ENCONTRO CONTIGO
Quantas vezes te
encontras com teus amigos? E nunca te encontra contigo mesmo? Não com o teu ego
externo – sim com o teu eu interno.
O encontro com o
teu centro resolveria os problemas das tuas periferias. O encontro com a tua alma
resolveria os problemas da tua mente e do teu corpo. Marca, cada manhã cedo, um
encontro com a tua alma. Longe de todos os ruídos da tua mente e do teu corpo.
Isola-te em profundo silencio e solidão. Esvazia-te de tudo o que tens e serás
plenificado pelo que és. Faze do teu ego uma total vacuidade e serás
plenificado pelo Eu divino. Onde há uma vacuidade acontece uma plenitude; é
esta maravilhosa matemática do universo. Entra, cada manhã, num grande silencio,
num silencio pleni consciente. No silencio da presença. No silencio da
plenitude. Abre os teus canais rumo a fonte cósmica e as aguas vivas do
universo fluirão através dos teus canais. E nunca mais te sentiras frustrado,
angustiado, infeliz. Esse encontro com o teu centro de energia beneficiara todas
as periferias da tua vida diária. Até os trabalhos mais prosaicos te parecerão
poéticos.
E as pessoas
antipáticas te serão simpáticas. Nenhuma injustiça te fara injusto. Nenhuma
maldade te fara mau. Nenhuma ingratidão te fara ingrato. Nenhuma amargura te
fara amargo. Nenhuma ofensa te fara ofensor nem ofendido. E estenderas o arco-íris
da paz sobre todos os dilúvios das tuas lagrimas. Se te encontrares contigo
mesmo...
Isola-te numa
hora de profundo silencio e solidão. Mais tarde, serás capaz de estar a sós
contigo em plena sociedade, no meio da tua atividade profissional. E então terás
resolvido definitivamente o problema da tua vida terrestre. O mundo de Deus não
te afastara mais do Deus do mundo.
Meus caros amigos.
Recebi tuas felicitações - muito obrigado.
Atingi o "vértice da pirâmide" - dizes...
Enchi de mil
conhecimentos o espírito - é verdade...
Cinge-me a fronte o
laurel de doutor - sou acadêmico.; entretanto, - não me iludo... Quase todo o
humano saber - é crer...
Nossa ciência - é
fé...
Creio no testemunho
dos historiadores - porque não presenciei o que referem...
Creio na palavra
dos químicos e físicos – porque admito que não se tenham enganado nem me
queiram enganar...
Creio na autoridade
dos matemáticos e astrônomos - porque não sei medir uma só das distâncias e
trajetórias siderais.
Tenho de crer em
quase todas as teses e hipóteses da ciência – porque ultrapassam os horizontes
da minha capacidade de compreensão.
Creio até nas coisas mais quotidianas - na matéria e na força que me circundam.
Creio em moléculas
e átomos, em elétrons e prótons - que nunca vi...
Creio nas emanações
do rádium e nas partículas do hélium - enigmas ultramicroscópicos.
Creio no magnetismo e na eletricidade – esses mistérios de cada dia.
Creio na gravitação
dos corpos siderais – cuja natureza ignoro. Creio no princípio vital da planta
e do animal - que ninguém sabe definir.
Creio na própria
alma - esse mistério dentro do Eu.
Não te admires, meu
amigo, de que eu, formado em ciências naturais, creia piamente em tudo isto...
Admira-te, antes de
que haja quem afirme só admitir o que compreende - depois de tantos atos de fé
quotidiana.
O que me espanta é
que homens que vivem de atos de crença descreiam de Deus - "por motivos
científicos".
Homem! Tu, que não
compreendes o artefato - pretendes compreender o Artífice?
Que Deus seria esse
que em tua inteligência coubesse?
Um mar que coubesse
numa concha de molusco ainda seria mar?
Um universo
encerrado num dedal - que nome mereceria? O Infinito circunscrito pelo finito -
seria infinito?
Convence-te, ó
homem, desta verdade: só há duas categorias de seres que estão dispensados de
crer: os da meia-noite - e os do meio-dia...
As trevas noturnas
do irracional - e a luz meridiana da Divindade...
O insciente - e o
onisciente...
Aquele por
incapacidade absoluta - este absoluta perfeição...
O que oscila entre
a treva total do insciente e a luz integral do onisciente – deve crer...
Deve crer, porque a
fé se move nesse mundo crepuscular, equidistante do vácuo e da plenitude, da
meia-noite e do meio-dia...
FONTE:
Livro “De Alma para Alma”, de Huberto Rohden
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