A CONFISSÃO DE
PEDRO
Mat. 16:13-20
Chegando Jesus ao
território de Cesaréia de Filipe, perguntou aos discípulos: "Quem dizem os
homens ser o filho do homem"? Disseram: "Uns afirmam que é João
Batista; outros, que é Elias; outros, ainda, que é Jeremias, ou um dos
profetas". Então lhes perguntou: e vós quem dizeis que eu sou?  Simão Pedro respondendo disse: "Tu és o
Cristo, o Filho do Deus vivo”, Jesus respondeu-lhe: "Bem-aventurado, és
tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne ou sangue que te revelaram isso
e sim meu Pai que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta
pedra edificarei esta "ekklêsia" e as portas do Hades nunca
prevalecerão sobre ela.,. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus e oi que
ligares na terra será ligado nos céus e o que desligares na terra será
desligado nos céus. Em seguida proibiu severamente os discípulos de falares a
alguém que ele era o Cristo.
Marc. 8:27-30
Jesus partiu com
seus discípulos para os povoados de Cesaréia de Filipe; e no caminho perguntou
a seus discípulos: "Quem dizem os homens que eu sou "?  Eles responderam: " João Batista;
outros, Elias; outros, um dos profetas". E vós, quem dizeis que eu sou"?
Pedro Respondeu, disse-lhe: "Tu és o Cristo”. Então proibiu-os severamente
de falar a alguém a seu respeito
Luc. 9:18-21
Certo dia ele orava
em particular, cercado de seus discípulos, aos quais perguntou: “Quem sou eu no
dizer das multidões? ” Eles responderam, João Batista, outros Elias; outros,
porém um dos antigos profetas ressuscitou. "E vós, quem dizeis que eu sou"?
Pedro então Respondeu: "O Cristo de Deus".  Ele, porém, proibiu-lhes severamente anunciar
isso a alguém.
Da margem oriental,
onde se encontrava a comitiva, Jesus parte com seus discípulos para o norte,
"para as bandas" (Mat.) ou "para as aldeias" (Mr.) de Cesaréia
de Filipe. Essa cidade fica na encosta do Hermon, a 4 ou 5 km de Dan, portanto
no limite extremo norte da Palestina. No séc. III A.C., os gregos a consagraram
Paneas, as Ninfas, uma gruta belíssima, em que nasce uma das fontes do Jordão.
Da o nome de Paneas (ainda hoje o local é denominado Banias pelos Árabes) dado
aldeia. No alto do penhasco, Herodes o grande construiu um templo de mármore de
alvinitente esplendor em honra de Augusto; e o tetrarca Filipe, no ano III ou II
A.C.; levantou uma cidade a que denominou Cesaréia, para homenagear o mesmo
imperador. Logo, porém, a cidade passou a ser conhecida como "Cesaréia de
Filipe", para distingui-la da outra Cesaréia da Palestina, porto de mar
criado por Herodes o grande no litoral, na antiga Torre de Straton. A viagem até
lá durava dois dias, beirando-se o lago Merom (ou Houléh); ao chegar aos
arredores de Cesaréia de Filipe, encontraram o ambiente de extrema beleza e
frescor incalculável, que perdura ainda hoje. Verde por toda a parte, a dominar
o vale em redor, com o silêncio das solidões a favorecer a meditação, diante de
uma paisagem deslumbrante e serena; ao longe avistavam-se as águas que partiam
da gruta a misturar-se, ao sul, com o Nahr el-Hasbani  (afluente) e com o Nahr el-Leddan(afluente),
para dar origem ao Jordão. Nesse sitio isolado, entre pagãos, não haveria interferências
de fariseus, de saduceus, nem de autoridades sinedritas ou herodianas. Mateus,
cujo texto é mais minucioso, relata que Jesus fez a pergunta em viagem,
"indo" para lá; Marcos, mais explicitamente declara que a indagação
foi feita "a caminho". Lucas, porém, dá outra versão: mostra-nos
Jesus a "orar sozinho", naturalmente enlevado com a beleza do sítio.
Depois da prece, faz que os discípulos se cheguem a Ele, e então aproveita para
sindicar a opinião do povo (a voz geral das massas) e o que pensam Seus próprios
discípulos a Seu respeito. As respostas apresentam-se semelhantes, nos três sinópticos,
repetindo-se mais ou menos o que foi dito quando se falou da opinião de Herodes
(Mat. 14:2-“ Herodes disse aos seus oficiais. Certamente se trata de João Batista”);
(Marc. 6:14-16-“O rei Herodes ouviu falar dele. Com efeito seu nome se tornara
celebre e diziam. João Batista foi ressuscitado dos mortos e por isso os
poderes operam através dele. Já outros diziam; é Elias; e outros ainda é um
profeta como os outros profetas. Herodes ouvindo essas coisas dizia. É João que
eu mandei decapitar que ressuscitou”); (Luc. 9:7-9-“o tetrarca Herodes, porém
ouviu tudo o que se passava e ficou muito perplexo por alguns dizerem; é João
que foi ressuscitado dos mortos e outros é Elias que reapareceu, e outros
ainda, é um dos antigos profetas que ressuscitou. Herodes porem disse. A João
eu oi mandei decapitar. Quem é esse, portanto, de quem ouço tais coisas? E
queria vê-lo.). Em resumo: 
a) João, o Batista,
crença defendida sobretudo pelo remorso de Herodes, e que devia ter conquistado
alguns seguidores; 
b) Elias, baseada a convicção
nas palavras bastante claras de Malaquias, que não deixam dúvida a respeito da
volta de Elias, a fim de restaurar Israel para a chegada do Messias; 
c) Jeremias,
opinião que tinha por base uma alusão do 2.” Livro dos Macabeus, onde se afirma
que a Arca, o Tabernáculo e o Altar dos Perfumes haviam sido escondidos
pessoalmente por Jeremias numa gruta do Monte Nebo, por ocasião do exílio do
povo israelita (“vs. 5. No momento em
que chegou, descobriu uma vasta caverna, na qual mandou depositar a arca, o
tabernáculo e o altar dos perfumes. Em seguida, tapou a entrada. ”), e por ele mesmo havia sido vedada e
selada a entrada na pedra; a suporem que Jeremias voltaria (reencarnaria) para
indicar o local, que só ele conhecia, a fim de reaver os objetos sagrados. E
isso encontrava confirmação numa passagem do ”IV livro de Esdras (2:18), onde o
profeta escreve textualmente: "Não temas, mãe dos filhos, porque eu te
escolhi, - diz o Senhor - e te enviarei como auxílio os meus servos Isaias e
Jeremias"; 
d) um profeta
(Lucas: "um profeta dos antigos que reencarnou), em sentido lato. Como
grego, mais familiarizado ainda que os israelitas com a doutrina reencarcionista,
explica Lucas com o verbo anestê o modo como teria surgido (re-surgido, anestê)
o profeta. No entanto, É estranhável que não tenham sido citadas as suspeitas tão
sintomáticas, já surgidas a respeito do messianato de Jesus (cfr. Mat. 12:23-“toda
multidão ficou espantada e pôs-se a dizer: não será este o filho de Davi”),
chegando-se mesmo a querer coroá-lo rei (João, 6:14-“ vendo o sinal que ele
fizera, aqueles homens exclamavam.: este é verdadeiramente, o profeta que deve
vir ao mundo!). Não deixa de admirar o silêncio quanto a essas opiniões,
conhecidas pelos próprios discípulos que narram, ainda mais porque, vamos ver, eles
codividiam esta última convicção, entusiasticamente emitida por Pedro logo após.
