O DUPLO ETÉRICO
O corpo denso organiza-se tendo como fonte
modeladora o períspirito, cujas linhas de força servem, depois, à sua
sustentação.
Já desde os primeiros instantes da
reencarnação, o períspirito do reencarnante, como se sabe, passa a servir de suporte
ao embrião, que se desenvolve graças, em grande parte, aos recursos oriundos do
estoque de energia vital da mãe.
À medida que se desenvolve e se aprimora
fisiologicamente a estrutura corpórea em formação, sob o impulso
automático do períspirito do reencarnante, contingentes de energia vital
(também qualificada como princípio vital), resultado da ação do corpo espiritual
sobre os elementos físicos (EMMANUEL), não só são canalizados à consolidação do
novo organismo, como são aglutinados em uma outra estrutura que vai servir de
verdadeiro reservatório de vitalidade, necessário, durante a vida física, à
reposição de energias gastas ou perdidas. E o chamado duplo eterico.
O duplo eterico parece mais uma duplicação do
corpo físico que do períspirito, propriamente, mas como ele se organizaria simultaneamente,
aglutinando-se no campo ensejado pelo psicossoma, comparece melhor como uma sua
extensão ou revestimento, ainda que em caráter provisório - ao menos, em se tratando
de Espírito encarnado na Terra. (Os termos extensão e revestimento são
aqui aplicados num sentido didático, pois, em verdade, períspirito, duplo eterico
e corpo físico interpenetram-se dinamicamente, distinguindo-se aos olhos dos
Espíritos Superiores por sua qualidade energética e densidade).
Com a desencarnação, essa estrutura se
desintegra com a própria organização física, perdendo, pois, o períspirito, em
grande parte, essa túnica de vitalidade, essencial para o equilíbrio Espírito-corpo.
De feito, segundo se compreende, é através do
duplo eterico, com seus recursos vitais disponíveis - catalogados por ANDRÉ
LUIZ, em seu conjunto, sob a denominação genérica de "emanações
neuropsíquicas”, que os centros de força do períspirito, compondo um
complexo sistema de redes de intercomunicação e interação energética, sustentam
a organização somática, possibilitando que cada célula física receba da
respectiva célula psicossoma, sua matriz anatômica e fisiológica, a energia necessária
à sua sustentação. (Isso, aliás, vem, de certa forma, confirmar o sustentado
pela tradicional doutrina vitalista, segundo a qual, há um princípio
vivificador do organismo material, irredutível ao domínio físico-químico). Daí
a importância fundamental do duplo eterico na conservação da vida orgânica.
"O equilíbrio fisiológico reflete a
harmonia que reina no cosmo," - observa Lacerda de - "e o corpo eterico
tem por função estabelecer a saúde automaticamente, sem interferência da
consciência. Distribuindo as energias vitalizantes pelo corpo físico, ele cuida
para que as funções vitais permaneçam equilibradas e o conjunto corporal
conserve seu equilíbrio harmônico. Promove, assim, as cicatrizações de
ferimentos, a cura de enfermidades localizadas, etc."
(No
ato da desencarnação, segundo inúmeras constatações concordantes entre si, o
duplo eterico, ao se desprender do corpo, pode, às vezes, ficar próximo a este
ou pairar no ambiente, por algum tempo, inclusive depois do sepultamento, até
que, ocorrido o desligamento definitivo, sobrevenha a sua desintegração. O
registro de sua presença por pessoas sensíveis, mas despreparadas, têm gerado
as mais diversas crendices, o que, aliás, não chega a causar estranheza quando
se sabe que até em certos círculos espiritualistas, hipóteses as mais
esdrúxulas são formuladas a respeito).
Tudo indica, a propósito, que a carga de
energia vital contida no duplo eterico condiciona, basicamente, a maior ou menor
longevidade do ser humano, ainda que não possam deixar de ser considerados
fatores como a hereditariedade, as diminutas, mas efetivas reposições de
energia via respiração e alimentação, e outros que possam, eventualmente,
compor o esquema cármico de cada reencarnação.
