CADA UM PARA TODOS POR TODOS E TODOS PARA CADA
UM
Sinto que há em mim uma luz...
Realmente há muitas moradas, na casa do Pai
Celeste;
Muitos planos de vivencia há, no universo de
Deus...
E eu me sinto feliz viajor nessa jornada
cósmica;
Jubiloso peregrino do infinito, demandando a
luz da vida eterna, através de inúmeras mortes efêmeras...
Todo ano, dia a
dia, operam-se nos reinos da natureza milhares de ressurreições...
Minúsculo grãozinho
de semente, após longa e silente hibernação, surge aos fulgores da vida real...
Como é isto
possível?... Possível é porque a invisível alma do cosmos, individualizada no
pequenino germe, possui a estupenda virtude de arquitetar a viridante maravilha
do organismo vegetal...
E não poderia Deus
fazer sem a natureza o que faz perenemente por meio dela?...
Acendem-se, no
macrocosmo sidéreo, legiões de astros, extinguem-se, reacendem-se com todas as
graduações de fulgores – e não poderia o macrocosmo do corpo humano,
recompor-se e brilhar em vida nova?... Quem crê na Onipotência de Deus, não
pode descrer da transformação do corpo...
Transformação do
corpo material em imaterial.
Feliz de mim, se eu for janela aberta, que
permita visão de horizontes longínquos, passagem franca para o Infinito!
Não sou mestre de ninguém, ninguém é meu
discípulo!
Indico a todos o Mestre invisível, que habita
na alma de cada um e para além de todos os mundos.
Sinto-me feliz, quando o viajor, orientado
pela legenda da minha seta, me abandona e vai em demanda da indigitada meta m
espontânea liberdade,
Rumo à longínqua felicidade...
“Eu”, (que é luz), é inofendível, ao passo que
o ego, que ainda é como água (se contamina), é ofendível. Quanto mais ofendível
alguém é, tanto mais ele é ego — e quanto mais inofendível alguém é tanto mais “ele
é”. “Eu”. O ego sofre de ofendismo
crônico, e, não raro, de ofendite aguda. E, o que é mais estranho, muitas vezes o
ego se sente ofendido, mesmo quando não há ofensor — ele inventa
pseudo-ofensas.
Quem se sente ofendido confessa que se acha no
mesmo plano do “ofensor”; quem não se sente ofendido, está num plano acima do “ofensor”.
A lei de Moisés manda vingar a ofensa —
"olho por olho, dente por dente". Certos teólogos mandam perdoar a
ofensa. Mas, tanto o vingador como o perdoador provam que ainda está no plano
inferior do ego idade, uma vez que somente o ego é ofendível.
Melhor do que vingar ou perdoar é desligar-se,
ultrapassar a horizontal do ego ofendível e subir para a vertical do Eu
inofendível. Mahatma Gandhi, pelo fim da vida, foi perguntado se havia perdoado
todas as injustiças a seus inimigos, e respondeu “não”, porque nunca ninguém o
ofendera. Esta resposta prova que ele já não se achava no plano do ego
ofendível, mas sim nas alturas do Eu inofendível.
No texto sacro, o sentido exato da palavra
tradicional "perdoar" significa libertar, desligar, soltar, não se
sentir credor de ninguém nem considerar alguém seu devedor.
Vamos dizer umas poucas palavras sobre um
assunto de imensa importância em nossos dias: a meditação.
A palavra não é exata, mas ela é a mais usada
e a mais conhecida. Devia ser antes contemplação. Quando o homem entra em
meditação, ou melhor, em contemplação, ultrapassa ele a zona da sua consciência
habitual, do seu ego consciente, e entra na zona ignota do seu eu supra
consciente, pleniconsciente. Para além de toda concentração mental e para além
mesmo da meditação espiritual começa este mundo misterioso da contemplação
intuitiva que os orientais chamam samadi e
que nós costumamos chamar êxtase.
Esta palavra êxtase –
palavra grega composta de ek-
stasis, quer dizer literalmente, posição fora de si, isto é, uma atitude
fora do ego habitual consciente. Uma invasão do mundo espiritual supra
consciente.