O Mestre dirige-se
então a eles, para saber-lhes a opinião pessoal: já tinham tido tempo
suficiente para formar-se uma convicção íntima. Pedro, temperamental como
sempre e ardoroso incontido, responde taxativo: - "Tu És o Cristo"
(Marcos) - "Tu És o Cristo de Deus" (Lucas) - "Tu És o Cristo, o
filho de Deus o vivo" (Mateus).
Cristo, particípio
grego que se traduz como o "Ungido", corresponde a
"Messias", o escolhido para a missão de levar ao povo israelita a
palavra física de YHWH. Em Marcos e Lucas, acena para aí, vindo logo a recomendação
para que nada disso seja divulgado entre o povo. 
Em Mateus, porém,
prossegue a cena com três versículos que suscitaram acres e largas controvérsias
desde Épocas remotíssimas, chegando alguns comentaristas até a supor tratar-se
de interpolação. Em vista da importância do assunto, vamos dar especial atenção
a eles, apresentando, resumidas, as opiniões dos dois campos que se digladiam. 
Os católicos-romanos
aceitam esses três versículos como autênticos, vendo neles: 
a) a instituição de
uma "igreja", organização com poderes discricionários espirituais,
que resolve na Terra com a garantia de ser cegamente obedecida por Deus no
"céu"; 
b) a instituição do
papado, representação máxima e chefia indiscutível e infalível de todos os
cristãos, passando esse poder monárquico, por direito hereditário-espiritual,
aos bispos de Roma, sucessores legítimos de Pedro, que recebeu pessoalmente de
Jesus a investidura real, fato atestado exatamente com esses três versículos.
Essa opinião foi combatida com veemência desde suas tentativas iniciais de implantação,
nos primeiros séculos,  se concretizando
a partir dos séculos IV e V por força da espada dos imperadores romanos e dos
decretos (de que um dos primeiros foi o de Graciano e Valentiniano, que em 369
estabeleceu Damaso, bispo de Roma, como juiz soberano de todos os bispos, mas
cujo decreto só foi posto em prática, por solicitação do mesmo Damaso, em 378).
Na época o papa de Roma
era Silvério deposto por Belizário e nomeado Vigilio. Damaso era o antipapa.
Constantinopla tinha o poder e Roma era apenas figurativo.
Essa história de
papas e anti papas é confusa e existe várias listas sem concordância.
O diácono Ursino foi
eleito bispo de Roma na Basílica de São Júlio, ao mesmo tempo em que Dâmaso era
eleito para o mesmo cargo na Basílica de São Lourenço. Os partidários deste,
com o apoio de Vivencio, prefeito de Roma, atacaram os sacerdotes que haviam
eleito Ursino e que estavam ainda na Basílica e aí mesmo mataram 160 deles; a
seguir, tendo-se Ursino refugiado em outras igrejas, foi perseguido
violentamente, durando a luta até a vitória total do "bando contrário".
Ursino, a seguir, foi exilado pelo imperador, e Dâmaso dominou sozinho o campo
conquistado com as armas. 
Abrimos um parênteses porque falamos em Ursino: (Damaso
foi eleito Papa, mas alguns seguidores do anterior Papa Libério, próximos
do Arianismo, consagraram
o diácono Ursino, criando
um Antipapa para
tentar depor Dâmaso I.
Foram
necessários dois anos de lutas sangrentas para que Dâmaso I assegurasse o seu
direito ao papado. As batalhas entre os bandos seguidores dos dois postulantes
foram de tal violência que num único dia de batalha foram recolhidos 137
mortos. Acusado pelos seus adversários de assassinato, Dâmaso I teve que se
defender perante um Tribunal imperial. Porém o imperador Valentiniano I marido de
Teodora apoiava Dâmaso I e ele foi absolvido, enquanto que o seu inimigo
Ursino era desterrado. Teria morrido
envenenado por tramas obscuras da esposa do Imperador, Teodora – existe por aqui uma história de papas e
antipapas que não vem ao caso)
Mas toda a
cristandade apresentou reações a essa pretensão romana, bastando citar, como
exemplo, uma frase de Jeronimo: "Examinando-se do ponto de vista da
autoridade, o universo é maior que Roma (orbis maior est Urbe), e todos os
bispos, sejam de Roma ou de Eufêmio, de Constantinopla ou de Régio, de
Alexandria ou de Túnis, têm a mesma dignidade e o mesmo sacerdócio" (Epistola
146, 1). Alguns críticos (entre eles Grill e Resch na Alemanha e Monnier e
Nicolardot na França, além de outros reformados) julgam que esses três versículos
tenham sido interpolados, em virtude do interesse da comunidade de Roma de
provar a supremacia de Pedro e portanto do bispado dessa cidade sobre todo o
orbe, mas sobretudo para provar que era Pedro, e não Paulo, o chefe da igreja
cristã. Essa questão surgiu quando Marcion, logo nos primeiros anos do II século,
revolucionou os meios cristãos romanos com sua teoria de que Paulo foi o único
verdadeiro apóstolo de Jesus, e, portanto, o chefe inconteste da igreja.
Baseava-se ele nos seguintes textos do próprio Paulo: "Não recebi (o
Evangelho) nem o aprendi de homem algum, mas sim mediante a revelação de Jesus
Cristo" (Gal. 1:12-“pois eu não o recebi nem apendi de algum homem, mas
por revelação de Jesus Cristo”); e mais: "Deus ... que me separou desde o
ventre materno, chamando-me por sua graça para revelar seu Filho em mim, para pregá-lo
entre os gentios, imediatamente não consultei carne nem sangue, nem fui a Jerusalém
aos que eram apóstolos antes de mim" (GÁl.1:15-17-“quando, porém, aquele
que me separou desde o seio materno e me chamou por sua graça, houve por
bem,  revelar em mim seu filho, para que
eu o evangelizasse entre os gentios”)). 
Quem conhece a história
de Pedro e Paulo sabe que Paulo foi chamado na entrada de Damasco após
perseguir e matar inúmeros cristãos e Pedro curava até pela sombra.
E ainda em (Gal.
2:11-13-“mas quando Cefas veio a Antíoquia, eu o enfrentei abertamente, porque
ele se tornara digno de censura) diz que "resistiu na cara de Pedro,
porque era condenado". E na (II. “ Cor. 11:28-“e isto sem contar o mais: a
minha preocupação cotidiana, a solicitude que tenho por todas as igrejas!) Afirma:
"sobre mim pesa o cuidado de todas as igrejas", após ter dito, com
certa ironia, não ser "em nada inferior aos maiores entre os apóstolos"
(2. “ Cor. 11:5) acrescentando que "esses homens são falsos apóstolos,
trabalhadores dolosos, transformando-se em apóstolos de Cristo; não é de admirar,
pois o próprio satanás se transforma em anjo de luz" (2“ Cor. 11:13-14-“esses
tais são falsos apóstolos de Cristo. E não pé de estranhar! Pois o próprio
satanás se disfarça de anjo de luz”). Este último trecho, embora se refira a
outras criaturas, era aplicado por Marcion (o mesmo do "corpo fluídico"
ou "fantasmático") aos verdadeiros apóstolos. Em tudo isso baseava-se
Marcion, e mais na tradição
de que Paulo fora bispo de Roma, juntamente com Pedro. Realmente as listas
fornecidas pelos primeiros escritores, dos bispos de Roma, dizem: 
a) Irineu (bispo
entre 180-190): "Quando firmaram e estabeleceram a igreja de Roma, os bem-aventurados
apóstolos Pedro e Paulo confiaram a administração dela a Lino, de quem Paulo
fala na epístola a Timóteo. Sucedeu-lhe depois Anacleto e depois deste Clemente
obteve o episcopado, em terceiro lugar depois dos apóstolos, etc." (Epíst.