E como a energia vital
("neuropsíquica") que o duplo eterico retém e distribui a todas as
células, pela ação dos centros vitais, parece guardar relação com o ectoplasma,
pode-se afirmar que a predisposição maior ou menor ao fornecimento deste, para
a produção dos diversos efeitos de cura ou, simplesmente, demonstrativos da
sobrevivência espiritual, diz com a própria quantidade de energia armazenada
pelo duplo eterico.
(Bem possível" - escreve Jorge ANDRÉA -
"que esse campo "é energético forneça boa parte do ectoplasma,
substância que se completaria com outros elementos da organização física, principalmente
o trifosfato de adenosina (ATP) resultante do ciclo bioquímico específico de
Krebs. É preciso que se diga que o ectoplasma, para completar a sua
estruturação, necessita arrecadar substâncias nos reinos da natureza (mineral,
vegetal e animal)".
Entende-se, então, que os médiuns curadores,
em geral, e os aptos à produção de fenômenos ectoplásmicos particularmente ostensivos,
já trazem, em seu duplo eterico, reserva maior de energia.
E se compreende, também, como uma vida na
carne pode, eventualmente, ser prolongada, como mostram inúmeros relatos, bem
conhecidos, aliás, dos espíritas brasileiros. Em caso de necessidade de
prolongamento da vida física, por razões especiais, avaliadas pelos Espíritos
Superiores, surge o revigoramento fisiológico, graças a uma suplementação de
recursos no duplo eterico da pessoa contemplada com tal benefício. E isso
acontece, pelo aproveitamento do ectoplasma fornecido pelas diversas fontes,
devidamente preparado pelos Espíritos responsáveis, para que, por processo dos
mais complexos, possa servir de eficiente suprimento vital.
Uma estreita relação existe, pois, entre o
duplo eterico e o corpo denso. A deficiência de energia em um, repercute diretamente
no outro, com nítida queda de vitalidade. E, ao contrário, o revigoramento do
primeiro resulta na revitalização do segundo.
O duplo eterico ainda deve ser melhor
estudado, mas há evidências de que sua ação pode ser muito mais ampla do que hoje
se admite. Por exemplo, já por constituir, basicamente, um aglomerado de
energia neuropsíquica, no dizer de ANDRÉ LUIZ, tudo indica que seja de
fundamental importância o seu papel nos fenômenos de exteriorização da
sensibilidade, como agente
condutor de estímulos em direção ao sistema nervoso.
Nessa linha, pode também ser lembrado o
fenômeno da insensibilização causada pelos anestésicos químicos ou provocada por
meios outros, como os empregados nas cirurgias espirituais, na acupuntura e nos
próprios processos hipnóticos.
A insensibilidade resultaria de um bloqueio
induzido fisicamente, parcial ou não, localizado ou não, na passagem da energia
do duplo eterico para o corpo, com a possibilidade, inclusive, de um
afrouxamento dos próprios liames perispiríticos, que, no caso de anestesia
geral, poderia até favorecer o seu desprendimento.
Um outro efeito que mostraria bem a relação
corpo – duplo eterico é o que se verifica em casos de materialização completa, quando,
por exemplo, qualquer agressão ao corpo materializado repercute imediatamente no
corpo denso do médium, chegando, às vezes, a produzir ferimentos ou marcas
dolorosas. Nesses fenômenos de repercussão, o fluxo do ectoplasma, do duplo eterico
do médium ao psicossoma do Espírito em materialização, revestindo-o e
possibilitando-lhe expressão física, pode também, servir de via aos estímulos
oriundos de eventuais ofensas à forma
materializada, produzindo os efeitos citados
no corpo do médium que, de resto, a energia vital que sustenta o universo
celular é a que também diz com o ectoplasma.
