MARIA
MADALENA, UMA OUTRA HISTÓRIA
Maria Madalena, de todas as personagens
Bíblicas, talvez seja aquela personagem mais deturpada, encoberta por
inverdades divulgadas ao longo dos séculos pela Igreja, pelos textos Bíblicos e
por errôneas interpretações. Paralelamente às inverdades, uma outra história
tem sido contada de modo sublinear pela arte ao longo de dois mil anos de
história Cristã e, também, pelos textos apócrifos.
Recentemente,
o livro O Código Da Vinci, de Dan Brown, percorreu o mundo, sendo lido por
milhões de pessoas. Em meio a uma história de suspense, o autor insere algumas
das verdades, que ao longo do tempo, estavam sendo ocultas. Dan Brown nos chama
a observar o quadro da Santa Ceia, de Leonardo da Vinci, onde “transparece” (manifestar, ressumar, transudar, revelar, transluzir, reslumbrar)
que uma das imagens dos apóstolos apresenta traços femininos, estando com a
mesma cor da roupa de Jesus e interligada a Ele por um grande M formado pela
postura física dos dois na pintura, em face da cor vermelha. Segundo a
interpretação do autor de O Código Da Vinci, os dois símbolos, a letra M e a
cor vermelha, indicariam ser Maria Madalena a personagem ao lado de
Jesus.
Ao
vermos, a imagem original da Santa Ceia pintada por Leonardo Da Vinci, no ano
aproximado de 1495, na Igreja Santa Maria Delle Grazie, em Milão, onde aparece
nitidamente o formatado de um M, seguindo-se os contornos da cor vermelha nas
roupas de Jesus e de Maria Madalena.
Em
sendo esta a interpretação correta, o que Da Vinci pretendia com a mensagem
sublinear? Da Vinci, ao que se sabe, pertencia ao Priorado de Sião, sociedade
secreta fundada em Jerusalém no ano em 1099 pelo rei Godofredo de Bouillon, com
o objetivo de guardar um segredo mantido por sua família desde a época de
Jesus. E para ajudar na manutenção e proteção desse segredo foi criada a Ordem
dos Cavaleiros Templários. O segredo que se queria, a todo custo resguardar,
dizia respeito ao Santo Graal. Da Vinci, de forma oculta na arte, guardou o
segredo, mas legando ao futuro a sua descoberta.
O
Priorado de Sião, conhecido também como Monastério do Sinai, segundo alguns
pesquisadores históricos, constituiu-se em uma sociedade secreta, relacionada à
Maçonaria e aos Rosa cruzes, criada para proteger a linhagem divina. Além de Da
Vinci, participaram dessa sociedade secreta personagens históricos e escritores
importantes, tais como, Isaac Newton e Victor Hugo.
Existe
uma corrente imensa de pesquisadores que admitem que Jesus e Maria Madalena
foram casados e deste casamento pode ter nascido uma filha, que seria a
descendência real, o sangue real, o Santo Graal, e que Maria Madalena com sua
filha, chamada Sara, foram viver na França. Esse seria o grande segredo, a
versão da história guardada há milênios, ou melhor, história que se julgava
devidamente sucumbida a partir do Concílio de Nicéia, ocorrido no ano de 327
depois de Cristo. O Pintor George de la Tour, que viveu nos anos
1593-1652, pintou Maria Madalena grávida.
Com a descoberta, por volta de 1896 em um
mosteiro egípcio, do Evangelho segundo Maria Madalena, descobriu-se uma verdade
incontestável: Maria Madalena, muito mais do que está dito na Bíblia, foi,
verdadeiramente, uma discípula de Jesus, e, segundo diversos historiadores, o
discípulo mais próximo do Mestre, de seus ensinamentos espirituais. Estes
ensinamentos estavam inteiramente ligados à espiritualidade interior, sendo o
verdadeiro caminho para a evolução espiritual, como vemos no trecho a seguir do
Evangelho, segundo Maria Madalena, em que Jesus disse:
" Todas as espécies, todas as formações, todas as
criaturas estão unidas, elas dependem umas das outras, e se separarão novamente
em sua própria origem. Pois a essência da matéria somente se separará de novo em sua própria essência. Quem tem
ouvidos para ouvir que ouça."
Unidos estamos todos nós, formando a essência da
vida e com Deus dentro de cada um, por isso o caminho é mergulhar em nosso
interior, achar a direção de nossa evolução, encontrar o Deus que habita em
nós. Na passagem seguinte do Evangelho de Maria Madalena, essa mensagem de
Jesus está cristalina, destacando ainda que Ele não deixou normas, pedindo tão
somente que levassem em conta o que ele "mostrou" na sua prática de
amor incondicional.
Quando
o Filho de Deus assim falou, saudou a todos dizendo: "A Paz esteja
convosco. Recebei minha paz. Tomai cuidado para que ninguém vos afaste do
caminho, dizendo: 'Por aqui' ou 'Por lá', pois o Filho do Homem está dentro de
vós. Segui-o. Quem o procurar, o encontrará. Prossegui agora, então, pregai o
Evangelho do Reino. Não estabeleçais outras regras, além das que vos mostrei, e
não instituais como legislador, senão seis cerceados por elas." Após dizer
tudo isto partiu.
O
Evangelho, segundo Tomé, descoberto em 1945, tratou exatamente do mesmo enfoque
encontrado no Evangelho de Maria Madalena. Vemos este aspecto no trecho a
seguir, escolhido do artigo publicado na revista Super Interessante, na edição
de dezembro de 2004:
O Evangelho de Tomé e outros apócrifos falam ao coração de
um continente que não para de crescer nos tempos atuais: os ávidos por
espiritualidade, mas desconfiados da religião.
Segundo
Tomé, neste Evangelho, considerado apócrifo:
O
reino está dentro de vós e também em vosso exterior. Quando conseguirdes
conhecer a vós mesmos, sereis conhecidos e compreendereis que sóis os filhos do
Pai vivo. Mas se não vos conhecerdes, vivereis na pobreza e sereis a
pobreza.
O
Evangelho de Maria Madalena apresenta ensinamentos de Jesus, que não foram passados
para os outros discípulos ou não compreendidos por eles na fala do Mestre. Que
o reino de Deus está dentro de cada pessoa e que é necessário se manter em
equilíbrio para não atrair doenças e a morte física. Visão está plenamente
aceita atualmente pela medicina alternativa em todas as correntes. A cura de
doenças pela medicina alternativa tem sido realizada através da recomposição do
equilíbrio energético. Nas passagens, a seguir, do Evangelho de Maria Madalena,
podemos ver essa visão espiritualista de forma inequívoca.
Pedro
lhe disse: “Já que nos explicaste tudo, dize-nos isso também: o que é o pecado
do mundo?" Jesus disse: "Não há pecado; sois vós que os criais,
quando fazeis coisas da mesma espécie que o adultério, que é chamado 'pecado'.
Por isso Deus Pai veio para o meio de vós, para a essência de cada espécie,
para conduzi-la a sua origem”. Em seguida disse: "Por isso adoeceis e
morreis [...]. Aquele que compreende minhas palavras, que as coloque em
prática. A matéria produziu uma paixão sem igual, que se originou de algo
contrário à Natureza Divina. A partir daí todo o corpo se desequilibra. Essa é
a razão por que vos digo: tende coragem, e se estiverdes desanimados, procurais
força das diferentes manifestações da natureza. Quem tem ouvidos para ouvir que
ouça”.
Nos
Evangelhos de Maria Madalena e de Felipe, encontra-se a nítida valorização da
mulher, pois em ambos se vê que Jesus fazia revelações privilegiadas a Maria
Madalena por ser ela quem mais estava em sintonia com os ensinamentos do
Mestre. Mas, a ligação de Jesus e Maria Madalena ia mais além, como se lê no
Evangelho de Felipe, no seguinte trecho:
E a companheira do Salvador é Maria Madalena. Cristo
amava-a mais do que a todos os discípulos e costumava beijá-la com frequência
na boca (não sei de onde foi tirada essa ideia). O resto dos discípulos
ofendia-se com isso e expressava sua desaprovação. Diziam a ele: Porque tu a
amas mais do que a nós todos?
