terça-feira, 29 de junho de 2021

ONDAS, CORRENTES E CIRCUITOS

 

ONDAS, CORRENTES E CIRCUITOS

Para estabelecermos a ligação entre os circuitos elétrico e mediúnico é preciso recordar alguns conceitos importantes.

Falamos muito em vibração, mas para melhor compreendê-la é preciso tomarmos a imagem do pêndulo em funcionamento. Seguiremos aqui o roteiro do professor C. Torres Pastorino, por julgá-lo bastante didático.

No pêndulo distinguimos:

a.     O momento de repouso ou de equilíbrio, quando ele se acha exatamente na vertical;

b.     Os pontos máximos atingidos ao movimentar-se.

A partir daí, reconhecemos que a vibração pode ser:

·        Simples: percurso de um ponto máximo A ao outro ponto máximo A.

·        Dupla: constituída de ida e volta (de A a A e de Aa A)

A esta vibração dupla chamamos oscilação.

O tempo de uma oscilação, medida em segundos, é conhecido como período. Para que essa medida seja bastante precisa, costumamos dividir a oscilação em quatro partes, denominadas fases.

Podemos ver a primeira fase (de A a B); a segunda fase (de B a A); a terceira fase (de A a B); e a quarta fase (de B a A).

·        Frequência: número de oscilações executadas durante um segundo. Quanto maior o número de oscilações, mais alta ela é; quanto menor, mais baixa.

Como exemplo, podemos dizer, que uma fonte que executa dez oscilações em um segundo, tem baixa frequência; se realiza dez mil oscilações em um segundo, tem frequência alta.

Chamamos ciclos o número de oscilações (ou frequência) contadas ao passar por determinado ponto, durante um segundo.

A oscilação (frequência ou vibração) caminha de um lado para outro, constituindo a onda. Nesta, há que se considerar a amplitude, ou a força da onda, medida pela distância maior ou menor de subida e descida numa linha média; é, em outras palavras, o tamanho da oscilação.

Dizemos que a onda tem baixa amplitude, quando as oscilações são pequenas; ao contrário, tem alta amplitude, quando as oscilações são grandes.

Há ainda que se considerar o comprimento da onda que é a distância entre duas oscilações. Para que essa medida seja uniforme, deve-se medir a distância entre duas cristas consecutivas. Compreendendo-se como crista o ponto máximo de uma oscilação.

Para medirmos o comprimento de onda utilizamos o metro, no caso das mais longas, e o angström no das mais curtas. Para se ter ideia da pequeníssima medida que é o angström, basta lembrar que um milímetro tem dez milhões de angström.

Devemos, para o nosso estudo, lembrar dos seguintes tipos de onda:

v Ondas Longas: são todas as superiores a 600 metros de comprimento. Caminham ao longo da superfície terrestre e têm pequeno alcance.

v Ondas Médias: são as de comprimento entre 150 e 600 metros.

Caminham em parte ao longo da superfície, mas ultracurtos, em processos ainda inacessíveis à observação comum, enquanto que a mente humana se exterioriza por meio de oscilações curtas, médias e longas. Para atingir estados mais elevados, a criatura humana terá que passar por situações consideradas extraordinárias, como no caso das emoções profundas, das dores muito intensas, das concentrações laboriosas, das súplicas aflitivas, quando, então, a sua mente emitirá raios muito curtos ou de imenso poder transformador, próximos dos raios gama.

Podemos ver, que esses raios muito curtos são medidos em angströms e têm um alto poder de penetração.

Pudemos remeter vocês a alguns instantes sublimes da obra de André Luiz, relatados na primeira parte, quando Espíritos iluminados, como Cipriana e Matilde, triunfam sobre as trevas e transformam corações empedernidos, utilizando-se tão-somente da emissão desses raios super-ultra-curtos, nascidos das profundezas de suas almas alcandoradas, conseguindo dinamitar de forma suave e definitiva a couraça do mal em que se envolviam, seus tutelados.

 

CIRCUITO ELÉTRICO E MEDIÚNICO

Chamamos corrente elétrica ao deslocamento da massa elétrica, através de um fio condutor.

Quando a intensidade e o sentido da propagação da corrente são invariáveis, dizemos que acorrente é contínua ou direta.