Esses efeitos, aliás, lembram os fenômenos de
estigmatização, em que o duplo eterico do médium é influenciado portais ações
mentais que a fisiologia se altera, tecidos podem se romper, feridas aparecer e
o sangue fluir, para, passado o momento de influenciação, restabelecer-se o
estado de normalidade anátomo-fisiológica, com o pleno equilíbrio períspirito
-duplo eterico - corpo.
Em verdade, praticamente todos os chamados
efeitos físicos, magnificamente definidos no sistema kardeciano, por dependerem,
basicamente, do ectoplasma, guardam relação com o duplo eterico, cujas
propriedades e funções são ainda muito pouco conhecidas.
O duplo eterico - também denominado campo ou
corpo vital, corpo ou campo eterico, corpo ou duplo etéreo, biossoma, corpo
ódico, corpo bioplásmico, etc. - é conhecido desde épocas remotas (os hindus já
o designavam como prânamâyakosha, veículo de prana), passando a ser, desde o
início do século, alvo da atenção de renomados cientistas europeus.
Entre os autores, em geral, as informações ou
estudos a respeito têm sido escassos - ainda que, nos últimos tempos, tenham surgido,
em maior número, títulos que tratam do tema.
Mas, já por falta de maiores informações
mediúnicas – e os Espíritos, obviamente, sabem das razões -, já por se tratar
de assunto em plena investigação, a verdade é que, a rigor, ainda não se
estabeleceu concordância desejável em torno de matéria tão importante como
essa.
Os clássicos, em grande parte, ativeram-se a
uma conceituação ampla do períspirito, usando, inclusive, às vezes, a expressão
"duplo etéreo", para designar o corpo espiritual.
Nos tempos atuais, entre os espíritas,
começou-se a prestar mais atenção à existência de tal estrutura, principalmente
depois que o Espírito pela mediunidade de Francisco Cândido XAVIER trouxe
notícias a respeito.
Deveras, em comentário acerca de um trabalho
mediúnico, o assunto foi assim enfocado pelo notável Instrutor Espiritual: "Com
o auxílio do Supervisor, o médium foi convenientemente exteriorizado. A
princípio, seu períspirito ou corpo astral' estava revestido com os eflúvios
vitais que asseguram o equilíbrio entre a alma e o corpo de carne, conhecidos aqueles,
em seu conjunto, como sendo o 'duplo eterico', formado por emanações
neuropsíquicas que pertencem ao campo fisiológico e que, por isso mesmo, não
conseguem maior afastamento da organização terrestre,
destinando-se à desintegração, tanto quanto
ocorre ao instrumento carnal, por ocasião da morte renovadora.
Em outro local, o celebrado Autor espiritual,
ao tratar da importância da epífise, ensina: “Segregando delicadas energias psíquicas,
a glândula pineal conserva ascendência em todo o sistema endocrínico.
Ligada à mente, através de princípios
eletromagnéticos do campo vital, que a ciência comum ainda não pode identificar,
comanda as forças subconscientes sob a determinação direta da vontade.
Essas e outras informações têm atraído, cada
vez mais, o interesse dos estudiosos para as memoráveis investigações
realizadas pelos metapsiquistas europeus, nas primeiras décadas do século.
Com efeito, Albert de antigo diretor da Escola
ROCHAS, Politécnica de Paris e o grande pioneiro da Metapsíquica experimental,
Hector Hyppolite destacado DURVILLE, BARADUC, estudioso
da força vital e da fotografia das formas-pensamentos construtor do
revolucionário Biômetro de Baraduc, para o registro das emanações energéticas
do corpo humano, L. Charles Charles Gustave LE FRANC, LANCELIN, RICHET Ernesto
e outros destacados homens de ciência, com suas pesquisas e obras, dando passos
gigantescos para o seu tempo, contribuíram notavelmente para o conhecimento da
natureza espiritual do homem.