Em 1891, um fato veio acender ainda mais as
questões envolvendo Maria Madalena. Quando da reforma de uma igreja no sul da
França, em Rennes-le-Château, o padre Bérenger Saunière teria encontrado um
tesouro, segundo se soube, trazido da Terra Santa e guardado pelos Cavaleiros
Templários. Este segredo comprovaria a existência de descendentes diretos de
Jesus, ou seja, da linhagem sagrada.
Sabe-se
pelos textos apócrifos, que depois da morte de Jesus, os outros discípulos não
desejavam ver uma mulher no comando do grupo, o que naturalmente estava
acontecendo pelo enorme conhecimento espiritual de Madalena. Pedro por diversas
vezes contestava e se atritava com Madalena, pois temia que ela definitivamente
se tornasse líder do grupo. A partir dessa luta de poder relativo à liderança
do cristianismo e pelo fato de uma mulher contemplar mais conhecimentos que
todos os discípulos, foi forjada a história absurda da prostituta, que todos
nós, lamentavelmente, conhecemos.
Um dos livros que inspiraram o autor de O Código
Da Vinci foi Maria Madalena e o Santo Graal, da autora Margaret Starbird. Este
livro é um de tantos outros que apresentam a ligação do Santo Graal com Maria
Madalena e a descendência de Jesus. Margaret Starbird, querendo contestar
outros autores sobre a heresia do Graal, que dizia ter sido Jesus casado com
Maria Madalena, mergulhou na história europeia, nos rituais maçônicos, na arte
medieval, no simbolismo, na psicologia, na mitologia e na religião (judaica e
cristã). Contudo, acabou, de modo surpreendente, encontrando rastros de enorme
evidência de tudo ter sido verdade, oculto e guardado sob várias formas,
sobretudo na arte. Todas as evidências levaram a autora concluir que Jesus e
Maria Madalena foram realmente casados e que tal casamento ocorreu de modo
escondido, pois estavam sendo unidas as famílias de David, filhos de Jessé
(Jesus) e de Jônatas, filho de Saul (Maria Madalena). Stargird, no livro
citado, p. 24, escreve:
O casamento foi realizado na casa de Simão, o leproso.
Somente alguns amigos íntimos e suas famílias foram convidados. Era necessário
manter o fato em segredo para que Herodes Antipas não descobrisse que uma
herdeira de Benjamim se unira em matrimônio a um filho da casa de
Davi.
Daí a confusão que sempre fizeram os discípulos
ao ver Madalena tratar Jesus, em público, com carinhos físicos, o que seria
inaceitável para uma mulher naquela época, a não ser que ela fosse casada e
tivesse tratando assim o seu marido. Outro importante argumento em prol
de ter sido Jesus casado está no livro O Código Da Vinci, página
262:
Porque
Jesus era judeu (...) e o decoro social daquela época praticamente proibia que
um judeu fosse solteiro. De acordo com os costumes judaicos, o celibato era
proibido e a obrigação de um pai judeu era encontrar uma esposa adequada para o
seu filho. Se Jesus não fosse casado, pelo menos um dos evangelhos da Bíblia
teria mencionado isso e dado alguma explicação para o fato de ele ter ficado
solteiro.
Esse
casamento representou grande importância dinástica, pondo em risco o governo da
época, pois o poder político de Jesus passaria inevitavelmente a incomodar.
Este fato pode muito bem ser deduzido pelo tipo de morte sofrida por Jesus,
pois a crucificação ocorria para quem fosse insurreto, no caso contra o
governo, mas principalmente pela sua dinastia. Tanto assim, que Madalena,
precisou fugir para não ser morta, indo se exilar na França, onde reencarnou
como joana d’arc.
No
livro O Santo Graal e a Linhagem Sagrada, dos autores Michael Baigent, Richard
Leigh Henry Lincoln, o assunto Maria Madalena e seu casamento com Jesus aparece
de forma enfática. Sobre o casamento, citamos a passagem encontrada na página
286:
Se
Jesus foi realmente casado com Madalena, poderia tal casamento ter servido a
algum propósito? Em outras palavras, poderia ele ter significado algo mais que
um casamento convencional? Poderia ter sido uma aliança dinástica de algum
tipo, com repercussões e implicações políticas? Em suma, poderia uma estirpe
resultante desse casamento ter garantido o nome de “sangue real”?
Somente
o casamento dos dois poderia explicar a presença de Madalena nas viagens de
Jesus. No mesmo livro, página 276, lemos:
O papel desta mulher é singularmente ambíguo nos quatro
Evangelhos e parece ter sido deliberadamente obscurecido(...) Na palestina do
tempo de Jesus seria impossível que uma mulher não casada viajasse desacompanhada.
Mais impensadamente ainda seria viajar desacompanhada e junto com um mestre
religioso e seu círculo. Várias tradições parecem ter tomado conhecimento deste
fato potencialmente embaraçoso. Pretende-se em alguns casos que Madalena tenha
sido casada com um dos discípulos de Jesus. Se este era o caso, entretanto, seu
relacionamento especial com Jesus e sua proximidade a ele os teriam tornado
ambos sujeitos a suspeitas, se não acusações de adultério.
É certo que Madalena se apresenta em especial
importância na história de Jesus, na história do Cristianismo, como podemos ver
no mesmo livro, página 277:
É
evidente que Madalena, no final da carreira de Jesus, tinha se tornando um
personagem de imensa importância. Nos três Evangelhos sinópticos, seu nome
encabeça consideravelmente a lista mulheres que seguiam Jesus (...). Ela é a
primeira testemunha da tumba vazia após a crucificação. Para revelar a
ressurreição, Jesus escolheu Madalena entre todos os seus devotos.
Se por um lado os discípulos masculinos ficaram
escondidos, com medo, quando da crucificação de Jesus, Maria Madalena se
manteve presente, assistindo, sofrendo, o tempo todo, conforme mencionado nos
Evangelhos de Mateus, Marcos e João. Os autores do livro O Santo Graal e a
Linhagem Sagrada tecem um importante comentário sobre a validade dos Evangelhos
apócrifos, que no trecho a seguir escolhidos (página 323), eles os denominam de
Gnósticos:
À
luz dos manuscritos Nag Hammadi, a possibilidade de uma linhagem sanguínea
descendente de Jesus nos pareceu mais plausível. Alguns dos chamados Evangelhos
Gnósticos eram potencialmente tão verdadeiros e autênticos quanto os livros do
Novo Testamento. Como consequência, os fatos que eles, explícita ou
implicitamente, testemunham – um substituto na cruz, uma disputa entre Pedro e
Madalena, um casamento entre Madalena e Jesus, o nascimento de um “filho do
Filho do homem” – não poderiam ser desprezados, por mais controvertidos que
fossem. Estávamos lidando com história, não com teologia. E a história, no
tempo de Jesus, não era menos complexa, multifacetada e orientada para o
pragmatismo do que é hoje.
Inegável
se apresenta a ligação especial de Jesus com Maria Madalena. No tempo em que
vivemos não cabe mais falar em Madalena como prostituta. No século VI, o Papa
retirou o título de penitente dado indevidamente à Maria Madalena, mas isso é
pouco para resgatar a grande importância de Madalena no advento de
Cristianismo. Além do indevido título de prostituta, tentaram destruir o
Evangelho de Madalena, pois nele continha o importante ensinamento transmitido
por Jesus de que o caminho não está em seguir esta ou aquela estrada, quiçá
esta ou aquela religião, mas na busca interior, na evolução interior a caminho
do Deus que habita em todos nós. Mais que rotular indevidamente Madalena,
sucumbiram o verdadeiro Cristianismo, aquele praticado por Jesus, que não criou
nenhuma religião, nem pregava ou vivia em igrejas, mas praticava,
verdadeiramente, o mais puro amor, a mais bela espiritualidade e como Ele mesmo
disse: “Não estabeleçais outras regras, além das que vos mostrei, e não
instituais como legislador, senão sereis cerceados por elas."
