mencionados nem conhecidos entre o povo de Cristo.
57.
É evidente que eles, certamente, não são de natureza temporal, visto que muitos
pregadores não os distribuem tão facilmente, mas apenas os ajuntam.
58.
Eles tampouco são os méritos de Cristo e dos santos, pois estes sempre operam,
sem o papa, a graça do ser humano interior e a cruz, a morte e o inferno do ser
humano exterior.
59.
S. Lourenço disse que os pobres da Igreja são os tesouros da mesma, empregando,
no entanto, a palavra como era usada em sua época.
60.
É sem temeridade que dizemos que as chaves da Igreja, que lhe foram
proporcionadas pelo mérito de Cristo, constituem este tesouro.
61.
Pois está claro que, para a remissão das penas e dos casos, o poder do papa por
si só é suficiente.
62.
O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de
Deus.
63.
Este tesouro, entretanto, é o mais odiado, e com razão, porque faz com que os
primeiros sejam os últimos.
64.
Em contrapartida, o tesouro das indulgências é o mais benquisto, e com razão,
pois faz dos últimos os primeiros.
65.
Por esta razão, os tesouros do Evangelho são as redes com que outrora se
pescavam homens possuidores de riquezas.
66.
Os tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se pesca a
riqueza dos homens.
67.
As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como as maiores graças
realmente podem ser entendidas como tal, na medida em que dão boa renda.
68.
Entretanto, na verdade, elas são as graças mais ínfimas em comparação com a
graça de Deus e a piedade na cruz.
69.
Os bispos e curas têm a obrigação de admitir com toda a reverência os
comissários de indulgências apostólicas.
70.
Têm, porém, a obrigação ainda maior de observar com os dois olhos e atentar com
ambos os ouvidos para que esses comissários não preguem os seus próprios sonhos
em lugar do que lhes foi incumbido pelo papa.
71.
Seja excomungado e maldito quem falar contra a verdade das indulgências
apostólicas.
72.
Seja bendito, porém, quem ficar alerta contra a devassidão e licenciosidade das
palavras de um pregador de indulgências.
73.
Assim como o papa, com razão, fulmina aqueles que, de qualquer forma, procuram
defraudar o comércio de indulgências,
74.
muito mais deseja fulminar aqueles que, a pretexto das indulgências, procuram
defraudar a santa caridade e verdade.
75.
A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes ao ponto de poderem
absolver um homem mesmo que tivesse violentado a mãe de Deus, caso isso fosse
possível, é loucura.
76.
Afirmamos, pelo contrário, que as indulgências papais não podem anular sequer o
menor dos pecados veniais no que se refere à sua culpa.
77.
A afirmação de que nem mesmo S. Pedro, caso fosse o papa atualmente, poderia
conceder maiores graças é blasfêmia contra São Pedro e o papa.
78.
Afirmamos, ao contrário, que também este, assim como qualquer papa, tem graças
maiores, quais sejam, o Evangelho, os poderes, os dons de curar, etc., como
está escrito em 1 Cor 12.
79.
É blasfêmia dizer que a cruz com as armas do papa, insignemente erguida,
equivale à cruz de Cristo.
80.
Terão que prestar contas os bispos, curas e teólogos que permitem que
semelhantes conversas sejam difundidas entre o povo.
81.
Essa licenciosa pregação de indulgências faz com que não seja fácil, nem para
os homens doutos, defender a dignidade do papa contra calúnias ou perguntas,
sem dúvida argutas, dos leigos.
82.
Por exemplo: por que o papa não evacua o purgatório por causa do santíssimo Amor
e da extrema necessidade das almas - o que seria a mais justa de todas as
causas -, se redime um número infinito de almas por causa do funestíssimo
dinheiro para a construção da basílica - que é uma causa tão insignificante?
83.
Do mesmo modo: por que se mantêm as exéquias e os aniversários dos falecidos e
por que ele não restitui ou permite que se recebam de volta as doações
efetuadas em favor deles, visto que já não é justo orar pelos redimidos?
84.
Do mesmo modo: que nova piedade de Deus e do papa é essa: por causa do
dinheiro, permitem ao ímpio e inimigo redimir uma alma piedosa e amiga de Deus,
porém não a redimem por causa da necessidade da mesma alma piedosa e dileta,
por amor gratuito?
85.
Do mesmo modo: por que os cânones penitenciais - de fato e por desuso já há
muito revogados e mortos - ainda assim são redimidos com dinheiro, pela
concessão de indulgências, como se ainda estivessem em pleno vigor?
86.
Do mesmo modo: por que o papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos mais ricos
crassos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos está uma basílica de
São Pedro, ao invés de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis?
87.
Do mesmo modo: o que é que o papa perdoa e concede àqueles que, pela contrição
perfeita, têm direito à remissão e participação plenária?
88.
Do mesmo modo: que benefício maior se poderia proporcionar à Igreja do que se o
papa, assim como agora o faz uma vez, da mesma forma concedesse essas remissões
e participações 100 vezes ao dia a qualquer dos fiéis?
89.
Já que, com as indulgências, o papa procura mais a salvação das almas do o
dinheiro, por que suspende as cartas e indulgências outrora já concedidas, se
são igualmente eficazes?
90.
Reprimir esses argumentos muito perspicazes dos leigos somente pela força, sem
refutá-los apresentando razões, significa expor a Igreja e o papa à zombaria
dos inimigos e desgraçar os cristãos.
91.
Se, portanto, as indulgências fossem pregadas em conformidade com o espírito e
a opinião do papa, todas essas objeções poderiam ser facilmente respondidas e
nem mesmo teriam surgido.
92.
Fora, pois, com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo: "Paz,
paz!" Sem que haja paz!
93.
Que prosperem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo: "Cruz!
Cruz!" Sem que haja cruz!
94.
Devem-se exortar os cristãos a que se esforcem por seguir a Cristo, seu cabeça,
através das penas, da morte e do inferno;
95.
e, assim, a que confiem que entrarão no céu antes através de muitas tribulações
do que pela segurança da paz.
Fontes:
Carlos T Pastorino
Grupo de
estudo
Bíblia de Jerusalém
Wikipédia
Info Escola
Super
interessante
Luteranos
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