domingo, 20 de junho de 2021

PEDRO

 

PEDRO

Procuramos esclarecer a respeito da afirmativa de Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16:16).

Procuramos interpretar o sentido das palavras de Jesus: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mt 16:18).

A inspiração de Pedro

Chegando Jesus ao território de Cesaréia de Filipe, interrogou aos discípulos: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem? Disseram: Uns, afirmam que é João Batista; outros, que é Elias, outros, ainda, que é Jeremias ou um dos profetas. Então lhes perguntou: e vós quem dizeis que eu sou? Disseram: Uns, afirmam que é João Batista; outros, que é Elias, outros, ainda, que é Jeremias ou um dos profetas Jesus. E vós quem dizeis que eu sou? Simão Pedro respondendo disse: “Tu és o Cristo o filho do Deus vivo” Jesus respondeu-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão filho de Jonas, porque não foi carne ou sangue quem te revelaram isso, e sim meu Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus, e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus.

Ao interrogá-los, Jesus deu a entender que eles deveriam se posicionar como observadores atentos. Esta é também a proposta da Doutrina Espírita quando, pela fé raciocinada, que nos fornece seguros padrões de conhecimento impulsionadores da nossa melhoria espiritual.

Participando da ascendência divina como filho de Deus, Jesus, como “Filho do Homem” mostra sua identificação com as faixas de aprendizado dos seres em evolução no Orbe. O Filho do Homem, é, portanto, o exemplo de perfeição a que podemos aspirar. É Espírito portador de evolução humana completa, caracterizada pela angelitude.

Esse texto evidencia que a ideia da reencarnação era corrente à época. Faltava, no entanto, um maior entendimento dos seus processos. A reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de ressurreição. As ideias dos judeus sobre esse ponto, como sobre muitos outros, não eram claramente definidas, porque só tinham noções vagas e incompletas acerca da alma e da sua ligação com o corpo. Acreditavam que um homem que vivera podia reviver, sem saberem precisamente de que maneira o fato poderia se dar.

Designavam pelo termo ressurreição o que o Espiritismo, mais judiciosamente, chama reencarnação. Com efeito, a ressurreição pressupõe o retorno à vida do corpo que já está morto, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já se acham desde muito tempo dispersos e absorvidos. A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo, novamente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo.

Iluminado por inspiração superior, Pedro age como médium perfeitamente associado às forças do bem quando reconhece, em Jesus, o Messias Divino. Coube a Simão Pedro, dentre os demais discípulos, veicular a resposta do Alto, demonstrando, assim, a sua desenvolvida sensibilidade mediúnica:

Simão filho de Jonas. Jesus personifica o apóstolo em sua condição humana, genealógica, estabelecida nas linhas da reencarnação.

Esclarece, porém, em seguida, que não foi a herança genética (“não foi carne nem sangue”) que lhe concedeu condições para identificar o Messias Divino, mas, sim, a sua percepção espiritual que extrapola a matéria.

Pedro demonstra possuir uma soma de recursos psíquicos úteis ao acolhimento da orientação que veio do Alto.

É importante destacar que a frase “tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja” reflete que a construção do Cristianismo não está assentada na pessoa de Simão Pedro, propriamente dita, mas na “pedra”, no sentido de revelação ou de fundamento espiritual, que não se ergue da falibilidade dos conceitos humanos, mas da fé raciocinada, alicerce dos planos imortais da própria revelação de Jesus.

A palavra de Jesus se tornou a pedra angular, isto é, a pedra de consolidação do novo edifício da fé, erguido sobre as ruínas do antigo.

“Ligar” e “desligar” podem se expressar como: o mal escraviza, prende, limita, reduz e degrada o ser humano; o bem liberta, expande, dinamiza, eleva o ser.

A experiência de cada pessoa se efetiva na esteira de vinculações e desvinculações, com ressonâncias de paz ou de sofrimento, segundo a qualificação de que se reveste.

Se a justiça se impõe à revelia do ser, o amor lhe concede a faculdade de “ligar” e “desligar” por meio de pensamentos, palavras e ações.

Havia um clima de contenda entre os discípulos, resultante das características individuais e dos interesses de cada um.

Mesmo entre os apóstolos, nem todos compreenderam, de imediato, a missão de Jesus e quais seriam as consequências do Evangelho nas comunidades judaicas e gentílicas.

Era importante, pois, que o povo, sobretudo os sacerdotes, membros do Sinédrio e mandatários romanos ignorassem, naquele momento, quem de fato era Jesus.

FONTE:

Obsessão e suas máscaras

Dra. Marlene Nobre

Bíblia de Jerusalém

Allan Kardec

Evangelho Segundo o Espiritismo

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