terça-feira, 1 de junho de 2021

ENCONTRO CONTIGO

 

ENCONTRO CONTIGO

Quantas vezes te encontras com teus amigos? E nunca te encontra contigo mesmo? Não com o teu ego externo – sim com o teu eu interno.

O encontro com o teu centro resolveria os problemas das tuas periferias. O encontro com a tua alma resolveria os problemas da tua mente e do teu corpo. Marca, cada manhã cedo, um encontro com a tua alma. Longe de todos os ruídos da tua mente e do teu corpo. Isola-te em profundo silencio e solidão. Esvazia-te de tudo o que tens e serás plenificado pelo que és. Faze do teu ego uma total vacuidade e serás plenificado pelo Eu divino. Onde há uma vacuidade acontece uma plenitude; é esta maravilhosa matemática do universo. Entra, cada manhã, num grande silencio, num silencio pleni consciente. No silencio da presença. No silencio da plenitude. Abre os teus canais rumo a fonte cósmica e as aguas vivas do universo fluirão através dos teus canais. E nunca mais te sentiras frustrado, angustiado, infeliz. Esse encontro com o teu centro de energia beneficiara todas as periferias da tua vida diária. Até os trabalhos mais prosaicos te parecerão poéticos.

E as pessoas antipáticas te serão simpáticas. Nenhuma injustiça te fara injusto. Nenhuma maldade te fara mau. Nenhuma ingratidão te fara ingrato. Nenhuma amargura te fara amargo. Nenhuma ofensa te fara ofensor nem ofendido. E estenderas o arco-íris da paz sobre todos os dilúvios das tuas lagrimas. Se te encontrares contigo mesmo...

Isola-te numa hora de profundo silencio e solidão. Mais tarde, serás capaz de estar a sós contigo em plena sociedade, no meio da tua atividade profissional. E então terás resolvido definitivamente o problema da tua vida terrestre. O mundo de Deus não te afastara mais do Deus do mundo.

 

Meus caros amigos. Recebi tuas felicitações - muito obrigado.
Atingi o "vértice da pirâmide" - dizes...

Enchi de mil conhecimentos o espírito - é verdade...

Cinge-me a fronte o laurel de doutor - sou acadêmico.; entretanto, - não me iludo... Quase todo o humano saber - é crer...

Nossa ciência - é fé...

Creio no testemunho dos historiadores - porque não presenciei o que referem...

Creio na palavra dos químicos e físicos – porque admito que não se tenham enganado nem me queiram enganar...

Creio na autoridade dos matemáticos e astrônomos - porque não sei medir uma só das distâncias e trajetórias siderais.

Tenho de crer em quase todas as teses e hipóteses da ciência – porque ultrapassam os horizontes da minha capacidade de compreensão.
Creio até nas coisas mais quotidianas - na matéria e na força que me circundam.

Creio em moléculas e átomos, em elétrons e prótons - que nunca vi...

Creio nas emanações do rádium e nas partículas do hélium - enigmas ultramicroscópicos.
Creio no magnetismo e na eletricidade – esses mistérios de cada dia.

Creio na gravitação dos corpos siderais – cuja natureza ignoro. Creio no princípio vital da planta e do animal - que ninguém sabe definir.

Creio na própria alma - esse mistério dentro do Eu.

Não te admires, meu amigo, de que eu, formado em ciências naturais, creia piamente em tudo isto...

Admira-te, antes de que haja quem afirme só admitir o que compreende - depois de tantos atos de fé quotidiana.

O que me espanta é que homens que vivem de atos de crença descreiam de Deus - "por motivos científicos".

Homem! Tu, que não compreendes o artefato - pretendes compreender o Artífice?

Que Deus seria esse que em tua inteligência coubesse?

Um mar que coubesse numa concha de molusco ainda seria mar?

Um universo encerrado num dedal - que nome mereceria? O Infinito circunscrito pelo finito - seria infinito?

Convence-te, ó homem, desta verdade: só há duas categorias de seres que estão dispensados de crer: os da meia-noite - e os do meio-dia...

As trevas noturnas do irracional - e a luz meridiana da Divindade...

O insciente - e o onisciente...

Aquele por incapacidade absoluta - este absoluta perfeição...

O que oscila entre a treva total do insciente e a luz integral do onisciente – deve crer...

Deve crer, porque a fé se move nesse mundo crepuscular, equidistante do vácuo e da plenitude, da meia-noite e do meio-dia...

FONTE:

Livro “De Alma para Alma”, de Huberto Rohden

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