Se não há prova contundente de que Maria
Madalena fora casada com Jesus, certo é que ambos estiveram ligados por um amor
especial, espiritual raro. Por informações canalizadas, sabemos que Jesus e
Maria Madalena são almas gêmeas, e que, na Palestina, encarnaram para viver e
ajudar mutuamente na implantação do cristianismo. No livro A Gruta do Sol, da
autora Marisa Varela, auxiliada por mestres de luz, a ligação espiritual de
Jesus e Maria Madalena aparece translúcida. Numa das festividades do Sexto
Raio, puderam ser vistos os dois juntos, na seguinte passagem (páginas 144/145)
Seja
lá o que o homem do passado, a Igreja e as religiões tenham escondido sobre a
personagem Maria Madalena, a sua importância na implantação do Cristianismo foi
extremamente vital, ela veio para ajudar Jesus e sua ligação com o Mestre dos
Mestres está condignamente reconhecida naturalmente nas esferas espirituais.
Aqui na Terra, os artistas do passado conservaram, esconderam (mostrando) a
verdade e no tempo em que vivemos, no alvorecer da Nova Era, a verdade se abre,
desfralda o seu leque, deixando em letras garrafais a inegável verdade. Já não
é apenas questão de ter olhos para ver, trata-se de evidências tão
incontestáveis que a verdade está se impondo a todos, queiramos ou não.
O mistério sobre quem realmente
foi Maria Madalena
De Milão para a BBC Brasil
Prostituta. Santa. Esposa de Jesus. Apóstola. Feminista. Os rótulos
usados para definir Maria Madalena - fruto de interpretações de textos
canônicos, de evangelhos apócrifos ou simplesmente expressões de crenças
populares - fazem dela uma das mais enigmáticas personagens bíblicas.
o O filme Maria Madalena, lançado em 2018, direciona
os holofotes sobre uma das versões da trajetória desta figura fundamental à história
do cristianismo. Na obra dirigida por Garth Davis, ela aparece como uma fiel
seguidora de Cristo. Mais do que isso, uma mulher à frente de seu tempo, que
desafia a sociedade patriarcal da época, contrariando seu pai ao decidir se
tornar uma discípula.
o Citada nominalmente 17 vezes na Bíblia, Maria Madalena, ao que
tudo indica, era uma entre tantas pessoas que se encantaram com as pregações de
Jesus e passaram a segui-lo. A principal pista sobre sua origem está no nome:
originalmente, Maria de Magdala, ou seja, nascida em Magdala, uma vila de
pescadores próxima ao Mar da Galileia, localizada a 10 km de Cafarnaum, a
cidade que foi a base de Jesus na vida adulta.
o O primeiro contato entre eles está narrado no capítulo 8 do
Evangelho de Lucas. Cristo encontra Maria Madalena e expulsa dela sete
demônios.
Sete é um número simbólico e, na Bíblia, significa a
totalidade. A partir de então, ela se torna uma seguidora do pregador. Madalena
é citada como uma das mulheres que testemunharam a crucificação de Jesus e, de
acordo com o evangelista Marcos, ela teria visto onde o seu corpo foi
sepultado. A Bíblia relata ainda que ela acabou sendo a primeira a encontrar o
sepulcro de Cristo aberto e, portanto, se tornou a anunciadora, aos outros
discípulos, da ressurreição de Jesus.
A seguir, todavia,
seu nome desaparece do livro sagrado. Nos relatos - presentes em Atos dos
Apóstolos e nas epístolas - dos primeiros anos da Igreja, é como se Madalena
não tivesse existido.
"O silêncio dos
apóstolos trouxe aos exegetas diferentes interpretações e, para o imaginário
coletivo, muitas histórias que ainda hoje pairam sobre a imaginação de homens e
mulheres do mundo cristão ocidental", pontua a pesquisadora Wilma Steagall
De Tommaso, professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e do
Museu de Arte Sacra de São Paulo e membro da Sociedade Brasileira de Teologia e
Ciências da Religião.
"Crentes ou
ateus, todos conhecem alguma história sobre Maria Madalena".
Relacionamento amoroso
Isto porque as
histórias são muitas. Um exemplo bastante difundido: a mulher era uma
prostituta que, resgatada por Jesus, acabou virando sua amante. Os dois teriam
se casado e, quando ele foi crucificado, Madalena esperava um filho dele.
Então, ela fugiria para a França, onde daria à luz. Os descendentes dessa
linhagem seriam os membros da dinastia Merovíngia, que governou os francos de
478 a 751.
Este enredo aparece
na literatura em O Santo Graal e a Linhagem Sagrada, de Michael
Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln - publicado em 1982.
Um relacionamento
amoroso entre Cristo e Madalena também é narrado tanto no livro O
Segredo dos Templários, escrito por Lynn Picknett e Clive Prince e lançado
em 1997, quanto no best-seller O Código Da Vinci, de Dan Brown.
Nestes, a conspiração envolve o gênio renascentista Leonardo Da Vinci
(1452-1519), que teria retratado Maria Madalena, de forma cifrada, ao lado
direito de Jesus em sua representação da Última Ceia.
No tratado
hagiográfico Legenda Áurea, publicado em 1293, o frade dominicano
Jacopo de Varazze (1230-1298) conta que 14 anos depois da morte de Jesus,
Madalena e um grupo de cristãos acabaram expulsos da Judeia. Embarcados à
força, foram atracar no porto de Marselha, no sul da França. Lá, Maria Madalena
teria pregado e convertido muitas pessoas. Mais tarde, ela se retirou à gruta
de Sainte Baume, onde terminaria se dedicando por 30 anos à penitência e à
contemplação.
Verdade ou não, o
local celebra esta história.
"Nos anos 1950,
morei quatro anos no sul da França, onde se encontram a gruta em que se
recolheu Maria Madalena e seu túmulo, na cripta da grande basílica, hoje museu.
Havia uma grande festa provençal em sua honra, no dia 22 de julho",
recorda-se o teólogo Francisco Catão, autor do livro Catecismo e
Catequese, entre outros.
Lendas
As versões populares
sobre quem teria sido Madalena são muitas. Há quem acredite que ela tenha sido
uma mulher que decidiu fugir com um soldado romano. Depois de um tempo, ele a
abandonou e ela virou uma prostituta. Foi quando se encontrou com Cristo e
passou a ser sua seguidora. Também há a lenda de que ela tenha sido uma
aristocrata, herdeira de um castelo na região de Magdala. Vivia numa vida de
luxúria até conhecer Jesus e passar a segui-lo (por enquanto é a versão mais
aceita).
Força da mulher
Uma das teorias atribui
ao machismo a desconstrução moral de Maria Madalena. Isto porque ela teria tido
um papel muito importante nos primeiros anos do cristianismo, algo semelhante
ao de Pedro - considerado como o primeiro papa da Igreja Católica, o fundador
do catolicismo.
Mas quando a Igreja
se tornou religião oficial de Roma, teve de dar uma atenuada nesses aspectos,
por conta do machismo do império.
"Maria Madalena
é uma figura forte desde o início do cristianismo. Mas, em uma sociedade
patriarcal, em que o Jesus ressuscitado apareceu a uma mulher em primeiro
lugar, confiando a ela a missão de anunciar aos apóstolos a sua ressurreição -
a mais alta missão possível! - Foi um problema para os homens de seu
tempo", disse a historiadora Lucetta Scaraffia, que há décadas estuda a
importância da mulher na tradição cristã, em entrevista publicada semana
passada no L'Osservatore Romano.
Mais do que os
quatro evangelhos canônicos - de João, Marcos, Lucas e Mateus -, muitos
evangelhos ditos apócrifos, não reconhecidos pela Igreja Católica, tratam da
vida de Maria Madalena - e são fonte de muitas das teorias sobre ela que
sobreviveram ao tempo.
