terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

A CASA SOBRE A ROCHA

 

ANÁLISE DO CONTEXTO

A CASA SOBRE A ROCHA

Mt 7:24

“todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha”.

 

TODO AQUELE POIS – Sem exceção a conjunção “pois”, expressa, sem dúvida, uma conclusão. A manifestação de Jesus deixa evidenciado que qualquer mudança de rota implica assimilação do novo propósito e decisão prática para que se efetive.

QUE ESCUTA ESTAS MINHAS PALAVRAS – Que ouve com atenção, que assimila. Em meio aos muitos sons que percebemos, ao mesmo tempo, somos capazes de selecionar o que nos interessa. Em se tratando de imagens que tangem os terrenos do crescimento espiritual, não podemos ficar apenas na escuta. Importante será acionar tal conteúdo no plano prático.

Vale ressaltar que a audição se torna cada vez mais sutilizada, à medida que se ampliam os recursos aprendidos. Aliás, o próprio evangelho indica “a qualquer que tiver será dado e terá em abundância” (Mt 25:29), ampliando-se obviamente o grau de responsabilidade de quem muito recebe.

Este fato nos permite melhor compreender o registro evangélico:

“Disse-lhes Jesus: Se fosseis cegos, não teríeis pecado, mas dizeis: Nós vemos, vosso pecado permanece” (Jo 9:41)

E AS PRATICA,” A EXEMPLIFICAÇÃO DOS ENSINOS DE Jesus tem sido o desafio maior aos que deles se aproximam no transcurso dos milênios. Ajustados, quase sempre, a um plano eminentemente religioso, retemos a orientação e não a colocamos em prática no exercício da ciência da alma.

Nos meandros das reencarnações, não nos tem sido difícil identificar as oportunidades de adoção do amor.

No entanto nem sempre, as apropriamos adequadamente para os lances decisivos da redenção.

Enquanto não se efetivam tais caracteres, é bom refletir naqueles que através dos tempos vem nos acolhendo em seus corações generosos em momentos difíceis da jornada. São eles: pais, mães, filhos ou amigos no em meio às tempestades da ironia e da ingratidão, do sacrifício e da incompreensão, souberam identificar em seus espíritos verdadeiras fortalezas de bondade.

Sempre solícitos e caridosos, sabem abri-las ao toque dos aflitos e sofredores, atentos ao bem e ao imperativo do evangelho contido em Mateus.

“... era estrangeiro, e hospedaste-me.” (Mt 25:35)...pois tive fome e me deste de comer, tive sede e me destes de beber, era forasteiro e me acolhestes, estive nu e me vestistes, DOENTE E ME VISITASTES, PRES0 E VIESTES VER-ME”...

Assemelhá-lo-ei ao homem prudente,” – A expressão “assemelhá-lo-ei”, nos mostra mais uma vez o senso didático de Jesus.

Citando um fato comum, de conhecimento geral, estabelece uma comparação, tomando compreensível uma verdade transcendental.

Nos campos da evolução existem os loucos e os prudentes. Sabendo que nos convém fazer o que é bom, e deixando de realiza-lo, estaremos procedendo como loucos. Escutando a mensagem e assimilando-a situamo-nos dentro da lógica e do bom senso; se a exemplificamos, evidenciamos a condição de prudência, decorrente de uma postura comedida, cautelosa, previdente, discreta.

QUE EDIFICOU SUA CASA SOBRE A ROCHA, ‘- Edificar a casa de modo seguro e adequado é a meta do progresso espiritual. Para que tal solidez seja alcançada, necessitamos de componentes selecionados, de disposição para o trabalho, perseverança e projeto bem definido.

Cada qual constrói ao longo das múltiplas reencarnações. No entanto, por falta de discernimento, vivemos o dissabor de vê-la derruir-se. Os valores evangélicos e doutrinários de que hoje podemos dispor, em muito, podem auxiliar o êxito dessa edificação em termos definitivos.