Os experimentos de ROCHAS, DURVILLE, BARADUC,
LANCELIN e LEFRANC, especialmente, repercutem até hoje e servem,
indubitavelmente, de estímulo para novos avanços. Operando com sujeitos {"passivos")
de alta sensibilidade, que eram levados a estados profundos de hipnose, e
apoiando-se, como método de controle, em videntes comprovadamente idôneos e em
outros sujeitos, igualmente hipnotizados, examinando, ainda,
as correlações existentes entre os resultados
que eram obtidos por outros grupos ou por intermédio de outros sujeitos, com
assistentes também diferentes, esses cientistas conseguiram detectar uma outra
estrutura, a destacar-se do corpo físico como um "fantasma
exteriorizado"? (DE ROCHAS teria sido o pioneiro a conseguir tal
exteriorização, relatando suas experiências na célebre obra "L'Extériorisation
de la Sensibilité" – Exteriorização da Sensibilidade.
Hector DURVILLE, em particular ("Le Fantôme
des Vivants"), depois de sucessivas experiências, concluiu que esse
fantasma, ligado ao corpo por um cordão de substância mui tênue, era portador
da sensibilidade do sujeito em transe. Lembrando as teorias existentes a
respeito de duplos, denominou-o corpo ódico ou duplo eterico. (Consta
que, prosseguindo em
suas investigações, DURVILLE teria chegado a
verificar que um outro fantasma, permanecendo, de sua vez, ligado a
este, também se exteriorizava do primeiro, por um cordão fluídico. Estimulando
essas formações, segundo as indicações dos assistentes, teria constatado que a
luminosidade e a sensibilidade do primeiro fantasma teriam passado para o
segundo, aceitando, Hippolyte BARADUC chegou a fotografar sua mulher e seu
filho no momento em que, respectivamente, desencarnavam, verificando na chapa
uma espécie de nuvem luminosa pairando sobre os corpos inanimados. (Mais tarde,
então, a ideia de que se tratava do corpo astral, citado, já, por outros
pesquisadores).
Essas experiências vinham confirmar descrições
anteriores de médiuns célebres, como Frederica Hauffe (1801-?), a célebre Vidente
de Prevorst, Daniel Douglas HOME (1833-1886), Eusápia Paladino (1854-1918) e
tantos outros. E há, aliás, passagens particularmente notáveis, como a citada
pelo Dr. Justinus KERNER (1786-1862), que se tornou famoso pelos trabalhos feitos
com Frau Hauffe. Antecipando revelações, e referindo-se ao
"princípio de vitalidade nervosa", informava a médium que “por meio
dessa substância, a alma entrava em relação com o corpo e o corpo com o
mundo", asseverando mais: “Por esse intermediário, os Espíritos que se
acham em uma esfera média são colocados em condições de atrair a si materiais
atmosféricos que lhes conferem o poder de se fazer ouvir dos vivos, de
interromper as leis da gravidade ou de mover objetos inertes. Quando uma pessoa
morre em estado de grande pureza, não arrasta consigo nada do 'princípio de vitalidade
nervosa'; é por isso que os Espíritos felizes, que não estão impregnados dessa
vitalidade nervosa, não podem aparecer aos vivos nem deles se fazer ouvir, nem os
tocar."
Após as investigações empreendidas pelos
metapsiquistas citados, experiências surgiram que lhe conferiram maior valor
ainda.
(WATTERS explicaria que a fotografia dessa
nuvem luminosa, que se formava durante a desencarnação, era possível, porque,
segundo observou, aderia a íons infinitamente pequenos, provocando, assim, um rastro
suscetível de ser registrado).
Relata BOZZANO que no "Instituto de
Investigações Psicológicas”, fundado pelo Dr. William Bernard Johnson, em Reno,
Nevada (EUA), importantes experimentos foram levados a efeito por equipe
comandada pelo Dr. WATTERS, daquela instituição, em torno da existência de um
"duplo" do corpo. Na ocasião, com base em sugestão da Professora
GASKEL (autora
de " What is Life?"- "Que
é a Vida?"), foram realizadas experiências com insetos e pequenos animais,
alcançando-se resultados realmente surpreendentes. A Professora GASKEL sustentava que "os
átomos físicos
que constituem o organismo de qualquer
criatura viva, são interpenetrados por um elemento vital, uma certa
vida, aos quais se deve a organização dos seres vivos. Essa nova unidade ou
essência, não possuindo as propriedades físicas do átomo, não entraria nas
combinações atômicas e, consequentemente, não poderia formar combinações
químicas, mas permaneceria intra e infra-atômica e, na hora da morte, se
desprenderia do sistema atômico que ela havia organizado e vitalizado."