ad Victorem,). Ocorre que Paulo morreu pouco antes de Pedro.
b) Epifânio
(315-403) escreve: "Porque os apóstolos Pedro e Paulo foram, os dois
juntos, os primeiros bispos de Roma" (Panarion, 27, 6). Ora, dizem esses críticos,
a frase do vers. 17 "não foi a carne nem o sangue que te revelaram, mas
meu Pai que está nos céus", responde, até com as mesmas palavras, a (Gálatas
1:12 e 16-“revelar em mim seu filho para que eu o evangelizasse entre os
gentios). 
“Para
organizar nosso estudo, vamos analisar frase por frase”. 
VERS. 18 a - "Também
te digo que tu És Pedro e sobre essa pedra construirei a "Eclésia")
(oi kodomêsô moi tên ekklêsían). O jogo de palavras corre melhor no aramaico,
em que o vocábulo kêphâ (masculino) não varia. Mas no grego (e latim) o
masculino Petros (Petrus, Pedro) é uma criação ad hoc, um neologismo, pois esse
nome jamais aparece em nenhum documento anterior(A Bíblia foi
traduzida para o latim e a igreja de Roma impediu que se tivesse acesso a ela
até o cisma). Mas como a um homem não
caberia o feminino "pedra", foi criado o neologismo. 
Além de João (1:42),
Paulo prefere o aramaico Kêphá (latim Cephas) em 1 Cor. 1:12; 3:22; 9:5; 15:5 e
Gal. 2:14. 
Quanto ao vocábulo
ekklêsía, que foi transliterado em latim Eclésia (passando para o português
"igreja"), temos que apurar o sentido: 
A - Etimológico; (Etimologicamente
ekklêsía é o verbo Kaléô, "chamar, convocar", com o provérbio ek,
designativo de ponto de partida. Tem pois o sentido de "convocação,
chamada geral".)
B - histórico; (
o termo era usado em Atenas desde o século VI a.C.; ao lado da BoulÊ ("concílio",
em Roma: Senado; em Jerusalém: Sinédrio), ao lado da Bols que redigia as leis,
por ser constituída de homens cultos e aptos a esse mister, havia a ekklêsía
(em Roma: Comitium; em Jerusalém: SynagogÊ ), reunião ou assembleia geral do
povo livre, que ratificava ou não as decisões da autoridade. No 5.” séc. A.C.,
sob Clstenes, a ekklêsía chegou a ser soberana; durante todo o apogeu de
Atenas, as reuniões eram realizadas no Pnyx, mas aos poucos foi se fixando no
Teatro, como local especial. Ao tornar-se "cidade livre" sob a proteção
romana, Atenas viu a ekklêsía perder toda autoridade.)
C - Usual; (Na
Época do início do cristianismo, ekklêsía corresponde a sinagoga: "assembleia
regular de pessoas com pensamento homogêneo"; e tanto designava o grupo
dos que se reuniam, como o local das reuniões. Em contraposição a ekklêsía e
synagogê, o grego possua syllogos, que era um ajuntamento acidental de pessoas
de ideias heterogêneas, um agrupamento qualquer. Como sinônimo das duas, havia sinais,
comunidade religiosa, mas que, para os cristãos, foi atribuída mais tarde (cfr.
Orígenes, Patrol. Graeca, vol. 2 col. 2013; Greg. Naz., Patrol Graeca vol. 1
col. 876; e João Crisóstomo, Patrol.Graeca, vol. 7 col. 22). Como
"sinagoga" era termo típico do judaísmo, foi preferido "Eclésia"
para caracterizar a reunião dos cristãos.
D – No Antigo Testamento (No Antigo Testamento
(LXX), a palavra é usada com o sentido de reunião, assembleia, comunidade,
congregação, grupo, seja dos israelitas fiéis, seja dos maus, e até dos espíritos
dos justos no mundo espiritual (Núm. 19, 20; 20:4; Deut. 23:1, 2, 3, 8; Juízes
20:2; 1.º Sam. 17:47; 1.º Reis 8:14,22; 1.º Crôn. 29:1, 20; 2.º Crôn. 1:5; 7:8;
Neem. 8:17; 13:1; Judit 7:18; 8:21; Salmos 22:22, 25; 26:5; 35:18; 40:10; 89:7;
107:32; 149:1; Prov. 5:14; Eccli, 3:1; 15:5; 21:20; 24:2; 25:34; 31:11; 33:19;
38:37; 39:14; 44:15; Lam. 1:10; Joel 2:16; 1.º Mac. 2:50; 3:13; 4:59; 5:16 e
14:19).)
E - No Novo
Testamento. (No Novo Testamento podemos encontrar a palavra com vários
sentidos)
1)
uma aglomeração heterogênea do povo: At. 7:38; 19:32, 39, 41 e Heb. 12:23. 
2)
uma assembleia ou comunidade local, de fiéis com ideias homogêneas, uma reunião
organizada em sociedade, em que distinguimos:
a)
a comunidade em si, independente de local de reunião: Mat. 18: 17 (2 vezes);
At. 11:22; 12:5; 14:22; 15:41 e 16:5; l.“ Cor. 4:17; 6:4; 7:17; 11:16, 18,22;
14:4,5,12,19,23,28, 33,34,35; 2.a Cor. 8:18, 19,23,24; 11:8,28; 12:13; Filip.
4:15; 2.a Tess. 1:4; l.“Tim. 3:5, 15; 5:6; Tiago 5:15; 3.a Jo. 6; Apoc. 2:23 e
22:16. 
b)
a comunidade estabelecida num local determinado, uma sociedade local: Antiquia,
At. 11:26; 13:1; 14:27; 15:3; asiáticas, l.“ Cor. 16:19; Apoc. 1:4, 11, 20 (2
vezes); 2:7, 11, 17, 29; 3:6, 13, 22; Babilônia, 1 Pe. 5:13; Cencréia, Rom.
16.1; Corinto, 1 Cor. 1:2; 2 Cor. 1:1; ˚Éfeso, At. 20:17; Apoc. 2:1; Esmirna,
Apo. 2:8; Filadélfia, Apoc. 3:7; Galícia, 1 Cor. 16.1; Gal. 1:2; dos Gentios,
Rom. 16:4; Jerusalém, At. 5:11; 8:1,3; 12:1; 15:4,22: 18:22; Judéia, At. 9:31;
1 Tess. 2:14; Gal. 1:22; Laodiceia, Col. 4:16; Apoc. 3:14; Macedônia, 2 Cor.
8:1; Pérgamo, Apoc. 2:12; Roma, Rom. 16:16; Sardes, Apoc. 3:1; Tessalônica, 1
Tess. 1:1; 2 Tess. 1:1; Tiatira, Apoc. 2: 18. 
c)
a comunidade particular ou "centro" que se reúne em casa de família:
Rom. 16:5, 23; 1 Cor. 16:19; Col. 4:15; Filmo. 2; 3 Jo. 9, 10.