Quando a intensidade e o sentido variam periodicamente, obedecendo ao movimento de vai-e-vem temos a corrente alternada.

Também na mediunidade, podemos ter uma corrente contínua ou direta, nos casos de passividade absoluta, quando a corrente mediúnica caminha tão-somente do Espírito comunicante para o médium. Do mesmo modo, podemos ter corrente alternada, quando o médium age, com seu pensamento, sobre o Espírito comunicante. Nos casos de manifestação de entidades sofredoras, através da corrente alternada, a mente do médium poderia auxiliar na doutrinação. Mas, essa corrente alternada também pode explicar o grau de interferência do médium na comunicação recebida.

Denominamos circuito elétrico o conjunto de aparelhos onde se pode estabelecer uma corrente elétrica. O gerador é a parte interna do circuito; os demais aparelhos constituem o circuito externo.

Na verdade, gerador elétrico é o aparelho que realiza a transformação de uma forma qualquer de energia em energia elétrica.

Fechar um circuito é efetuar a ligação que permite a passagem da corrente elétrica; abrir é interromper essa corrente. Para realizar essas operações, utilizamo-nos de uma chave.

Vejamos a analogia que André Luiz faz entre circuito elétrico e mediúnico: “Aplica-se o conceito de circuito mediúnico a extensão do campo de integração magnética em que circula uma corrente mental, sempre que se mantenha a sintonia psíquica entre os seus extremos ou, mais propriamente, o emissor e o recepto.

O circuito mediúnico, dessa maneira, expressa uma vontade-apelo e uma vontade-resposta, respectivamente, no trajeto ida e volta, definindo o comando da entidade comunicante e a concordância do médium, fenômeno esse exatamente aplicável tanto a esfera dos Espíritos desencarnados, quanto â dos Espíritos encarnados, porquanto exprime conjugação mental. Para a realização dessas atividades, o emissor e o receptor guardam consigo possibilidades particulares nos recursos do cérebro, em cuja intimidade se processam circuitos elementares do campo nervoso, atendendo a trabalhos espontâneos do Espírito, como sejam, ideação, seleção, autocrítica e expressão.

Para que a corrente elétrica se mantenha, é preciso que o circuito esteja fechado, isto é, que o interruptor esteja ligado. No circuito mediúnico, para que a corrente mental permaneça em circulação, é também necessário que esse circuito se mantenha fechado, o que vale dizer que a entidade comunicante tenha o pensamento constante de aceitação ou adesão do médium em constante equilíbrio. Se o médium se mostrar desatento, a corrente de associação mental não se articula”.

 

RESISTÊNCIA, INDUTÁNCIA E CAPACITÂNCIA

Quando se aplica a mesma diferença de potencial entre os extremos de duas barras, uma de cobre e outra de madeira, as correntes resultantes são muito diferentes. Nesse caso, é relevante a característica do condutor chamada resistência.

Qualquer condutor de eletricidade opõe uma resistência à passagem da corrente. Esta varia segundo diversos fatores: material de que é composto o condutor, temperatura, características do fio etc.

André Luiz lembra: Resistência é a propriedade que assinala o gasto de energia elétrica no circuito, como provisão de calor, correspondendo à despesa de atrito em mecânica.

Igualmente no circuito mediúnico, a resistência significa a dissipação de energia mental, destinada à sustentação de base entre o Espirito comunicante e o médium.

E o médico desencarnado ressalta um outro fator importante a ser analisado:

No circuito elétrico, indutância é a peculiaridade através da qual a energia é acumulada no campo magnético provocado pela corrente, impedindo-lhe a alteração, seja por aumento ou por diminuição. Uma vista da indutância, quando a corrente varia, aparece na intimidade do circuito determinado acréscimo de força, opondo-se à mudança, o que faz dessa propriedade uma característica semelhante ao resultado da inércia em mecânica. Se o circuito elétrico em ação sofre abrupta solução de continuidade, o efeito em estudo produz uma descarga elétrica, cujas consequências variam com a intensidade da corrente, de vez que o circuito, encerrando bobinas e motores, caracteriza-se por natureza profundamente indutiva, implementos esses que não devem ser interrompidos de chofre e cujos movimentos devem ser reduzidos devagar, único modo de frustrar o aparecimento de correntes extras, suscetíveis de determinar fechamentos ou rupturas desastrosas para os aparelhos de utilização.

