quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

ESPÍRITO E MATÉRIA

 

ESPÍRITO E MATÉRIA

 

O homem é um ser inteligente: pensa, sente, quer; odeia e ama; estuda e progride; em seu coração palpitam afetos e do seu cérebro brotam luzes.

O homem é o "rei da criação", título que auferiu pela superioridade da inteligência, que tem sobre a dos animais, que lhe são inferiores.

"O seu corpo: carne, sangue, nervos, ossos, desde as mais tênues camadas do cérebro, até a carcaça óssea, que representa o reino mineral e faz parte do seu organismo, como aliás aconteceu com todos os outros seres, nasce, cresce e morre; transforma-se e modifica-se, pois que é composto desses mesmos elementos imponderáveis que se decompõem, oriundos da matéria cósmica universal: hidrogênio, oxigênio, azoto, carbono, constituintes das variedades da matéria, que se apresentam com nomes de cal, fósforo, sódio, potássio, enxofre, flúor, cobre, chumbo, etc.

Mas, existe no homem um princípio que não deve sua existência à Terra; existe no homem uma luz mais intensa do que a que resulta do fósforo.

Esse princípio é o que constitui seu verdadeiro EU; essa luz não arde no túmulo como um fogo-fátuo; deve, forçosamente, permanecer na Eternidade (a centelha divina da criação protegida e envolvida por um corpo espiritual como chamava Paulo ou Perispírito como chamou Kardec.) Nosso edifício biológico jamais teria movimento se não fosse esse corpo duplo centelha+involucro= Espírito), posto que ao se desprender do corpo material pelo fenômeno da morte, a matéria vira pó e não pode ser recomposta. O Espírito poderá vo9ltar em nova encarnação com novo corpo.

Tal conclusão não é só um ditame da razão, um aviso prévio do sentimento; mas é o resultado de sábias lições que, durante prolongadas vigílias, aprendemos pela indução e dedução da análise comparativa dos sistemas filosóficos, científicos e religiosos, que passam pela nossa mente como o desenrolar de uma guerra sem tréguas, de exércitos inimigos que se combatem e se aniquilam, deixando, entretanto, imanentes os princípios que não entraram em luta e que, ignorados por uns, e proclamados intuitivamente por outros, atravessam eras e gerações, sem serem atingidos por uma negação lógica e positiva.

Mas, não é só no ápice dessas escolas, umas proclamando soberania da matéria, outras aplaudindo o reinado do Espírito, que nós vemos aparecer esse princípio, que tem animado as gerações, fixando-se através dos tempos.

É também na tela imensa, no grande panorama da vida terrena: com suas grandezas e misérias, suas investidas para a luz e quedas para as trevas, que a Vida se apresenta em sua forma mais positiva, e a alma se realça com um ser que desempenha o seu papel (cada qual na sua esfera de ação) neste planeta que chamamos Terra.

E se deixarmos essa esfera de observação comum, e entrarmos nos domínios da Metafísica e da Metapsíquica, ficaremos admirados ao ver homens de responsabilidade moral e cientifica negarem a existência da alma e chegarem a confundir a ação que esta exerce, com as funções dos órgãos, tomando o efeito pela causa e inutilizando todos os princípios da lógica e do raciocínio, que devem guiar nossos passos na pesquisa da Verdade mas, limitemo-nos a estes anseios da alma à síntese que, à guisa de prefácio, damos a este livro, e comecemos a analisar o pró e o contra referentes ao princípio anímico, ou seja, o princípio da Imortalidade que, segundo afirma Pascal, "é preciso ter perdido todo o sentimento e aniquilado toda a razão, para dele não tratar"

 

FONTE:

Estudo de Caibar Schutel

Nenhum comentário:

Postar um comentário