3)
A congregação ou assembleia de todos os que aceitam o Cristo como Enviado do
Pai: Mat. 16:18; At. 20:28; 1 Cor. 10:32; 12:28; 15:9; Gal.1:13; Ef. 1:22;
3:10,21: 5:23,24,25,27,29,32; Filip. 3:6; Col. 1:18,24; Heb. 2:12 (citação do
Salmo 22:22).
Anotemos, ainda, que
em Tiago 2:2, a comunidade cristã é classificada de "sinagoga". Concluímos
desse estudo minucioso, que a palavra "igreja" não pode ser, hoje, a
tradução do vocábulo ekklêsía; com efeito, esse termo exprime na atualidade.
1)
a igreja católica-romana, com sua tríplice divisão bem nítida de: 
a)
militante (na Terra);
b)
sofredora (no "Purgatório") e 
c)
triunfante (no "céu"); 
2)
os templos em que se reúnem os fiéis católicos, com suas "imagens" e
seu estilo arquitetônico especial.
Ora, na Época de
Jesus e dos primeiros cristãos, ekklêsía não possua nenhum desses dois
sentidos. O segundo, porque os cristãos ainda não haviam herdado os templos
romanos pagãos, nem dispunham de meios financeiros para construi-los. E o
primeiro porque  se conheciam, nessa época,
as palestras de Jesus nas sinagogas judaicas, nos campos, nas montanhas, a
beira-mar, ou então as reuniões informais nas casas de Pedro em Cafarnaum, de
Simão o leproso em Betnia, de Levi, de Zaqueu em Jerusalém, e de outros
afortunados que lhe deram hospedagem por amizade e admiração. Após a crucificação
de Jesus, Seus discípulos se reuniam nas casas particulares deles e de outros
amigos, organizando em cada uma centros ou grupos de oração e de estudo,
comunidades, pequenas algumas outras maiores, mas tudo sem pompa, sem rituais:
sentados todos em torno da mesa das refeições, ali faziam em comum a ceia
amorosa (ágape) com pão, vinho, frutas e mel, "em memória do Cristo e em ação
de graças (eucaristia)" enquanto conversavam e trocavam ideias, recebendo
os espíritos (profetizando), cada qual trazendo as recordações dos fatos presenciados,
dos discursos ouvidos, dos ensinamentos decorados com amor, dos sublimes
exemplos legados  posteridade. Essas
comunidades eram visitadas pelos "apóstolos" itinerantes, verdadeiros
emissários do amor do Mestre. Presidiam a essas assembleias, "os mais
velhos" (presbíteros). E, para manter a "unidade de crena" e
evitar desvios, falsificações e personalismos no ensino legado (não havia
imprensa!) eram eleitos "inspetores" (epíscopoi) que vigiavam a
pureza dos ensinamentos. Essas eleições recaiam sobre criaturas de vida irrepreensível,
firmeza de convicções e comprovado conhecimento dos preceitos de Jesus.
Por tudo isso,
ressalta claro que não É possível aplicar a essa simplicidade despretensiosa
dessas comunidades ou centros de fé, a denominação de "igrejas",
palavra que variou totalmente na semântica. Da termos mantido, neste trecho do
evangelho, a palavra original grega "ekklêsía", já que mesmo sua tradução
"assembleia" não dá ideia perfeita e exata do significado da palavra
ekklêsía daquela Época. Não encontramos outro termo para usar, embora a farta sinonímia
disposição: associação, comunidade, congregação, agremiação, reunião, instituição,
instituto, organização, grei, aprisco (aulê), sintaxe, etc. A dificuldade
consiste em dar o sentido de "agrupamento de todos os fiéis a Cristo"
numa s palavra. Fomos tentados a empregar "aprisco", empregado por
Jesus mesmo com esse sentido (cfr. João, 10:1 -“em verdade, em verdade, vos digo;
quem não entra pela porta do redil das ovelhas, mas sobe por outro lugar, é
ladrão e assaltante e 16 –“tenho anda outras ovelhas que não são deste redil;
devo conduzi-las também; elas ouvirão a minha voz então haverá um só rebanho um
só pastor”, mas sentimos que não ficava bem a frase "construirei meu
aprisco". Todavia, quando ekklêsía se refere a uma organização local de País,
cidade ou mesmo de casa de família, utilizaremos a palavra
"comunidade", como tradução de ekklêsía, porque a correspondência é
perfeita.
VERS. 18 b -
"As portas do hades (pylai hádou) não prevalecerão contra ela". O
hades (em hebraico sheol) designava o hábitat dos desencarnados comuns, o
"astral inferior" ("umbral", na linguagem espiritica) a que
os latinos denominavam "lugar baixo": ínferus ou infernus. Diga-se, porém,
que esse infernus (derivado da preposição infra) nada tem que ver com o sentido
atual da palavra "inferno". Bastaria citar um exemplo, em Vergílio
(En. 6, 106), onde o poeta narra ter Enéias penetrado exatamente as
"portas do hades", inferni janua, encontrando a (astral ou umbral) os
romanos desencarnados que aguardavam a reencarnação (Na revista anual SPIRITVS
- edição de 1964, n.º 1 -, nas páginas 16 a 19, há minucioso estudo a respeito
de sheol ou hades. Edições Sabedoria). O sentido das palavras citadas por
Mateus É que os espíritos desencarnados do astral inferior não terão capacidade
nem poder, por mais que se esforcem, para destruir a organização instituída por
Cristo. A metáfora "portas do hades" constitui uma sinédoque, isto É,
a representação do todo pela parte.
VERS. 19 a - "Dar-te-ei
as chaves do reino dos céus". As chaves constituam o símbolo da
autoridade, representando a investidura num cargo de confiança. Quando Isaias
(22:22-“por-lkhe-ei sobre os ombros a chave da casa de Davi, quando abrir,
ninguém fechará; quando fechar ninguém abrirá) fala da designação de Eliaquim,
filho de Hilquia, para prefeito do palácio, ele diz: "porei sobre seu
ombro a chave da casa de David; ele abrirá e ninguém fechará, fechará e ninguém
abrirá". O Apocalipse (3:7-“ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: assim
diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi; o que abre e ninguém
mais fecha fechando ninguém mais abre”) aplica ao Cristo essa prerrogativa:
"isto diz o Santo, o Verdadeiro, o que tem a chave de David, o que abre e ninguém
fechará, o que fecha e ninguém abrirá". Em Lucas (11:52) aparece uma alusão
do próprio Jesus a essa mesma figura: "ai de vós legistas, porque tomastes
a chave da ciência: vós mesmos não entrastes, e impedistes os que queriam entrar".