Também no circuito mediúnico verifica-se a mesma propriedade, ante a energia mento-eletromagnética armazenada no campo da associação mental, entre a entidade comunicante e o médium, provocada pelo equilíbrio entre ambos, obstando possíveis variações. Em virtude de semelhante princípio, se aparece alguma alteração na corrente mental, surge nas profundezas da conjugação mediúnica um certo aumento de força, impedindo a variação. Se a violência interfere criando mudanças bruscas, a indutância no plano mental determina uma descarga magnética, cujos efeitos se hierarquizam, conforme a intensidade da integração em andamento.

Não é difícil compreender as explicações de André Luiz, quando a gente se lembra que o circuito mediúnico envolve implementos do períspirito e dos tecidos celulares complexos, tanto no plano físico quanto no espiritual, mostrando-se fortemente indutivo, não devendo ser submetido a interrupções intempestivas.

Todo o cuidado é pouco para impedir a formação de extracorrentes magnéticas, capazes de operar desajustes e perturbações físicas, perispiríticas e emocionais, de resultados imprevisíveis para o médium e para a entidade em processo de comunicação.

Na primeira parte estudamos casos em que o Espírito obsessor não pôde ser retirado de forma abrupta ou violenta, sob pena de causar sérias perturbações para as duas consciências em conúbio. Temos, como exemplo, o caso Odila-Zulmira, de Entre a Terra e o Céu, com importantes ensinamentos para os doutrinadores e estudiosos da mediunidade, em geral.

No circuito elétrico, há ainda outra característica a ser considerada: a capacitância. Através dela, pode-se dar acúmulo de energia no campo elétrico, energia essa que acompanha a presença da voltagem, semelhante ao efeito da elasticidade em mecânica. Temos, assim, os capacitores ou condensadores - aparelhos que guardam energia no campo eletrostático do circuito. Com eles, armazena-se energia elétrica durante a carga que depois é restituída ao circuito, por ocasião da descarga.

Esses aparelhos são construídos de modo que tenham, intercalados, corpos bons condutores de eletricidade e material isolante (dielétrico). O fato de não se tocarem entre si os condutores, faz com que a corrente, mesmo não passando de um a outro, provoque a criação, entre eles, de um campo elétrico.

Há condensadores fixos e variáveis. Os primeiros recebem e emitem energia num só comprimento de onda, sem selecioná-las.

As variáveis têm a possibilidade de selecionar os diversos comprimentos de onda, de acordo com a maior ou menor superfície de campo, estabelecido pelas placas. O exemplo conhecido de condensador variável é o que existe no radio receptor, que utilizamos comumente.

André Luiz faz a natural correlação com o circuito mediúnico. Nesse caso, capacitância exprime a propriedade pela qual se verifica o armazenamento de recursos espirituais no circuito, recursos esses que correspondem a sintonia psíquica.

Isso ocorre, especialmente, nas tarefas mediúnicas para fins nobres, quando é sempre necessária a formação de um circuito em que cada médium permanece subordinado ao tradicional Espírito-guia ou determinado orientador da Espiritualidade.

No livro Nos Domínios da Mediunidade, André Luiz descreve na cabeça de Ambrosina um pequeno funil de luz, aparelho magnético ultrassensível, através do qual permanecia em contato com o responsável pela obra espiritual, Gabriel.

Seria uma espécie de capacitor do além.

Formou-se, assim, uma faixa pela qual a médium e o dirigente associam-se intimamente. O desenvolvimento mais amplo das faculdades mediúnicas exige essa providência, principalmente, tendo em vista a missão de que o médium se acha investido para ampliar o socorro à coletividade humana.

Enfim, um mandato mediúnico reclama ordem, segurança e eficiência, para se efetivar.

Nessa passagem, temos perfeitamente descrita a ligação Chico-Emmanuel e o extraordinário mandato de amor que o médium desenvolveu neste século, em 70 anos de abençoada mediunidade, que se comemora a 8 de julho de 1997.

Notas

Técnicas da Mediunidade

Fundamentos da Física

Mundo Maior

Nos Domínios da Mediunidade

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