Se nos evangelhos
oficiais seu papel é restrito a apenas uma entre tantos seguidores de Cristo,
nos apócrifos Maria Madalena é retratada como alguém próxima do mestre, uma
sábia que gozava de posição especial entre os primeiros cristãos.
"A liderança de
Madalena era incômoda em muitos setores do cristianismo dos primórdios. A
escolha dos livros que formam o Novo Testamento se deu num cenário em que se
procurava sufocar as lideranças femininas existentes nas comunidades
cristãs", afirma o teólogo Pedro Lima Vasconcellos, professor da
Universidade Federal de Alagoas e autor do livro O Código da Vinci e o
Cristianismo dos Primeiros Séculos, para explicar por que ela é retratada
nos apócrifos de uma maneira diferente dos evangelhos canônicos.
No Evangelho de
Tomé, ela aparece em um diálogo com Pedro no último dos 114 ditos que essa obra
atribui a Jesus. E mostra que havia uma Igreja dividida entre essas duas
lideranças.
"Simão Pedro
disse a eles: 'Maria tem de nos deixar, pois as mulheres não são dignas de
viver'", diz o trecho. Na sequência, Jesus responde: "Eis que eu a
guiarei para torná-la masculina, para que também ela se torne um espírito vivente,
como vós, que sois homens. Pois toda mulher que se fizer homem entrará no Reino
dos Céus".
Já no Evangelho de
Maria, ela é quem anima e encoraja os apóstolos temerosos das perseguições
daqueles primeiros tempos do cristianismo. E Pedro reconhece sua importância.
"Irmã, sabemos que o Salvador te amava mais do que às outras mulheres.
Dize-nos as palavras do Salvador que recordas, aquelas que conheces e nós não
conhecemos, já que não as ouvimos", afirma ele.
Entre 2015 e 2016, a
pesquisadora Eleonora Graziani utilizou este evangelho para demonstrar "a
autoridade da voz feminina na Igreja primitiva", quando ela realizava seu
doutoramento em Estudos Femininos pela Universidade de Coimbra.
Mas o texto apócrifo
que mais suscita discussões sobre Madalena ter tido ou não um relacionamento
amoroso com Jesus é o Evangelho de Filipe. Primeiro porque o evangelista diz
que uma das Marias que "sempre caminhavam com o Senhor" era "sua
companheira".
Entretanto, pode ser
tudo uma questão de tradução. A palavra original do manuscrito, o grego
koinonôs, apesar de poder se referir a uma esposa, é mais comumente empregada
para designar duas pessoas que compartilham alguma missão ou um trabalho, como
dois parceiros comerciais. Outra passagem do mesmo evangelho, apesar de repleto
de lacunas, diz que Jesus "a beijava com frequência na sua boca".
Papas
No início, a Igreja
reconhecia sua santidade. Maria Madalena era chamada de "apóstola dos
apóstolos", justamente por ter sido a primeira a atestar a ressurreição de
Cristo - o primeiro registro desta definição é atribuído ao teólogo Hipólito de
Roma (170-236).
Deixada meio de lado
quando a Igreja Católica se tornou oficial do Império Romano - o que aconteceu
no ano 380 -, Maria Madalena acabou relembrada de um jeito meio torto. Em uma
tentativa de tentar convencer os fiéis de que o arrependimento sincero bastaria
para um perdão de Deus, o papa Gregório Magno (540-604) começou a propagar, em
sermões, que algumas passagens da Bíblia se referindo a mulheres pecadoras -
anônimas - estavam, na verdade, tratando de Madalena.
Ou seja: várias
pessoas foram juntadas em um só nome Maria Madalena. Em seu artigo Olhares
de Clérigos - que integra do livro História das Mulheres no
Ocidente -, o historiador francês Jacques Dalerun é categórico ao dizer
que "tal como o Ocidente a venera a santa não existe, enquanto indivíduo,
nos evangelhos".
"A identidade
de Maria Madalena, — de quem Jesus expulsou sete demônios e que foi testemunha
da paixão e da Ressurreição, — fundiu-se com a da pecadora anônima,— mulher que
lavou, ungiu e secou com os cabelos os pés de Jesus na casa de Simão, o fariseu
— e também é identificada com a Maria de Betânia, irmã de Marta e de
Lázaro", resume a pesquisadora Wilma. "Maria de Betânia, no Evangelho
de João, unge também Jesus com um valioso perfume de nardo. A pecadora anônima
que aparece no Evangelho de Lucas; Maria de Betânia e Maria Madalena passaram a
ser consideradas a mesma pessoa."
Pronto, estava
aberta a brecha para que Madalena fosse tachada como prostituta arrependida.
Nas últimas décadas,
esta imagem foi revisada pela Igreja. Em 1969, os predicados
"penitente" e "pecadora" foram excluídos da seção dedicada
a ela no 'Breviário Romano'.
"Isto eliminou
um estigma que havia sido acentuado principalmente por ocasião da
Contrarreforma, quando Maria Madalena teve a importante função de ser o
exemplum. Completamente contra o protestantismo e sua doutrina da graça e da
predestinação, a Contrarreforma enfatizou a doutrina da penitência e do mérito.
Nessa época, séculos XVI e XVII, Maria Madalena exerceu um importante papel
como a pecadora-penitente e como a pessoa que foi favorecida por
excelência", contextualiza Wilma, que está finalizando um livro sobre a
personagem cristã.
Em 2016, Papa
Francisco transformou a data de Maria Madalena, 22 de julho, em festa
litúrgica. De acordo com o Vaticano, a decisão foi tomada porque Francisco
gostaria de "assinalar a relevância desta mulher que mostrou um grande
amor por Cristo". Ele voltou a enfatizar seu título de "apóstola dos apóstolos".
O gesto, carregado de simbolismo, repercutiu entre religiosos e estudiosos.
Professor de Novo
Testamento da Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, o filósofo Régis
Burnet afirmou que o ato do papa reconhece "o lugar surpreendente, para a
época, que as mulheres ocupavam junto de Jesus", ao mesmo tempo que
funciona como um "apelo a um maior reconhecimento delas na Igreja de
hoje".
Cultura
Relacionamento
íntimo com Jesus, mas apenas do ponto de vista espiritual. O historiador
britânico Michael Haag procura trazer esta Maria Madalena como a verdadeira, em
seu recém lançado Maria Madalena - Da Bíblia ao Código da Vinci:
companheira de Jesus, deusa, prostituta, ícone feminista. O livro,
portanto, vai na mesma linha do filme de Garth Davis que chega aos cinemas -
com Rooney Mara no papel principal. Mas, assim como a Igreja, o mundo da arte e
do entretenimento também já apresentou várias facetas dessa santa.
Madalena já apareceu
em mais de 30 filmes - quase sempre como uma linda mulher, sedutora. Em A
Última Tentação de Cristo, obra de Martin Scorsese lançada em 1988, ela é
vivida pela atriz Barbara Hershey. Que encarna a figura da prostituta - e, num
devaneio épico quando Jesus está na cruz, é vista como esposa dele e grávida de
seu filho. Em A Paixão de Cristo, de 2004, Mel Gibson traz uma
Madalena, vivida por Monica Bellucci, coberta de lama. Em entrevista da época,
Gibson afirmou: "eu joguei lama nela; e quanto mais lama eu jogava, mais
bonita ela ficava".
"Em dois mil
anos de cristianismo, não há outro personagem que tenha estimulado tanto a
imaginação de artistas, escritores e outros estudiosos como Maria
Madalena", acredita Wilma. "Sabemos pouco a respeito dela, no
entanto, a cada período da era cristã criou-se uma Madalena que satisfizesse
suas necessidades e anseios e assim Maria Madalena vem sendo submetida até
nossos dias a uma plástica cultural."
Assim, obras do
Renascimento apresentam uma Madalena símbolo de penitência, humildade e amor.
