A CRISE EXISTENCIAL DO
HOMEM MODERNO
“Outrora, havia o homem
perdido o eu caminho – hoje, porém, ele perdeu o seu próprio endereço...
Tem-se dito que o grande problema
moderno é a educação da juventude. Não é bem exato - há um problema ainda maior. O grande
problema, ou melhor, a crise mais dolorosa do homem moderno é a crise
existencial – o homem de hoje sofre duma caótica frustração existencial. Não
sabe mais o seu destino, qual a finalidade da sua existência, e nega até a
existência de uma finalidade. O homem moderno perdeu a noção da sua
existencialidade. Escritores e filósofos proclamam abertamente que a vida
humana não tem finalidade alguma; O homem é um simples joguete do acaso.
Nascer, viver e morrer acontecem-nos à toa, assim como a existência acontece a
um cogumelo que nasce e morre num monturo; dar uma finalidade à vida humana,
dizem eles, é procurar num quarto escuro um gato preto que não existe; é
perder-se num matagal de misticismos e mistificações.
Ora, se a vida humana não
tem destino algum nem finalidade, o melhor é gozar o que se pode gozar, evitar
as coisas desagradáveis – e desaparecer no vácuo donde surgimos.
Diz Einstein:
“O progresso da ciência e
técnica é certamente uma coisa maravilhosa, e eu não cairei na suspeita de ser
inimigo desse progresso. Mas a ciência não nos pode indicar nenhuma meta certa,
nem pode sequer justificar todo esse esforço, não pode fornecer ao homem
nenhuma finalidade certa da sua existência terrestre. Essa certeza da
finalidade da nossa existência vem da creação de valores dentro de nós mesmos;
mas do mundo dos fatos não conduz nenhum caminho para o mundo dos valores –
estes vêm de outra região”.
O mundo dos fatos é o
mundo do ego, de que se ocupa a instrução; o mundo dos valores é o mundo do Eu,
que é o escopo da educação.
Em quase todos os países
do mundo, sem excetuar o nosso Brasil, o mundo dos valores é quase totalmente
negligenciado; sofre de uma atrofia calamitosa, enquanto o mundo dos fatos está
literalmente hipertrofiado.
Esse pavoroso
desequilíbrio provocou a crise da frustração existencial.
Os profetas e
clarividentes de todos os tempos preveem uma catástrofe universal para o ocaso
do terceiro milênio- (está acontecendo agora). Essa tragédia não outra
coisa senão o resultado natural do desenvolvimento desequilibrado da nossa
humanidade.
Disse Lao Tsé no livro Tao Te King (2600
ANOS)
O sábio não deseja o supérfluo
Puro egoísmo é quando os soberanos vivem
em suntuosos palácios,
Enquanto nos campos jazem desertos, e os
seus celeiros vazios.
Puro egoísmo é ostentar roupagens
luxuosas, enfeitar-se com joias,
E ufanar-se de armas.
Empanturrar-se de iguarias, encher-se de
bebidas inebriantes,
Acumular tesouros –
Latrocínio é tudo o que o homem faz à
custa dos outros.
Tudo isto contradiz ao espírito do Tao.
ERA
UMA VEZ UM HOMEM FELIZ
A ideia
de que o carpinteiro Galileu foi o maior sofredor da humanidade, o rei das
dores, é completamente errônea.
Como
podia um homem tão rico ser um pobre sofredor?
Se
jamais passou pela terra um homem plenamente feliz, então foi certamente esse
jovem operário de Nazaré. Os seus sofrimentos físicos, no espaço de 33 anos,
não somam 15 horas. E todos esses sofrimentos foram voluntários, previstos,
provocados por amor – nenhum deles lhe foi imposto compulsoriamente.
Mas....
Os seus sofrimentos morais?... A incompreensão dos seus discípulos e a
ingratidão dos homens?
Quando
um homem abraça um grande ideal, por amor, aceita, de antemão todos os espinhos
que se ocultam entre rosas; nada o surpreende, nada o decepciona, nada o leva à
frustração. As sombras fazem parte do grande mosaico da sua missão, bem como as
luzes...
Quem
convida a humanidade a aderir a um grande sofredor, que sucumbiu vítima de seus
inimigos, afasta os homens do seguimento do Cristo.
Mas,
quem convida a humanidade a se alistar sob a bandeira do homem mais poderoso e
feliz do mundo, esse apela para o que há de melhor e de mais nobre no coração
do homem...
“Se
temos fé apenas no Jesus crucificado, e não no Jesus redivivo, vã é a nossa fé,
vã é a nossa pregação, e somos os mais deploráveis de todos os homens” (Paulo
de Tarso).
Era uma
vez um homem... O Filho de Deus...
E esse
homem viveu uma vida divinamente humana – e humanamente divina...
Fonte:
ROTEIRO
CÓSMICO e EDUCAÇÃO DO HOMEM INTEGRAL
Huberto Rohden
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