E se soubermos identificar o piso seguro, nos fundamentos inabaláveis do Cristo, a casa edificada atenderá não apenas o nosso espírito, mas, todos quantos a ela recorrerem na busca de reconforto e segurança.

Vamos trazer para uma linguagem mais popular mais simples.

Jesus Cristo estava concluindo o seu mais importante discurso, conhecido como “o sermão do monte”, e então ele resume esta mensagem e aplica dizendo que aquele que ouve e prática o que ele ensinou é considerado um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. Sobre esta casa, caiu a chuva, soprou o vento, encheram os rios e a casa ficou de pé porque foi construída sobre a rocha. Porém aquele que ouve a palavra de Deus, os ensinamentos de Deus, e não coloca esses ensinamentos em prática, é comparado a um homem insensato, tolo, negligente, que constrói sua casa sobre a areia; e sobre esta casa acontece as mesmas coisas: cai a chuva, sopra o vento, enche o rio e a casa desaba e há uma grande tragédia.

É claro que esta metáfora não tem a ver com construção física, é claro também que se uma pessoa for construir uma casa e não trabalhar o alicerce, essa casa vai cair mesmo, vai entrar em colapso. Mas Jesus está usando uma figura de linguagem para nós ensinam uma verdade espiritual: esta casa é a nossa família, nossa vida; nossos parentes, nossos círculos sociais e muitas vezes nós não temos o devido cuidado e prudência para construir esses relacionamentos sobre uma base sólida, firme, sincera.

Muitas vezes planejamos uma viagem,  estudar para um concurso, nossos negócios, mas não planejamos um relacionamento familiar; e por isso há tantas famílias sendo destruídas, tantas famílias se desfazendo,  na vida; desencontros, desacertos, mágoas, revoltas, decepções, traições; e diante de tantas circunstâncias adversas, não tendo o alicerce firme, não se sustenta, e os relacionamentos não se mantém, e por isso tantas feridas,  tantas pessoas machucadas, porque não cuidaram de edificar esses relacionamentos sobre a rocha.

Mas a pergunta é: “Quem é essa rocha?”. O salmista Salomão, escrevendo o salmo 127 disse uma coisa interessante, ele diz o seguinte: “se Iahweh (Deus) não construir a casa, em vão trabalham os que a constroem”.

Esta rocha é o próprio Deus. A maior necessidade sua e minha não é de uma casa maior, não é de uma casa melhor, não é de mais conforto dentro da nossa casa, a maior necessidade nossa é de Jesus ser o grande alicerce dos nossos relacionamentos. Quando Jesus está presente na nossa casa, as tempestades vêm, é claro, pois isso é inevitável, já que não sabemos o que construímos no dia de ontem, em vidas passadas. Nós não vivemos numa redoma espiritual, nós não estamos blindados; imunes das adversidades da vida, vamos receber os efeitos de nossas causas. Sobre ambas as casas, a casa construída sobre a rocha, e a casa construída sobre a areia, aconteceram as mesmas circunstâncias; o que distingue uma pessoa prudente de uma pessoa insensata não são as circunstâncias da vida, mas como elas reagem a essas circunstâncias, em quem elas estão fincadas, alicerçadas. Se você fundamentar a sua vida em cima da matéria, de dinheiro, de sucesso, de prazeres, ser o centro das atenções, ao vir as tempestades naturais da vida você vai desabar, você vai entrar em colapso,  a família vai se desagregar, os amigos vãos e afastar, porque você estará vibrando coisas ruins, negativas. Mas se você construir a sua casa,  seus relacionamentos, sua família, sobre a fé em Cristo, sua mensagem, seus conselhos, sua atitude,  sobre os valores da palavra de Deus, escutando a palavra de Jesus e pondo em prática a palavra de Deus, quando a crise chegar, quando a tempestade vier, você vai vencer essa tempestade; vai permanecer firme, não vai desabar.

