A
SEGUNDA VINDA
A
“segunda vinda” de Cristo é uma transformação de consciência. Não se apegue a
uma única palavra, você pode substituir “Cristo” por presença, se achar mais
significativo. Cristo é a essência de Deus dentro de nós ou o nosso Eu
interior, como às vezes é chamado no Oriente.
A única
diferença entre Cristo e presença é que Cristo remete à nossa existência divina
sem se importar se estamos ou não conscientes dela, ao passo que a presença
significa a nossa divindade vigilante ou a essência de Deus.
Se
admitirmos que não há passado nem futuro em Cristo, poderemos esclarecer muitos
mal-entendidos e falsas crenças sobre Ele. Dizer que Cristo foi ou será é uma
contradição. Jesus foi. Foi um homem que viveu há dois mil anos e exerceu a sua
divina presença, a sua verdadeira natureza. Suas palavras foram: “Antes que
Abraão existisse, Eu sou.” Ele não disse: “Eu já existia antes de Abraão ter nascido,
” Isso significaria que Ele ainda estaria dentro da dimensão do tempo e da
identidade da forma.
As palavras
“Eu sou” utilizada em uma frase que começa no tempo passado indicam uma mudança
radical, uma descontinuidade na dimensão temporal. É uma afirmação, ao estilo zen,
de uma grande profundidade. Jesus tentou transmitir diretamente, e não através
de divagações, o significado de presença, de auto realização.
Ele
foi além da dimensão da consciência governada pelo tempo e penetrou no domínio
da eternidade. Foi assim que a dimensão da eternidade surgiu neste mundo. A
eternidade não significa tempo sem fim, mas sim tempo nenhum. Assim, o homem
Jesus se tornou o Cristo, um veículo de pura consciência.
E
qual é a própria definição de Deus na Bíblia? Será que Deus disse: “Eu fui e
sempre serei? ” Claro que não. Isso teria conferido realidade ao passado e ao
futuro. Deus disse: “EU SOU O QUE SOU.” Aqui não existe o tempo, só a presença.
A “segunda vinda” do Cristo é uma transformação da consciência humana, uma
mudança do tempo para a presença, do pensamento para a consciência pura, e não
a chegada de algum homem ou de alguma mulher.
Se “Cristo”
estivesse para chegar amanhã, revestido de alguma forma externa, o que ele ou
ela poderia nos dizer além do seguinte: “Eu sou a Verdade. Eu sou a Divina
Presença. Eu sou a Vida Eterna. Estou dentro de você. Estou aqui. Eu sou o
Agora.
Nós somos aqueles que nós mesmos estávamos esperando, diz uma famosa oração dos índios
americanos Hopi, e essa mensagem ecoa em palavras mais
recentes como as do filósofo indiano Bhagwan Shree Rajneesh, o Osho (1931-1990),
cuja visão sobre a crise mundial está numa coleção recente de
seus discursos no livro “It’s All About Change” (2014). Já faz 31 anos que Osho
não está mais entre nós, mas a crise que ele fala está, e cada vez mais forte:
e se está, de certa maneira deixamos estar ou mesmo apoiamos estar, demos algum
tipo de suporte a ela — como tolerância passiva, por exemplo.
“Retire
seu apoio“, ele
sugere.
E como
estamos às vésperas de uma celebração religiosa e cultural importante, talvez
seja importante fazer uma conexão com visões como a de Eckhart Tolle sobre o
que é essa “nova Terra” ou nova consciência. “A ‘segunda vinda’ de Cristo é
uma transformação da consciência“, ele diz. “Uma mudança do tempo para a
presença, do pensamento para a consciência pura, e não a chegada de algum homem
ou de alguma mulher”, completa Eckhart, em “O Poder do Agora”. Sob essa
perspective, é mais fácil compreender o que seria a ressurreição deste mesmo
Cristo.
Segue o
texto do Osho:
“O futuro
não deveria ser só uma esperança e uma oportunidade: essa são apenas
palavras vis. O futuro deveria ser absolutamente nosso — deveria ser um futuro
dourado. Vivemos com a ideia de um passado dourado — que nunca foi dourado! Mas
podemos criar um futuro que é um futuro dourado. Agora é um grande momento.
Podemos conseguir um mundo. Essa crise é uma crise dourada, porque as
pessoas mudam apenas sobre nessas condições de estresse profundo. Enquanto a
situação é tolerável, as pessoas vão tolerá-la — mas agora estamos em um ponto
onde a situação não é tolerável. Não há mais tempo para criar comissões e
relatórios. Os problemas são muito simples. Tem apenas que ficar claro para
toda a humanidade que esses problemas são nossa criação, e que você ainda está
criando-os. Uma grande consciência tem que ser espalhada: ‘Esses são os
problemas que estamos apoiando. Retire seu apoio’. E alguns passos práticos
devem ser tomados… por exemplo, se alguém quer ser um cidadão do mundo, as
Nações Unidas deveriam fornecer passaportes de cidadão do mundo, sem conexão
com qualquer nação. Apenas alguns pequenos passos podem ter um grande impacto
imediatamente, eles vão criar uma atmosfera. Essa crise tem sido criada por religiões
e nacionalidades, e chegou ao ponto onde não pode mais existir.
Se algo
tem que ser feito para o futuro, agora é a hora. Ou senão a maior evolução de
consciência no universo vai desaparecer — e essa não é apenas uma perda da
terra, mas do universo inteiro. Em um milhão de anos fomos capazes de
criar alguma possibilidade para a consciência. Mas agora não temos tempo para
esperar a natureza se desenvolver vagarosamente. Ela tem a eternidade, mas nós
não. Se vamos resolver o futuro e dissolver os problemas, temos que olhar para
as raízes no passado. É nosso passado inteiro, em todas as suas dimensões, que
trouxe essa perigosa situação — e ninguém fala sobre isso, porque nenhuma
geração passada se preocupou sobre o futuro. O homem sempre viveu do jeito que
queria, e forçou cada nova geração a viver da mesma maneira. Isso não é mais
possível. Temos que dar o salto quântico — e ensinar à nova geração a não viver
da mesma maneira que vivemos. Só então o futuro pode ser mudado”.
E a hora é
agora; pois estamos em transição planetária; os tempos chegaram.
FONTES:
MAP-Aline
Osho, (Osho
media Internacional, 2014
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