Quando o homem medita deve ao menos no
princípio, impor silêncio, tanto às sensações do corpo, como aos pensamentos do
intelecto. Meditação não é leitura espiritual, não é estudo, não é análise de
textos sacros. Meditar é focalizar a consciência espiritual em Deus. Colocar a
alma bem dentro da luz divina e deixá-la imóvel, no meio dessa irradiação, como
uma planta colocada em plena luz solar, com as mãozinhas das verdes folhas
erguidas ao céu, em silenciosa prece ao astro benéfico que tudo opera na
planta: vida, beleza, alegria, contanto que esta seja devidamente receptiva e heliotrópica.
De fato, a alma do orante é antes objeto que
sujeito, pois não é ela propriamente que faz aquilo que está acontecendo. É
Deus que o faz nela, por ela, para ela. Basta que a alma do orante seja
receptiva para as maravilhas divinas que nela são produzidas, durante essa
intensa e silenciosa diatermia celeste, essa gloriosa passividade dinâmica.
LUGAR E TEMPO:
É necessário que o homem escolha, para
meditação, ou contemplação, tempo e lugar apropriados. Seria erro funesto, por
exemplo, querer dedicar a essa ocupação importantíssima a pior meia-hora das 24
horas do dia; talvez o período depois dos trabalhos profissionais, quando
corpo, a mente e a alma estão derreados de fadiga e suspiram por um pouco de
repouso. É necessário reservar para comunhão com Deus a melhor meia-hora ou
mesmo uma hora do dia, quando todas as faculdades do homem estejam em perfeita
calma e equilíbrio; porquanto a meditação bem-feita não é algum doce e
indolente devaneio, semissonâmbulo, mas é, pelo menos no princípio, um trabalho
pesado, que reclama todas as energias do nosso ser.
Nem convém meditar num lugar onde se possa ser
facilmente perturbado. Quem não encontrar em casa um cantinho sossegado e não
devassável, fará bem em procurá-lo fora de casa, em plena natureza, ou então na
doce penumbra de alguma igreja aberta, onde à sombra duma coluna, encontrará
facilmente o ambiente desejado e seguro contra incursões indébitas.
Há nas 24 horas do dia, dois períodos
especialmente favoráveis à meditação: um de manhã e outro à noite. A treva ou a
semiluz são, geralmente propícias à meditação. Luz ligeiramente azulada ou
esverdeada é preferível a outras tonalidades.
ATITUDE CORPÓREA:
Devido à íntima correlação que vigora entre
corpo e alma, é de suma conveniência que, enquanto a alma se entrega à
meditação, o corpo mantenha uma atitude compatível com essa atividade
espiritual. A melhor posição do corpo, durante a meditação, é a de sentado
naturalmente, se possível em cadeira de assento duro e encosto vertical. A
espinha dorsal assume atitude ereta, normal; as pernas, não cruzadas, ficam em
posição espontânea, formando ângulo reto na junção com o corpo e nos joelhos;
as mãos, de palmas para cima, pousam naturalmente no regaço ou sobre as coxas,
junto ao corpo; os olhos conservam-se ligeiramente fechados - tudo isto, que
aos inexperientes talvez pareça arbitrário ou artificial, é perfeitamente
natural e espontâneo para quem, de fato, se acha imerso em profunda comunhão
com Deus.
* * *
A meditação quando praticada por muito tempo,
resolve todos os problemas dolorosos da vida humana. Isto é infalível.
O homem sentirá pouco a pouco, firmeza e
segurança, paz e tranquilidade, e uma profunda e permanente felicidade. Todos
os problemas dolorosos da vida serão resolvidos, depois de alguém se habituar a
uma profunda e verdadeira cosmo meditação.
Cada um para todos por todos e todos para cada
um
Do mesmo modo que o corpo é um só, mas tem
muitos membros, e todos os membros do corpo, apesar da sua multiplicidade,
formam um só espírito; assim também acontece com Cristo. Todos nós fomos, por
um só capitulo, unidos num só corpo – judeus e gentios, escravos e livres –
todos fomos imbuídos de um, só espirito, pois também o corpo não consta de um
só membro, senão de muitos. E, se o pé dissesse: ” porque não sou mão, não pertenço
ao corpo”, nem por isso deixaria de fazer parte do corpo. Se o corpo fosse todo
vista, onde ficaria o ouvido? E, se fosse todo ouvido, onde ficaria o olfato?
Deus marcou a cada membro sua função no corpo, segundo sua vontade. São muitos
os membros e órgãos, mas só é um o corpo.