Após a metáfora das
chaves, o que se podia esperar, como complemento, era abrir e fechar (tal como
em Isaias, texto que devia ser bem conhecido de Jesus), e nunca
"ligar" e desligar", que surgem absolutamente fora de qualquer sequência
lógica. Aliás É como esperávamos que as palavras foram colocadas nos lábios de
Clemente Romano (bispo entre 100 e 130, em Roma): "Senhor Jesus Cristo,
que deste as chaves do reino dos céus ateu emissário Pedro, meu mestre, e
disseste: "o que abrires, fica aberto e o que fechares fica fechado"
manda que se abram os ouvidos e olhos deste homem" - haper àn anoíxéis
énéôitai, kaì haper àn kleíséis, kéklestai - (Martrio de Clemente, 9,1 - obra
do 3.” ou 4.” sÉculo). Por que a nação teria sido citadas as palavras que
aparecem em Mateus: hò eàn dêséis... éstai dedeménon... kaí hò eàn
lêsêis...éstai lelyménon? Observemos, no entanto, que no local original dessa
frase (Mat. 18:18-“em verdade vos digo: tudo quanto ligardes na terra será
ligado no céu e tudo quanto desligares na terra será desligado no céu”), a expressão
"ligar" e "desligar" se encaixa perfeitamente no contexto:
a se fala no perdão a quem erra, dando autoridade comunidade para perdoar o
culpado (e mantê-lo ligado ao aprisco) ou a solicitar-lhe a retirada
(desligando-o da comunidade) no caso de rebeldia. Então, acrescenta: "tudo
o que ligardes na Terra, será ligado nos céus, e tudo o que desligardes na
Terra, será desligado nos céus". E logo a seguir vem a lição de
"perdoar setenta vezes sete. E entendemos: se perdoarmos, nós desligamos
de nós o adversário, livramo-nos dele; se não perdoarmos, nós o manteremos
ligado a nós pelos laços do ódio e da vingança. E o que ligarmos ou desligarmos
na Terra (como encarnados, "no caminho com ele", (cfr. Mat. 5.25-Assume
logo uma atitude conciliadora com o teu adversário, enquanto está com ele no
caminho, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz e o juiz ao
guarda e assim, sejas lançado na prisão”), será ratificado na vida espiritual.
Da a nítida impressão de que esse versículo foi realmente transportado, já
pronto (apenas colocados os verbos no singular), do capítulo 18 para o 16 (em
ambos os capítulos, o número do versículo é o mesmo: 18).
A hipótese de que
este versículo (como os dois anteriores) foi interpolado, É baseada no fato de
que não figuram em Marcos nem em Lucas, embora se trate claramente do mesmo episódio,
e apesar de que esses dois evangelistas escreveram depois de Mateus, por
conseguinte, já conheciam a redação desse apóstolo que conviveu com Jesus
(Marcos e Lucas não conviveram). Acresce a circunstância de que Marcos ouviu o
Evangelho pregado por Pedro (de quem parece que era sobrinho carnal, e a quem
acompanhou depois de haver abandonado Paulo após sua primeira viagem apostólica.
Marcos não podia ignorar uma passagem tão importante em relação a seu mestre e
talvez tio. Desde Eusébio aparece como razão do silêncio de Marcos a humildade
de Pedro, que em suas pregações não citava fatos que o engrandecessem. Mas não
é admissível que Marcos ignorasse a cena; além disso, ele escreveu seu
Evangelho após a desencarnação de Pedro: em que lhe ofenderia a modéstia, se
dissesse a verdade total? Mais ainda: seu Evangelho foi escrito para a
comunidade de Roma; como silenciar um trecho de importância tão vital para os
cristãos dessa metrópole? Nação esqueçamos o testemunho de Papias (2, 15), discípulo
pessoal do João o Evangelista, e, portanto, contemporâneo de Marcos, que
escreveu: "Marcos numa coisa s teve cuidado: não omitir nada do que tinha
ouvido e não mentir absolutamente" (Eusébio, Hist. Eccles. 3, 39).
E qual teria sido a razão
do silêncio de Lucas? E por que motivo todo esse trecho não aparece citado em
nenhum outro documento anterior a Marcion (meados do 2.” século)? Percorramos
os primeiros escritos cristãos, verificando que a primeira citação é feita por
Justino, que aparece como tendo vivido exatamente em 150 A.D.
1. DIDACHE (15,1)
manda que os cristãos elejam seus inspetores (bispos) e ministros (diáconos).
Nenhum aceno a uma hierarquia constituída por Jesus, e nenhuma palavra a
respeito dos "mais velhos" (presbíteros). 2. CLEMENTE ROMANO (bispo
de Roma no fim do 1.” e início do 2.” século), discípulo pessoal de Pedro e de
Paulo (parece até que foi citado em Filip. 4:3) e terceiro sucessor de ambos no
cargo de inspetor da comunidade de Roma. Em sua primeira epístola aos coríntios,
quando fala da hierarquia da comunidade, diz que "Cristo vem da parte de
Deus e os emissários (apóstolos) da parte de Cristo" (1. “ Clem. 42, 2).
Apesar das numerosíssimas citações escriturísticos, Clemente não aproveita aqui
a passagem de Mateus que estamos analisando, e que traria excelente apoio a
suas palavras. 3. PAPIAS (que viveu entre o 1.” e o 2.” século) também nada tem
em seus fragmentos. 4. IN`CIO (bispo entre 70 e 107), em sua Epístola aos
Tralianos (3, 1) fala da indispensável hierarquia eclesiástica, mas não cita o
trecho que viria a calhar. 5. CARTA A DIOGNETO, aliás comprovadamente a
"Apologia de Quadrado dirigida ao Imperador Adriano", portanto do ano
de 125/126 (cfr. Eusebio, Hist. Eccles. 4,3), nada fala. 6. EP˝STOLA DE BARNAB
(entre os anos 96 e 130), embora apócrifa, nada diz a respeito. 7. POLICARPO
(69-155) nada tem em sua Epístola aos Filipenses. 8. O PASTOR, de Hermas, irmão
de Pio, bispo de Roma entre 141 e 155, e citado por Paulo (Rom. 16: 14-“saudai
Asíncrito, Flegonte, Hermes, Pátrobas, hermas e os irmãos que estão com ele”).
Em suas visões a igreja ocupa lugar de destaque. Na visão 3.“, a torre, símbolo
da igreja, É construída sobre as Águas, mas, diz o Pastor a Hermas: "o
fundamento sobre que assenta a torre É a palavra do Nome onipotente e
glorioso". Na Parábola 9, 31 lemos que foi dada ordem de "edificar a
torre sobre a Rocha e a Porta". E o trecho se estende sem a menor alusão
ao texto que comentamos. 9. JUSTINO (+ ou - ano 150) cita, pela vez primeira,
esse texto (Diálogos, 100, 4) mas com ele s se preocupa em provar a filiação
divina do Cristo. 10. IRINEU (bispo entre 180-190), em sua obra cita as mesmas
palavras de Justino, deduzindo delas a filiação divina do Cristo (3, 18, 4).
11. OR˝GENES (184-254) É, historicamente, o primeiro que afirma que Pedro É a
pedra fundamental da igreja (Hom. 5,4), embora mais tarde diga que Jesus
"fundou a igreja sobre os doze apóstolos, representados por Pedro"
(In Matt. 12, 10-14). Damos o resumo, porque o trecho é bastante longo. 12.
