RESSURREIÇÃO
- A
palavra ''Ressurreição'' possui três significados diferentes na Bíblia. Deve-se
entender o termo ressurreição utilizado para este caso, como o retorno do
Espírito ao corpo que não estava morto, mas em estado de letargia (como ocorreu
com Lázaro).
Já no
caso em que se diz que Jesus ressuscitou, significa que ele apareceu com o seu
corpo espiritual após a morte, nada havendo com relação ao corpo físico usado
(Lucas 24:13-49-“eis que dois deles viajavam nesse mesmo dia para um povoado
chamado Emaús, a sessenta estádios de Jerusalém. Ora enquanto conversavam e discutiam
entre si, o próprio Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles(...)”). E
quando se diz, nas escrituras, que Elias ressuscitou como João Batista, quer dizer
que ele reencarnou (Marcos 6:14-16-“ o rei Herodes ouviu falar dele. Com efeito
seu nome se tornara celebre e diziam: João Batista foi ressuscitado dos
mortos...”); (9:11-13-0”e perguntaram-lhe: porque motivo os escribas dizem que
é preciso que Elias venha primeiro...”).
Segundo
a medicina, a letargia é um estado patológico de sono profundo, sem paragem das
funções vitais e de duração variável, podendo ser causado por infecções graves
que afetam os centros nervosos; sono artificial provocado quer pela sugestão
(hipnose) quer por um medicamento (narcose-“ estado
de inconsciência ou letargia produzido pela ação de narcótico, barbitúrico ou
anestésico.
Manifestações que ocorrem em pessoas submetidas a mudança súbita
de pressão. A narcose ocorre
geralmente em aviadores e em mergulhadores pode ser bastante grave.)
É pelos
olhos e pelos ouvidos que têm essas percepções?
“Não;
pelo Espírito. O Espírito tem consciência de si, mas não pode comunicar-se.”
Por
quê?
Porque
a isso se opõe o estado do corpo. E esse estado especial dos órgãos vos prova
que no homem há alguma coisa mais do que o corpo, pois que, então, o corpo já
não funciona e, no entanto, o Espírito se mostra ativo. (O Livro dos Espíritos.
Questão 422-“P:-os letárgicos e os catalépticos veem e ouvem geralmente, o que
se passa ao seu redor, mas não podem se manifestar; é pelos olhos e orelhas do corpo? R: -Não pelo Espírito. O Espírito se
reconhece, mas não pode se comunicar). P: - Porque ele não pode se comunicar?
R: - O estado do corpo se opõe a isso. Estado particular dos órgãos, vos dá a
prova de que há, no homem, outra coisa além do corpo, visto que o corpo, não
tendo mais função o Espírito age.)
Na
letargia, pode o Espírito separar-se inteiramente do corpo, de modo a
imprimir-lhe todas as aparências da morte e voltar depois a habitá-lo?
Na
letargia, o corpo não está morto, porquanto há funções que continuam a
executar-se. Sua vitalidade se encontra em estado latente, como na crisálida,
porém não aniquilada.
Ora,
enquanto o corpo vive, o Espírito se lhe acha ligado. Em se rompendo, por
efeito da morte real e pela desagregação dos órgãos, os laços que prendem um ao
outro, integral se torna a separação e o Espírito não volta mais ao seu
envoltório. Desde que um homem, aparentemente morto, volve à vida, é que não
era completa a morte. (O Livro dos Espíritos. Questão 423. –P: na letargia o
espirito pode se separar, inteiramente do corpo, de maneira a dar-lhe todas as
aparências da morte e voltar em seguida?
R: -na letargia o corpo não está morto já que há funções que permanecem,
A vitalidade aí está em estado latente como na crisálida, mas não está
aniquilada. Ora o espirito está unido ao corpo, tanto que ele vive. Uma vez rompidos
os laços pela morte real e a desagregação dos órgãos, a separação é completa e
o espirito aí não retorna mais. Quando um homem que tem as aparências de morte
retorna a vida, é porque a morte não havia se completado).