No Iluminismo, a figura é de uma rameira de coração puro. No fim do século 19,
começa a ser representada de forma muito sexualizada, uma femme fatale.
Alguns quadros que a
retratam são indispensáveis para qualquer percurso da História da Arte. Ticiano
Vecellio (1490-1576) pintou Madalena Penitente e Noli
Me Tangere. Seu contemporâneo Giampetrino (de quem não se sabe nem sequer o
período exato de vida) concebeu uma Madalena sedutora, mundana. Já a Madalena
de Pietro Perugino (1448-1523) é a imagem de uma santa.
O que nós podemos
acrescentar é que a irmã Agnes ou Madre Teresa de Calcutá, foi a reencarnação
de Madalena para expurgar seus últimos “pecados”, tendo como madre Teresa
terminado seus dias tal qual como Madalena terminou os seus. Entre os leprosos!
Pois bem: a verdade é que certos religiosos levantam
dúvidas quanto à vida pregressa de Madalena. Segundo eles, não há nenhuma
referência no Novo Testamento que esclareça a sua vida de erros antes de
conhecer Jesus.
Como a obra psicográfica de Chico Xavier é confiável
quanto aos fatos ocorridos durante a vida do Mestre na Terra, encontramos no
capítulo 20 da obra Boa Nova, ditada pelo espírito Humberto de Campos, os
esclarecimentos nesse sentido. Vejamos o que diz este capítulo de início:
“Maria de Magdala ouvira as pregações do Evangelho
do Reino, não longe da vila principesca onde vivia entregue a prazeres, em
companhia de patrícios romanos, e tomara-se de admiração profunda pelo Messias.
Que novo amor era aquele apregoado aos pescadores
singelos por lábios tão divinos? Até ali, caminhara ela sobre as rosas rubras
do desejo, embriagando-se com o vinho de condenáveis alegrias. No entanto, seu
coração estava sequioso e em desalento. Jovem e formosa, emancipara-se dos
preconceitos férreos de sua raça; sua beleza lhe escravizara aos caprichos de
mulher os mais ardentes admiradores; mas seu espírito tinha fome de amor.
O Profeta nazareno havia plantado em sua alma novos
pensamentos. Depois que lhe ouvira a palavra, observou que as facilidades da
vida lhe traziam agora um tédio mortal ao espírito sensível. As músicas
voluptuosas não encontravam eco em seu íntimo, os enfeites romanos de sua
habitação se tornaram áridos e tristes. Maria chorou longamente, embora não
compreendesse ainda o que pleiteava o profeta desconhecido. Entretanto, seu
convite amoroso parecia ressoar lhe nas fibras mais sensíveis de mulher. Jesus
chamava os homens para uma vida nova”.
Como vimos, Madalena, depois de levar uma vida de
prazeres em companhia de patrícios romanos, tomara-se de admiração profunda por
Jesus. E neste mesmo capítulo, informa Humberto de Campos que, certo dia, ela
procurou o Mestre na casa de Pedro, quando, ao fim do diálogo, Jesus lhe sorriu
com bondade e disse:
- Vai, Maria!... Sacrifica-te e ama sempre. Longo é
o caminho, difícil à jornada, estreita a porta; mas, a fé remove os obstáculos...
nada temas: é preciso crer somente!
Assistência aos leprosos
Depois da morte do Cristo, Madalena foi residir em
Dalmanuta, quando certo dia, um grupo de leprosos veio procurá-la. Procediam da
Iduméia aqueles infelizes em supremo abandono. Perguntavam por Jesus Nazareno,
mas todas as portas se lhes fechavam. Maria foi ter com eles, e reuniu-os sob
as árvores da praia e lhes transmitiu as palavras de Mestre.
As autoridades locais, entretanto, ordenaram a
expulsão imediata dos enfermos. Maria Madalena, diante disso, se pôs em marcha
para Jerusalém, na companhia deles. Passando a viver no Vale dos Leprosos, em
breve tempo, sua pele apresentava, igualmente, manchas violáceas e tristes da
lepra. Sentindo-se ao termo de sua tarefa meritória, Maria de Magdala abandonou
o vale, para ir ao encontro de seu círculo pessoal em Éfeso.
Recebida por Jesus
Uma noite, atingiram o auge as profundas dores que
sentia. Em dado instante, observou-se que seu peito não mais arfava. Maria, no
entanto, experimentava sensação de alívio. Foi quando viu Jesus aproximar-se,
mais belo que nunca. Seu olhar tinha o reflexo do céu e o semblante trazia um
júbilo indefinível. O Mestre estendeu-lhe as mãos e ela se prosternou,
exclamando, como antigamente:
- Senhor!... Jesus recolheu-a brandamente nos braços
e murmurou:
- Maria, já passaste a porta estreita!... Amaste
muito! Vem! Eu te espero aqui!
Conclusão
Como vimos, a revelação de ordem espiritual, através
dos canais da mediunidade, vem esclarecer aspectos da vida de Maria Madalena
não citados pelos evangelistas, mostrando quem de fato era ela moralmente, sua
conversão pelo próprio Cristo, seu trabalho de auto aprimoramento através do
amor ao próximo e sua bela passagem de retorno ao mundo espiritual, recebida por
Jesus, como aquela que conseguiu vencer a si mesma e muito amar.
Convém lembrar para concluir que Maria Madalena
chegou a pureza de Espírito em sua última encarnação como irmã Agnes ou madre Teresa
de Calcutá, encerrando seu ciclo na matéria da mesma forma que encerrou como
Maria Madalena; cuidando dos leprosos.
Maria Madalena - Modelo de Evolução Espiritual
1.
1. Maria Madalena Modelo
de Evolução Espiritual
2.
A primeira a ver Jesus
em espírito Dos fatos mais significativos do Evangelho, a primeira visita de Jesus,
na ressurreição, é daqueles que convidam à meditação substanciosa e acurada.
Por que razões profundas deixaria o Divino Mestre tantas figuras mais próximas
de sua vida para surgir aos olhos de Madalena, em primeiro lugar? Livro
Caminho, Verdade e Vida, Espírito Emmanuel, Chico Xavier2
3.
Jesus surge aos olhos de
Madalena “Disse-lhe Jesus: Maria! — Ela, voltando-se, disse-lhe: Mestre! ” João
20:163
4.
História de Maria de
Magdala; Magdala era um centro de comércio e indústria de muita prosperidade.
Para lá acorriam mercadores e aventureiros de todo o Oriente. Estação de
repouso, recebia viajantes ilustres …, conseguindo negócios rendosos e prazeres
fáceis. Maria aos 28 anos era uma mulher de peregrina beleza que causava
paixões e ciúmes. Livro Primícias do Reino, espírito Amélia Rodrigues, Divaldo
P. Franco4
5.
Até ali, caminhara ela sobre as rosas rubras
do desejo, embriagando-se com o vinho de condenáveis alegrias. No entanto, seu
coração estava sequioso e em desalento. Jovem e formosa, emancipara-se dos
preconceitos férreos de sua raça; sua beleza lhe escravizara aos caprichos de
mulher os mais ardentes admiradores; mas seu espírito tinha fome de amor ... 5
História de Maria de Magdala Livro Boa Nova, pelo espírito Humberto de Campos,
Chico Xavier
6.
Espíritos infelizes a
tomavam, em noites variadas, deixando-a alheada, olhos perdidos no mistério de
insondáveis distâncias. Nessas horas, as servas despediam, do átrio, todos os
que a buscassem. Dizia-se que periodicamente que 7 demônios possuíam-lhe o
corpo. História de Maria de Magdala
Livro Boa Nova, pelo espírito Humberto de Campos, Chico Xavier
7.
Divaldo Pereira Franco,
palestra Perdão e Auto perdão parte 2,
https://www.youtube.com/watch?v=C2AK9c7HmkU A transformação de Maria Madalena
8.