TERTULIANO (160-220) escreve (Escorpião, 10) que Jesus deu as chaves a Pedro e,
por seu intermédio, igreja (Petro et per eum Ecclesiae): a igreja É a depositária,
Pedro É o Símbolo. 13. CIPRIANO (cerca 200-258) afirma (Epst. 33,1) que Jesus,
com essas palavras, estabeleceu a igreja fundamentada nos bispos. 14. HIL`RIO
(cerca 310-368) escreve (De Trinit. 3, 36-37) que a igreja está fundamentada na
profissão de fé na divindade de Cristo (super hanc igitur confessionis petram)
e que essa fé tem as chaves do reino dos céus (haec fides Ecclesiae fundamentum
est...haec fides regni caelestis habet claves). 15. AMBRSIO (337-397) escreve:
"Pedro exerceu o primado da profissão de fé e não da honra (prirnaturn
confessionis útique, non honóris), o primado da fé, não da hierarquia (primatum
fídei, non órdinis)"; e logo a seguir: "É pois a fé que É o
fundamento da igreja, porque não É da carne de Pedro, mas de sua fé que foi
dito que as portas da morte não prevalecerão contra ela" (De Incarnationis
Dorninicae Sacramento, 32 e 34). No entanto, no De Fide, 4, 56 e no De
Virginitate, 105 - lemos que Pedro, ao receber esse nome, foi designado pelo
Cristo como fundamento da igreja. 16. JOˆO CRISSTOMO (c.345-407) explica que
Pedro não deve seu nome a seus milagres, mas sua profissão de fé (Hom. 2, In
Inscriptionem Actorum, 6; Patrol. Graeca vol. 51, col. 86). E na Hom. 54,2
escreve que Cristo declara que construirá sua igreja "sobre essa
pedra", e acrescenta "sobre essa profissão de fé". 17. JERNIMO
(348-420) também apresenta duas opiniões. Ao escrever a Damaso (Epist. 15)
deseja captar-lhe a proteção e diz que a igreja "está construída sobre a cátedra
de Pedro". Mas no Comm. in Matt. (in loco) explica que a pedra É
Cristo" (in petram Christum); cfr. 1 Cor 10:4 "e essa pedra É
Cristo". 18. AGOSTINHO (354-430) escreve: "eu disse alhures. falando
de Pedro, que a igreja foi construída sobre ele como sobre uma pedra: ... mas
vejo que muitas vezes depois (postea saepíssime) apliquei o super petram ao
Cristo, em quem Pedro confirmou sua fé; como se Pedro - assim o chamou a
Pedra" - representasse a igreja construída sobre a Pedra; ... com efeito,
não lhe foi dito "tu es Petra", mas "tu es Petrus".  o Cristo que É a Pedra. Simão, por havê-lo
confessado como o faz toda a igreja, foi chamado Pedro. Cada um pode escolher
qual dos dois sentidos é mais provável" (Retractationes 1, 21, 1).
Entretanto, Agostinho identifica Pedro com a pedra no Psalmus contra partem
Donati, letra S; e na Enarratio in Psalmum 69, 4. Esses são os locais a que se
refere nas Retractationes. Mas no Sermo 76, 1 escreve: "O apóstolo Pedro É
o símbolo da igreja única (Ecclesiae unicae typum); ... o Cristo É a pedra, e
Pedro É o povo cristão. O Cristo lhe diz: tu És Pedro e sobre a pedra que
professaste, sobre essa pedra que reconheceste, dizendo "Tu És o Cristo, o
filho de Deus vivo, eu construirei minha igreja; isto É, eu construirei minha
igreja sobre mim mesmo que sou o Filho de Deus. 
sobre mim que eu te estabelecerei, e não sobre ti que eu me
estabelecerei. ... Sim, Pedro foi estabelecido sobre a Pedra, e não a Pedra
sobre Pedro".
Essa mesma doutrina
aparece ainda em Sermo 244, 1 (fim): Sermo 270,2: Sermo 295, 1 e 2; Tractatus
in Joannem, 50, 12; ibidem, 118,4 ibidem, 124. 5: De Agone Christiano, 32;
Enarratio in Psalmum 108, 1.
A está o resultado
das pesquisas sobre o texto tão discutido. Concluiremos como Agostinho, linhas
acima: o leitor escolha a opinião que prefere. O último versículo é comum aos três,
embora com pequenas variantes na forma: 
Mateus: não dizer que Ele era o Cristo. 
Marcos: não falar a respeito Dele. 
Lucas: não
dizer nada disso a ninguém. 
Mas o sentido é o
mesmo: qualquer divulgação a respeito do messianato poderia sublevar uma perseguição
das autoridades antes do tempo, impedindo o término da tarefa prevista.
Para a interpretação
do sentido mais profundo, nada importam as discussões inócuas e vazias que
desenvolvemos acima. Roma, Constantinopla, Jerusalém, Lhassa ou Meca são nomes
que só têm expressão para a personagem humana que, em rápidas horas, termina, sob
aplausos ou apupos, sua representação cênica no palco do plano físico. Ao
Espírito só interessa o ensino espiritual, revelado pela letra, mas registrado
nos Livros Sagrados de qualquer Revelação divina. Se o texto foi interpolado é
porque isso foi permitido pela Divindade que, carinhosamente cuida dos
pássaros, dos insetos e das ervas do campo. Portanto, se uma interpolação foi
permitida - voluntária ou não, com boas ou más intenções razão houve e há para
isso, e algum resultado bom deve estar oculto sob esse fato. Não nos cabe
discutir: aceitemos o texto tal como chegou até nós e dele extraiamos, pela
meditação, o ensinamento que nos traz. *  
*   * Embevecido pela beleza da
paisagem circunstante, reveladora da Divindade que se manifesta através de
tudo, Jesus - a individualidade – recolhe-se em prece. É nessa comunhão com o
Todo, nesse mergulho no Cosmos, que surge o diálogo narrado pelos três
sinópticos, mas completo apenas em Mateus que, neste passo, atinge as
culminâncias da narração espiritual de João. O trecho que temos aqui relatado é
uma espécie de revisão, de exame da situação real dos discípulos por parte de
Jesus, ou seja, dos veículos físicos (sobretudo do intelecto) por parte da
individualidade. Se vemos duas indagações na letra, ambas representam, na
realidade, uma indagação só em duas etapas. Exprime uma experiência que visa a
verificar até onde foi aquela personagem humana (em toda a narrativa, apesar do
plural "eles", só aparece clara a figura de Simão Bar-Jonas). Teriam
sido bem compreendidas as aulas sobre o Pão da Vida e sobre a Missão do Cristo
de Deus? Estaria exata a noção e perfeita a União com a Consciência Cósmica,
com o Cristo? O resultado do exame foi satisfatório. Analisemo-lo para nosso
aprendizado.
Em primeiro lugar
vem a pergunta: "Quem dizem os homens que eu sou"? Não se referia o
Cristo aos "outros", mas ao próprio Pedro que, ali, simbolizava todos
os que atingiram esse grau evolutivo, e que, ao chegar aí, passarão por exame
idêntico (esta é uma das provações "iniciáticas"). A resposta de
Pedro reflete a verdade: no período ilusório da personalidade nós confundimos o
Cristo com manifestações de formas exteriores, e o julgamos ora João Batista,
ora Elias, ora Jeremias ou qualquer outro grande vulto. Só percebemos formas e
nomes ilusórios. Esse é um período longo e inçado de sonhos e desilusões
sucessivas, cheio de altos e baixos, de entusiasmos e desânimos.
O Cristo insiste:
"que pensais vós mesmos de mim"? ou seja, "e agora, no estágio
atual, que é que você pensa de mim"? Nesse ponto o Espírito abre-se em
alegrias místicas incontroláveis e responde em êxtase: Tu és o Ungido, o
Permeado pelo Som (Verbo, Pai) ... Tu és o Cristo Cósmico, o Filho de Deus
Vivo, a Centelha da Luz Incriada, Deus verdadeiro proveniente do verdadeiro Deus!