E na citada obra, a cientista convidava seus
colegas, físicos e químicos, que dispunham de laboratório, "para
procederem a experiências cruciais sobre esta questão, consistindo em provocara
morte e aplicar, ao mesmo tempo, métodos aptos para medir, registrar e
assinalar, por qualquer modo, a 'quantidade de vida' que teoricamente deveria
escapar-se de um organismo vivo (isto é, de um sistema atômico) durante a crise
da morte."
Aceitando a ideia, o Dr. WATTERS e seus colaboradores,
partindo do princípio de que, havendo um "elemento vital", seria
possível fotografá-lo, imaginaram métodos e aparelhos minuciosamente descritos (Boletim
do Instituto, outubro, 1933), "graças aos quais, os experimentadores
efetivamente conseguiram obter fotografias de formas fantasmais bem definidas,
determinadas por algo que se separa do corpo no momento da morte. Essas formas
reproduziam exatamente o corpo físico do qual emanavam."
Embora trabalhando com pequenos seres vivos,
os resultados foram altamente significativos. Por exemplo, trabalhando comum
"grilo dos campos", e um equipamento fotográfico, acionado no momento
de sua morte, conseguia registrar a "presença de um grilo-fantasma superposto
ao cadáver do inseto". Resultados como este foram, também, obtidos com
ratos e rãs.
GASKEL teria feito suas experiências
empregando principalmente a câmara de Wilson, construída originalmente para o
exame da ionização de gás por meio de raios X e de minerais radioativos.
Com a citada câmara, foi possível bem observar
como uma névoa se desprendido animal moribundo, tomando a conformação de seu
corpo.
"O que de mais sugestivo há nas
experiências em apreço" -observa- "reside neste fato: quando os experimentadores,
no fim de certas experiências, conseguiram restituir avida ao animalzinho
'eterizado', verificaram que a chapa fotográfica não fora impressionada. Ao
contrário, quando a chapa havia fixado o fantasma fluídico do animalzinho
morto, os experimentadores se esforçavam em vão para restituir a vida ao animal
sacrificado, para o que nunca deixaram de recorrer a injeções de
adrenalina."
Ao final, os experimentadores chegaram à
convicção deque "durante a crise da morte do corpo físico escapava um 'corpo
espiritual', inferindo, logicamente, que aquilo que se verifica nos animais
pertencentes às formas inferiores da vida, deve evidentemente verificar-se
também nas formas superiores da vida, inclusive a espécie humana, e que os
mesmos resultados devem ser obtidos, o que parece incontestável
Experiências semelhantes foram relatadas por
Raoul MONTANDO. Tais pesquisas, informa J. Herculano PIRES, encontram-se minuciosamente
descritas no capítulo "Sobrevivência Animal". "Várias fotografias
batidas com filmes sensíveis à luz infravermelha, de grupos de gafanhotos e
insetos mortos com éter, revelavam ao lado dos animais mortos uma sombra
semelhante ao corpo morto, enquanto ao lado dos que não haviam morrido, mas
estavam em estado letárgico, não aparecia a mesma sombra”, observa o Autor.
Nesse capítulo, aliás, como lembra Herculano
PIRES, reportando-se a fotografias ocasionais ou conseguidas em sessões
mediúnicas experimentais, "os anais espíritas apresentam impressionante
volume de casos significativos, cercados de todos os recursos de garantia da
autenticidade do fenômeno."