A transformação de
Madalena 1/13 Um dia, uma mulher profundamente perturbada que era uma rainha do
sexo na sua época foi à Jesus e quando se acercou Ele falou suavemente. Jesus -
Maria, tu me conheces! Oh Maria! Ergo bonos pastor sum. Eu sou o bom pastor e
conheço as minhas ovelhas uma a uma. Maria - Se tu me conheces, tu sabes que eu
sou uma pervertida! Jesus - Não Maria, eu sei apenas que tu estás doente. Maria
- Mas senhor eu vivo no lupanar. 8 Divaldo Pereira Franco, palestra Perdão e Auto
perdão parte 2
9.
A transformação de
Madalena 2/13 Jesus - Mas é também um lar, Maria. Maria - Mas ali eu sou
mercadoria. Jesus - Oh Maria! Seria muito melhor que ao invés de estares
exposta, estivesses composta e ao invés de seres buscada para o comércio da
ilusão, se te transformasses em uma realidade de paz. Maria - E que devo fazer?
Jesus - Ama Maria! Ama aos teus filhos! Maria - Desgraçada de mim! Tenho o
ventre varado mil vezes e nunca tive a honra de ser mãe. 9 Divaldo Pereira
Franco, palestra Perdão e Auto perdão parte 2
10. A transformação de
Madalena 3/13 Jesus - Maria, quando digo que ame aos teus filhos, que tu os
ames. Eu quero dizer que ame aos filhos que não tem mães, as mães que não tem
filhos! Jesus - Porque amar o filho da própria carne é um dever imposto pela
vida orgânica, mas amar aqueles que são de outra carne é uma proposta do amor
de Deus. Jesus - Tu nunca viste depois dos escombros, do frio e da destruição,
a primavera suave beijar as pedras e arrancar delas flores miúdas? 10 Divaldo
Pereira Franco, palestra Perdão e Auto perdão parte 2
11.A
transformação de Madalena 4/13 Jesus - Tu nunca viste o solo árido, depois de
regenerado pela chuva, reverdecer e cobrir-se de flores? E o pântano Maria,
depois de drenado por valas, tornar-se um jardim ou um pomar?? Jesus - Assim é
aquele que ama. Quando eu te digo que ames, eu quero dizer dá-te oportunidade
de alguém agasalhar-se-te no coração e tu embalares com as dúlcidas vibrações
da ternura. Jesus - Vai Maria e ama! Um dia, perdoe-se! Maria - Ai senhor, eu
te daria minha vida! Da-la-ei agora! 11 Divaldo Pereira Franco, palestra Perdão
e Auto perdão parte 2
12.A
transformação de Madalena 5/13 Jesus - É cedo Maria! Jesus - Mais um dia, que
não está muito perto, nem tão longe... Eu te pedirei a vida. 12 Divaldo Pereira
Franco, palestra Perdão e Auto perdão parte 2
13.A
transformação de Madalena 6/13 E a meretriz de Magdala, Miriam de Migdol, saiu
dali e nunca mais esqueceu aquele doce diálogo. A partir daquele encontro em
Cafarnaum, toda tarde, quando o leque dourado de sol queimava as últimas nuvens
e apagava-se no poente, de uma barca um homem belo e incomparável distendia as
mãos e falava aos ouvidos do coração dos aflitos. E entre estes, uma mulher de
peregrina beleza atendia crianças, socorria desvairados, punha óleo em feridas.
13 Divaldo Pereira Franco, palestra Perdão e Auto perdão parte 2
14.A
transformação de Madalena 7/13 E depois que Ele se foi e ela o viu em uma manhã
esplendorosa de Cafarnaum, quando todos os amigos se foram. Maria - Levem-me!
Pedro, leve-me com você. Pedro - Não posso. Tu és mulher! As mulheres são
frágeis... não posso levar-te comigo. Maria compreendeu... nunca a perdoariam!
Do lugar de onde ela veio.... Perdoavam aos homens que a derrubaram, mas não
perdoavam quem havia caído. 14 Divaldo Pereira Franco, palestra Perdão e Auto
perdão parte 2
15. A transformação de
Madalena 8/13 Ela entendeu e continuo na praia. Pediu emprego de porta em porta
em Cafarnaum, mas quem tinha lugar para uma mulher arrependida? Ela ficou
naquela praia, a sós. Na terceira madrugada, ela viu um magote de pessoas que
batiam a matraca. E uma voz surda que de quando em quando chegava: Fugi!
Morfeia! A doença bíblica. O mal de Hansen. Saia da direção do vento. Ela quis
correr, mas lembrou-se d’Ele. Que faria Jesus? 15 Divaldo Pereira Franco,
palestra Perdão e Autoperdão parte 2
16.A
transformação de Madalena 9/13 E ela ficou. Quando chegou aquele grupo. Alguns a
cavalo, outros sem membros em muletas, crianças marcadas com as rosas púrpuras
da degenerescência orgânica. Ela perguntou: para onde ides? Procuramos a Jesus
de Nazaré. Estamos chegando das longas terras da Assíria. E ouvimos falar de um
profeta peregrino que lavava a lepra. Donde... onde... estamos tão cansados!
Maria abaixou a cabeça... porque chegastes tarde. Mataram-no! 16 Divaldo
Pereira Franco, palestra Perdão e Auto perdão parte 2A transformação de
Madalena 10/13 Ele se foi e voltou para nos dizer que estaria conosco. E agora
retornou ao seio do seu Pai. E a nossa dor, ficou entre nós. Maria viu a
decepção nos seus rostos. As lágrimas do desencanto.... Então ela começou a
dizer, mas ele nos disse... E repetiu as palavras do Sermão do Monte. E falou,
falou mais e mais... até a alvorada do outro dia, quando as autoridades de
Cafarnaum vieram expulsá-los para o Vale dos Imundos. E quando eles se foram,
sorriam. A esperança estava estampada no seu rosto! 17 Divaldo Pereira Franco,
palestra Perdão e Auto perdão parte 2
17. A transformação de
Madalena 11/13 E quando ela os viu dobrar numa curva da praia e uma criança
acenou-lhe à Deus. Ela pensou: eram seus últimos amigos. Não tinha a ninguém!
Ela deu um gritou: esperai por mim! E saiu a correr. 18 Divaldo Pereira Franco,
palestra Perdão e Auto perdão parte 2
18. A transformação de
Madalena 12/13 E duas semanas após, no Vale dos Imundos em Jerusalém, chegava
mais um grupo de atormentados de longe. E uma mulher de rara beleza, toda
tarde, de cima de uma pequena plataforma natural da rocha, aquela mulher de
cabelos dourados que lhe caiam sobre os ombros e os seios, fala transfigurada
de Jesus! E começava o seu discurso: Vós, os leprosos... 19 Divaldo Pereira
Franco, palestra Perdão e Auto perdão parte 2
19. A transformação de
Madalena 13/13 Um dia ela se banhava em uma cascata, e olhando o peito notou
uma despigmentação. Tentou limpá-la. Tomou de um seixo e cravou. Não sentiu
dor. Naquela tarde ela abriu os braços e disse-lhes: Nós, os leprosos! 20
Divaldo Pereira Franco, palestra Perdão e Auto perdão parte 2
Passagens
de Maria Madalena O Encontro com Jesus A Crucificação A Ressurreição21
20. O encontro com Jesus
Ei-la, agora, ali (banquete da casa de Simão). Todos a fitavam com desagrado.
As lágrimas saltavam-lhe dos olhos e caíam sobre os pés d’Ele. Enxugava-os com
a basta cabeleira. “ – Se este fosse profeta bem saberia quem e qual é a mulher
que lhe tocou, pois é uma pecadora”. (Simão) 22 Livro Primícias do Reino,
espírito Amélia Rodrigues, Divaldo P. Franco
21.
Ante as lágrimas de Sua Mãe, fizera o legado da fraternidade universal,
entregando-a a João e este àquela. ... quando a cabeça d’Ele pendeu, desejou
cingir-lhe outra vez os pés, e osculá-los com ternura, mas se sentiu
imobilizada… - Bom animo, filha! – Falou ternamente a Mãe sublime. – As nossas
dores estão com Ele. Livro Primícias do Reino, espírito Amélia Rodrigues,
Divaldo P. Franco A Crucificação
22.