Na realidade, Pedro CONHECEU o Cristo, e os Pais da Igreja primitiva tiveram
toda a razão, quando citaram esse texto como prova da divindade do CRISTO, o
Filho Unigênito de Deus. O Cristo Cósmico, Terceiro aspecto da Trindade, é
realmente Deus em Sua terceira Manifestação, em Seu terceiro Aspecto, e é a
Vida que vivificava Jesus, como vivifica a todas as outras coisas criadas. Mas
em Sua pureza humana, em Sua humildade, Jesus deixava que a Divindade se
expandisse através de Sua personalidade física. E Pedro CONHECEU o Cristo a
brilhar iluminando tudo através de Jesus, como a nós compete conhecer a
Centelha divina, o Eu Interno Profundo a cintilar através de nossa
individualidade que vem penosamente evoluindo através de nossas personalidades
transitórias de outras vidas e da atual, em que assumimos as características de
uma personagem que está a representar seu papel no palco do mundo. Simão
CONHECEU o Cristo, e seu nome exprime uma das características indispensáveis
para isso: "o que ouve" ou" o que obedece". E como o
conhecimento perfeito e total só existe quando se dá completa assimilação e
unificação do conhecedor com o conhecido (nas Escrituras, o verbo
"conhecer" exprime a união sexual, em que os dois corpos se tornam um
só corpo, imagem da unificação da criatura com o Criador), esse conhecimento de
Pedro revela sua unificação com o Cristo de Deus, que ele acabava de confessar.
O discípulo foi aprovado pelo Mestre, em cujas palavras transparece a alegria
íntima e incontida, no elogio cheio de sonoridades divinas: - "És feliz.
Simão, Filho de Jonas"! Como vemos, não é o Espírito, mas a personagem
humana que recebe a bênção da aprovação. Realmente, só através da personalidade
encarnada pode a individualidade eterna atingir as maiores altitudes espirituais.
Se não fora assim, se fosse possível evoluir nos planos espirituais fora da
matéria, a encarnação seria inútil. E nada há inútil em à natureza. Que o espírito
só pode evoluir enquanto reencarnado na matéria - não lhe sendo possível isso
enquanto desencarnado no "espaço" -, É doutrina firmada no
Espiritismo: 
       Pergunta 175: “Existe alguma vantagem em
voltar a habitar sobre a terra?"
a)    
Não se seria melhor
permanecer como espírito"? 
      Resposta: "Não, não: ficar-se-ia estacionar-se-ia
e o que se quer é avançar para Deus". 
A Kardec, "O
livro dos Espíritos". Então estava certo o elogio: feliz a personagem
Simão ("que ouviu e obedeceu"), filho de Jonas, porque conseguiu em
sua peregrinação terrena, atingir o ponto almejado, chegar à meta visada. Mas o
Cristo prossegue, esclarecendo que, embora conseguido esse passo decisivo no
corpo físico, não foi esse corpo ("carne e sangue”) que teve o encontro
(cfr. A carne e o sangue não podem possuir o reino dos céus", (1 Cor,
15:50-“ digo-vos irmãos a carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus
nem, a corrupção herdar a incorruptibilidade). Foi, sim, o Espírito que se uniu
à Centelha Divina, e o Pai que habita no âmago do coração é que revela a
Verdade. E continuam os esclarecimentos, no desenvolvimento de ensinos
sublimes, embora em palavras rápidas - não há prolixidade nem complicações em
Deus, mas concisão e simplicidade - revelando-nos a todos as possibilidades
ilimitadas que temos: - Eu te digo que tu és Pedro, e sobre essa pedra me
edificarei a "ekklêsía". 
Atingida a
unificação, tornamo-nos conscientemente o Templo do Deus Vivo: nosso corpo é o
Tabernáculo do Espirito Santo (cfr. Rom. 6 :9-“sabendo que cristo uma vez
ressuscitado dentre os mortos já não morre; a morte não tem mais domínio sobre
ele”, 11; 1—“pergunto então não teria Deus porventura, repudiado seu povo? De
modo algum! Pois eu também sou israelita, da descendência de Abrahão, da tribo
de Benjamim. Cor. 3:16” não sabeis que sois templo de Deus e que o espirito de
Deus habita em vós?; 17-“se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá, pois,
o templo de Deus é santo e esse templo sois vós; 2 Cor. 6:16-“que há de comum
entre o templo de Deus e os ídolos? Ora, nós é que somos o templo de Deus vivo
como disse o próprio Deus; Ef. 2:22-“e vós também nele sois co-edificado, para
serdes habitação de Deus no espirito; 2 Tim. 1:14-“guardsa o bom depositou, por
meio do espirito santo que habita em nós”; Tiago, 4:5-“ou julgais que é em vão
que a escritura diz: ele reclama com ciúme o espirito que pôs dentro de nós). 
Ensina-nos então, o
Cristo, que nós passamos a ser a "pedra" (o elemento material mineral
no corpo físico) sobre a qual se edificará todo o edifício (templo) de nossa
eterna construção espiritual. Nossa personagem terrena, embora efêmera e
transitória, é o fundamento físico da "ekklêsía” crística, da edificação
definitiva eterna (atemporal) e infinita (inespacial) do Eu Verdadeiro e
divino.
Nesse ponto
evolutivo, nada teremos que temer: - As portas do hades, ou seja, as potências
do astral e os veículos físicos (o externo e o interno) não mais nos atingirão
com seus ataques, com suas limitações, com seus obstáculos, com seus
"problemas" (no sentido etimológico). 
A personagem nossa -
assim como as personagens alheias - não prevalecerá contra a individualidade,
esse templo divino, construído sobre a pedra da fé, da União mística, da
unificação com o Cristo, o Filho do Deus Vivo. Sem dúvida os veículos que nos
conduzem no planeta e as organizações do polo negativo tentam demolir o
trabalho realizado. Será em vão. Nossos alicerces estão fixados sobre a Pedra,
a Rocha eterna. As forças do Antissistema (Pietro Ubaldi, "Queda e Salvação")
só podem alcançar as exterioridades, dos veículos físicos que vibram nos planos
inferiores em que elas dominam. Mas o Eu unido a Deus, mergulhado em Deus
(D-EU-S) é inatingível, intocável, porque sua frequência vibratória é
altíssima: sintonizados com o Cristo, a Torre edificada sobre a Pedra é
inabalável em seus alicerces. E Cristo prossegue: - "Dar-te-ei as chaves
do reino dos céus". Com essas chaves em nossas mãos, podemos abrir e
fechar, entrar e sair, ligar-nos e desligar-nos, quando e quanto quisermos,
porque já não é mais nosso eu pequeno personalístico que quer, (cfr. João,
5:30) pensa e age; mas tudo o que de nós parte, embora parecendo proveniente da
personagem, provém realmente do Cristo ("já não sou mais eu que vivo, o
Cristo é que vive em mim", (Gal. 2:20-“já não sou eu que vivo, mas é
Cristo que vive em mim”). Com as chaves, podemos abrir as portas do "reino
dos céus", isto é, de nosso coração. Podemos entrar e sair, para ligar-nos
ao Cristo Cósmico na hora em que nosso ardor amoroso nos impele ao nosso Amado,
ou para desligar-nos constrangidos a fim de atender às imprescindíveis e
inadiáveis tarefas terrenas que nos competem. Por mais que pareçam ilógicas as
palavras "ligar" e "desligar", após a sinédoque das chaves,
são essas exatamente as palavras que revelam o segredo do ensinamento: estão
perfeitamente encaixadas nesse contexto, embora não façam sentido para o
intelecto personalístico que só entende a letra. Mas o Espírito penetra onde o
intelecto esbarra (cfr. "o espírito age onde quer", João, 3:8-“ovento
sopra onde quer e ouves o seu ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde
vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do espírito”). 