Nos tempos atuais, por sua inegável
importância, ainda repercutem as experiências realizadas pelos russos, a partir
das descobertas do casal Kirlian, relativas à fotografia de alta frequência. Na
década de 60, cientistas dedicados às pesquisas.
Evidentemente, o duplo eterico de pequenos ou
grandes animais liga-se
a uma protoestrutura perispirítica, retro
mencionada.
sobre os fenômenos de bioluminescência,
revelados pela câmara Kirlian (e elas aconteciam em diversas universidades e institutos
soviéticos), fizeram importante descoberta. Fotografando uma folha de uma
planta, num campo elétrico de alta frequência, constatavam que, além de uma
luminescência que aparecia ao redor de suas bordas, uma aura faiscante e
colorida existia, espalhada por toda extensão da folha, uma "massa de
luzes cintilantes”, mostrando "aqui e ali, clarões vívidos e
brilhantes". Cortando,
a seguir, uma parte dessa mesma folha, o
padrão de energia de toda a folha permanecia inalterado, como se a folha
permanecesse inteira! Ficava, assim, evidente que o "fantasma" do
pedaço cortado continuava emitindo energia.
Pouco depois, como informam Sheila OSTRANDER e
Lynn SCHROEDER - as citadas jornalistas e pesquisadoras americanas, que
visitaram a Bulgária, a Checoslováquia e a então União Soviética, estudando,
especialmente, os programas de pesquisas que se desenvolviam em Alma-Ata, na
conceituada Universidade de Kirov, do Estado de Casaque, Cazaquistão -, biologistas,
bioquímicos e biofísicos, acoplando um imenso microscópio
ao equipamento dos Kirlian, viram, “na silenciosa descarga de alta frequência",
o duplo vivo de um organismo vivo em movimento, aparentando uma espécie de
“constelação elementar, semelhante ao plasma, feita de elétrons
e prótons ionizados, excitados, e
possivelmente de outras partículas”, não aparecendo, porém, como constituído só
de partículas, e mostrando ser todo um organismo unificado, atuando como
unidade e, como tal, emitindo "os próprios campos eletromagnéticos
“representando "a base de campos biológicos".
"Em 1968," - anotam as
pesquisadoras, citando fontes certas- "os Drs. Inyushin, V. Grishchenko,
N. Vorobev, N. Shouiski, N. Fedorova e F. Gibadulin anunciaram o seu descobrimento:
todas as coisas vivas - plantas, animais e seres humanos- possuem não só um
corpo físico, constituído de átomos e moléculas, mas também um corpo
energético equivalente, a que
dão o nome de 'Corpo do Plasma
Biológico."
A ideia, aliás, da existência de um bioplasma
sustentador dos processos biológicos, não era nova entre os russos. Segundo
INYUSHIN, já em 1944, seu colega V. S. Grishchenko,7 antes mencionado, levantou
a hipótese de sua presença nos organismos vivos, parecendo, até, ser um "quarto
estado da matéria existente nos seres vivos Experiências que se seguiram
mostraram que, quando cortada parte do corpo físico de um ser vivo, "o
corpo bioplasmático subsiste, inteiro e claramente visível num campo de alta frequência
que, também, quando "o corpo energético desaparece, a
planta ou o animal morre."
Concluíram, então, os cientistas, que a bioluminescência
visível nas fotografias de Kirlian "é causada pelo bioplasma e não pelo
estado elétrico do organismo." O que leva a conjeturar7 Informa Carlos
1MBASSAHY: "Medindo com aparelhos espectrográficos, estes cientistas
chegaram à conclusão de que o que definia a fecundidade da mulher não era
somente sua capacidade biológica, mas, ainda, um campo estranho às suas
entranhas e que lá se instalava, preparando-a ao engravidamento.
Sem ele, o processo não se realizaria.”.