Ora, nós somos o corpo do Cristo, e, cada um
da sua parte membro dele.
Cada um de nós
precisa dos outros.
Cada um precisa de
todos – e todos precisam de cada um...
A prosperidade do
Todo depende do trabalho perfeito de cada fator individual – e a felicidade
desse fator está na colaboração harmônica do conjunto.
É necessária a
diversidade das funções para a unidade do ser.
Vida perfeita só
resulta da ação convergente de numerosos órgãos, membros e unidades vitais – e
quanto mais alta na escala dos seres se acha a vida, quanto mais diferenciadas
suas funções vitais, tanto mais estreitas devem ser a harmonia e solidariedade
dos componentes desse organismo superior.
Membros do corpo
místico de Jesus, trabalhai fraternalmente, sob a direção do espírito do
Cristo!...
* * *
Nas Notas
explicativas da tradução de sua tradução do Novo Testamento Rohden escreve:
"Dissera o apóstolo que não obstante a
multiplicidade dos dons Divinos, um só é o Espírito Santo, autor deles; e passa
a mostrar esta verdade por meio de um paralelo tirado do corpo humano: assim
como cada membro do corpo e cada órgão têm a sua função peculiar, ainda que
todos tenham por princípio um e o mesmo espírito (a Alma) que dirige a um fim
harmônico as diversas partes e suas atividades – de modo análogo acontece
também na igreja de Deus".
A revelação do reino de deus se d´[a diariamente
nas almas capazes de recebe-la
“O reino do Cristo”- escreve
Frederic Sanders no seu livro In The Power of The
Infinite:
“O reino do Cristo não jaz em alguma região
longínqua; o reino de Deus não é condicionado por tempo e espaço. Muitos pensam
que a vida terrestre com o seu sofrimento e as suas angústias, seja um estágio
preliminar para a vida eterna e que o homem deva suportar as misérias desta
vida até que soe a hora da libertação. Entretanto o reino dos céus ficará
distante enquanto nós o considerarmos distante. E, contudo, é agora mesmo que
vivemos no reino de Deus, e não há nenhum outro mundo. Somente o nosso
consciente obscurecido é que nos torna cegos para as glórias do mundo
espiritual, no qual vivemos. O homem, que tem a permanente consciência da
presença de Deus, vive agora mesmo na harmonia do seu reino, numa atitude
interna inatingível pelas vicissitudes dos fenômenos externos.
Não podemos descrever a um surdo as belezas da
música, nem podemos dar a um cego, ideia das cores- e da mesma forma não
podemos fazer compreender as glórias do reino do Cristo a um incrédulo que não
as tenha experimentado pessoalmente. Da cadeia e do alcance dos seus próprios
pensamentos tece o homem dia a dia o seu céu e o seu inferno.
Céu e inferno não são estados futuros que nos
esperem depois da morte. A morte não modifica em nada o estado do homem; e os
chamados mortos não estão mais perto de Deus do que os vivos. A morte não
representa a transição para um estado perfeito e definitivo. A disposição do
espírito de um defunto continua a ser a mesma após morte que foi durante a vida
terrestre.
A revelação do
reino de Deus se dá diariamente nas almas capazes de recebê-la; e cada
pensamento espiritual acelera o advento universal do reino de Deus sobre a face
da terra”.
Resumo do estudo
feito pela obra do filosofo Huberto Rodhen
Lembrando Gandhi
Em 1939 – oito anos
depois da declaração de independência da Índia e nove anos antes da morte de
Gandhi – disse Einstein:
“um condutor de seu
povo, não apoiado em qualquer autoridade, um político cuja vitória não se
baseia em astucias, nem técnicas de política profissional, mas unicamente na
convicção dinâmica da sua personalidade; um homem e sabedoria e humildade
dotado de invencível perseverança, que empenha todas as suas forças para
garantir a seu povo uma sorte melhor; um homem que enfrenta a brutalidade da
Inglaterra com a dignidade de um homem simples, e por isso se tornou um homem
superior – futuras gerações dificilmente compreenderão que tenha vivido na
terra, em carne e osso, um homem como este “.
Possivelmente,
daqui a alguns séculos, os homens dirão: Gandhi foi um mito, e não uma personalidade
humana – como disseram de Moises, de jesus e de outros gênios avançados da
humanidade.
FONTE:
Huberto Rodhen seus livros, suas palestras
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