Por
meio de cuidados dispensados a tempo, podem reatar-se laços prestes a se
desfazerem e restituir-se à vida um ser que definitivamente morreria se não
fosse socorrido?
Sem
dúvida e todos os dias tendes a prova disso. O magnetismo, em tais casos,
constitui, muitas vezes, poderoso meio de ação, porque restitui ao corpo o
fluido vital que lhe falta para manter o funcionamento dos órgãos.
Contrário
seria às leis da Natureza e, portanto, milagroso, o fato de voltar à vida corpórea
um indivíduo que se achasse realmente morto. Ora, não é necessário
recorrer a essa ordem de fatos, para ter-se a explicação das ressurreições que
Jesus operou.
(...) O
próprio Jesus declara positivamente, com relação à filha de Jairo: Esta menina,
disse ele, não está morta, está apenas adormecida. Era um caso de catalepsia.
Dado o
poder fluídico que ele possuía, nada de espantoso há em que esse fluido
vivificante, acionado por uma vontade forte, haja reanimado os sentidos em
torpor; que haja mesmo feito voltar ao corpo o Espírito, prestes a abandoná-lo,
no caso de Lázaro que era letargia, uma vez que o laço perispirítico ainda se
não rompera definitivamente.
Para os
homens daquela época, que consideravam morto o indivíduo desde que deixara de
respirar, havia ressurreição em casos tais; mas, o que na realidade havia era
rara e não ressurreição, na acepção legítima do termo.
A
evolução desse quadro levou as pessoas a colocarem um espelho em frente a boca
e nariz do “morto!” para ver se respirava.
A
ressurreição de Lázaro, digam o que disserem, de nenhum modo infirma este
princípio. Ele estava, dizem, havia quatro dias no sepulcro; sabe-se, porém,
que há letargias que duram oito dias e até mais. Acrescentam que já
cheirava mal, o que é sinal de decomposição.
Esta
alegação também nada prova, dado que em certos indivíduos há decomposição
parcial do corpo, mesmo antes da morte, havendo em tal caso cheiro de podridão.
Vamos considerar também que um indivíduo
há quatro dias enrolado em panos depois de um banho de unguentos, não deverá
cheirar bem. A própria falta de banho em alguém por quatro dias já fica
horrivelmente suportável.
A morte
só se verifica quando são atacados os órgãos essenciais à vida. (A
Essa
“moléstia” era muito comum na Judéia, onde os enterramentos eram imediatos.
Vemos,
por exemplo, no capítulo V, versículo 5 e seguintes de Atos dos Apóstolos, que
tendo Ananias e sua mulher Safira retido parte da importância de uma
propriedade que venderam e deveria ser entregue aos Apóstolos, só pelo fato de
Pedro repreendê-los severamente, caíram ambos mortos e em menos de 3 horas
foram enterrados (Ananias: porque encheu satanás o teu coração, para mentires
ao espirito santo, retendo parte do preço do terreno? Porventura mantendo-o não
permaneceria teu e vendido, não disporias do dinheiro a vontade? Porque, pois,
concebeste em teu coração este projeto? Não foi a homens que mentistes, mas a
Deus. Ao ouvir essas palavras, Ananias caiu e expirou e grande temor sobreveio a
todos os que disso ouviram falar. Os jovens, acorrendo, envolveram o corpo e o
retiraram, dando-lhe sepultura. Passaram cerca de três horas. Sua esposa nada
sabendo do que sucedera entrou. Pedro interpelou-a: dize-me foi por tal preço
que vendeste o terreno? E ela respondeu: sim por tal preço. Retrucou-lhe Pedro:
porque vos puseste de acordo para tentardes o espirito do Senhor? Eis a porta
os pés dos que sepultaram teu marido. Eles levarão também a ti. No mesmo
instante ela caiu aos seus pés e expirou. Os jovens que entravam de volta, encontraram-na
morta; levaram-na e enterraram junto de seu marido.).
Nestes
dois exemplos vemos não se tratar de morte real, mas de simples casos de
sincope ou catalepsia.