Obviamente, esse campo já diz com o períspirito
em si que se a aura registrável por meio da Kirliangrafia pode ser semelhante
ao chamado efeito corona (campo eletromagnético apresentado por todo
corpo que contenha energia - visível, às vezes, e até fotografável - e
entendido como produto de radiações puramente físicas), como já anotado, esse
efeito não seria, todavia, produzido só pela energia do corpo biológico em si,
mas, principalmente - como evidenciam as experiências com estruturas vivas,
tiradas algumas de suas partes -, pelo dinamismo ínsito ao duplo eterico,
também de natureza física, sustentado, naturalmente, pelas forças fundamentais
do períspirito (ouda proto-estrutura psicossômica, nos reinos infra-hominais),
oque, representa, em si, sem dúvida, tema fascinante e desafiador, decisivo que
é para o conhecimento dos princípios essenciais
que regem a Vida.
Registre-se que os pesquisadores da antiga
União Soviética trabalharam muitas vezes com o momento da morte. "Por ocasião
da morte do corpo físico de uma planta ou de um animal, os russos viram
fagulhas e clarões do corpo bioplasmático arremessando-se, pouco a pouco, ao
espaço, nadando para longe e desaparecendo.
Gradativamente se dissipava toda e qualquer luminescência
proveniente da planta ou do animal mortos. Entrementes, detectores a distância
do campo biológico continuavam a detectar campos de força pulsantes do corpo
morto."
(Esses
resultados obtidos pelos cientistas soviéticos guardam relação com os
alcançados pelos suecos, a partir de 1972.
Relata, a propósito, Carlos de Brito
IMBASSAHY, fato constatado por uma equipe sueca, em um desses aparentes acasos
que abrem novas portas para o Conhecimento:
" Trabalhava com um moribundo no
qual havia instalado um espectrógrafo com um dispositivo de dinamómetro acoplado
a um osciloscópio, para as devidas leituras.
O osciloscópio registra as variações
do campo orgânico, idêntico ao que as UTI e CTl dispõem, a fim de localizar
avida do paciente; o dinamómetro mede a variação do peso do campo
gravitacional, no caso, o da pessoa em quem se tenha instalado a aparelhagem.
Examinando os registros, o que se pôde
notar é que, exatamente, no momento do trespasse, o paciente perdeu um campo
cujo peso correspondia a 2,2 dam (decagrama-força), contudo, o campo
bioenergético declinante que estava sendo detectado pelo osciloscópio,
continuava se mostrando ativo no cadáver."
"Com isso, evidenciam-se duas coisas
consecutivas: o dito campo de vida abandonou o corpo no momento do desencarne,
mostrando que ele independe das funções celulares orgânicas que continuam
ativas no corpo sem vida, e incapazes de o dotarem dela como ocorria antes.
" Essas
investigações russas e suecas, nos momentos de morte, aliadas a informações e
resultados alcançados por outros pesquisadores estudiosos, sugerem que, na
desencarnação, como desligamento do períspirito, grande parte da energia vital contida
no corpo eterico ainda permanece no cadáver, liberando-se pouco a pouco - e, às
vezes, antes de diluir-se, adensando-se em suas proximidades; uma parcela
reintegra-se, desde logo, no Todo, e uma outra parte permanece com o próprio períspirito,
que o utiliza, em sua interação com o meio, enquanto necessário. Esse
contingente de plasma físico que permanece agregado ao períspirito, em
maior ou menor quantidade, de acordo com a evolução do Espírito, se dilui à
medida que a alma se sensibiliza e se distancia das necessidades físicas.
Mas ao lado das pesquisas realizadas pelos
cientistas suecos e do extinto bloco soviético, impõe-se não deslembrar, por
sua indiscutível importância, as já mencionadas experiências de Harold Saxton
BURR, e seus colaboradores, entre os quais, F. S.C. NORTHRUP e Leonard J.
RAVITZ, em torno da provável existência de campos eletrodinâmicos vinculados
às organizações biológicas.
