sexta-feira, 30 de outubro de 2020

MENSAGEM RECEBIDA POR DIVALDO PEREIRA FRANCO EM SALVADOR EM 1967

 

MENSAGEM RECEBIDA POR DIVALDO PEREIRA FRANCO EM SALVADOR EM 1967 QUE TRANSFORMOU-SE EM LIVRO, E MATERIA DE ESTUDO.

 

Além da Morte chegam, sem solução de continui­dade, as imensas caravanas de emigrantes da Terra. Procedentes dos mais variados rincões do Orbe, trazem estampados no espírito os sinais vigorosos que lhes refletem os últimos instantes no veículo ce­lular.

Aportam no grande continente da Erraticidade, conduzindo a bagagem dos feitos acumulados duran­te o trânsito pelo mundo das expressões físicas.

Nem anjos nem demônios, mas homens que eram, homens que continuam.

A desencarnação não lhes modificou hábitos nem costumes, não lhes outorgou títulos nem conquistas, não lhes retirou méritos nem realizações. Cada um se apresenta como sempre viveu. Não ocor­re milagre de transformação para os que atingem o grande porto...

Raros despertam com a consciência livre, após a inevitável travessia. A incontável maioria, vinculada atrozmente às sensações animalizantes, se jugula às lembranças daquilo em que se comprazia, e se de­mora, desditosa, em bandos, quais salteadores en­louquecidos, pervagando em volta do domicílio car­nal, até que a Lei Excelsa os recambie ao renascimen­to.

Muitos, quais doentes em processo de convales­cença de longo curso, são recolhidos a Colônias Espi­rituais, que abnegados missionários do amor e da ca­ridade ergueram nas proximidades do planeta, onde se refazem e retemperam as forças gastas, para re­começar, reaprender e exercitar a ascensão aos pla­nos mais felizes.

Da mesma forma que na Terra enxameiam as afei­ções intercessórias, além da morte não cessam as ma­nifestações do amor em intercâmbio contínuo, esta­belecendo os fortes laços da proteção e do socorro. O amor em todo lugar é a alma do Universo — ma­nifestação de Deus.

Mesmo os Espíritos calcetas, inveterados perse­guidores da paz de muitos outros Espíritos — infeli­zes que são em si próprios, espalhando, por isso, a infelicidade de que se encontram possuidos — não estão esquecidos do auxílio divino pelos mensagei­ros abnegados que por eles velam, que os assistem e amparam. Em toda parte e sem cessar, o devotamento dos bons reflete a paternal providência divina. Morrer, longe de ser o descansar nas mansões celestes ou o expurgar sem remissão nas zonas in­fernais, é, pura e simplesmente, começar a viver...

Evidentemente que as dimensões do céu, ou do inferno sem o caráter ad aeternitatem, encontram o seu correspondente em regiões aflitivas onde as cons­ciências empedernidas se depuram para futuros re­nascimentos na organização física em que se reajus­tam e se recompõem; ou estâncias de luz onde se comprazem e se reúnem os heróis anônimos do de­ver, os missionários dos labores humildes que passa­ram ignorados, os sacerdotes do trabalho aparente­mente desvalioso, os pais, irmãos e amigos ricos de abnegação desinteressada, os mantenedores do bem e da ordem, prosseguindo no programa de incessan­te evolução...

Após a disjunção celular, a consciência comanda o Espírito e o peso específico das vibrações, por afini­dade, se encarrega de fixar cada um no quadro das necessidades evolutivas.

Não faltam, todavia, aqueles que, na Terra, obje­tam e recalcitram em torno de tais afirmações.

Não temos, porém, a pretensão de convencer este ou aquele aprendiz da vida em experiência liber­tadora. Todos os que se demoram no plano físico defron­tarão agora ou mais tarde as realidades espirituais e aprenderão de visu pelo processus da própria evolu­ção, retificando opiniões, disciplinando observações, experimentando...

A morte a todos os aguarda e a vida é a grande resposta a todos os enigmas. Preparar-se para esses imperiosos acontecimen­tos é tarefa inadiável, que ninguém pode desconsi­derar.

Pensando nisso, a nossa irmã Otília, em páginas que endereça à sua filha, ainda envolta nos tecidos da carruagem física, reúne apontamentos da sua ex­periência pessoal, que agora apresentamos em letra de forma, guardando a esperança de, com essas nar­rativas, oferecer advertências e considerações — con­siderações e advertências, aliás, que vêm sendo re­petidas desde os primórdios dos tempos e que, no Evangelho como na Codificação Kardequiana, atin­gem sua mais vigorosa expressão — aos que trafegam desatentos ou àqueles que buscam consolação e alen­to na Doutrina dos Espíritos.

A missivista não teve em mente apresentar novi­dade, considerando mesmo que novidade é tudo aqui­lo que alguém ignora, já que, “nada há de novo sob a luz do sol”, sendo a revelação sempre a mesma atra­vés das idades, surgindo hoje e ressurgindo amanhã, com aspecto, caráter e roupagens novas.

Existem aqui e além-mar, em letras portuguesas e estrangeiras, excelentes informações sobre a vida além da morte. Muito se disse e muito se dirá ainda. Faz-se necessário, no entanto, repetir, divulgar, acos­tumar os homens às questões espirituais.

A experiência da nossa mensageira desencarna­da foi individual, e a colheita que é sempre pessoal, pode, entretanto, sugerir lições e ensejar abençoa­das meditações ao leitor interessado.

Em um momento sequer desejou a amiga espiri­tual fazer obra de literatura, por motivos facilmente compreensíveis. Ditou estas páginas nas sessões hebdomadárias do Centro Espírita Caminho da Reden­ção, entre os meses de março de 1958 e agosto de 1959, na sua quase totalidade em presença daquela a quem foram dirigidas.

A mensagem consoladora e clara das Vozes do Céu tem regime de urgência e, ante as perspectivas atraentes do amanhã com Jesus, formulamos votos de paz com as nossas sinceras escusas àqueles Espí­ritos valorosos, perspicazes e estudiosos que, certa­mente, não encontrarão aqui o de que necessitam para sedimentação da cultura ou ampliação do conhe­cimento. Exorando ao Senhor que nos abençoe a todos, dis­cípulos sinceros que buscamos ser de Jesus Cristo, sou a servidora,

FONTE:

Joanna de Ângelis

Divaldo Pereira Franco

(Otília Gonçalves)

Salvador, 17 de julho de 1967.

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