PEDRO
Procuramos esclarecer
a respeito da afirmativa de Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt
16:16).
Procuramos
interpretar o sentido das palavras de Jesus: “Tu és Pedro e sobre esta pedra
edificarei a minha igreja” (Mt 16:18).
A inspiração de
Pedro
Chegando Jesus ao
território de Cesaréia de Filipe, interrogou aos discípulos: Quem dizem os
homens ser o Filho do Homem? Disseram: Uns, afirmam que é João Batista; outros,
que é Elias, outros, ainda, que é Jeremias ou um dos profetas. Então lhes
perguntou: e vós quem dizeis que eu sou? Disseram: Uns, afirmam que é João
Batista; outros, que é Elias, outros, ainda, que é Jeremias ou um dos profetas
Jesus. E vós quem dizeis que eu sou? Simão Pedro respondendo disse: “Tu és o
Cristo o filho do Deus vivo” Jesus respondeu-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão filho
de Jonas, porque não foi carne ou sangue quem te revelaram isso, e sim meu Pai,
que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra
edificarei a minha igreja, e as portas do Hades nunca prevalecerão contra ela. Eu
te darei as chaves do Reino dos céus, e o que ligares na terra será ligado nos
céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus.
Ao interrogá-los,
Jesus deu a entender que eles deveriam se posicionar como observadores atentos.
Esta é também a proposta da Doutrina Espírita quando, pela fé raciocinada, que nos
fornece seguros padrões de conhecimento impulsionadores da nossa melhoria
espiritual.
Participando da
ascendência divina como filho de Deus, Jesus, como “Filho do Homem” mostra sua
identificação com as faixas de aprendizado dos seres em evolução no Orbe. O
Filho do Homem, é, portanto, o exemplo de perfeição a que podemos aspirar. É
Espírito portador de evolução humana completa, caracterizada pela angelitude.
Esse texto
evidencia que a ideia da reencarnação era corrente à época. Faltava, no
entanto, um maior entendimento dos seus processos. A reencarnação fazia parte
dos dogmas dos judeus, sob o nome de ressurreição. As ideias dos judeus sobre
esse ponto, como sobre muitos outros, não eram claramente definidas, porque só
tinham noções vagas e incompletas acerca da alma e da sua ligação com o corpo.
Acreditavam que um homem que vivera podia reviver, sem saberem precisamente de
que maneira o fato poderia se dar.
Designavam pelo
termo ressurreição o que o Espiritismo, mais judiciosamente, chama
reencarnação. Com efeito, a ressurreição pressupõe o retorno à vida do corpo
que já está morto, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível,
sobretudo quando os elementos desse corpo já se acham desde muito tempo
dispersos e absorvidos. A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida
corpórea, mas em outro corpo, novamente formado para ele e que nada tem de
comum com o antigo.
Iluminado por
inspiração superior, Pedro age como médium perfeitamente associado às forças do
bem quando reconhece, em Jesus, o Messias Divino. Coube a Simão Pedro, dentre
os demais discípulos, veicular a resposta do Alto, demonstrando, assim, a sua
desenvolvida sensibilidade mediúnica:
Simão filho de
Jonas. Jesus personifica o apóstolo em sua condição humana, genealógica,
estabelecida nas linhas da reencarnação.
Esclarece, porém,
em seguida, que não foi a herança genética (“não foi carne nem sangue”) que lhe
concedeu condições para identificar o Messias Divino, mas, sim, a sua percepção
espiritual que extrapola a matéria.
Pedro demonstra
possuir uma soma de recursos psíquicos úteis ao acolhimento da orientação que
veio do Alto.
É importante
destacar que a frase “tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”
reflete que a construção do Cristianismo não está assentada na pessoa de Simão
Pedro, propriamente dita, mas na “pedra”, no sentido de revelação ou de
fundamento espiritual, que não se ergue da falibilidade dos conceitos humanos,
mas da fé raciocinada, alicerce dos planos imortais da própria revelação de
Jesus.
A palavra de
Jesus se tornou a pedra angular, isto é, a pedra de consolidação do novo
edifício da fé, erguido sobre as ruínas do antigo.
“Ligar” e
“desligar” podem se expressar como: o mal escraviza, prende, limita, reduz e
degrada o ser humano; o bem liberta, expande, dinamiza, eleva o ser.
A experiência de
cada pessoa se efetiva na esteira de vinculações e desvinculações, com
ressonâncias de paz ou de sofrimento, segundo a qualificação de que se reveste.
Se a justiça se
impõe à revelia do ser, o amor lhe concede a faculdade de “ligar” e “desligar”
por meio de pensamentos, palavras e ações.
Havia um clima de
contenda entre os discípulos, resultante das características individuais e dos
interesses de cada um.
Mesmo entre os
apóstolos, nem todos compreenderam, de imediato, a missão de Jesus e quais
seriam as consequências do Evangelho nas comunidades judaicas e gentílicas.
Era importante,
pois, que o povo, sobretudo os sacerdotes, membros do Sinédrio e mandatários
romanos ignorassem, naquele momento, quem de fato era Jesus.
FONTE:
Obsessão e suas
máscaras
Dra. Marlene
Nobre
Bíblia de Jerusalém
Allan Kardec
Evangelho Segundo
o Espiritismo
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