Assim
foi, certamente, o que aconteceu a Lázaro em estado letárgico.
Vitimado
por uma letargia, imediatamente fizeram-no enterrar, permanecendo no túmulo
durante a crise letárgica.
Jesus,
conhecendo a natureza de seu amigo Lázaro e as crises a que ele estava sujeito;
dotado ainda, o Mestre, como era, dessa vista dupla, ou clarividência, que
transpõe distâncias e não conhece barreiras, verificou que Lázaro não fora
atacado de uma enfermidade física, mas que a sua moléstia era toda de ordem
psíquica, como se observa nos casos de sonambulismo, catalepsia; letargia.
Foi
isto que o fez demorar 4 dias para chegar a Betânia. Ele tinha certeza de que
não houvera ruptura dos laços fluídicos que ligam o Espírito ao corpo.
E tanto
é assim, que o despertou com voz alta e imperiosa: Lázaro, sai para fora,
operando a ressurreição do seu amigo.
Aí
vemos um estado letárgico superagudo, porque espontâneo, relaxamento dos elos
vitais pela depressão causada por uma enfermidade, fato patológico, portanto,
provando o desejo incontido que o espírito encarnado tinha de deixar a matéria
para alçar-se ao infinito, e onde o próprio fluido vital, que anima os
organismos vivos, ao encontrava quase totalmente extinto, e cujos liames
magnéticos do perispírito em direção à carne se encontravam de tal forma
frágeis, danificados pelo enfraquecimento das vibrações e da vontade.
(...) Neste,
as mesmas forças vitais se encontravam já em desorganização adiantada, e não
fora o concurso dos liames magnéticos ainda aproveitáveis e as reservas vitais
conservadas pelo perispírito nas constituições físicas robustas (o perispírito
age qual reservatório de forças vitais e os laços magnéticos são os agentes
transmissores que suprem a organização física) e se não fossem aquelas reservas
Jesus não se abalaria à cura porque esta seria impossível.
Um
espírito encarnado, por exemplo, já evolvido, ou apenas de boa vontade, senhor
das próprias vibrações, poderá cair em transe letárgico, ou cataléptico, voluntariamente,
alçar-se ao Espaço para desfrutar o consolador convívio dos amigos espirituais
mais intensamente, dedicar-se a estudos profundos, colaborar com o bem e
depois retornar à carne, reanimado e apto a excelentes realizações. Não
obstante, homens comuns ou inferiores poderão cair nos mesmos transes, conviver
com entidades espirituais inferiores como eles e retornar obsidiados,
predispostos aos maus atos e até inclinados ao homicídio e ao suicídio. Isso
pode ocorrer mesmo durante a noite no sono reparador
1. Ressurreição
é termo que pode ser empregado sob o ponto de vista material e espiritual.
Quando dizemos que tal indivíduo “ressuscitou”, afirmamos que ele reapareceu,
porque “ressuscitar” quer dizer “reaparecer”. Esse reaparecimento se pode dar
em corpo carnal ou em Espírito.
2. Por
exemplo: Lázaro “ressuscitou”, reapareceu com seu corpo carnal, que todos já
julgavam morto. Mas os “mortos” também ressuscitam em corpo espiritual.
3. Foi
assim que Moisés e Elias ressuscitaram no Tabor, assim Samuel ressuscitou no
Endor, assim Jesus Cristo ressuscitou em Jerusalém e circunvizinhanças.
4. Destes”
morreram os corpos carnais, mas eles ressuscitaram em seus corpos espirituais.
A Imortalidade não é apanágio do corpo material, mas sim do corpo fluídico,
celeste, espiritual.
5. A
Ressurreição de Lázaro foi uma manifestação física do poder de Jesus; a
Ressurreição de Jesus foi uma graça psíquica da Sabedoria Divina.
FONTES:
(Parábolas
e ensinos de Jesus Cairbar Schutel).
A Gênese
Regeneracaoplanetaria.com.br
O Livro dos Espíritos. Questão 422 e
423.
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