Quem sustenta nossa vida é Deus, quem nos segura pela mão é Jesus, quem nos dá paciência para enfrentar as grandes provas da vida é o conhecimento de estarmos com Deus e Jesus. Precisamos de Jesus e do Pai. Talvez você esteja pensando: ah! mas a minha casa já desabou, meu casamento já acabou, os meus filhos já estão dispersos, na minha casa tem muitas mágoas, tem muitos ressentimentos, tem muitas feridas, tem muitas decepções, eu já não sei mais o que fazer. Talvez você olha para a sua vida, para o seu compromisso com Jesus, com sua família e veja um vaso quebrado, cacos espalhados pelo chão; embora pareça que não tenha mais chance, não tenha mais esperança, não tenha mais saída, coloque os cacos nas mãos de Jesus. Restaure, cure, renove, crie novos sonhos, traga alegria, traga de volta a esperança, porque Jesus perdoa, salva, e Deus te quer de novo no sistema de amor que criou. Em quem você está construindo a sua vida? Sobre quem você está construindo a sua vida? Não seja insensato, não seja tolo, não seja imprudente, não construa sobre a areia. Veja você que o alicerce de uma casa é algo que não se vê, mas é exatamente aquilo que não se vê que dá sustentação na hora da crise. Muitas pessoas podem não conhecer o seu relacionamento com Deus, a sua vida de comunhão com Deus, aquilo que está lá guardado no seu coração, nos seus valores, nos seus princípios; as pessoas olham e não sabem em quem você está confiando, mas se você pôr a sua confiança em Jesus, se você firmar a sua vida nesta rocha que não se abala, quando a tempestade chegar, e vai chegar, você vai permanecer firme. Ele mesmo vai segurar você com sua mão poderosa, vai conduzir você com seu conselho e vai receber você na glória. Há esperança para nós, há saída para nós, há cura para nós, há libertação para nós, há vida nova para nós, em Cristo Jesus, aqui e na vida eterna.

“ Assim todo aquele que ouve estas minhas palavras e as põe em prática será comparado ao homem sensato que construiu sua casa sobre a rocha; caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, mas ela não caiu, porque estava alicerçada na rocha.” Mateus 7.24-25

 

 “Também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha igreja”. (Mateus, XVI, 16: 18.)

 

Jesus conta a história de dois homens, um prudente e outro. Ambos construíram suas casas, porém, cada um deles edificou de uma forma. Um deles construiu os alicerces de sua casa sobre uma rocha, enquanto o outro construiu na areia. Jesus evidencia a diferença das duas construções, comparando-as com o tipo de crença de cada indivíduo. Existem aqueles que ouvem e praticam a sua palavra e os que fazem o contrário porque ouvem como se nada tivesse ocorrido.

Jesus compara a crença com um edifício. Crença é a ação de acreditar naquilo que convencionamos adotar como verdade; bem diferente de fé. Algumas são verdadeiras; outras não.  A boa crença é semelhante ao sólido edifício construído sobre a rocha; a má crença é como um edifício de má construção, levantado sobre a areia movediça.

A boa crença nasce do estudo, do livre-exame, da observação; portanto, é racional e científica, não é imposta. A má crença é passiva; aceita os dogmas, rituais e mistérios, que lhe são sugeridos, sem análise, sem questionar, como animal que anda com antolhos.

Devemos analisar o ideal que alimentamos. Ele deve ser puro, elevado, e, sobretudo ter como base fundamentos que não se alteram, pois, as leis de Deus não se modificam. Precisamos adquirir uma crença inabalável a respeito da realidade.  A convicção se adquire pelo estudo e pela investigação e cresce em nós à medida que a cultivamos.  Ou seja, a fé (exemplos, pensamentos, comportamentos, atitudes com base no Mestre) necessita de uma base, e essa base é a compreensão daquilo em que se deve crer. Para crer, não basta ver, não basta crer, é preciso compreender. 