Mas a ti Ele apareceu? Não, não o creio. Não creiamos. Não é possível que Ele
tenha aparecido exatamente a ela. Não estiveram outras no sepulcro? João e
Pedro lá não foram? Por que a ela?... - Eu o creio, filha – acentuou a sua
saudosa mãe. – Secreto pressentimento diz-me que meu Filho vive. Eu o creio,
porque sei que a nossa dor e saudade estão com Ele, como a Sua saudade se
demora em nós. 24 Livro Primícias do Reino, espírito Amélia Rodrigues, Divaldo
P. Franco A Ressurreição
23.O
simbolismo do gesto de Jesus … ninguém fez tanta violência a si mesma, para
seguir o Salvador, como a inesquecível obsidiada de Magdala. Nem mesmo “morta”
nas sensações que operam a paralisia da alma; entretanto, bastou o encontro com
o Cristo para abandonar tudo e seguir-lhe os passos, fiel até ao fim, nos atos
de negação de si própria e na firme resolução de tomar a cruz que lhe competia
no calvário redentor de sua existência angustiosa. Livro Caminho, Verdade e
Vida, Espírito Emmanuel, Chico Xavier25
24. Lições de Maria de
Magdala 26 A força das mulheres Olhar de prosperidade todos somos doentes e
irmãos Perdão e auto perdão todos são chamados
25. A Força das Mulheres 27
Livro Vereda Familiar, espírito Thereza de Brito, Raul Teixeira Sem dúvida, à
mulher cabe uma importante quota de contribuição com a obra de Deus, oferecendo
a sua sensibilidade e a sua inteligência em favor da vida. Muito a propósito é
a afirmação do Espírito da Verdade, quando situa a tarefa delegada por Deus à
mulher como mais importante que à do homem, uma vez que cabe a ela o
conduzimento dos homens, dando-lhes as primeiras noções de vida. (Questão 821,
de O Livro dos Espíritos)
26. Olhar de Prosperidade 28
Maria - Mas senhor eu vivo no lupanar Jesus - Mas é também um lar, Maria. Jesus
- Tu nunca viste depois dos escombros, do frio e da destruição, a primavera
suave beijar as pedras e arrancar delas flores miúdas? Jesus - Tu nunca viste o
solo árido, depois de regenerado pela chuva, reverdecer e cobrir-se de flores?
E o pântano Maria, depois de drenado por valas, tornar-se um jardim ou um
pomar?? Divaldo Pereira Franco, palestra Perdão e Auto perdão parte 2
27. Todos somos doentes e
irmãos 29 Jesus - Não Maria, eu sei apenas que tu estás doente. - O Rabi –
esclareceu a jovem, entusiasta -, ama os sofredores e confabula com todos,
informando que as impurezas muitas vezes estão ocultas e ninguém as vê, dignos
todos, no entanto, de compreensão e ajuda. Eu não tenho o direito de censurar,
nem de absolver, mas eu tenho o dever de ajudar! Ministrar-lhe o remédio.
Divaldo Pereira Franco, palestra Perdão e Auto perdão parte 2
28. Perdão
e auto perdão 30 Jesus - Vai Maria e ama! Um dia, perdoe-se! Ele não a
condenou. Ele não a absolveu. Ele deixou o problema com ela, porque o problema
era dela. Perdoavam aos homens que a derrubaram, mas não perdoavam quem havia
caído. Divaldo Pereira Franco, palestra Perdão e Auto perdão parte 2
29. Todos são chamados pelo
Evangelho … Jesus ratificou a lição de que a sua doutrina será, para todos os
aprendizes e seguidores, o código de ouro das vidas transformadas para a glória
do bem. E ninguém, como Maria de Magdala, houvera transformado a sua, à luz do
Evangelho redentor. Livro Caminho, Verdade e Vida, Espírito Emmanuel, Chico
Xavier31
30. Conta uma lenda
Oriental... 32 Divaldo Pereira Franco, palestra Perdão e Auto perdão parte 2
31. Conta uma lenda Oriental
1/6 … que ela tomada pela enfermidade, foi visitar a mãe de Jesus, de quem
sentia uma grande falta. Ela ouviu dizer que a senhora estava em Patmos, com
João, o discípulo amado. Ela resolveu ir. Despediu-se dos amigos que ficaram
chorando. Viaja durante a noite por causa do sol inclemente e repousava durante
o dia à sombra de velhas figueiras da estrada. Crianças atiravam-lhe migalhas.
E ela jornadeou, até que exausta tomou as portas de Éfeso. 33 Divaldo Pereira
Franco, palestra Perdão e Auto perdão parte 2
32.Conta uma lenda Oriental 2/6 Em delírio de febre alguém a ouviu
chamando o nome João, Maria de Nazaré. E então foram as pessoas a casa do jovem
e maduro João e ele veio buscá-la, carregou a nos seus braços. E levou-a a sua
casa e a colocou sob uma cama. A mãe do crucificado velou por ela dois dias e
três noites. E na terceira madrugada ela exala o último suspiro e sentiu-se
leve. 34 Divaldo Pereira Franco, palestra Perdão e Auto perdão parte 2
33.Conta
uma lenda Oriental 3/6 Tinha impressão de que o ar perfumado de Cafarnaum
invadia-lhe as narinas da alma. Ela escutava um coral longínquo e mãos
invisíveis que a dirigiam. Então sentiu-se naquela praia, próxima a casa de
Simão Barjonas onde conversara com Ele em uma noite inesquecível, fazia três
anos. Ali estava ela novamente. Olhou-se e estava jovem e exuberante, menos de
30 anos. 35 Divaldo Pereira Franco, palestra Perdão e Auto perdão
34.Conta
uma lenda Oriental Quando viu que entre as ondas, uma claridade tornava-se
agigantada e à medida que a onda trazia a luz... era Jesus. 36 Divaldo Pereira
Franco, palestra Perdão e Auto perdão parte 2
35.Conta
uma lenda Oriental Os braços, as chagas nos pulsos, a testa marcada. Ela correu
na direção, atirou-se lhe nos braços... Maria- Raboni, mestre! Jesus - Maria,
venho buscar-te, conforme te disse. Jesus - Eu te pedi o sacrifício, agora
quero coroar-te de estrelas. A ex-meretriz de Magdala desmaiou nos braços de
Jesus! Divaldo Pereira Franco, palestra Perdão e Auto perdão
36. Conta uma lenda Oriental
… naquela noite quando olhava o zimbório estrelado da noite, o astrólogo persa
percebeu a claridade de uma novíssima... não era uma estrela, era o rastro de
luz de Maria de Magdala adentrando pelo reino dos céus. 38 Divaldo Pereira
Franco, palestra Perdão e Auto perdão parte 2
37. Para concluir, vamos
ouvir novamente Jesus... Sermão da Montanha
38. l Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino
dos céus. l Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados. l Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra. l Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque eles
serão fartos. l Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão
misericórdia. 40/48 Mateus, 5, 1 a 12 As Bem-aventuranças Jesus, pois, vendo as
multidões, subiu ao monte; e, tendo se assentado, aproximaram-se os seus
discípulos, e ele se pôs a ensiná-los, dizendo:
39. l Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.
l Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados
filhos de Deus. l Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça,
porque deles é o reino dos céus. l Bem-aventurados sois vós,
quando vos injuriarem e perseguiram e, mentindo, disserem todo mal contra vós
por minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos
céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós. 41/48
Mateus, 5, 1 a 12 As Bem-aventuranças
40. Quais lições de Maria Madalena podemos aplicar na nossa Reforma
Íntima? A Pergunta que fica...