Com efeito, após o
Encontro, o Reconhecimento e a União mística, somos capazes de, mesmo no meio
da multidão, abrir com as nossas chaves a porta e penetrar no "reino dos
céus" de nosso coração; somos capazes de ligar-nos e conviver sem
interrupção com o nosso Amor. E a frase é verdadeira mesmo em outros sentidos:
tudo o que ligarmos ou desligarmos na Terra, através de nossa personalidade (da
personagem que animamos) será automaticamente ligado ou desligado "nos
céus", ou seja, nos planos do Espírito. Porque Cristo é UM conosco, é Ele
que vive em nós, que pensa por nós, que age através de nós, já que nosso eu
pequenino foi abolido, aniquilado, absorvido pelo Eu maior e verdadeiro; então
todos os nossos pensamentos, nossas palavras, nossas ações terão repercussão no
Espírito. A última recomendação é de capital importância na prática: a ninguém
devemos falar de nada disso. O segredo da realização crística pertence
exclusivamente à criatura que se unificou e ao Amado a quem nos unimos. Ainda
aqui vale o exemplo da fusão de corpos no Amor: nenhum amante deixa
transparecer a ouvidos estranhos os arrebatamentos amorosos usufruídos na
intimidade; assim nenhum ser que se uniu ao Cristo deverá falar sobre os
êxtases vividos em arroubos de amor, no quarto fechado (cfr. Mat. 6:6) do
coração. Falar "disso" seria profanação, e os profanos não podem penetrar
no templo iniciático do Conhecimento. Isso faz-nos lembrar outra faceta deste
ensinamento. Cristo utiliza-se de uma fraseologia tecnicamente especializada na
arquitetura (que veremos surgir, mais explícita, posteriormente, quando
comentarmos (Mat. 21:42-“ disse-lhe então jesus: nunca lestes nas escrituras: a
pedra que os construtores rejeitaram tonizou-se a pedra angular; pelo Senhor
foi feito isso e é maravilha aos nossos olhos?; Marc.12:10-“não lestes esta
escritura: a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular.
Isso é obra do Senhor e é maravilha aos nossos olhos; e Luc. 20:17-“ Jesus, porém
fixando neles o olhar disse: o que significa então o que está escrito: a pedra que
os edificadores tinham rejeitado tornou-se a pedra angular”). Isso é obra do
Senhor e é maravilha aos nossos olhos). 
Nos ensina o Cristo
que será "edificada" por Ele, sobre a "Pedra", a ekklêsía,
isto é, o "Templo". Ora, sabemos que, desde a mais remota
antiguidade, os templos possuem forma arquitetônica especial. Na fachada
aparecem duas figuras geométricas: um triângulo superposto a um quadrilátero,
para ensinamento dos profanos.
Profanos É formado
de PRO = "diante de", e FANUM = "templo". O termo originou-se
do costume da Grécia antiga, em que as cerimonias religiosas exotéricas eram
todas realizadas para o grande público, na praça que havia sempre na frente dos
templos, diante das fachadas. Os profanos, então, eram aqueles que estavam
"diante dos templos", e tinham que aprender certas verdades básicas.
Ao aprendê-las, eram então admitidos a penetrar no templo, iniciando sua
jornada de espiritualização, e aprendendo conhecimentos esotéricos. Da serem
chamados INICIADOS, isto é, já tinham começado o caminho. Depois de
permanecerem o tempo indispensável nesse curso, eram então submetidos a exames
e provas. Se fossem achados aptos no aprendizado tornavam-se ADEPTOS (isto É:
AD + APTUS). A esses É que se refere Jesus naquela frase citada por Lucas
"todo aquele que É diplomado É como seu mestre" (Luc. 6:40-“não
existe discípulo superior ao mestre; todo discípulo perfeito deverá ser como o
mestre”). 
Os Adeptos eram os
diplomados, em virtude de seu conhecimento teórico e prático da
espiritualidade. O ensino revelado pela fachada é que o HOMEM é constituído,
enquanto crucificado na carne, por uma tríade superior, a Individualidade
eterna, - que deve dominar e dirigir o quaternário (inferior só porque está por
baixo) da personagem encarnada, com seus veículos físicos. Quando o profano
chega a compreender isso e a viver na prática esse ensinamento, já está pronto
para iniciar sua jornada, penetrando no templo. No entanto, o interior dos
templos (os construídos por arquitetos que conheciam esses segredos); o interior
difere totalmente da fachada: tem suas naves em arco romano, cujo ponto chave é
a "pedra angular", o Cristo (cfr. Mat. 21:42-citado acima; Marc.
12:10-idem; Luc. 20:17-idem; Ef. 2:20; 1 Pe. 2:7-“isto é para vós que credes,
ela será um tesouro precioso, mas para os que não creem, a pedra que os
edificadores rejeitaram, essa tornou-se a pedra angular, uma pedra de tropeço e
uma rocha que faz cair; e no Antigo: Job. 38:6-“onde se encaixam suas bases ou
quem assentou sua pedra angular; Salmo 118:22-! A pedra que os construtores
rejeitaram tornou-se a pedra angular”; Isaías, 28:16-“é por esta razão que
assim diz o Senhor Iahweh; eis que porei em Sião uma pedra, uma pedra de
granito, pedra angular e preciosa, uma pedra de alicerce bem firmada; aquele
que nela puser sua confiança não será abalado”; Jer. 51:26-“não tirarão mais de
ti uma pedra angular, nem uma pedra fundamental porque tu te tornaras uma
desolação eterna[oraculo de Iahweh]” e Zac. 4:7- quem és tu grande montanha?
Diante de Zorobabel és uma planície. Ele tirará a pedra que remate aos gritos:
graças, graças a ela! ”). Sabemos todos que o ângulo da pedra angular é que
estabelece a "medida Áurea" do arco, e, portanto, de toda a construção
do templo. Assim, os que já entram no templo ("quem tem olhos de ver, que
veja"!) podem perceber o prosseguimento do ensino: o Cristo Divino é a
base da medida de nossa individualidade, e só partindo Dele, com Ele, por Ele e
Nele é que podemos edificar o "nosso" Templo eterno. Infelizmente não
cabem aqui as provas matemáticas desses cálculos iniciáticos, já conhecidos por
Pitágoras seis séculos antes de Cristo. Mas não queremos finalizar sem uma anotação:
na Idade Média, justamente na Época e no ambiente em que floresciam em maior número
os místicos, o arco romano cedeu lugar ogiva gótica, o "arco
sextavado", que indica mais claramente a subida evolutiva. Aqui, também,
os cálculos matemáticos nos elucidariam muito. Sem esquecer que, ao lado dos
templos, se erguia a torre ... Quantas maravilhas nos ensinam os Evangelhos em
sua simplicidade! ...
FONTE:
Carlos Pastorino 
Bíblia de Jerusalém
Wikipédia
 