A Doutrina Espírita oferece uma crença que se apoia na razão.  Prova o futuro por fatos evidentes; diz, em termos claros, que não nos deixa dúvidas, o que o Cristo disse por parábolas, metáforas, símbolos; explica as verdades desconhecidas ou falsamente interpretadas; revela a existência do mundo invisível, ou dos Espíritos, e inicia o homem nos mistérios da vida futura; prova a possibilidade dos Espíritos que são os mortos que já viveram de se comunicarem com os vivos; explica-nos a causa dos nossos sofrimentos neste mundo e o meio de abrandá-los;  enfim, vem estabelecer, entre os homens, o reino da caridade e da solidariedade anunciado pelo Cristo.

As palavras de Jesus são eternas, pois são a verdade que atravessam milênios. Através da observância dos Seus ensinos recebemos a fortaleza moral que precisamos para nos proteger das dificuldades da vida.  Com o espírito fortificado pelo conhecimento que possuímos das leis divinas, vamos triunfar diante dos sofrimentos terrenos e edificar nossas vidas em bases sólidas, que não poderão ser abaladas pelas ilusões da terra. Mas, não basta estudar ou ouvir os ensinos de Jesus, é preciso colocá-los em prática (exercitar a fé). 

Além do estudo contínuo do Evangelho, podemos fortalecer nosso espírito pela prece, pela leitura de bons livros, pela frequência a centros de cultura espiritual e pela prática da caridade.  A prece fortifica, principalmente se feita como um ato diário; forma-se, então, em nosso ambiente uma pequenina corrente espiritual, da qual receberemos benéficos fluidos, que fortificam nosso corpo e nossa alma.  A leitura dos bons livros fortalece a alma, pois assimilando os altos pensamentos dos bons escritores, nosso espírito se revigora e se aparelha para resistir aos embates da vida. Visitando doentes, idosos, levando-lhes nosso carinho e nossa palavra amiga de estímulo e de conforto, também adquirimos forças espirituais. Aliás, tudo isso são meios muito bons de fortificar nossa alma, ou seja, são formas para edificar nossa casa sobre a rocha, para que a chuva, os rios e os ventos não a derrubem.

 

Tradição é ato de transmissão oral ou escrita de costumes, lendas ou fatos levados de geração a geração através dos tempos. Quanto mais antigos, mais notáveis e fora do comum eles se tomam. Uma vez atingida essa dimensão, transformam-se em crenças inquestionáveis. As criaturas assimilam conceitos simplesmente porque outras, que elas julgam importantes e entendidas, lhes disseram que são verdadeiros. As crenças de toda espécie começaram geralmente através das histórias e dos costumes criados por alguém. Com o passar dos séculos, tomaram-se regras éticas. Crença é a ação de acreditar naquilo que convencionamos adotar como verdade. Evidentemente, algumas são verdadeiras; outras não.

 

Há, pois, duas crenças: a crença verdadeira e a falsa crença.

A boa crença nasce do estudo, do livre-exame, da observação; é a crença ativa, racional, científica.

A má crença é passiva, tradicional, hereditária; aceita os dogmas que lhe são sugeridos, sem consciência, sem análise, sem convicção.

A crença verdadeira representa o edifício construído sobre a rocha; a falsa, é a edificada sobre a areia.

Alegoria magnífica.

 

Fontes:

FONTES:

-Luz Imperecível União Espírita Mineira

-Haroldo Dias Dutra

-Bíblia de Jerusalém

- O Evangelho Segundo o Espiritismo.

- O Livro dos espíritos.

- Parábolas e Ensinos de Jesus. Cairbar Schutel.

- O Evangelho dos Humildes.

- Nas pegadas do Mestre. Vinicius.

- Depois da morte.  León Denis.

- O Consolador. Chico Xavier.

- Cristianismo e Espiritismo.

- Bíblia de Jerusalém

- Francisco do Espírito Santo Neto).

- Parábolas e Ensinos de Jesus. Os dois fundamentos. Cairbar Schutel)

- Programa Verdade e Vida na Rede Bandeirantes.

 

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