41. FONTES:
Caminho,
Verdade e Vida, Francisco C. Xavier
Boa
Nova, pelo espírito Humberto de Campos, Chico Xavier
O
Livro dos Espíritos, Allan Kardec
Primícias
do Reino, Divaldo P. Franco
Divaldo
Pereira Franco, Perdão e Auto perdão
https://www.youtube.com/watch?v=C2AK9c7HmkU
Divaldo
P. Franco, palestra Maria de Magdala
https://www.youtube.com/watch?v=6_8sus7fE-0
Vereda
Familiar, Raul Teixeira Referências
Fragmentos
do evangelho de Maria Madalena:
“Aquilo que é desconhecido exerce um fascínio. Tal
acontece com os chamados livros apócrifos, muito mencionados e pouco citados.
Um deles é "O EVANGELHO DE MARIA" ou "O EVANGELHO SEGUNDO MARIA
MADALENA".
Trata-se de um pequeno texto, atribuído a Maria Madalena, descoberto em
1896. Sua data é estimada como sendo do século V. O conteúdo é totalmente
gnóstico.
Eis o texto conhecido, porque há partes desconhecidas. Não se sabe
de quem é a tradução.
[Páginas 1-6 -- faltantes]
Será a matéria destruída um dia ou não?
Salvador disse: " Todas as espécies,
todas as formações, todas as criaturas estão unidas, elas dependem umas das
outras, e se separarão novamente em sua própria origem. Pois a essência da
matéria somente se separará de novo em sua própria essência. Quem tem ouvidos
para ouvir que ouça."
Pedro lhe disse: " Já que nos explicaste
tudo, dize-nos isso também: o que é o pecado do mundo?"
Jesus
disse: "Não há pecado; sois vós que os criais, quando fazeis coisas da
mesma espécie que o adultério, que é chamado 'pecado'. Por isso Deus Pai veio
para o meio de vós, para a essência de cada espécie, para conduzi-la a sua
origem."
Em seguida disse: "Por isso adoeceis e
morreis [...]. Aquele que compreende minhas palavras, que as coloque-as em
prática. A matéria, produziu uma paixão sem igual, que se originou de algo
contrário à Natureza Divina.
A partir daí todo o corpo se desequilibra.
Essa é a razão por que vos digo: tende coragem, e se estiverdes desanimados,
procurais força das diferentes manifestações da natureza. Quem tem ouvidos para
ouvir que ouça."
Quando o Filho de Deus assim falou, saudou a
todos dizendo: "A Paz esteja convosco. Recebei minha paz. Tomai cuidado
para ninguém vos afaste do caminho, dizendo: 'Por aqui' ou 'Por lá', pois o
Filho do Homem está dentro de vós. Segui-o. Quem o procurar, o encontrará.
Prossegui agora, então, pregai o Evangelho do Reino. Não estabeleçais outras
regras, além das que vos mostrei, e não instituais como legislador, senão
sereis cerceados por elas." Após dizer tudo isto partiu.
Mas eles estavam profundamente tristes.
E falavam: “Como vamos pregar aos gentios o
Evangelho ao Reino do Filho do Homem? Se eles não o procuraram, vão poupar a
nós?" Maria Madalena se levantou, cumprimentou a todos e disse a seus
irmãos: "Não vos lamentais nem sofrais, nem hesiteis, pois, sua graça
estará inteiramente convosco e vos protegerá. Antes, louvemos sua grandeza,
pois Ele nos preparou e nos fez homens". Após Maria ter dito isso, eles
entregaram seus corações a Deus e começaram a conversar sobre as palavras do
Salvador.
Pedro disse a Maria: “Irmã, sabemos que o
Salvador te amava mais do que qualquer outra mulher. Conta-nos as palavras do
Salvador, as de que te lembras, aquelas que só tu sabes e nós nem
ouvimos."
Maria Madalena respondeu dizendo: "
Esclarecerei a vós o que está oculto". E ela começou a falar essas
palavras: "Eu", disse ela, "eu tive uma visão do Senhor e contei
a Ele: 'Mestre, apareceste-me hoje numa visão'. Ele respondeu e me disse: 'Bem-aventurada
sejas, por não teres fraquejado ao me ver. Pois, onde está a mente há um
tesouro'. Eu lhe disse: 'Mestre, aquele que tem uma visão ver com a alma ou
como espírito?' Jesus respondeu e disse: "Não vê nem com a alma nem com o
espírito, mas com a consciência, que está entre ambos -- assim é que tem a
visão".
[Páginas 11-14, faltando]
E o desejo disse à alma: 'Não te vi descer,
mas agora te vejo subir. Por que falas mentira, já que pertences a mim?' A alma
respondeu e disse: 'Eu te vi. Não me viste, nem me reconheceste. Usaste-me como
acessório e não me reconheceste.' Depois de dizer isso, a alma foi embora,
exultante de alegria. "De novo alcançou a terceira potência, chamada
ignorância. A potência, inquiriu a alma dizendo: 'Onde vais? Estás aprisionada
à maldade. Estás aprisionada, não julgues!' E a alma disse: ' Por que me
julgaste apesar de eu não haver julgado?
Eu estava aprisionada; no entanto, não
aprisionei. Não fui reconhecida que o Todo se está desfazendo, tanto as coisas
terrenas quanto as celestiais.' "Quando a alma venceu a terceira potência,
subiu e viu a quarta potência, que assumiu sete formas. A primeira forma, trevas;
a segunda, desejo; a terceira, ignorância, a quarta, é a comoção da morte; a
quinta, é o reino da carne; a sexta, é a vã sabedoria da carne; a sétima, a
sabedoria irada. Essas são as sete potências da ira. Elas perguntaram à alma:
´De onde vens, devoradoras de homens, ou onde vais, conquistadora do espaço?' A
alma respondeu dizendo: ' O que me subjugava foi eliminado e o que me fazia
voltar foi derrotado..., e meu desejo foi consumido e a ignorância morreu. Num
mundo fui libertada de outro mundo; num tipo fui libertada de um tipo celestial
e também dos grilhões do esquecimento, que são transitórios. Daqui em diante,
alcançarei em silêncio o final do tempo propício, do reino eterno'."
Depois de ter dito isso, Maria Madalena se
calou, pois até aqui o Salvador lhe tinha falado. Mas André respondeu e disse
aos irmãos: “Dizei o que tendes para dizer sobre o que ela falou. Eu, de minha
parte, não acredito que o Salvador tenha dito isso. Pois esses ensinamentos
carregam ideias estranhas". Pedro respondeu e falou sobre as mesmas
coisas. Ele os inquiriu sobre o Salvador: “Será que ele realmente conversou em
particular com uma mulher e não abertamente conosco? Devemos mudar de opinião e
ouvirmos ela? Ele a preferiu a nós?" Então Maria Madalena se lamentou e
disse a Pedro: "Pedro, meu irmão, o que estás pensando? Achas que inventei
tudo isso no mau coração ou que estou mentindo sobre o Salvador?" Levi
respondeu a Pedro: "Pedro, sempre fostes exaltado. Agora te vejo
competindo com uma mulher como adversário. Mas, se o Salvador a fez merecedora,
quem és tu para rejeitá-la? Certamente o Salvador a conhece bem. Daí a ter
amado mais do que a nós. É antes, o caso de nos envergonharmos e assumirmos o
homem perfeito e nos separaremos, como Ele nos mandou, e pregarmos o Evangelho,
não criando nenhuma regra ou lei, além das que o Salvador nos legou."
Depois que Levi disse essas palavras, eles
começaram a sair para anunciar e pregar”
Fontes:
Moacir
Sader.
Brown, Dan, O
Código Da Vinci
Starbird,
Margaret. Maria Madalena e o Santo Graal.
Baigente,
Michael; Leigh, Ricahard; Lincoln, Henry. O Santo Graal e Linhagem Sagrada. 2
Revista Super
Interessante: Jesus Proibido.
Evangelhos
apócrifos segundo Maria Madalena, segundo Tomé e segundo Felipe.
Edison
Veiga
·
De Milão para a BBC Brasil
Web
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