A propósito, revela Guimarães ANDRADE, após meticulosa
pesquisa que, já em 1935, portanto, antes das descobertas do casal Kirlian,
BURR e NORTHRUP já publicavam um artigo em que tratavam de uma teoria
eletrodinâmica da vida sugerindo "que os seres vivos devem ser considerados
sob o ponto de vista eletrodinâmico. Depois disso, inúmeros trabalhos foram
publicados por BURR e seus colegas, apresentando resultados que apontavam
firmemente a favor da mencionada teoria eletrodinâmica da vida, atraindo
centenas de comunicações da classe científica, valorizando o seu esforço.
O relato mais completo dessas investigações
foi publicado em 1972, com a edição da obra "Blueprint for
Immortality", em que BURR "explica minuciosamente os métodos
usados para a obtenção de medidas dos campos elétricos, por ele previstos e
encontrados em todos os seres vivos, desde as bactérias, sementes, ovos,
vegetais, animais e até em seres humanos", informa o Prof. ANDRADE.
Outros cientistas teorizaram a respeito desses
campos de força, detectados fisicamente - entre eles, na França, J. Berhier, e na
Inglaterra, J. W. Campbell e G. D. Wassermann, que os denominou campos M
(de morfogênese), referindo-se ao ser humano, e campos B (de "behavior"),
aludindo ao comportamento animal -, todavia a tese de BURR e seus colegas,
mesmo porque baseada em dezenas de anos de experiências, mostrando a efetiva
existência dos campos vitais ("fields oíaíe"), é a que mais
alcança repercussão, atraindo o justo respeito do mundo científico.
Essas investigações todas dizem da existência
de uma estrutura com inúmeros pontos (projeção do corpo espiritual), em que o
fluxo de energia vital surge mais acentuado. A respeito, opina Jorge ANDRÉA:
"Seria um campo de energias muito
mais desenvolvido que o da zona física, cujo trabalho e estrutura mais avançada
permitiria orientação e proteção nos esquemas fisiológicos das células, tecidos
e órgãos. Portanto, a zona que assim se revela, não seria propriamente o períspirito,
mas consequência
de suas irradiações e mesclagem com
aquelas da matéria.
Esta zona de energias esfuziantes,
mesmo após a morte do indivíduo, quando o próprio períspirito já se deslocou
coma organização espiritual do corpo físico, por algum tempo ainda persiste
como resultado da existência de uma zona intermediária, entre períspirito e
matéria - o duplo eterico - com tendência a desaparecer também, tal qual
acontece com o processo de cadaverização das
células físicas. Entretanto, o tempo necessário para a dissolução do duplo eterico
não estaria relacionado ao das células físicas; suas variações estariam ligadas
à evolução do ser. "
Em conclusão, as informações já disponíveis
asseguram a existência de um campo energético mais adensado, servindo de
ligação entre as estruturas perispirítica e somática, interpenetrando-se com
ambas. Esse campo - o chamado duplo ou corpo eterico - é o grande aglutinador
de energia vital e sustenta o corpo físico sob o influxo das forças oriundas do
corpo espiritual,
mostrando inúmeros pontos, dos quais, emana a
energia vital, que, por sua qualidade, é mais detectável que a energia perispirítica,
força matriz, propriamente.
Esses pontos energéticos - que podem ser
relacionados com os pontos de acupuntura e outros -, por sua disposição, formam
microcentros de força vital (os "campos de vida"), os quais, todavia,
apenas refletem o comando dos núcleos energéticos do períspirito, regidos pelos
sete grandes centros vitais, já citados; mesmo porque - cumpre ter presente
- o duplo eterico só existe em função da sustentação perispirítica.
FONTE:
Períspirito – Zalmino Zilmmermann]
"Nos Domínios da Mediunidade".
Jorge ANDRÉA,
"Correlações Espírito-Matéria”
REVISTA INTERNACIONAL DE ESPIRITISMO
Hernani Guimarães
ANDRADE. "Morte, Renascimento, Evolução - Uma Biologia
Transcendental"
XAVIER, Francisco Cândido. ANDRÉ
"Nos Domínios da Mediunidade".
Missionários da luz
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